Fanfics Brasil - Capítulo - 4 Nova Amizade Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon

Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon


Capítulo: Capítulo - 4 Nova Amizade

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     Dulce retirou a certidão das mãos da sua namorada antes que ela a queimasse com os olhos. Any resmungou algum palavrão e foi até o seu celular, começando a ligar para sua tia.


- Alô, sou eu Any.
- Oi, Any meu amor, como você está?
- Tia, o que você pode falar sobre o meu pai?
- Ah, Any. Eu estou ocupada agora, você não poderia...
- Larga de ser cínica e fala comigo direito. Ou por acaso quer algum suborno? 
- Any! Olha como fala comigo.
- Você ligou para mim e falou do meu pai como se eu fosse um ninguém e agora não tem tempo para falar comigo? Quer que eu enfie mais...


     O celular foi arrancado da mão de Any por Dulce que puxou o aparelho e atendeu a ligação.


- Alejandra?
- Quem está falando?
- É a amiga da Any, ela está um pouco nervosa, depois te liga. Até mais! 


     Dulce encerrou a ligação e colocou o celular em cima da mesa central. Any cruzou seus braços e se jogou no sofá, chutando o chinelo a sua frente, estava cansada de ser tratada como um lixo por sua tia que só lhe tratava bem quando o assunto era o seu dinheiro.


- Any, tente se acalmar.
- Como? Eu quero saber as coisas. Minha tia sabia que meu pai estava vivo e nunca me disse nada, eu tenho certeza! – falou com revolta 
- Você não tem como saber. Por que não fala com aquela amiga de sua mãe?


– Dulce indagou.


     Os orbes azuis de Any pareceram brilhar. Ela sorriu e correu até o seu celular, procurando o número de Joana, e quando o achou, se preparou para ligar, contudo Dulce puxou o celular de sua mão.


 


- Dulce! – exclamou com exaltação.
- Vai tomar um banho primeiro, pense um pouco e depois ligue para ela. – falou – Você está alterada e só falta xingá-la também.


     A loira respirou bem fundo e olhou com toda sua irritação para Dulce, mas a karateca estava irredutível. Ela colocou o celular no bolso de sua calça e cruzou os braços, desafiando a menor que parecia que ia pular no seu pescoço.


- É minha vida, Dulce! – gritou.
- Eu sei. – respondeu seco, ficando apática.
- Me dá esse celular agora! – mandou, estendendo a mão.
- Não. Olhe seu estado, você está parecendo uma louca, – disse com preocupação – eu não quero te ver assim. Vá refrescar sua cabeça.
- Não foi você que descobriu que tem um pai! E também, eu nem sabia a minha idade direito, Dulce!


     A irritação de Any, assim como seu péssimo humor estava deixando o clima tenso, contudo os movimentos da mais nova foram ficando mais calmos e seus olhos começaram a ficarem marejados de lágrimas. Ela abaixou a cabeça e passou a mão por seu rosto, colhendo algumas lágrimas que começaram a escorrer.
     A karateca sorriu de canto e abraçou os ombros da menor que começou a chorar baixinho. Toda a tensão pareceu se dissipar, elas foram caminhando lentamente até o quarto, Dul deitou na cama e retirou seus chinelos, postando-se ao seu lado, abraçando-a.


- Ah... eu fiquei nervosa. – confessou.
- Eu sei, eu sei – Dulce sussurrou, afagando sua cabeça.
-Dulce suspirou e ficou velando pra menor, que começou a falar sobre sua falecida mãe, desabafando a mágoa e tristeza que tinha guardado no peito em silêncio, durante todos esses anos.

OoO

     Do outro lado do bairro. O clima não era tenso, mas as emoções estavam à flor da pele. Alexia abria seus lábios o máximo que podia para permitir que a língua de Aziel serpenteasse por sua cavidade. A mais velha se afastou por um minuto, apertou o pequeno interruptor permitindo que a luz de dois abajures iluminasse em parte o quarto que continuava nas sombras. Alexia se ajeitou na cama, retirando a franja que estava grudada na sua testa suada.


- O que está procurando? – indagou Alexia.
- O que eu te comprei. – respondeu.
- E o que seria?


     Aziel virou-se e revelou o objeto que estava em suas mãos. Alexia arregalou os seus olhos esverdeados e engoliu em seco ao ver o tamanho do vibrador.


- Quero que você coloque para eu ver – falou, jogando o seu mais novo brinquedo na cama, ao lado da ex-loura.


     Aziel puxou uma poltrona que estava num canto, retirando a roupa amassada que estava em cima do móvel, jogando-a no chão, foi até uma cômoda, pegou seu isqueiro e seu maço de cigarro e sentou-se, acendendo uma unidade.


- Pode começar. – falou com a voz rouca.


     Alexia olhou para o vibrador e depois para a loura que lhe observava de modo febril. Um frio correu por sua espinha, pois apesar de ser completamente entregue aos desejos de Aziel, Alexia tinha seus momentos de timidez.


- Eu não quero fazer isso. – respondeu, amuada.


     Aquela era a primeira vez que Aziel havia ouvido uma negativa de sua pequena amante, ergueu suas duas sobrancelhas e começou a rir baixinho, saboreando o seu cigarro. Aziel não disse nada, continuando a olhar para a mais nova.


- Faça logo. – ordenou.
- Não quero. – respondeu num tom mais alto, contudo não passava de um sussurro. 


     Aziel caminhou até ela, com o cigarro nos lábios, ergueu o rosto de Alexia e ficou observando sua face com seriedade.


 - Por quê? – indagou.


- Não quero fazer isso, – falou – desculpe.


- Eu não perguntei se você quer ou não fazer, apenas faça.


- Eu não sou tão puta assim. – respondeu, sentindo o seu coração bater mais forte. Ela nunca havia respondido para a mais velha antes.


     Os fios pintados foram puxados bruscamente para trás, a mais nova caiu, batendo suas costas no colchão. Aziel subiu em cima dela, sentando no seu abdômen, olhando-a como se fosse um pequeno coelho que seria devorado.


- Eu não sua namorada, nem sua amiga. Você é minha puta, se não fizer o que eu peço. Qual será sua utilidade para mim? 


     As palavras de Aziel sempre lhe chocavam, mas dessa vez não conseguia suportar o peso daquela agressão psicológica, virou o rosto para o lado e fechou os olhos. Talvez devesse dar mais valor a si mesma, ou então jamais conseguiria se sentir feliz.
     Desde que começou a se envolver com Aziel, sua vida começou a desandar, estava bebendo quase todos os dias, suas notas no colégio estavam baixas, não tinha uma vida social decente, não conversava ou saia mais com seus familiares. E tudo que sentia era desprezo por ela mesmo. 


- Eu não sei qual minha utilidade. – disse baixinho, abrindo suas pálpebras.


Aziel sorriu, passando sua mão na barriga de Alexia.


- Sua utilidade é me satisfazer sexualmente.
- E se eu não quiser fazer algumas coisas?
- Então não serve mais para mim. 
- Eu não sirvo mais para você. – falou baixinho.


Aziel saiu de cima dela e foi até sua cômoda, pegando a chave das algemas e jogando em cima de sua amante, vestiu - se e saiu do quarto, fumando seu cigarro.


     Alexia sentiu vontade de chorar, mas segurou, retirou a algema e vestiu-se rapidamente. A ex-loura passou pelo corredor, vendo que a porta do banheiro estava fechada e o som do chuveiro começou a ecoar. 
     Felizmente não podia ver a cara de Aziel, não queria se decepcionar mais ainda. Pegou sua mochila que estava no chão da sala e foi até a porta, abrindo-a, saindo dali rapidamente e quando seus pés tocaram na calçada, seus olhos começaram a se encher de lágrimas e desatou a chorar.


- “Não sirvo para nada além de sexo para você. Nem para minha irmã... nem ninguém.” – refletiu com aborrecimento.


     Começou a caminhar para casa, não queria pegar ônibus dessa vez. A caminhada demorou cerca de uma hora e quando chegou à sua casa, podia ver a luz da sala de jantar acesa, seus familiares estavam jantando, contudo nem se aproximou do cômodo. 
     Passou pela entrada e subiu as escadas rapidamente, indo para seu quarto, fechando a porta em silêncio. Logo correu até o banheiro, onde enfiou seu corpo já desnudo embaixo da ducha morna, sentou-se no chão e ali ficou, refletindo.
     Alguns minutos se passaram e a porta do banheiro foi aberta. Kirias adentrou, com passos lentos, abriu a porta do Box e olhou para a sua irmã que estava sentada no chão, com a cabeça abaixada.


- Aconteceu alguma coisa? – Kirias indagou, sentando-se no chão, deixando suas costas apoiadas no azulejo. - Alexia?


– tornou a chamá-la, tocando no ombro da menor – Aconteceu alguma coisa?


- Não. – respondeu rapidamente.


- Então, por que está chorando?


- Porque eu gosto. – respondeu.


Kirias suspirou, ela nunca havia perdido o controle dos sentimentos de sua irmã antes, sempre sabia o que acontecia na vida dela e podia aconselhá-la com clareza, mas dessa vez não fazia idéia do que acontecia.


- Fale comigo, você sabe que pode falar o que quiser.


Alexia começou a rir ao ouvir aquilo, ergueu sua cabeça, exibindo seus olhos entristecidos para Kirias.


- Kirias, não é nada. Deixe-me tomar banho.
- Alguém te falou algo ruim?
- Sim. – respondeu.


Kirias sorriu ao ouvir aquela resposta.


- E esse alguém te fez algo mais?
- Apenas me falou o quanto eu sou inútil, – respondeu – assim como você deixou claro isso para mim. 
- Você não é inútil na minha vida, nunca disse isso. – falou com seriedade – Você está ficando com alguém. Quem é essa pessoa? É da sua escola? Eu conheço?


Alexia balançou a cabeça negativamente e se ergueu, fazendo com que Kirias se erguesse junto. A ex-loura pegou o frasco de xampu e começou a lavar seus cabelos em silêncio, ignorando as outras perguntas da sua irmã.


 


OoO


 


     Dois dias passaram-se, Any e Leona estavam sentadas num banco de metal, ambas comiam um salgado em silêncio. De repente, Leona puxou um pacote que estava dentro de sua mochila.


- O que é isso? – indagou Any.
- Juliana me deu essa caixa de bombom. – respondeu.


Any ficou surpresa, puxou o pacote das mãos de Leona, olhando a caixa de bombom que era de uma marca famosa.


- Hum... que chique. – Any comentou.
- Ela vive me dando presentes agora. – falou.


Any sorriu, Leona retirou um bombom da caixa e entregou a Any que aceitou com prazer, comendo juntamente com ela.


- E você falou com seu pai de novo? – Leona indagou.
- Ele me ligou hoje. Eu acho que ele quer jantar comigo. – falou.
- E você vai?
- Sim, eu quero perguntar muitas coisas, – falou com a boca cheia – tem tanta coisa que quero saber.
- Eu imagino. – sorriu.


E mais uma pessoa se juntou a dupla, era Victoria que parou ao lado de Leona, cumprimentando as garotas com um largo sorriso.


- Hoje é sexta. Vamos para o bar, e você vai dessa vez, Any. – falou, olhando para a loira.


 Any riu baixinho e disse:


- Eu vou se a Leona for.
- Hum... estou me sentindo obrigada a ir, – Leona sorriu – não vou poder ficar muito, mas eu dou uma passada.
- A sua namoradinha não deixa, Any? – indagou provocante.
- Er... não é bem isso... – sorriu nervosa.


Leona olhou para sua prima com severidade, entretanto a mais velha ignorou e continuou a provocar.


- Ela acha que eu vou fazer alguma coisa com você? Ou... você quer alguma coisa comigo?
- Ah? Lógico que não! – Any falou de repente, elevando o tom de voz, não conseguindo evitar que suas maçãs ficassem vermelhas.
-Então eu vou te levar no barzinho hoje. Quero ver se é verdade mesmo. – sorriu, dando uma piscada para Any que não conseguiu emitir nenhum som, perdendo-se nos dentes brancos e perfeitos de Victoria.


A prima de Leona se afastou dando um aceno para a dupla, Any suspirou e ficou observando o dorso de Victoria.


- Any...
- Hum?
- Você está a fim da minha prima? – Leona indagou.
- Lógico que não. – respondeu rapidamente, mordendo o bombom que estava na sua mão.
- Então por que você fica babando quando ela aparece? – indagou, dando um empurrãozinho de leve no corpo da menor.
- Eu... eu acho ela bonita, admito, – sorriu amarelo – mas... é só atração, Leona eu amo uma certa pessoa que me completa.
- Que bonitinho, – zombou – mas cuidado.
- Cuidado com o quê?
- Minha prima, eu gosto muito dela, porém... admito que ela é uma safada. – disse – Portanto, não fique caindo nas provocações dela.


     Any ouviu o conselho em silêncio, saboreando o chocolate que Leona lhe oferecia. As duas ficaram conversando por mais um tempo e depois se afastaram, já era a hora da saída.
A loira ficou encostada a um grande poste colorido que ficava parado na frente do campus de artes da universidade. Ela olhava a todo instante para o relógio, esperando que sua namorada aparecesse


- Any!


 Olhou para o lado e viu sua amiga Carei que lhe sorria, e o que surpreendeu era que ao lado da loirinha havia um garoto que estava de mãos dadas com ela.


- Oi! – cumprimentou com surpresa, olhando para o garoto que lhe sorria timidamente – E quem é esse garoto bonito? – indagou, dando um beijo no rosto do menino.
- Esse é o Leo – Carei falou – e essa é a Any. – disse.
- Carei falou muito de você, – ele disse – prazer.
- E vocês... estão...
- Namorando. – Carei abriu um largo sorriso.
- Nossa! Meus parabéns! – Any sorriu abobada, não acreditando que Carei pudesse arranjar um namorado em tão pouco tempo, por causa de sua timidez.


O trio ficou conversando por alguns minutos até Dulce aparecer. Inicialmente Dulce caminhou até elas com a cara fechada, pois não gostava da loirinha, contudo sua expressão mudou quando viu o menino beijar os lábios da garota.


- E essa é a Dulce. – Carei disse a contragosto.
- Olá, – Dulce cumprimentou o menino com um aceno com a cabeça e ignorou carei, desviando sua atenção para Any – vamos indo?
- Vamos. Até mais pessoal, depois marcamos alguma coisa – Any falou, afastando-se com sua namorada, que não disse mais nada.


O casal caminhou lado a lado pela calçada, se olharam em silêncio e depois olharam para frente, começando a rir sem parar.


- A enrustida está com um menino!
- Ela não é enrustida, – disse – mas eu estou surpresa também.
- Coitada. Ela nunca vai fazer sexo na vida!
- Ah! Dulce, como você é maldosa!
- Eu sou realista. Ela só vai ser feliz quando se assumir e espero que não venha pedir nada para você, ou eu vou quebrá-la. – disse, rindo alto.
- E você achou uma academia para treinar? – Any indagou, procurando mudar de assunto.


A karateca abriu um largo sorriso e estendeu seu braço dando um soco no ar.


- Sim. Eu achei uma academia perto da sua casa...
- Nossa casa, logo você vai se mudar. – disse rapidamente, interrompendo a mais velha.


Dulce sentiu vontade de puxar sua namorada e beijá-la, mas conteve-se. E então continuou a falar.


 


- Achei uma academia muito legal, espaçosa, perto da nossa casa, eu fiz uma aula de Muay Thai e gostei muito e já fiz amizade com uma garota que também luta karate.
- Ah, que legal. Você estava precisando disso mesmo. E o professor é bacana? - E essa garota que luta karate está fazendo Muay Thai também?
- Uhum, o nome dela é Amanda, ela é gente boa. – falou.


     E o casal continuou a conversar até entrarem no carro que estava estacionado na rua. Dulce fechou os vidros e ligou o ar condicionado, saindo com uma velocidade reduzida por conta dos estudantes espalhados pela rua.


- Vai falar com Heimel hoje?


- Ele quer jantar comigo, – respondeu – eu quero lhe fazer muitas perguntas.


- Não vá a lugares desconhecidos com ele, – Dulce advertiu – não sabemos nada dele.


- Eu sei, Dulce – sorriu – não se preocupe.


- É bom advertir. Às vezes ele vem com uma conversa de confiança por ser seu pai, e pede para você ir para algum lugar fechado com ele. – disse com preocupação, desviando sua atenção por um minuto para Any, mas logo voltou ao trânsito.


 


OoO


 


     Na faculdade, Leona estava saindo de sua sala, sentindo dificuldade de segurar a sua mochila e mais alguns livros por conta de seu braço quebrado. Andava lentamente, olhando para baixo, pedindo aos deuses para que nada caísse no chão.


- Quer ajuda?


     A morena olhou para o lado, reconhecendo aquela voz grossa e baixa. Era Juliana que lhe sorria, estendendo a mão, puxando os livros que estavam embaixo de seu braço.


- O que faz aqui? – indagou seriamente.
- Eu vim buscá-la, – respondeu – não precisa ficar pegando táxi para casa, eu te levo.
- Não preciso, meus pais...
- Eu falei com sua mãe, ela adorou a idéia de eu levá-la. – sorriu, começando a caminhar ao lado de sua prima.
- Você não presta. – disse, soltando um suspiro – eu não vou namorar você.
- Não? Por quê?
- Eu já disse os motivos. Você nem sequer me merece.


     A ruiva não disse mais nada, aquele não era o momento e nem o lugar para isso. Saíram do campus e foram diretamente até o carro esporte.


- Pode devolver meus livros, eu vou chamar o táxi.


- Não mesmo, – disse, abrindo a porta do carro, jogando os livros no banco de trás – você vai comigo.


- Você quer me conquistar de um jeito errado. – Leona disse.


- Não, Leona. Eu já te conquistei, eu só estou tentando fazer você parar de fingir que não quer nada comigo, – falou com irritação – entra logo no carro, eu estou perdendo a paciência.


- E vai me bater de novo?


- Não! – disse, cerrando os punhos – Não vou, mas eu sinto vontade de te jogar nesse carro.


- Joga! – sorriu – Vamos lá, pode me jogar.


     A ruiva avançou na morena que tremeu levemente, sentindo seu braço ser agarrado para depois ser arrastada até o carro, onde foi jogada no banco da frente. Juliana fechou a porta e deu a volta, sentando-se no banco de motorista.


- Eu não queria fazer isso, – disse – mas esse é o meu jeito e você pediu por isso. – ligou o carro, saindo dali em silêncio.


    Leona engoliu em seco, colocou seu cinto de segurança e encostou sua cabeça no assento, ficando a observar a rua. Juliana ligou o som, deixando uma música leve e ritmada dançar por seus ouvidos.


- Quer almoçar comigo? – Juliana indagou.
- Não.
- Já comeu?
- Não.


     A ruiva bufou, voltando sua atenção para o trânsito, parou no meio do engarrafamento e passou as mãos por seus fios ruivos, jogando-os para trás. Leona abriu mais a janela, por causa do calor.


- Está muito quente. – Juliana falou.
- Sim. – respondeu mecanicamente, passando a mão por sua testa suada.
- Vai fazer alguma coisa amanhã?
- Vou sair.
- Aonde?
- Vou ver ainda. – respondeu.
- Com quem?
- Ainda não sei. – disse.


 


     A mão direita de Juliana deslizou até a perna da mais nova, apertando sua carne, recebendo um tapa no braço, contudo não se afastou, continuando a massagear a região.


- Juliana, sai fora!


      A ruiva começou a rir e retirou a mão, levando-a até a cabeça da morena, mexendo nos seus cabelos de modo desajeitando, bagunçando todos os fios. Leona começou a tentar afastar a mão que brincava com seus cabelos e depois de muito tentar, segurou os dois braços de Juliana.


- Parece uma selvagem – Juliana comentou.


     A mais nova se olhou no retrovisor, vendo que estava suada, vermelha e descabelado. Ela sorriu, quebrando um pouco a irritabilidade, e sem perceber foi soltando os pulsos da sua prima.


- É melhor quando nós estamos rindo, não é mesmo? – Juliana comentou, deixando sua mão deslizar pelo braço de Leona – Brigar não faz bem para ninguém. E eu entendo que você tem o seu orgulho.
- Juliana... você me deixa tão triste. – confessou.
- Eu te comparei demais com alguém que não tem nada a ver com você, mas eu só fazia isso para colocar na minha cabeça que eu não gostava de você, quando na verdade... eu só conseguia pensar em você. – confessou, exibindo um sorriso entristecido – Perdão.
- Nem me fale dela novamente, por favor. – pediu, encostando a cabeça no assento, virando o rosto na direção oposta da mais velha.
- Ela me foi muito importante, eu a amava, – Juliana falou baixo – contudo quero que saiba que eu não gosto de você, porque vocês são irmãs. Você e ela são diferentes, e é impossível comparar.
- Eu já entendi, Juliana. Eu já entendi, – disse com uma voz chorosa – não quero mais falar sobre isso.
- Mas você precisa ouvir – disse num tom desesperado – quando eu te falo merda, você ouve e agora que eu tento me explicar você não quer ouvir? Presta atenção, amo você, não sou de ficar repetinda, não sou o tipo romântica, mas... essa é a verdade.


     Leona passou a mão por seu rosto, secando as duas gotas que escorreram, respirou fundo e cruzou os braços, deixando seu rosto na direção oposta.


 - Você não sabe ser romântica mesmo. – falou.


- Eu sei, mas se quiser, eu posso ser, por você. – disse.


- Seja como quiser ser, – falou – não sou nada sua.


- No mínimo a pessoa que eu mais me importo nesse mundo, se quer saber.


- Realmente, Juliana. Não combina com você, pare de falar essas coisas sentimentais. Você comprou um livro de romance? – indagou, rindo baixinho, contudo ainda estava fragilizada.


- Eu até pensei, – riu alto – brincadeira. Não preciso disso, pois te conheço melhor que ninguém para saber do que você gosta ou não.


     Uma buzinada ecoou pela rua, Juliana voltou sua atenção ao volante vendo que o carro a frente havia se deslocado há muitos metros, pisou no acelerador e conseguiu dirigir tranqüilamente, desejando que o trânsito parasse novamente, para secar as lágrimas da sua prima.


 


OoO


 


      No apartamento, Any estava jogada no chão da sala, desejando que o calor fosse embora. Dulce estava na cozinha, fazendo um suco de frutas para elas.
O celular da loira tocou, Any se arrastou até o aparelho e atendeu:


- Alo?
- Any, é a Victoria.
- Oi, tudo bom?
- Vamos ao barzinho, hoje?
- Não vou poder. – disse com a voz sonolenta.
- Ah, larga de ser chata. Sua namoradinha não deixou? Leve-a também!


     Any revirou os olhos e olhou para Dulce que apareceu na sala com uma jarra de suco e dois copos de vidro, a karateca colocou os objetos na mesa e olhou para sua namorada que estava com uma cara de enterro ao telefone.
Dulce podia ouvir parte da conversa quando sentou-se ao seu lado e não havia gostado de saber que era uma mulher e que estava tentando arrastar Any para um barzinho.
     A karateca sentiu seu sangue ferver ao ouvir a seguinte frase: “fala para sua namoradinha que eu não vou te pegar, hoje”. E nesse momento ela arrancou o celular da mão de Any.


- Ela já disse que não vai. – Dulce falou.
- Ah. Olá, tudo bom? Vamos conosco também.
- Não tenho vontade, não ligue novamente e dá próxima vez que for chamar a Any para sair, peça permissão para mim primeiro.
- Mesmo? Passa seu celular para mim então.
- Ou quer meu endereço? Assim você pede pessoalmente.
- Se preferir.


 


     Enquanto Dulce estava ao telefone, Any colocou suco nos dois copos e começou a beber, silenciosamente, não queria que Dulce agisse daquele jeito, mas só de notar que Victoria gostava de provocar e de se mostrar a “maioral”, talvez fosse bom mostrar que tinha um cão de guarda raivoso.
     Any sorriu ao ouvir Dulce dizendo que ia quebrar a irmã mais velha de Juliana, e quando a situação estava parecendo ficar mais tensa, Any puxou o celular.


- Sou, eu Any.
- Ah, Any. Sua namoradinha é brava.
- Eu sei. Por isso a amo. Não vou poder ir, depois nos falamos.
- Ah, tudo bem. A gente marca para outro dia.
- Sim, sim... até mais Victoria.


     E Any encerrou, colocou o celular em cima da mesa e pegou seu suco. Dulce estava alterada, ela respirou fundo e começou a beber suco também, olhando para sua namorada que começou a rir.


- E você está rindo? Essa garota está te perseguindo!
- Eu sei, – disse – quem mandou namorar uma menina linda, como eu. – sorriu, beijando a bochecha de Dulce.
- Eu tenho que cuidar mesmo. – Dul disse, passando o braço pelos ombros da menor – E não saia com ela, viu!
- Não irei, – disse – vou jantar com Heimel hoje.
- E eu vou à academia.


     O casal tomou o suco, que foi uma benção para a tarde ensolarada. E as horas começaram a passar. O céu ficou mais escuro e os ventos mais abafados, contudo o sol não estava mais no horizonte para queimá-las.


- Eu vou à academia, amanhã me mudo para cá, então depois da faculdade eu vou pegar minhas coisas. – Dulce disse, pegando seus pertences.
- Vou esperar por isso. – Any disse, beijando os lábios da sua namorada – Boa noite, e bom treino.


     As duas se despediram. Dulce desceu as escadas rapidamente e foi até seu carro, dirigindo até a academia que estava freqüentando, estacionou o carro e pegou sua mochila que estava no porta-malas.


     Quando passou pela recepção, cumprimentou os atendentes com um aceno e passou pela catraca eletrônica, indo diretamente ao vestiário. Havia algumas mulheres  andando de toalha pelo corredor, Dulce jogou sua mochila em cima de um banco de madeira e começou a retirar suas roupas.


- E aí, Dulce.


     A karateca olhou para o lado, vendo sua mais nova colega de treino. Era Amanda, ela se aproximou e estendeu a mão para Dulce, que a cumprimentou com força.


- Vai treinar hoje? – Dulce indagou.
- Sim – respondeu – acabei de chegar.


     Dulce vestiu um short preto, um pouco largo de pano e uma regata branca, calçou um par de chinelos e depois jogou seus pertences num armário a qual fechou com um cadeado, se sentou no banco e ficou esperando sua colega se arrumar.
     O corpo de Amanda era menos musculoso que o de Dulce, contudo era bem definido, talvez porque tinha tido um treinamento diferente. Suas canelas eram finas, como a maioria dos lutadores de Muay Thai e seus braços pareciam ser mais cumpridos.


- Eu pensei que não ia mais voltar. – disse Amanda, colocando um short escuro e uma camiseta branca. Ela passou a mão por seus cabelos levemente ondulados, que chegavam um pouco abaixo de seus ombros, procurando puxar seu volume para prender com um elástico.
- Por quê? – Dulce indagou.
- Porque o professor falou muito mal do karate. – disse – No começo eu fiquei incomodada, mas cada um com sua opinião e apesar dele ser um idiota... ele sabe ensinar muay thai – disse.
- Concordo. Mas eu não ligo para quem fala mal do karate, para mim tanto faz o pensamento – falou – eu pratico porque eu gosto.
- Eu também penso assim. – sorriu.


     As duas saíram do vestiário conversando animadamente. Amanda era poucos centímetros menor que Dulce,  era sorridente e sempre fazia alguma piada. Seus olhos eram verdes, grandes e escuros, seus cabelos eram de um castanho claríssimo, ficando louros no sol.


     Elas começaram a exercitar-se, competindo em alguns equipamentos de musculação, contudo não exageravam. E quando a aula de arte marcial começou, elas se dirigiram ao salão, onde havia outras garotas e alguns meninos.


- Hei, Dulce. Amanhã vai ter um torneio de vale tudo, quer assistir? – Amanda comentou.
- Eu quero sim. Que horas?
- Hum... acho que é a partir das dezoito horas, – falou – vamos?
- Sim. Onde vai ser?
- Na academia do meu amigo, a gente se encontra aqui e vamos juntas.
- Tudo bem, nós vamos com o meu carro. – falou.
- Não, vamos com o meu carro. Qualquer coisa eu te trago aqui.
- Melhor cada um ir no seu carro. – Dulce disse.
- Ah, não se preocupe, Dulce. Eu te levo em casa. – sorriu.
- Tudo bem, então. – disse.


     As duas sorriram e voltaram suas atenções ao professor que entrou na sala.

OoO


 



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Autor(a): lunaticas

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Prévia do próximo capítulo

Any estava olhando para a macarronada que estava a sua frente, o molho era incrivelmente vermelho e o aroma estava deixando-a desnorteada. Seus lábios ansiavam por aquela massa, contudo não se moveu, a pessoa a sua frente estava tentando conversar com ela. - Eu gostaria de saber mais sobre você. Hoje eu liguei para a sua casa, e sua amiga atendeu. Eu fic ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 61



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  • tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38

    Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.

  • ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27

    kd vc? volta apostar please

  • cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55

    adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)

  • cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20

    O Capitulo ta bugado Ç.Ç

  • anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48

    Deu bug no cap

  • rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12

    E essa fic aqui, como fica??

  • rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29

    cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!

  • luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20

    Postaaa maiss...

  • rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03

    POSTA MAIS!!!!!

  • maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19

    posta mais.....bjaum lu


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