Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon
Naquela mesma manhã, Leona estava jogada em seu colchão, havia sido acordada pelo som de seu celular, sua mão moveu-se preguiçosamente até o aparelho, vendo o nome da pessoa que lhe ligava.
- “Amín?” – ficou surpresa, atendendo rapidamente.
- Alô?
- Leona. Sou eu Amín, tudo bem?
- Ah, oi... eu estou bem e você? – bocejou.
- Você estava dormindo? Sua voz está estranha.
- Sim, eu cheguei tarde em casa. O que você me conta de novo?
- Vamos sair?
- Hoje?
- Sim, você não deve ter almoçado ainda. Eu passo na sua casa e podemos sair para comer algo fora. O que você acha?
- Ah... pode ser... que horas são? – indagou, sentando-se na sua cama, coçando seu olho direito com a mão, enquanto tentava visualizar a hora.
- São dez horas, eu passo aí daqui à uma hora. Tudo bem?
- Ah... tudo bem, vou tomar um banho.
- Até mais, Leona.
A morena jogou o celular em cima da cama e se trancou na suíte de seu quarto. Antes de entrar no Box, encobriu seu braço com vários sacos plásticos a fim de não molhar seu gesso, depois abriu a torneira e permitiu que a água morna começasse a cair, aos poucos começou a passar o sabonete por seu corpo. O banho foi rápido, saiu, passou um creme pelo corpo, secou os cabelos e foi direto até seu guarda-roupa.
Não pensou muito no que vestir, não estava com muito ânimo para sair. Cobriu suas pernas com uma calça jeans azul escuro, e por cima colocou uma blusa de manga comprida vinho, um tecido leve de algodão, perfeito para o dia nublado. Calçou um par de tênis e saiu do quarto.
Leona descia as escadas para o primeiro andar penteando seu cabelo com o braço esquerdo, antes de chegar ao térreo, ouviu um chamado de sua mãe.
- Não corre na escada sem se segurar no corrimão!
- Sim, sim! – falou, desacelerando seu passo, segurando-se ao corrimão.
A morena começou a cantarolar uma música qualquer, contudo sua alegria acabou quando entrou na sala, onde encontrou suas duas primas sentadas no sofá, conversando com seu pai.
- Bom dia. – Leona os cumprimentou.
- Pensei que não fosse mais levantar, – comentou o seu pai – vá tomar seu café.
- Eu vou sair. – disse.
- Aonde? – Juliana indagou de repente, entrando na conversa.
- Almoçar fora. – falou.
Victoria sorriu, levantou-se e aproximou-se da sua prima, passando a mão por seus cabelos úmidos. Elas saíram da sala lentamente e Juliana acabou as seguindo até um pequeno jardim.
- Minha irmã está muito brava comigo. – Victoria comentou.
Leona riu baixinho e indagou:
- O que você aprontou?
- Só contei que te apresentei a uma amiga minha e ela ficou muito arisca, – disse inocentemente – eu não a entendo.
As duas sentaram-se no banco de madeira, Juliana veio logo atrás, parando na frente das duas com os braços cruzados.
- Por acaso vai almoçar fora com minha amiga? – Victorio indagou.
- Não, – respondeu imediatamente – outra pessoa, uma colega do antigo colégio.
- Eu a conheço? – Victoria indagou.
- Hum... acho que não. – falou, parecendo pensativa – Sabe aquela garota que sempre está andando com a gente, aquela loirinha?
Victoria ficou um tempo pensativa e depois de lembrar a quem Leona estava se referindo, torceu o nariz.
- Você vai sair com aquela magrelinha? – indagou.
- Não, – riu baixinho – a irmã dela.
- Vai sair com Amín? – Juliana indagou de repente, não gostando nada do que estava ouvindo. Sabia que Amín gostava de sua prima e no momento poderia representar uma ameaça.
- Para Juliana ficar com essa garota essa garota deve ser perigosa. – sorriu – Você gosta dela?
- Somos amigas. – falou.
- Eu não posso acreditar que você vai sair com aquela garota! – Juliana falou com a voz alterada – O que ela quer?
Leona abriu a boca para responder, entretanto calou-se. Um empregado se aproximou do trio, avisando a Leona que havia uma visita para ela.
- Eu vou indo. Até mais. – falou, olhando para Victoria, dando apenas um olhar de relance para Juliana.
A morena se afastou com um leve sorriso no rosto, amando a expressão caótica que estava estampada na face da ruiva. Foi até a entrada principal, onde Amín estava lhe esperando.
- Oi, Leona! – Amín a cumprimentou com um forte abraço.
- Você está mudada, – Leona comentou – cortou seu cabelo! – falou com surpresa.
- Sim, – sorriu, passando a mão pelas mechas loiras – quis mudar um pouco. Vamos indo?
Leona saiu de casa, dando um aceno para sua mãe que estava próxima a porta a fim de ver quem era a amiga da sua filha. Elas foram até o carro da loura que estava estacionado a frente, não era um automóvel luxuoso, e sim velho e esporte. Adentraram no carro e Amín logo deu partida, passeando com o automóvel pelas ruas da cidade.
- O que anda fazendo? Você sumiu! – Leona comentou.
- Estou trabalhando. – respondeu.
- Mesmo? – indagou com surpresa – Não vai estudar?
- Eu não sei o que fazer ainda, estou perdida. Achei melhor amadurecer e procurar um bom emprego. – falou – Comprei esse carro com meu dinheiro, claro que tive ajuda também.
- Que legal – sorriu com entusiasmo – e você trabalha com o quê?
- Nada grandioso, sou auxiliar de escritório – respondeu – trabalho seis horas, ganho bem para minha idade. Estou gostando.
- Eu fico feliz por você, quero trabalhar também. – falou.
- E como está a vida amorosa? – Amín indagou, olhando para sua amiga.
Leona ficou um tempo em silêncio, não sabendo o que responder, não era ingênua, sabia que sua amiga nutria sentimentos por ela, contudo precisava responder alguma coisa.
- Não sei. – respondeu a única coisa que conseguiu pensar.
- Não sabe? – riu baixinho – Como assim não sabe?
- Eu... estou ignorando Juliana. – confessou.
- Mas ainda gosta dela?
- Sim, – respondeu – porém tenho muita raiva dela. Muita mesmo.
- Então a faça sofrer – falou – muito mais fácil. Por que não fica com outra pessoa nesse meio tempo?
Leona abaixou a cabeça, ficando levemente vermelha. Sua cabeça ficou virada contra a janela, observando a rua.
- Não sei. – falou novamente.
- Você sempre foi bem confusa. – riu baixinho – Tem falado com Hudi?
- Não – falou, amando a mudança de assunto – e você?
- Eu a encontrei ontem – sorriu – ela vai cursar a faculdade no meio do ano. E acredita que ela está morando com aquela garota?
- Miles? – indagou com surpresa.
- Sim – sorriu – aquela garota é estranha. Fui a casa delas, ela não fala nada!
- Eu só tenho visto a Any e sua irmã. – falou – Como está Aziel?
- Brigou com meus pais – falou – está morando sozinha num apartamento. Está procurando um emprego e não sabe o que estudar, assim como eu.
- Faz tempo que não nos reunimos. Poderíamos fazer uma reunião, não é mesmo? – Leona sugeriu.
- Sim. E como Any está?
- Muito bem, vive com Dulce... está estudando. – falou.
- Ela é corajosa de continuar com aquela monstrinha, – Amín comentou – mas a Any gosta, não posso comentar.
O carro parou no estacionamento, Leona saiu recebendo o vento frio, se arrepiou levemente e olhou para Amín que falava com o manobrista. Quando saíram do estacionamento, Amín começou a guiar sua amiga até o restaurante. Elas entraram, e sentaram próxima a janela. O lugar não era elegante, na verdade parecia um restaurante destinado aos peões. Havia muitas pessoas vestidas com seus uniformes de trabalho, almoçando apressadamente, mesmo sendo domingo.
- O que vão querer? – indagou uma garçonete, aparentando certo mal humor.
- Vamos ver ainda. – disse Amín.
A mulher se afastou e Amín se levantou, pegando dois cardápios que estavam na mesa vazia ao lado, voltou ao seu lugar, entregando uma folha de sulfite para Leona.
- Esse lugar não é chique, – Amín comentou – entretanto a comida é muito boa. Eu aprendi a apreciar outros lugares depois que comecei a trabalhar, antes eu era rica metidinha.
Leona não disse nada, pois ela era uma rica metidinha e estava com nojo daquele lugar. Ela não era nojenta na verdade, e não se importava em freqüentar lugares sem luxo, todavia o mínimo que prezava era a higiene e o bom atendimento. O chão era sujo e oleoso, tendo alguns guardanapos jogados ao chão. O mau cheiro do banheiro podia ser sentido do lugar que estavam, havia algumas pessoas sentadas no balcão, comendo feito cavalo e a garçonete parecia que ia cuspir em seus pratos.
- O que você sugere? – Leona indagou.
- Peça o comercial – sugeriu – eu vou pedir isso.
- Vou escolher esse mesmo. – falou, colocando a folha engordurada em cima da mesa. Viu Amín chamar a garçonete, começando a observar sua amiga em silêncio.
- “Amín está mudada” – pensou – “ela parece mais mulher. O corte de cabelo esta bonito, ficou melhor no rosto dela... continua com mesmo sorriso alegre, mas seu olhar está um pouco mais duro.” – refletia.
Amín fez os pedidos e voltou sua atenção para Leona que a observava silenciosamente. Passou a mão por seus cabelos, passando os dedos pela curta franja que estava levemente arrepiada, seus fios louros pareciam estar mais brilhantes.
- Você está odiando, não é? – Amín indagou.
- Ah... não. – sorriu – Aqui não é um lugar que eu viria por conta própria, mas se você disse que é bom, eu confio – falou – e faz tempo que não nos falávamos também.
- Gentil como sempre Leona. – sorriu – Eu estive pensando muito em você nesses dias.
- Ah... é mesmo? – indagou com um sorriso amarelo.
- Sim. – sorriu – Queria falar com você, eu sempre quis, mas era muito imatura para tentar algo. Entretanto agora eu vejo as coisas com clareza, depois que a gente começa a trabalhar, começa a notar que a vida passa mais rápido com você fazendo coisas que não gosta.
- Hum... tem que aproveitar as boas coisas da vida. – Leona comentou.
- Sim, e passar os momentos com as pessoas que você gosta também. – falou – Por isso estou aqui, passando meu domingo com você.
Leona desviou seu olhar para o lado ao ouvir aquilo, ela não conseguia disfarçar seu constrangimento. Amín riu baixinho e olhou para o lado, onde a garçonete se aproximava com os pedidos.
Hum... parece bom. – Leona comentou, ao sentir o cheiro.
- Eu disse que era bom, – sorriu – espero que goste.
A morena sorriu e começou a comer, pedindo aos céus para que Amín parasse de lhe dar indiretas. E o almoço transcorreu sem maiores problemas, a comida era realmente muito gostosa, contudo nada excepcional. Amín fez questão de pagar a conta, saindo em seguida com Leona que não conseguia andar direito pelo tanto que havia comido.
- Vamos andar um pouco? – Leona sugeriu.
- Hum... vamos ao cinema? – Amín indagou, apontando para o shopping que havia do outro lado da rua.
- Quer ver algum filme? – indagou a morena.
Amín sorriu e começou a atravessar a rua, sendo seguida por Leona. Elas chegaram até a bilheteria e começaram a comentar os filmes em cartaz, Amín tinha interesse em filmes de ação, enquanto Leona gostava mais de romance. No final pegaram um filme de comédia trash. A sessão eram em dez minutos, elas foram rapidamente até a sala, vendo que o filme não tinha muitos telespectadores. Afinal, era um filme que estava em cartaz há quase um mês, não havia atores famosos e nada muito atrativo. A dupla entrou na sala, vendo que havia uns dois casais e três garotas no cinema. Elas se olharam e acabaram concordando em sentarem na última fileira.
- Esse filme deve ser muito bom. – Leona comentou com ironia.
- Deve ser engraçado – falou – pelo menos vamos rir um pouco.
Elas ficaram conversando até acabarem os comerciais. O filme começou finalmente e aparentemente não parecia ser tão ruim, sendo que a dupla riu em algumas cenas.
Leona relaxou no banco, deixando suas mãos penderem no encosto do assento. A morena ficou tensa de repente e não foi por nenhuma cena que vinha do telão, mas sim pelo toque que sentiu na ponta de seus dedos.
- “Ah... cinema vazio com Amín... isso não vai prestar.” – pensou, olhando de esgueira para a loura, encontrando seus orbes azulados lhe encarando.
O braço de Amín passou por cima do ombro de Leona, que começou a suar. A loura aproximou-se do seu ouvido e sussurrou:
- Você devia ficar com outras pessoas, que com certeza lhe dariam mais valor que aquela lá.
- Hum... é... – sorriu amarelo – “O que eu faço?” – indagou em pensamento – “ah... ela está se aproximando...”.
Leona colocou sua mão esquerda no peito da louro, empurrando-a para trás. Amín parou com o que fazia e a encarou com seriedade, bufou e voltou a olhar para frente, franzindo o cenho e torcendo o lábio.
- Amín... eu vou embora. – falou.
- Por quê? – indagou com irritação – Não pode assistir ao filme comigo?
- “Ela sempre foi estourada, assim como Aziel.” – concluiu em pensamento – Você está irritada, eu estou sem graça. Eu acho...
- Leona, – a chamou, voltando a encará-la – eu gosto de você, todos sabem disso. Sou apaixonada por você. Por que não me dá uma chance?
E dessa vez a loura foi direta, deixando Leona com os olhos arregalados. A morena respirou bem fundo e ficou pensando na sua vida.
- Sua prima deve estar lhe tratando como uma rainha agora, eu acho que é por isso que você está iludida, – comentou – entretanto ela já fez isso antes. Lembra que no segundo ano você deu um basta e ela voltou para você lhe dando presentes e falando coisas bonitas?
- O que tem isso agora? – indagou a morena.
- E depois ela voltou a te tratar mal? As pessoas não mudam Leona, elas podem mudar um pouco, porém isso leva tempo. Juliana vai te maltratar novamente, ela continua possessiva, não é?
- Olha... você nem sabe o que está acontecendo...
- Claro que sei, minha irmã mais nova me conta as coisas – falou – eu pergunto de você e ela me fala que Juliana está lambendo seus pés. E depois que você voltar, ela vai ser ciumenta, vai te bater... como você é idiota, Leona. Olhe seu braço!
Leona abaixou a cabeça e tocou no seu gesso, fechando os olhos por um segundo, recebendo as imagens da noite que foi agredida por sua prima. A morena sentiu um toque em sua cabeça, ergueu o pescoço sentiu os lábios molhados de Amín na sua bochecha. Outro beijo fez Leona se derreter na cadeira. Amín levantou o braço da poltrona, fazendo com que a barreira que os separavam se fosse. Tocou na cintura de Leona e voltou a beijar seu rosto até que sua boca contornou seus lábios, antes de tocá-los silenciosamente.
- Posso te beijar? – Amín indagou.
Leona apenas balançou a cabeça positivamente, abrindo sua boca. A língua de Amín adentrou, envolvendo-a por completo. A respiração da loura estava agitada, Leona levantou seu braço esquerdo e tocou no ombro da menor.
Os lábios escorregaram para o pescoço de Leona que afundou a cabeça na cadeira, deixando que a loura fizesse o que desejasse. As mãos de Amín deslizaram pelas coxas de Leona, apertando-as, indo com sua mão para o meio de sua perna, começando a massagear sua bct. Amín foi escorregando sua cabeça até a barriga de Leona, puxando a barra da blusa para cima, deixando seus lábios marcarem a pele quente. A morena estava excitada por fazer aquilo estar ocorrendo no cinema, ela olhou para os outros casais, vendo que eles estavam na mesma situação.
- “Que loucura!” – Leona exclamou no seu pensamento.
O zíper da calça foi aberto, o som pareceu ser um estrondo para Leona que ficou mais vermelha ainda, olhando para os lados com desespero, como se alguém estivesse olhando. Amín levou sua cabeca ate a bct de Leona começando a chupar com destreza. Estava realizando um dos seus sonhos e Leona estava permitindo tudo aquilo.
- “Ah, Juliana. Quero ver sua cara quando souber que estou com alguém!” – Leona sorriu timidamente.
A mão esquerda acariciou os fios louros, Leona abriu um pouco mais suas pernas sentindo o seu orgasmo se aproximar, fechou suas pálpebras pesadamente e se concentrou na língua que envolvia seu sexo até gozar na boca que lhe deixou enlouquecida. Amín sorriu e se ergueu, fechando a calça da moreno. Puxou Leona pela nuca e lhe beijou a boca com sofreguidão.
- Leona...
- Hum?
- Vamos a um motel?
Os orbes vermelhos ficaram num tom febril, ainda estava excitada com toda aquela situação.
- Vamos? – tornou a indagar.
A morena se ergueu da cadeira e fechou sua mão no braço de Amín começando a arrastá-la para fora da sala de cinema. Amín tinha um sorriso bobo no rosto, enquanto a acompanhava.
OoO
Num restaurante pouco movimentado, Any e Heimel estavam terminando seu almoço. A loira olhava para o seu prato vazio, enquanto ouvia o discurso do pai.
- Eu quero saber o motivo dela ter te batido! – falou – Any, eu sou seu pai. Sei que você não sente nada por mim além de raiva, porém eu me importo com você.
- Nos desentendemos, – falou – ela não me agrediu.
- Não? – riu alto – Então deram outro nome para agressão?
- Eu vou embora, não quero mais falar sobre isso!
- Any! – a chamou, fechando a mão em seu pulso – Sou seu responsável, me preocupo com você.
- Você não é meu responsável. – falou com revolta.
- Any, eu falei com meu advogado, pela nossa situação, até seus vinte e um anos, eu sou responsável por você sim. – falou com seriedade – Não queria impor isso, mas você precisa de ajuda.
- Ajuda? – indagou.
- Sim, eu gostaria de saber mais sobre sua saúde também.
- Co... como assim? – indagou sem entender.
- Como Aimée tinha problemas mentais, talvez... você possa ter alguma... como posso dizer? Não estou dizendo que você tem algum problema mental, mas talvez... possa ter algo e precise tratar. – falou pausadamente.
Any ficou estática, não acreditando no que estava ouvindo. Agora seu pai estava aparecendo em sua vida a fim de lhe dizer que não podia cuidar de si mesma por poder ter problemas mentais?
- Any, não seja preconceituosa, – pediu – você pode ser normal e...
- Eu sou normal! – falou num tom elevado – Agora eu quero ir embora.
- Any, eu queria conversar com você hoje, entretanto acabei esquecendo o assunto principal, – tossiu levemente – fiquei revoltado quando vi seu estado.
- Se for sobre o dinheiro eu...
- Não é sobre isso, – falou – eu queria que você morasse comigo.
- O que? – indagou, rindo baixinho – Já tenho minha casa.
- Como eu sou seu responsável por direito, eu gostaria que minha filha vivesse comigo para eu acompanhar seu crescimento. Sei que é tarde, contudo eu quero fazer isso, – sorriu – falei com meu advogado, e ele disse que eu posso fazer isso.
- “Ele só pode estar brincando.” – pensou com angústia – Mas... eu não quero isso, digo... eu já tenho minha vida e estou bem assim.
- Como você sabe que está bem? Precisa de um responsável! Adolescente sempre acha que está tudo bem. – falou, balançando a cabeça negativamente.
- Eu não quero viver com você! O que foi agora Heimel? Vai querer me prender?
- Claro que não, – falou – Any fala baixo, todos estão olhando para nós.
Any olhou para os lados e se acalmou passou a mão por seus cabelos e voltou a olhar para o homem a sua frente. O seu sangue fervia, ela queria sair correndo, todavia tinha que saber as intenções de Heimel.
- Com relação ao seu dinheiro. Aimée deixou o testamento em seu nome, por isso toda a quantia é sua, mas como eu estou vivo, eu fico responsável pela movimentação até sua maioridade. – falou.
- Hã? – indagou perplexa.
- Sim. Não posso mexer diretamente sem sua autorização, entretanto posso bloquear seus saques. – falou – Não quero seu dinheiro, filha, porém se eu te bloquear, eu impeço você de fazer coisas impensadas. Como dar dinheiro a sua namoradinha, comprar coisas fúteis ou ser enganada por alguém.
- Eu falei com meu advogado e...
- Eu sei – sorriu – ele deu o direito aos seus bens, tirando o dever como responsáveis de seus tios. Mas eu sou seu pai, o quadro muda isso e você devia ver as leis do nosso país.
- Apenas assine o documento que você deixa de ser meu responsável, assim não precisa mais se preocupar comigo. – falou.
Heimel riu baixinho, balançou a cabeça negativamente.
- Eu até concordaria, porém depois de ver seu estado, eu mudo de idéia. – falou – Você está apanhando de outra mulher, gosta mesmo de mulher ou ela te forçou?
- Claro que eu gosto dela – falou com aspereza – eu tenho cara de idiota?
- Eu queria levá-la a uma clínica amanhã depois da faculdade. Vou te buscar. – falou, retirando a carteira do seu bolso, colocando o dinheiro exato em cima da mesa.
Heimel se levantou e puxou Any, passando seu braço por cima de seus ombros, saindo com sua filha do restaurante com um leve sorriso, enquanto Any estava abalada com o que havia ouvido. Eles entraram no carro e Heimel deixou Any na frente do prédio.
- Qualquer coisa me ligue – falou – pode confiar em mim, Any. Sou seu pai e quero o seu melhor.
- “Quer o meu dinheiro, isso sim. Ainda bem que você não pode movimentá-lo.” – pensou com irritação.
Heimel passou a mão pela cabeça de Any, que não disse nada, saindo do carro. a loira abriu a porta do prédio e entrou em seguida, sem olhar uma única vez para trás. Foi subindo a escadaria até chegar em seu apartamento.
Entrou e passou pela sala, que estava silenciosa, sentiu o cheiro de cigarro vindo do quarto e quando entrou no cômodo, viu sua namorada jogado na cama, usando apenas um short e um tope, enquanto fumava. As duas se olharam e não disseram nada. Any estava sentindo-se mal por ter traído Dulce, estava irritada por ter o rosto marcado e agora estava furiosa com Heimel que estava se revelando um pesadelo.
- Sua paquera te ligou. – Dulce falou, erguendo o celular de Any na mão.
- Não fale assim, por favor. – pediu, com o coração acelerado.
- Eu fiquei pensando – Dulce falou – você foi bem sacana comigo, Any.
- “E agora eu brigo com minha namorada.” – pensou – “Minha vida está virando um pesadelo em menos de vinte e quatro horas”.
Any retirou seu tênis e sua meia, sentindo o carpete do quarto. Sentou-se numa cadeira e abraçou seus dois joelhos, abaixando sua cabeça.
- O engraçado é que eu me esforço para darmos certo e você sempre faz besteira. – Dulce comentou – Para você, qualquer coisa é melhor do que nós.
- Não diga besteira, – pediu – foi um lapso.
- Eu vou começar a ter lapsos também – falou – nunca tive lapso, Any. Por que só você os tem?
- Não sei, – falou – somos diferentes. Meus lapsos são para a traição e o seu para a agressão.
- Mas eu só tenho lapsos agressivos quando você me trai! – falou.
Any riu baixinho e disse:
- Como se eu te traísse sempre, não é Dulce?
- E outra garota te ligou hoje, – falou – pelo visto vou ter um novo par de chifres.
Any ergueu sua cabeça, olhando para a karateca.
- A sua ex-namoradinha te ligou.
- Viviane? – indagou com surpresa.
- A mesma – sorriu provocante – pediu para você ligar para ela. E depois vocês se encontram, você tem outro lapso, sentindo saudade... e...
- Chega Dulce! – pediu com desespero.
A loira saltou da cadeira e saiu do quarto, ouvindo os chamados da karateca, entrou no banheiro e bateu a porta, escorregando suas costas na parede, começando a chorar baixinho, enquanto abraçava seu corpo.
- Any! – Dulce a chamou, batendo duas vezes na porta – Eu ainda não terminei, abra a porta.
- Depois, Dulce, depois. – pediu.
- Não. Eu quero conversar agora!
- Já basta, eu já me sinto mal. – falou.
- Que bom que está se sentindo mal, sua safada! – disse com agressividade – Eu que devia estar trancanda em algum lugar com você me procurando! E não ao contrário, saia daí agora.
- Não! – gritou.
Any se ergueu lentamente e começou a retirar suas roupas, jogando-as no chão, girou a torneira e se fechou no Box de vidro, sentindo a água quente começar a escorrer por seu corpo.
- Eu não acredito que você está tomando banho! – Dulce gritou.
- Perdão, Dulce... – gritou – eu preciso... de um tempo para mim. – falou em seguida.
As pálpebras de Any se fecharam ao ouvir o chute que Dulce deu na porta. Any se sentou no chão e ficou ali, sentindo a água quente bater na suas costas.
- “Será que Heimel vai realmente me tirar daqui? E se eu sumisse? Talvez ele não me ache mais.” – refletiu – “Eu podia sumir por três anos...”.
O tempo foi passando e Any ficou com o corpo cada vez mais mole, se levantou com muita preguiça e começou a se lavar, terminando o seu banho rapidamente. Enrolou-se numa toalha felpuda e saiu do banheiro.
A loira entrou no quarto, onde sua namorada estava na mesma posição, fumando outro cigarro. Any foi até seu guarda-roupa, pegando algumas peças de roupa. A karateca desceu da cama e puxou Any contra seu corpo, virando-a de frente.
- Agora podemos conversar? – Dulce indagou.
- Depois que eu me trocar. – falou.
- Está bom assim. – disse Dulce, começando a puxá-la até a cama.
Any se sentou e cruzou os braços, olhando para sua namorada, sentindo medo de seu olhar penetrante.
- Você vai ligar para essa tal de Victoria, vai mandá-la para longe e nunca mais vai falar com ela, entendeu?
- Sim. – respondeu com a cabeça baixa.
- Depois vai ligar para essa tal de Viviane e mandá-la para longe e não vai mais falar com ela, dizendo que sua namorada atual é um cão raivoso e odeia ex-namoradas, – falou – entendeu?
- Mas...
- Mas o quê? Acha ruim? Quer que eu vá embora, Any?
- Ir embora? – indagou com surpresa.
- Sim. Você acha que eu não tenho coragem? – indagou.
Any não respondeu, no seu íntimo acreditava que Dulce jamais conseguiria fazer isso, contudo não ia dizer o que pensava.
- Acha que eu não tenho coragem? – tornou a indagar.
- Não me deixe, por favor. – pediu.
Os olhos de Anahi voltaram a se encher de lágrimas.
- “Mas se Heimel estiver falando sério... eu não vou mais poder morar com você” – pensou com tristeza – “e nós estamos brigando muito... não seria bom”.
- Você só sabe chorar! – falou com irritação.
Any se levantou da cama, fazendo Dulce a copiar. A loira passou a mão por sua cabeça e voltou a olhar para Dulce. Sorriu e balançou a cabeça negativamente, não havia mais o que conversar, contudo Dulce parecia estar com vontade de jogar na sua cara seu erro.
- Quer falar mais alguma coisa, Dulce? – indagou com agastamento.
- Por quê? Vai sair de novo? – indagou.
- Eu vou tomar um remédio e dormir. – respondeu.
- Fugindo de novo, – resmungou – acho melhor não morar mesmo com você.
- Pois bem, saiba que isso vai acontecer mesmo. – falou.
- Como? – Dulce indagou com surpresa.
- Pois é, vamos aproveitar esses dias que estamos juntas brigando e depois nos separamos. – disse com amargura.
A karateca ficou estática, pensando no que ouvia da boca da sua namorada. Tocou no rosto de Any e olhou nos seus orbes azuis claros.
- Não quer viver mais comigo? – indagou Dulce.
- Claro que quero. – respondeu.
- Então por que está falando essa merda?
- Por que... – suspirou – Heimel quer que eu viva com ele.
- Ah? Aquele velho está louco?
- Ele falou que tem direito sobre mim até meus vinte e um anos e que quer viver comigo. E vai barrar meus saques em dinheiro e cuidar de mim. – falou – Fiquei revoltanda quando ouvi isso, quero dormir um pouco.
Dulce esqueceu sua raiva e deu mais atenção a sua namorada.
- E mais... ele quer me levar em uma clínica para fazer exames, para ver se eu tenho alguma doença mental igual a da minha mãe. – disse – Ficar ouvindo que sua mãe é doente é revoltante. – sussurrou, passando a mão por seu rosto que estava cheio de lágrimas.
- Ele quer... ver se você tem problema mental? – indagou com perplexidade – Óbvio que você não tem.
- Ele quer que eu tenha, – falou – assim pode cuidar de mim.
- Ele... ele... ele disse que ia fazer isso mesmo?
- Ele já marcou uma consulta, – disse – amanhã depois da faculdade ele vai me buscar.
Any deu um passo e se afastou de Dulce, indo até seu armário, começando a pegar algumas peças de roupa. Vestiu uma calcinha e uma camiseta preta.
- E você vai? – Dulce indagou.
- Eu não quero ir, mas se ele estiver falando sério, vai me levar de qualquer jeito. – falou – Imagina, eu sendo arrancado daqui por enfermeiros em uma camisa de força?
- Eu não ia deixar! – Dulce disse.
- Eu queria fugir daqui, – confessou, fechando a porta do armário, voltando seu olhar para Dulce – sumir por três anos, até eu poder cuidar da minha vida.
- Você me abandonaria? – Dulce indagou.
- Não! – sorriu – Te amo, apesar de fazer besteira e de você me odiar por isso. – disse.
- Eu não te odeio, – falou – só fico com raiva, Any.
- Se isso te faz sentir melhor, saiba que hoje é um dos piores dias da minha vida. – falou – Vou tomar alguma coisa e dormir.
Any saiu rapidamente do quarto, sendo acompanhada por Dulce. A loira começou a procurar algum remédio para dormir, e quando o encontrou, abriu um extenso sorriso.
OoO
Alexia saiu de sua casa com um jovial sorriso em seus lábios, fazia alguns dias que não via Aziel e isso a deixou desolada. O vento fresco daquela manhã bateu contra seus cabelos, lhe dando uma ótima sensação. Suas roupas eram modernas, entretanto nada chamativas. Jeans escuro e bem modelado, blusinha um pouco justa ao corpo, chegando ao osso do quadril e um par de óculos escuros que ficou a proteger seus olhos.
A ex-loura podia pegar um táxi ou um ônibus, contudo queria caminhar. E assim ela atravessou seu bairro, com passos acelerados até chegar à frente de um prédio de tijolos, olhou para a janela que lhe interessava e sorriu. Foi se aproximando da porta e tocou a campainha do apartamento que desejava.
- Quem é? – a voz de Aziel se fez soar pelo aparelho, com uma fraca interferência.
- Sou eu, Alexia – respondeu.
O portão foi destravado, a ex-loura sorriu e adentrou, subindo pela escadaria de madeira. Não havia elevador nesse prédio, contudo ele tinha apenas cinco andares, infeliz aquele que vivia no último andar. Felizmente Aziel ficava no segundo. Duas batidas na porta e a resposta foi imediata, Aziel a abriu, olhando para a garota a sua frente, mostrando-se surpresa com sua mudança. Ela abriu um pouco mais a porta e a deixou entrar.
O cheiro de cigarro e álcool fez Alexia torcer o nariz levemente, foi andando pelo corredor, olhando a roupa suja que estava jogada ao chão. Aziel não era organizada e não tinha interesse em manter sua casa limpa. A caçula dos Javier sentou-se no sofá, Aziel se aproximou encostando-se no armário de madeira, voltou a tragar seu cigarro suas roupas não estavam limpas, parecia uma bêbada vagabunda. Mas isso não era totalmente mentira.
- Você está bem? – indagou Alexia.
- Sim – respondeu – e você?
- Também. – sorriu – Quer sair hoje?
- Não. – respondeu – O que aconteceu com você?
- Hã?
- Resolveu mudar sua aparência? – indagou.
- Sim – sorriu – cansei do meu rosto. – falou, passando a mão por seus cabelos.
Aziel balançou a cabeça para os lados, olhando para o corpo da menor com atenção, esboçou um leve sorriso e pegou a garrafa de vodka que estava em cima da mesa. A mais velha sentou-se no sofá e a estendeu para Alexia.
- Beba comigo. – falou, ligando a televisão. Ela se acomodou no sofá e colocou seus pés em cima da mesa central da sala, que estava repleta de papéis, restos de comida, copos com bebida e várias cinzas de cigarro.
Alexia bebeu um pouco, sentindo seu corpo rejeitar aquele líquido. Ainda era cedo, ela não costumava beber nesse horário e também não apreciava o álcool desse jeito.
- Só isso? – indagou Aziel, olhando para a garrafa que lhe era estendida – Beba mais, não me venha aqui para mostrar sua frescura.
- Não consigo beber de manhã. – falou.
Aziel puxou a garrafa e deu um longo gole, sentindo prazer no líquido que muitos julgariam forte e intragável naquele horário. A loura sentiu um toque em sua nuca, olhou para o lado, vendo que Alexia lhe acariciava. A mais nova ficou ajoelhada no sofá, aproximando-se lentamente até afastar a garrafa da boca de Aziel, para substituir por seus lábios secos.
Os braços de Aziel ficaram lado a lado de seu corpo, ela deixou a garrafa ser colocada no chão, enquanto sentia seus lábios serem mordiscados. Quando se livrou do objeto, Aziel segurou o rosto de Alexia com as duas mãos, aprofundando ainda mais o beijo. A caçula dos Javier passou suas pernas pelo corpo da maior, sentando-se nas suas coxas, enquanto sentia sua boca ser devorada. As mãos de Aziel desceram pelo corpo de Alexia, parando com as mãos espalmadas nas suas nádegas, apertando-as com desejo.
- Pensei que fosse ficar chorando na sua casa para sempre. – Aziel falou quando suas bocas se separaram.
- Não consegui ficar longe de você. – Alexia sussurrou, beijando o pescoço daquela por quem se apaixonara – Pensei... que... não... queria mais... me ver. – revelou, entre os beijos.
Uma risada doce invadiu os ouvidos de Alexia, ela ergueu sua cabeça, encarando Aziel com surpresa.
- Você não sabe com quem está lidando, criança. – falou.
- Como assim? – indagou sem entender.
- Quer mesmo se relacionar comigo? – indagou, apertando as coxas da outra com firmeza.
- Claro. – disse o óbvio – Não deixei claro meus sentimentos?
- Ah, eu pensei que fosse desistir, entretanto você é insistente – falou – e eu não sou delicada e sensível, por isso, pensei que fosse sair chorando nos braços da sua irmã.
- Eu queria que você me tratasse melhor. – confessou, fechando suas pálpebras.
- Hum... melhor como?
- Bom... saísse comigo de vez em quando. – sorriu nervosa, perdida no olhar que estava lhe sendo dirigido.
- Só isso?
- Não, tem mais. Queria que mostrasse se importar mais comigo, que me dissesse algumas coisas legais de vez em quando... coisas do tipo. – falou.
- Coisas do tipo? – indagou, erguendo uma sobrancelha – Quer que eu te dê flores e diga que te amo?
- Não precisa exagerar, – riu baixinho – não sou idiota como você pensa.
- Diga-me, você só se relacionou com sua irmã até hoje? – indagou.
Alexia suspirou, não gostava de falar de sua relação com Kirias, contudo Aziel vivia lhe perguntando.
- Sim. – respondeu.
Aziel riu com vontade, divertindo-se com seus próprios pensamentos.
- O que foi? – indagou com constrangimento.
- Você é ridiculamente inexperiente – falou – só beijou a irmãzinha mais velha.
Alexia abraçou o pescoço de Aziel e afundou seus lábios na curva de seu pescoço, sentindo o corpo da outra tremer por conta da risada.
- Eu não sou inexperiente, – sussurrou com revolta – sou muito boa no que faço.
A risada foi cessando, Aziel puxou a cabeça de Alexia, tentando pegar pelos poucos cabelos que ela ainda tinha.
- Quer uma relação séria então? – indagou a mais velha.
- Claro que sim. – sorriu.
- A último garota que me relacionei, foi aquela do colégio – falou – você se lembra?
- Como poderia esquecer? Não me esqueço do dia que você me empurrou e Kirias foi te bater. – falou.
- Ah... se pudesse eu teria espancado sua irmã – falou – pena que aquela diretora me dizia para não arranjar brigas.
- Cameron? – indagou com surpresa – Por que ela te pediu isso?
- Hum... quando eu entrei no colégio, não sei se você sabe disso, mais eu briguei com quase todas os garotas, que acabaram pedindo para os pais as retirarem do colégio. – falou.
- Até aí, isso chega a ser normal. – disse.
- Pois é... Cameron veio falar comigo depois disso para eu não fazer mais nenhuma confusão. – contou.
- E então você virou uma garota comportada? – Alexia indagou num sorriso, contudo voltou a ficar séria ao ver o semblante compenetrado da mais velha.
- Aquela mulher... não é de falar em vão. – falou baixo.
- Como assim? – indagou com curiosidade.
- Nada demais, não quero falar sobre isso, – disse – mas saiba que um relacionamento sério comigo não é fácil.
- Não? – sorriu – Conte-me o motivo.
- Eu sou ciumenta. – falou.
- “Ótimo, ninguém pode ser mais ciumenta que Kirias.” – pensou com otimismo – Tudo bem, eu aceito. Só isso?
- Sou possessiva, – sorriu, passando os dedos pelo queixo da menor – agressiva, intolerante, desconfiada e controladora.
- Nossa! Tem mais alguma coisa? – indagou com um extenso sorriso.
- Ah... e eu não gosto de falar duas vezes. – disse – Acho que é tudo.
- Para mim, está ótimo, – disse – desde que eu possa ficar com você.
Aziel beijou o queixo de Alexia, deixando sua língua resvalar até a sua orelha.
- Não aceito que me contradigam, não gosto que minha namorada fique andando com outras garotas e gosto que minhas atitudes, por mais insanas que sejam, sejam apoiadas. – sussurrou.
Alexia ficou pensando naquelas palavras, sabia que Aziel estava falando sério e se fosse analisar a personalidade, ela estava lhe dizendo a verdade. Contudo era uma garota apaixonada, mesmo que ouvisse que ela era uma psicopata, Alexia ia acabar lhe aceitando.
- E se quiser se relacionar de verdade comigo, eu quero que conte para sua irmãzinha quem come você todos os dias. – pediu.
A menor travou diante daquele pedido, arregalou os olhos e ficou encarando os orbes azuis da mais velha.
- Por quê? – indagou.
Aziel sorriu, divertindo-se com o desespero da outra.
- Porque ela precisa saber que não poderá mais te tocar, e se ela se sentir incomodada, pode vir falar comigo.
- Mas... mas... ela não vai aceitar, ela vai vir aqui e vai querer...
- Shhhh! – pediu silêncio, colocando o seu dedo indicador na frente dos lábios de Alexia – Sem pânico. Se não quiser falar, eu a encontro e falo com ela.
- Não mesmo, eu prefiro falar. – disse.
- E mais uma coisa, não aceito dúvida, confusão de sentimentos e lapsos. Se você não sabe se quer sua irmã ou a mim, vou logo dizendo para esquecer. – falou.
- Eu não quero mais minha irmã. – falou, sentindo seu coração acelerar.
- Bom mesmo, então não será difícil. Apenas diga que é minha namorada, me pertence, dê meu endereço, pois eu quero que ela venha falar comigo e ponto final. – sorriu.
Alexia se acomodou no colo de sua mais nova namorada, estava feliz ao mesmo tempo em que sua tensão começava a lhe perturbar.
- Vá falar com ela, depois venha me ver. – disse, empurrando o corpo menor para o lado. Aziel se levantou e caminhou até a porta, abrindo-a – Vá para casa.
A menor se ergueu mecanicamente e foi até a porta, antes de sair pensou em dizer alguma coisa, porém foi literalmente empurrada para fora pelas mãos fortes da maior.
- Hei! – Alexia a chamou, empurrando a porta que se fechava – Eu tenho um acordo também.
- Qual? – indagou Aziel.
- Não quero mais ser chutada da sua casa assim. – falou.
- Quando for minha namorada, será mais difícil eu deixar que você saia daqui. – revelou, rindo baixinho.
A menor ficou atordoada com aquelas palavras, porém não disse mais nada, ouvindo o estrondo da porta se fechando, foi descendo lentamente a escadaria, com um sorriso leve nos lábios. Estava contente!
- “Ótimo... vamos contar para minha irmã. É hoje que eu vou ouvir.” – pensou.
A ex-loura pegou um ônibus e em poucos minutos já estava em sua casa. Foi até seu quarto, a fim de calçar um par de chinelos, quando terminou foi até o quarto da sua irmã, encontrando-a jogada no chão do quarto, lendo um livro sobre medicina.
- Kirias... posso falar com você? – indagou com uma voz baixa e acanhada.
A mais velha se ajeitou no chão, fechando seu livro de capa dura, olhando com certa surpresa para a sua irmã.
- O que quer? – indagou Kirias.
- Er... eu queria falar sobre... bom... er... – respirou fundo, tentando achar palavras para começar.
- Sobre ontem? – indagou a irmã.
- Não... – falou – Bom... é sobre outra coisa.
Kirias se ergueu ao ver que sua irmã não ia conseguir lhe falar nada. Foi se aproximando até tocar em seus ombros.
- Pode falar. – disse com uma voz calma.
- Sobre minha namorada. – falou.
A mais velha sorriu, ansiando que sua irmã lhe contasse mais sobre seu pequeno segredo. Kirias a puxou até a cama, onde ambas acabaram se sentando.
- O que quer me falar sobre ela?
- Eu queria dizer... que você a conhece. – revelou.
- Conheço? – indagou, cruzando os braços – Quem é?
- E você não gosta dela. – falou, suspirando
- Ah... era por isso que não havia me contado. – falou com agastamento – Fala logo quem é.
- Promete que não vai dar chilique? – pediu.
- Desde quando eu dou chilique? – indagou com revolta.
- Ah... – sorriu – bom... então, prometa que...
- Não vou prometer nada, apenas me diga quem é, pois eu quero saber. – falou com irritação – Com certeza eu não vou gostar, não vou aceitar e vou ficar revoltada. Quem é?
A coragem de Alexia sumiu diante aquelas palavras, ela ficou olhando para o chão, enquanto mexia com certo nervosismo nos seus dedos das mãos. Kirias segurou os pulsos da sua irmã, lhe tomando a atenção que desejava.
- Só fale o nome, não é tão difícil. – disse.
Alexia abriu a boca, Kirias ergueu as sobrancelhas e ficou mais atenta, contudo nenhum som foi ouvido.
- Se está tão difícil falar... o que você acha de escrever? – Kirias indagou.
- Háã?
- Eu li isso num livro – falou – se está com medo de me falar, escreva num papel que eu leio.
- Eu não preciso disso, – disse – não tenho medo, só não quero que você dê chilique.
- Olha Alexia, se você não me falar, eu...
- Aziel. – falou de repente.
- O quê?!
- Pronto, falei. – disse.
- Repete isso! Eu não ouvi direito! – pediu num grito.
- Aziel. – falou mais baixo.
Kirias ficou com as faces avermelhadas, as veias que ficavam em seu pescoço estavam saltadas por conta do nervosismo. Apertou os pulsos da irmã com mais força e logo os soltou, pois poderia quebrá-los.
- Você está se encontrando com essa garota desde quando?! – indagou, começando a chacoalhar o corpo da sua irmã.
- Kirias... pára... pára de me... chacoalhar. – pediu, tentando parar sua irmã.
- Desde quando?!
- Ah... desde as férias, a gente começou a conversar. Lembra?
- Eu não acredito! Eu odeio aquela idiota. Você é minha irmã, não podia fazer isso! Você está proibida de...
- Não, você não manda em mim, – falou de repente – eu gosto dela, quero ficar com ela e você não vai fazer nada!
Kirias parou com seu acesso, respirou fundo e começou a se acalmar, sentindo as batidas aceleradas de seu coração.
- Alexia, aquela idiota só vai te fazer mal. Ela pode querer se vingar de mim, alguma coisa do tipo...
- Não, ela gosta de mim. – falou.
- Como pode ter certeza? As pessoas não são sinceras.
- Eu sei, tenho um bom exemplo disso. – falou, olhando com desafio para Kirias.
- Eu não sou falsa com você. – disse.
- Não? – riu baixinho – Claro que é Kirias, vive querendo me pegar pelos cantos para depois falar que ama outra.
- Você está com raiva de mim por isso e agora quer estragar sua vida com alguém que não presta. Não vou permitir isso!
- Ah, o mundo gira em torno de você, senhora Kirias! Eu só quero a Aziel, porque estou com raiva de você. Aziel só quer namorar comigo, porque ela não gosta de você! O que mais?
- Pára de ficar falando o nome dessa verme! – gritou.
Alexia se levantou, com a respiração acelerada, sabia que não seria uma conversa fácil com sua irmã e que ela jamais aceitaria tal situação, contudo era necessário enfrentá-la.
- Eu vou falar com essa idiota e você não vai me impedir. – disse.
- Tudo bem. – disse.
Kirias se tranqüilizou ao ouvir aquilo, sorriu levemente, imaginando o tratamento que daria em Aziel.
- Apenas me passe o endereço dela, – pediu, caminhando até sua escrivaninha, onde havia um bloco de notas – escreva aqui.
Alexia escreveu o endereço e entregou a irmã que olhou com atenção, vendo que era relativamente perto de sua casa, foi até o armário, colocando uma blusa, calçando um par de tênis.
- Vai falar o que para ela?
- Apenas para não te procurar mais. – disse.
- E nós vamos nos ver. – falou.
- Veremos se ela vai querer te ver depois da conversinha que eu vou ter com ela. – disse, abrindo a porta do quarto – Quer ir?
- Não. – respondeu.
- Acho melhor mesmo, – sorriu – pois você ia ficar chorando.
Kirias saiu do quarto, ouvindo um palavrão da sua irmã, desceu as escadas, olhando para uma empregada que estava preocupada com a gritaria que ouviu do quarto. A loura não disse nada e foi até a garagem, pegando seu carro e saindo pelas ruas.
- “Vamos botar um fim nessa família do inferno. Mais uma Honoi para me dar dor de cabeça.” – pensou.
OoO
Continua...
Autor(a): lunaticas
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 61
Para comentar, você deve estar logado no site.
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tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38
Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.
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ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27
kd vc? volta apostar please
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cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55
adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)
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cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20
O Capitulo ta bugado Ç.Ç
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anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48
Deu bug no cap
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rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12
E essa fic aqui, como fica??
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rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29
cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!
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luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20
Postaaa maiss...
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rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03
POSTA MAIS!!!!!
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maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19
posta mais.....bjaum lu