Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon
Kirias olhou para o jardim de sua casa, observando um casal de borboletas dançarem juntamente com a brisa fria daquela manhã. Ela suspirou, tocando na sua bochecha que estava marcada com vergões da briga anterior.
- “O que eu estou fazendo afinal?” – indagou em pensamento.
No fundo admitia que suas ações estivessem caindo constantemente num erro que lhe trazia infelicidade. O sentimento que nutria por sua irmã era forte e perturbador e por ter tamanha intensidade, ela mesma confundia-se entre o amor carnal e fraternal.
- “Ela parece feliz, e não sou eu o motivo de sua felicidade. Talvez eu seja apenas... uma invejosa”.
Kirias vestiu uma roupa despojada e saiu de sua casa a pé, a fim de andar um pouco e colocar os seus pensamentos em ordem. Alheia a briga com Aziel encontrava-se Madona, que mal suspeitava de toda essa agitação.
- “Não posso magoá-la também.” – pensou – “Ano que vem ela estará vivendo nessa cidade também, contudo eu estou ansiosa demais para esperar”.
Talvez se Madona morasse por perto, Kirias não tivesse suas recaídas, afinal teria seu amor sempre por perto. Contudo, a distância deixava seu coração com uma vaga vazia que sempre era preenchida pela voz da sua irmã a quem via todos os dias. As mãos da loura foram parar em seu moicano, bagunçando-o com certa irritação. Ela não conseguia colocar seus pensamentos em ordem.
- “Se eu terminar com Madona, vou me arrepender depois e infernizar minha irmã de novo. E depois que ela ficar próxima a mim, eu vou querer voltar... pensando bem, eu não presto.” – concluiu com tristeza.
A loura sentou-se na calçada, olhando para os carros que passavam pela avenida, algumas pessoas a olhavam com curiosidade, mas nada que realmente as fizesse pensar na garota. Uma bêbada qualquer! Foi o que a maioria pensou. Kirias abraçou seus joelhos e ficou com o queixo apoiado nas pernas, deixando sua mente decifrar suas ações.
- “Eu não fui nada correta. Eu reconheço que sou egoísta e ciumenta, diferente das outras pessoas que nunca reconhecem que erram e continuam insistindo no erro. Entretanto por que eu continuo insistindo sabendo que estou errada?” – refletia – “A mente humana é assustadora.” – concluiu, tossindo levemente, sentindo o vento frio arrepiar seus pêlos.
Um som alto chamou a atenção de Kirias, ela olhou para o lado e arregalou os olhos por um instante, vendo um garoto brigando com um homem na rua. Algumas pessoas que passavam pararam para presenciar a discussão, enquanto outras atravessaram a rua para não se envolver. A dupla começou a caminhar pela calçada, esbravejando e xingando o outro. Quando eles pararam na frente de Kirias, esta encolheu suas pernas para impedir que pisassem nos seus pés.
- “Esse garoto... ele está na minha sala.” – pensou, olhando para o mais novo que parecia estar mais alterado.
O homem que até agora gritava acabou desistindo, afastando-se do mais novo, praguejando algum palavrão. O olhar do mais novo parou na direção de Kirias, observando-a com atenção, assustando-se por um momento ao reconhecê-la.
- Você está na minha sala, não é? – indagou o outro.
- Sim. – respondeu seco.
Ele abriu um largo sorriso e se sentou ao lado de Kirias, chamando a atenção dos pedestres para a loura sentiu o cheiro de bebida e depois notou que os olhos do outro estavam vermelhos.
- Oi, eu sou o Bombom. E você é?
- “Bombom?” – torceu o nariz ao ouvir o apelido do outro.
Kirias se ergueu rapidamente e começou a caminhar pela calçada, com as mãos no bolso e a cabeça baixa, ignorando os chamados do outro, que acabou correndo atrás dela, andando ao seu lado.
- Você não é muito de falar,– falou – eu notei você na sala. Todo mundo ficou assustado com seu jeito, aliás... o povo lá é muito certinho. Eu gostei de ver uma garota como você no curso de medicina.
- “Era o que me faltava!” – Kirias suspirou – “Um viciado e bêbado me atormentando justamente hoje!”.
- O que você fazia deitada na calçada?
- Não te interessa – respondeu – agora me deixe em paz.
Bombom parou de andar por um segundo, coçando seus olhos cor de mel, que agora estavam bem avermelhados. Ele tossiu levemente e voltou a seguir Kirias.
- Não fui para a faculdade hoje. O que teve de interessante?
Kirias não respondeu começando a se irritar com as milhares de perguntas que estavam sendo dirigidas a ela. Por um momento se segurou para não socar o menor que lhe infernizava. A loura chegou à rua de sua casa, mas achou melhor não entrar ou então aquele louco ia descobrir onde morava. Kirias passou na frente de seu lar, sentindo vontade de entrar e se deitar, todavia não podia.
- Você parece pensativa! Aconteceu alguma coisa?
- Por que está me seguindo? – Kirias indagou e parou de repente, olhando para o garoto.
- Er... eu queria conversar um pouco, loira. – respondeu meio sem jeito, passando a mão por seus cabelos castanhos escuros, desarrumando-os.
- Está vendo aquelas pessoas passando? – Kirias indagou, apontando para a avenida que estava a alguns quarteirões à frente.
- Sim... estou vendo. O que têm elas? – sorriu com certo entusiasmo.- Talvez alguma delas tenha paciência para ouvir um fedelho como você. – respondeu, voltando a andar.
- Ui... você é muito cruel! – gritou, saindo correndo em seguida, deixando Kirias finalmente a sós.
- “Pior que vou encontrar esse idiota amanhã na aula.” – pensou – “Mundo de idiotas. Ah! Eu não quero mais olhar para a cara de ninguém hoje!”.
OoO
Enquanto Kirias estava perdida nos seus pensamentos, sua irmã mais nova estava jogada no sofá da sala, assistindo com sua mais nova namorada. E ao invés de Alexia sentir-se mal com a atitude de Aziel com relação a sua irmã, ela estava calma, gostando de saber que poderia tomar atitude sozinha agora.
Não depender mais de Kirias era algo novo em sua vida, as pessoas podiam não entender, contudo a sensação de liberdade era indescritível. Ela estava beijando outra pessoa, ia beber em bares novos, conhecer pessoas através de uma nova indivídua. No passado, tudo que fazia era ligado às vontades e gostos de Kirias.
A sua cabeça estava deitada no colo de Aziel que fumava seu cigarro. O cheiro a incomodava, porém não seria impertinente a ponto de comentar com Aziel em sua própria casa que não gostava daquele odor. Ainda não acreditava que estava sendo tratada com carinho, tinha medo que Aziel voltasse a desprezá-la.
Os seus dedos finos e compridos estavam pousados na perna desnuda de Aziel, acariciando a região num doce carinho. Aziel desligou-se um pouco da tv e olhou para os fios negros que estavam logo abaixo, tocando na cabeça de Alexia que continuou olhando para a televisão.
- Você ficou brava comigo? – indagou Aziel.
- Não.
- Não se importa com sua irmã?-
- Claro que sim, mas ela estava precisando disso.
- Acha mesmo?
- Sim. Kirias tem que ver que as coisas não são sempre como ela quer. Eu tenho medo que minha irmã arranje encrenca no futuro... – suspirou – e acaba encontrando um louco armado.
- Ela é imprudente, - riu baixinho – adorei socá-la.
Os dedos que acariciavam pararam de repente, ficando imóveis. Aziel observou aquilo e riu mais alto, puxando a cabeça de Alexia para cima que se sentou no sofá. A mais velha tocou no seu rosto, encarando a irritação estampada naquele olhar.
- Por que me encara assim?
- Não quero ouvir isso.
- Incomodou-se?
- Claro.
- Poupe-me, Alexia. Eu odeio sua irmã, você devia saber disso. E ela me odeia e se você me escolheu, eu espero que apóie minhas decisões.
- Eu posso apoiar, mas não quero que me venha dizer que adorou bater nela.
- E o que você vai fazer se eu repetir?
Alexia engoliu em seco. O que faria se Aziel começasse a implicar com aquilo? Será que conseguiria viver com uma pessoa que vivia a falar mal da sua amada irmã? A ex-loura vivia com sentimentos intensos, ela amava duas pessoas com a mesma força de formas diferentes. A qual lado ficar?
- Por favor... – pediu, fechando os olhos.
Aziel aproximou-se, beijando os lábios com calma, deixando sua língua resvalar por sua boca sem nenhuma euforia, movendo delicadamente o queixo da menor, enquanto sua outra mão acariciava os fios negros da nuca.
Elas se separaram, Alexia com os olhos fechados como uma perfeita apaixonada e Aziel com os orbes acesos e atentos, observando a feição da outra, como uma sedutora nata.
- Se te chateia, eu não falo.
- “De onde nasceu essa mulher delicada?” – indagou em pensamento – “Será que ela me tratava tão mal por capricho?”.
E pela primeira vez Aziel deixou de assistir , ela desligou a televisão e puxou a mão de Alexia que ainda estava tentando se acostumar com aquela nova pessoa em sua vida. Elas caminharam até o quarto, onde a porta se fechou num estrondo, para logo se ouvir o som da cama se remexendo.
- “Se isso for um sonho. Eu não quero acordar” – concluiu Alexia em pensamento.
OoO
Num canto mais afastado, em uma rua arborizada estava Dulce e Any. A karateca estava com uma cara de péssimos amigos para a sua namorada que resolveu não perguntar o motivo daquele mau humor, até porque sabia o motivo, e outra: Ela não agüentava mais discussões.
Dulce foi empurrando a menor até o poste de luz, passando a mão em volta da sua cintura, abaixando sua cabeça para beijar a bochecha da sua namorada, sentindo seu perfume.
- Não quero saber de nenhum deslize...
- Não venha falar isso agora, por favor. – Any pediu, interrompendo-a. Já previa que Dulce ia falar sobre traições, ela era insegura, a karateca sempre foi ciumenta e não era agora que ia mudar.
- Eu estou louca para te jogar no carro e levá-la para outro lugar.
- Mas você não vai fazer isso. – disse docilmente, acariciando o rosto da outra.
- Por que não faria? – indagou num tom mais elevado. Sua paciência estava acabando, a karateca voltou seu olhar para a casa de Viviane, olhando para a grande janela de vidro que dava visão ao interior da casa.
- Porque você sabe que eu vou ficar brava.
- Eu estou brava.
- Você sempre fica brava. – sorriu.
Os dedos da karateca ficaram a acariciar os fios louros. Dulce deslizou sua mão pelo corpo esguio e foi até a mão fria, puxando-a para atravessar a rua, indo na direção do carro. Any arregalou os olhos, andando com passos arrastados. Dulce abriu a porta do carro no lado do motorista e apontou para a mais nova.
- Entra.
- Não.
- Anda logo.
- Não vou entrar.
- Pare de fazer tudo que me irrita!
- Por que está tão irritada comigo?
- Anda, Any!
A loira queria sair correndo dali e voltar a falar com Dulce somente no final de semana como Viviane havia sugerido. E com um empurrão ela sentou-se no banco do motorista, Dulce começou a entrar também, empurrando-a para pular para o banco de passageiro. A porta do carro foi fechada atipicamente, pois a karateca tinha grande afeição por seu porsche e o tratava com carinho. Any encostou-se ao banco, soltando sua respiração, Dulce ficou olhando para sua namorada, voltando a tocá-la, puxando o rosto da mais nova.
- Beije-me. – Dulce pediu.
Any respondeu, cobrindo os lábios doces, sentindo a saliva que tanto desejou na noite passada, resvalando sua língua pela região. O beijo de Dulce lhe trazia tranqüilidade, isso é, quando ela estava calma. Pois se estivesse irritada ou eufórica, certamente que ia sentir algumas mordidas.
A blusa de Any foi invadida por uma mão quente que começou a apalpar a região dos seus seios. Dulce sentia a necessidade de tocar naquele corpo, sentir que era dela, sentir-se correspondida. As duas ficaram alguns minutos se beijando, passando a mão na outra, apertando os pontos sensíveis até sentirem uma necessidade maior de oxigênio. E assim se separaram, voltando a se encostarem-se ao banco, ambas arfavam.
- Eu vou indo! – Any falou, abrindo a porta do carro.
- Any! – a chamou num grito.
A porta foi fechada, Dulce a viu passando por de trás do carro através do retrovisor, Any já havia atravessado a rua, entrando na casa, fechou o portão e olhou para o carro, que deu partida rapidamente, saindo dali.
- “Ela ficou puta,” – Any pensou – “mas se não ficasse não seria a garota por quem eu me apaixonei.” – concluiu com agastamento, voltando para a casa.
Quando chegou à sala, olhou para Viviane que assobiou duas vezes.
- Vocês se pegaram legal naquele carro.
- Como você é bisbilhoteira.
- Ah, imagina, Any. Eu preciso de inspiração para meus romances. – sorriu maliciosa.
- Por que não arranja uma namorada, então? – indagou rudemente.
- Porque não existe ninguém interessante. – respondeu
- Mesmo? – arqueou uma sobrancelha, com desinteresse, sentando-se no sofá, enquanto encarava sua anfitriã.
- Mesmo. Apenas garotas imaturas.
- Por que sinto que você está me atacando com isso?
- Por que será? – sorriu, voltando a olhar para seu laptop
- Você sempre me irritou muito. – Any desabafou, exibindo um sorriso divertido.
- E eu adorava provocá-la. – disse, voltando a olhar para Any
- Parece que não perdeu o costume.
- E você ainda continua sendo a mesma tapada de sempre.
- Hã?
- Pois é, continua sendo tapada
- Por que eu sou tapada
- Quando vai perceber que seu relacionamento com as pessoas é completamente sem estrutura. Diga-me Any não duvido que suas amigas sejam loucas e pertubadas.
- Como afirmar isso sem saber como elas são? – indagou com irritabilidade.
- Você atrai pessoas problemáticas, Any.
- Você é uma problemática então!
- Sim, eu sou um caso sério – riu baixinho – viu como tenho razão? Você tem um pai que quer seu dinheiro, e você ainda quer ser amada por ele .Sua namorada é uma cretina.. agora sobre suas amigas... gostaria de conhecer uma..
– Ah! É mesmo? – indagou sem se irritar. Afinal, se ficasse ligando para tudo que Viviana falava, para começar elas estariam rolando no chão tentando socar a outra, desde o momento que se conheceram.
- Sim. Por que não chama uma amiga sua pra te visitar?
- Vou fazer isso, – sorriu – ah, Viviane eu vou fazer o jantar
A outra sorriu ao ouvir aquilo observando Any pegando seu celular e caminhando ate a cozinha.
- E vai convidar sua amiga para o jantar?
- Sim, – respondeu – posso?
- Claro que sim. Diga-me, Any quando eu disse "nao" para vc?
Any enrubesceu quando ouviu aquilo, lembrando das noites que teve com sua ex-namorada, realmente, ficar numa casa com Viviane era de fato perturbador. Ela acabou esbarrando numa mesinha, derrubando-a no chão junto com alguns livros.
- Desculpe! – pediu em voz alta, ajeitando a bagunça ao som da risada da escritora.
- Ah, Any. Não fique envergonhada, isso é tão normal. Você lembra que tinha medo de se relacionar com outra mulher?
- Claro... claro que sim. – respondeu, suando frio.
- Mas eu deixava você fazer tudo comigo. Mas pensando bem, hoje em dia eu não ia mais deixar.
- O que? – ergueu seu tronco, quando pegou o último livro e pôs no lugar.
- Você não ia mais ficar por cima. – disse, movendo seu dedo indicador numa negativa – Qualquer pessoa concordaria que você era a passiva.
- Ah, eu não quero falar sobre isso! – reclamou.
- Saiba que você foi a única que fez isso comigo, Any.
- Mesmo? – indagou e arqueou as sobrancelhas em surpresa.
- Feliz em saber isso?
- De certa forma, sim.
- Egoísta. Eu sempre quis fazer em você.
- Ah... hehe... que coisa.
- Por que está tão nervosa falando comigo? Você está quase escondida atrás dessa samambaia!
Any olhou para o lado, vendo o grande vaso de planta. Ela suspirou e deu um passo para o lado, afastando-se da samambaia com um sorriso amarelo. Ela não percebeu, mas sempre dava um passo para trás a cada comentário da outra. E Viviane se levantou, aproximando-se de Any com um passo arrastado. Ela usava chinelos de pêlo confortáveis e sempre vestia um roupão, como trabalhava em sua casa, ela gostava de usar roupas confortáveis. A mão da maior fechou no braço de Any de repente.
- Te peguei! – riu alto – Pronto agora você não mata minha planta.
- Sem graça...
- Hei, Any. Você não fica curiosa de saber minhas vontades?
- Um pouco, mas do que adianta saber agora?
- Tem razão, – suspirou – você namora uma idiota.
- Sim, eu namoro uma idiota. – falou, desistindo de argumentar.
- Vá fazer uma comida gostosa. – sorriu.
Any escapou finalmente, respirando com tranqüilidade. Viviane sabia como lhe deixar nervosa com seus diálogos, parecia uma ‘terroristazinha’ ambulante, com sua cabeça cheia de palavras de dicionário. Talvez fosse melhor apresentar sua ex-namorada para Kirias. Quem sabe ambas não discutam e acabem na cama? Bem provável.
Na cozinha, pegou seu celular e começou a ligar para Carei. Com certeza sua amiga era bem normal para apresentar para Viviane. E após explicar o que estava acontecendo, Carei ficou animada por vê-la, pois estava preocupada com seu sumiço.
Horas mais tarde, Any havia terminado o jantar, foi prática fazendo uma macarronada com carne assada. Ela sentou-se na sala e ficou olhando para Viviane, que digitava em alta velocidade.
- Não fique me olhando que me atrapalha. – falou a outra, sem olhá-la
Com um suspiro Any se levantou, procurando alguma coisa para fazer, pois não podia ouvir música ou ver televisão quando Viviane estava escrevendo. Podia atrapalhar sua concentração. E do lado de fora, pela calçada daquela rua. Estava Carei, aproximando-se com passos lentos, procurando o número da casa.
- “Deve ser aqui.” – pensou.
A loirinha tocou a campainha duas vezes, sentindo um pouco de insegurança. Não sabia se estava na casa certa, pois havia esquecido o número, entretanto era a única da rua que tinha o portão verde. E depois de alguns segundos o portão se abriu automaticamente e ela sorriu, entrando com passos tímidos.
Any veio receber na entrada principal, Carei lhe sorriu, subindo alguns degraus até adentrar na varanda de madeira, indo até sua amiga, abraçando-a com energia.
- Eu estava preocupada. Como você está? – indagou Carei, com um sorriso sereno.
- Eu estou bem, vamos entrando. – falou, dirigindo-se até a sala.
As duas foram entrando lentamente, Carei foi convidada a se sentar num sofá muito confortável. A loirinha olhou para a casa com um sorriso suave, admirando toda a decoração, de repente ela olhou para o centro da mesa de madeira, vendo um livro que havia lido há pouco tempo, ela o pegou na mão e começou a folhear.
- Quer beber alguma coisa?
- Um pouco de água, por favor. – respondeu.
Any se afastou rapidamente, deixando Carei a sós.
- Boa noite.
Carei olhou para trás ao ouvir uma voz forte e presente, ela sorriu para a garota.
- Você deve ser Viviane. – Carei sorriu, erguendo-se e estendendo sua mão para a mais alta, que lhe cumprimentou com um leve sorriso no rosto.
Viviane caminhou até sua poltrona, retirando o seu inseparável laptop que estava no assento e o colocando em cima da mesa, para depois sentar-se.
- Gostou do livro? – indagou curiosa, apontando para as mãos de Carei.
- Ah, eu peguei... desculpe. – pediu com certo constrangimento.
- Tudo bem. Gostou da capa?
- Na verdade eu já li.
- Mesmo? – indagou, arqueando a sobrancelha – e gostou?
- Muito – sorriu – você já leu?
Viviane começou a rir baixinho, retirando a longa mecha negra que caiu por seu rosto, Carei não entendeu aquela reação e se encolheu no sofá, desejando que Any voltasse logo da cozinha.
- Algum problema? – Carei indagou, suave, não querendo mostrar irritação apesar de começar a ficar incomodada.
- Nenhum, desculpe – pediu – eu fico feliz que tenha gostado do livro.
- Ah, gostei mesmo. E vou comprar um para minha coleção
- Não tem o livro?
- Não, eu peguei emprestado de um colega. – respondeu.
- Não seja por isso, eu te dou de presente.
- Mesmo? – indagou surpresa – Mas... mas você vai ficar sem.
E nesse instante Any apareceu na sala, entregando o copo com água fresca para Carei que recebeu com um belo sorriso.
- Viviane essa é minha amiga Carei. – falou.
- Estávamos conversando, Any – Viviane comentou – estava dando meu livro para ela.
- Gosta de romances policiais? – Any indagou, sentando-se no sofá, dando atenção a loirinha.
- Sim. Não comentei isso com você? – Carei indagou.
- Não – riu baixinho – você sempre gostou de bruxaria, extraterrestres, quadrinhos japoneses e americanos – comentou.
Viviane torceu o nariz quando ouviu as preferências da outra, sentindo-se um pouco mal por saber que seu livro estava agradando a uma garota com aquele estilo de leitura. A anfitriã suspirou, chamando a atenção das duas.
- Que sorte a sua. Vai ter o livro autografado! – Any disse.
- Como assim? – indagou sem entender.
- Ué... Viviane quem escreveu esse romance. – revelou.
Carei ficou vermelha e depois olhou para Viviane que tinha um sorriso divertido nos lábios, Any acabou rindo baixinho também, fazendo a coloração de Carei ficar cada vez mais forte.
- Eu não... sabia – disse – desculpe.
- Não tem como saber – Viviane disse – minha foto está muito diferente no final do volume.
Carei virou o livro e olhou para a foto da escritora e depois olhou para Viviane, vendo que era igual a sua aparência atual e isso a deixou ainda mais constrangida.
O trio ficou conversando na sala com certa animação. Viviane pareceu ter se interessado pela amiga de Any, pois a mesma vivia falando de quão bons eram os romances policiais da anfitriã. Mas elas logo foram para a cozinha, onde começaram a jantar.
Any sorriu satisfeita ao ver as duas conversando com entusiasmo. Agora Viviane não podia reclamar que todas suas amigas eram estranhas. De repente, Carei se levantou para ir ao banheiro, deixando as duas na cozinha.
- Viu como ela é normal! – Any sorriu.
- Sim, ela apenas tem um problema.
- Ah... claro, você sempre vê os problemas. Ela é uma serial killer?
Viviane suspirou, balançando a cabeça negativamente.
- Ela é enrustida!
Any engasgou-se com o suco, tossindo levemente.
- Deve ser apaixonada por você, pois não pára de ficar te olhando – suspirou – sim Any, suas amigas são todas estranhas, isso é, se essa for a mais normal.
- Chega. Eu vou ter que te apresentar a Kirias, - falou – essa com certeza vai dar um bom assunto para você.
- Ela é normal?
- Se a Carei não é normal, - resmungou – Kirias vai ser uma santa para você. Acho que quem tem problema aqui é você!
Viviane riu baixinho e espetou o pedaço de carne, levando a sua boca. Ela mastigou e disse:
- A propósito. O jantar está delicioso.
Any sorriu e voltou a sua comida, olhando para Carei que voltava a se sentar, sorrindo para ambas.
- “Já basta a Dulce... agora Viviane... Ah, essas duas me tiram do sério com esse papo de enrustida!”.
OoO
Três dias passou-se desde então.
A noite estava demasiada quente. O céu estava coberto de estrelas luminosas que enfeitavam aquele grande manto azulado. Uma ocasião perfeita para sair em casais de namorados...
Num barzinho arejado e com poucas pessoas estava Dulce e Amanda. Para variar a karateca estava reclamando de sua namorada, enquanto bebia sua vodka.
- Por que não termina logo? – indagou Amanda, impaciente.
- Eu gosto dela, droga!
- Mas você está deplorável. Que espécie de namoro é esse?
- Ah, você não entenderia.
- Essa Anahi já fez alguma coisa para você? Pois parece que apenas você que luta para agradá-la.
Dulce ia responder negativamente, contudo a imagem de Cameron lhe veio à cabeça de repente. Se ela falasse que Anahi não havia feito nada por ela, no momento que terminasse de reclamar, ela morderia sua própria língua e se envenenaria com sua mentira. Anahi fez a maior prova de amor da história, não podia ignorar isso.
- Sim, já fez muita coisa, - respondeu cabisbaixo – até demais. E não apenas uma vez, ela ajudou-me muito.
- Mas não é porque ela te ajudou uma vez que pode fazer o que quiser agora.
- Isso você tem razão. – falou baixinho, olhando para o líquido transparente que estava em seu copo, voltando a beber a vodka.
- Por que não diz para ela escolher entre você e essa ex-namorada.
- Porque ela vai dar chilique e brigar comigo. Isso não tem nexo, Amanda. Por que eu iria sugerir isso?
- Ah, sei lá. Vocês são tão complicadas! – praguejou, bebendo da sua cerveja.
As duas ficaram mais um tempo naquele bar, até que resolveram ir para a casa de Amanda, antes que ficassem tão alcoolizadas que não conseguissem mais dirigir.
Na casa de Amanda...
Dulce olhava para a garrafa de vodka a sua frente, tocando-a com suavidade na sua boca, contornando-a com seu dedo indicador, jogou seus cabelos castanhos avermelhados para trás e piscou algumas vezes, puxando o objeto a sua frente e o levando a sua boca, dando uma longa tragada.
Amanda estava jogada ao seu lado na cadeira, bebendo a outra garrafa com menos energia que Dulce, pois não agüentava beber muito também. Ela olhava para a karateca, observando seus seios, vendo como seus corpo era definido. A princípio invejaria seu físico, desejando ser igual, mas por uma razão sentiu mais vontade de tocar do que ser igual a ela.
- Dulce... sobre aquele negócio.
- Que negócio? – indagou com a voz baixa, olhando de canto para a companheira.
- Sobre garotas... – disse com certo constrangimento.
- Você querendo se relacionar... e eu aqui querendo me ver livre. – riu baixinho, mexendo a cabeça para um lado e para o outro.
- Eu já disse que você só quer sexo com essa garota. Por que não faz com outra pessoa e vê a verdade? – comentou
Dulce ficou pensativa, olhando para o líquido transparente, voltando a beber. A karateca se levantou de repente e caminhou até o sofá, sentando-se ali. Amanda a olhou e depois de um tempo seguiu, sentando-se ao seu lado.
- Dulce... por que você não me mostra como é.
- O que?!
- Você é minha amiga... está desse jeito. Vamos acabar com isso, eu quero muito saber. – falou.
Dulce riu alto com aquela proposta, colocou a garrafa em cima da mesa e se levantou, olhando para os cantos, procurando sua blusa pois estava apenas de top, Amanda se levantou também, um pouco nervosa com aquela risada.
- Dulce...
Os olhos de Dulce se fecharam com força, lembrando-se que Any estava dormindo na casa da sua ex-namorada e então olhou para Amanda, que estava com os olhos entristecidos e se moveu, puxando-a pelos ombros e o jogando com violência no sofá.
- Quer sentir uma mulher em cima de você?
Amanda sorriu, gostando daquele tipo de relacionamento. Nunca em sua vida pensou que seria jogada num sofá com tamanha violência.
- Então me mostra como é... e verá que sua vida só é sexo com aquela garota!
Dulce subiu em cima do corpo menor, segurou o rosto de Amanda com as duas mãos, prendendo-a para lhe olhar com atenção, vendo cada pedaço de seu rosto para depois se inclinar e fechar seus lábios com gosto de álcool na boca de Amanda, enfiando sua língua, limpando qualquer rastro de sanidade que ainda restava na mente de Amanda. A menor apertou os braços de Dulce com força, arranhando seus músculos, descendo sua mão por suas costas, sentindo como Dulce era forte. Ela gemeu baixo, excitando-se com aquela novidade na sua vida sexual.
O cheiro do corpo de Dulce estava deixando ainda mais desejosa e se surpreendia por estar tão receptiva a esse tipo de coisa. Amanda abriu suas pernas e deixou com que Dulce se acomodasse no seu meio.
A blusa de Amanda foi puxada para cima, e Dulce começou a morder os bicos de seus seios, lambendo-os, deixando sua respiração quente bater contra a pele de Amanda que se arrepiava. A anfitriã retirou sua blusa e levou as mãos até sua calça, começando a retirar com a ajuda de Dulce que foi retirar suas roupas depois.
- Vem Dulce... vamos para a cama!
Amanda se levantou e começou a puxar Dulce pela mão rapidamente até a cama. O quarto estava uma bagunça, havia muitas roupas pelo chão e a cama estava desarrumada, entretanto felizmente tinha um lençol forrando o colchão.
A bagunça daquele quarto fez Dulce rir baixinho e nesse instante ela pensou em Any, a sua loira lhe daria uma bronca se visse a casa naquele estado. Amanda puxou a colcha que estava em cima da cama e derrubou no chão, puxando Dulce para que subisse em cima da mesma. Dulce foi derrubada no colchão, sentindo sua cabeça rodar por causa da bebida, abriu seus lábios e logo recebeu a língua habilidosa de Amanda que ficou entre suas pernas.
A mão de Dulce empurrou a cabeça de Amanda para baixo com afobação, fechando seus dedos nos seus fios castanhos, prendendo sua cabeça até que a boca de Amanda chegasse a sua bct.
- Chupa! – Dulce mandou.
- Hei... vai com calma... – pediu um pouco receosa, olhando para a bct molhada de Dulce.
- Anda logo! – mandou.
Amanda suspirou, abrindo a boca lentamente, sentindo todo aquele pedaço molhado na sua boca, por um momento pensou em se afastar, todavia Dulce a prendeu e começou a mover seu próprio quadril para cima e para baixo.
- Vai... devagar – Dulce pediu.
Riu baixinho ao ouvir aquilo da karateca, e se esforçou para fazer o melhor possível. Quando começou a se acostumar com aquela bct molhada em sua boca, Dulce a puxou para cima.
- O que vai fazer? – Amanda indagou, sentando-se ao seu lado.
- O que você acha? – sorriu maliciosa.
A mão da karateca empurrou o peito de Amanda até ela se deitar no colchão. Dulce encaixou sua bct na de Amanda, esfregando por um tempo, fazendo com esse atrito a excitação de Amanda aumentar. Dulce virou o corpo da outra num único movimento, surpreendendo Amanda, e antes que ela reclamasse, Dulce puxou seu quadril para cima e a fez ficar de quatro.
- Dulce... eu...
- Você? – indagou, apartando uma das nádegas, olhando para a região com atenção, para depois enfiar um dedo lentamente no seu sexo.
- Ahhh... Dulce... por favor. – gemeu alto.
- O que foi? Não queria isso?
- Isso dói!
- Mas você vai gostar.
- Vai... devagar. – pediu.
Dulce não respondeu, mexendo seu dedo no interior daquele corpo, sentindo como era apertado. Depois retirou seu dedo e somou mais um, tentando empurrar novamente, sentindo lentamente o corpo de Amanda tremer.
O coração de Amanda parecia querer saltar de seu peito, sua testa estava pingando de suor e seus cabelos grudavam na sua nuca. Ela olhou para trás, encontrando o olhar penetrante de Dulce, e com isso sua bct reagia, ficando ainda mais molhada. A karateca fechou os olhos por um momento lembrando-se do dia que havia possuído Any pela primeira vez, de como a loira lhe sorria safada e desafiadora, propondo que ela ficasse embaixo e riu baixinho, chamando a atenção de Amanda.
- O que foi? – indagou a outra.
- Nada, apenas relaxe...
Logo Dulce colocou dois dedos em Amanda começou a pedir passagem, Amanda gemeu alto, movendo seu quadril, Dulce com a respiração acelerada, fechou suas pálpebras e lembrou-se de Viviane, despedindo-se dela atrás do corpo da mulher que desejava. Naquele momento queria ter arrancado Any daquela casa, contudo estava tentando se controlar desde que se mudou para o novo apartamento com Any.
- Que gostoso Dul... – Amanda comentou, levando sua mão até sua bct, começando a se masturbar.
Dulce demorou um pouco no que fazia. Seus pensamentos estavam longe, contudo ela não podia parar e não queria. Se sua relação com Any era somente sexo, isso ela iria descobrir agora. Quando terminou, retirou os dedos e colocou seu vibrador, se ajoelhou atrás da outra começando a pressionar a entrada de Amanda, movendo para frente com paciência, ouvindo a outra gemer.
- Abre essas pernas...
Amanda obedeceu, adorando sentir-se dominada por alguém mais forte que ela. No início sentia vontade de tocar Dulce, possuí-la, porém isso seria impossível ao constatar como ela era mandona na cama. Aos poucos Amanda podia sentir cada pedacinho daquele vibrador lhe abrir. Ela abaixou a cabeça, gemendo com aquela invasão, deixando suas mãos brancas pela força que fazia ao se agarrar no lençol.
E Dulce continuou, deslizando suas mãos pelo quadril da outro, puxando-a de encontro ao seu corpo, enterrando-se por inteiro. E não demorou a começar a se mover, desejando mais atrito. Amanda pedia para ela parar, sentindo a ardência que aqueles movimentos de vai-e-vem faziam ao seu corpo.
- Dulce... pare...
Contudo a karateca nem deu ouvidos. Dulce queria seu prazer, se Amanda havia lhe provocado tanto, agora ia sentir como era sentir ser dominada por uma mulher. Dulce fechou sua mão na bct da outra e começou a masturbá-la, dando-lhe muito prazer com isso. A dor era intensa, entretanto também havia o prazer e essa mistura começou a causar uma sensação diferente no corpo de Amanda. Ela abriu mais suas pernas, sentindo a região da bct esquentar conforme Dulce fosse mais rápido.
- Dulce... vai... mais rápido.
Dulce sorriu vitoriosa, aquilo aumentava seu ego. Ela acelerou os movimentos, fechando os olhos por um instante, deixando sua mente aproveitar-se daquilo e de repente sentiu um arrepio ao visualizar o rosto da sua amada namorada.
- “Any” – pensou, dando um tranco mais forte no corpo à frente – “Any...”.
- Ah... Dulce, isso é bom – disse Amanda – continua.
Dulce voltou à realidade ao ouvir a voz da outra, ela olhou para baixo e notou a diferença do corpo de Amanda com o de Any e aquilo a entristeceu. O que estava fazendo afinal?
Movia-se por instinto, sentindo a aproximação de seu orgasmo. Antes mesmo de conseguir alcançá-lo, sentiu a sua mão ser lambuzada pelo gozo de Amanda que gemia baixinho, relaxando seu corpo. Dulce ergueu sua mão e fez a menção de lamber aquele líquido, mas se deteve. Não era de Any!
Dulce saiu de perto de Amanda, sem gozar, tirou seu vibrador sentindo um pouco de enjôo, se levantou e foi caminhando até o banheiro, ignorando os chamados da outra. Ela se trancou e caminhou até o chuveiro, abrindo a torneira e deixando água fria cair por seu corpo.
- “Não é só sexo...” – falou para si mesmo em pensamento – “se fosse só sexo, eu faria com qualquer uma”.
As mãos da karateca começaram a passar por seu corpo, como se desejasse tirar o cheiro de Amanda que batia na porta.
- Dulce. Você está bem?
- Sim. – respondeu seco.
- Você nem... terminou. – falou com receio.
- Terminei sim. Já vou sair. – respondeu
E assim ignorou as outras perguntas. Ela passou a mão por sua bct que estava seca. Havia traído Any de todas as formas possíveis. Não havia lhe apoiado quando desejou e agora havia provado de outro corpo.
- “Eu tentei mudar meu jeito para me adaptar a nova vida. Mas não estou conseguindo, eu estou sendo falsa” – refletiu – “estou menos ciumenta e agressiva, você comentou isso comigo, mas estou apenas fingindo. Eu queria matar todos que puseram as mãos em você, contudo me detive... e agora eu me sinto uma idiota. Acho que isso que está atrapalhando nosso namoro”.
Dulce fechou a torneira e se apoiou nos azulejos, vendo a água escorrer para o ralo.
- “Você tem que me aceitar como eu sou. Como eu era... ah! Eu sou uma filha da puta mesmo”.
A ruiva se enxugou com uma toalha qualquer e saiu do banheiro, encontrando Amanda sentada no chão do corredor, vestindo uma calcinha.
- Dulce, o que aconteceu?
- Nada. – disse, caminhando até a sala, começando a pegar suas roupas do chão, vestindo-as rapidamente.
- Dulce, eu fiz algo errado?
Dulce sorriu e se aproximou de Amanda, tocando nos seus ombros.
- Eu só consegui pensar na minha namorada. – revelou – Nada pessoal, mas não é só sexo. Eu a amo.
Amanda suspirou, não gostando daquela resposta, ela se sentou no sofá com uma cara de poucos amigos.
- Se fosse para pensar nisso, não devia ter começado.
- Aconteceu e você sabia que eu estava magoada – disse – eu disse que gostava dela, em nenhum momento disse que era só sexo. Você que disse isso.
- Tudo bem, Dulce – falou, suspirando – melhor você ir embora.
- Desculpe. – pediu, pegando seu novo celular, colocando no bolso - Depois nos falamos. – disse.
Dulce deu uma última olhada para sua amiga e saiu do apartamento, sentindo seu coração acelerado.Sentia-se um lixo, ainda sentia enjôo e não teria coragem de tocar em Any novamente. Ela chegou à rua, sendo iluminada pela lua que a guiava até seu porsche. Dulce adentrou e ficou em silêncio, olhando para o nada.
- “Any nunca vai me perdoar, nunca. Ela não pode saber disso, senão... senão ela vai ficar com aquela idiota da ex-namorada, ou quem sabe outra pessoa...” – pensava, começando a entrar em desespero – “ela vai jogar na minha cara que só beijou outra pessoa e eu transei com outra!”.
Os olhos de Dulce começaram a se encher de lágrimas, ela abaixou a cabeça no volante, sentindo seu corpo começar a tremer. Só de pensar no olhar frio de Any, seus sentimentos começaram a se abalarem.
- “Estamos fazendo tudo errado desde o começo. Por isso só brigamos...” – soluçou – “paramos de nos amar e começamos a brigar. Eu parei de te proteger e deixei fazer o que quisesse”.
Dulce ligou seu carro e começou a dirigir bem devagar, tentando prestar atenção em todos os sinais, ruas e os carros, a fim de não cometer nenhum acidente.
- “Ela sentiu que eu mudei e por isso perdeu a confiança em mim. Desde quando ela ficaria na casa de uma ex-namorada? Eu deveria tê-la arrastado, eu que devia estar te protegendo... e não outra qualquer,” – sorriu de sua própria estupidez – “mas não é tarde para ter de volta tudo que eu conquistei”.
O carro pegou a marginal e começou a acelerar a fim de chegar até o destino que almejava.
- “Demorou tanto para você gostar de mim. Será que vai ser fácil de você desgostar? Você não é o tipo que se apaixona rápido e também não é do tipo que fica presa a casos que não tem façam feliz.” – pensou, sentindo um calafrio pelo corpo. Any não era muito fácil de lidar, pois nunca sabia ao certo no que ela pensava.
E finalmente chegou ao seu destino, olhando para a casa onde Any estava morando por uma semana. Ela pegou seu celular e ligou para a loira.
- Oi, Dul. – a voz de Any era um pouco sonolenta.
- Eu estou aqui fora. Pode sair?
- Aqui?!
- Sim. Eu queria te ver.
- Eu já vou.
Dulce desligou e ficou olhando para o portão, sorrindo ao ver Any sair com uma cara sonolenta. Sua namorada usava um pijama colorido de pano . Ela atravessou a rua e abriu a porta do carro, entrando.
- Aconteceu alguma coisa? – Any indagou, olhando para sua namorada.
Dulce sorriu e balançou a cabeça negativamente, ela segurou o rosto de Any e beijou sua boca com paixão, deixando sua língua resvalar por cada cantinho, saboreando aquele gosto que tanto apreciava. Quando se separaram, Dulce ficou acariciando o rosto da menor.
- Você bebeu. – Any observou.
- Um pouco.
- E dirigiu assim...
- Eu estou bem. – sorriu.
- Você está estranha.
- Eu só queria conversar com você. – revelou
- Eu sabia que tinha alguma coisa. – disse, sentindo um frio correr por sua espinha.
- Não quer ir se trocar? Vamos a um lugar falar com mais calma. – sugeriu.
- Dulce, são duas horas da manhã. – falou.
- Any... – sussurrou, aproximando-se de seus lábios – vá agora até aquela casa e coloque uma roupa bonita e desça até aqui. – mandou num tom baixo, exibindo um olhar carregado.
Any engoliu em seco, tentando se lembrar qual foi a última vez que havia visto aquele olhar. Saiu do carro e atravessou a rua, voltando e entrar na casa. A loira passou pela sala e foi até o quarto de hóspedes.
- Any?
- Eu te acordei? – indagou a loira, olhando para sua ex-namorada, enquanto se despia na sua frente.
- Sim. – respondeu, olhando para o corpo desnudo de Any notando apenas a calcinha preta que a impedia que visse tudo.
- Dulce quer conversar comigo. – falou, vestindo um jeans preto, indo pegar uma blusa na sua mala.
- Há essa hora? Essa garota é louca mesmo. – comentou.
Any colocou uma blusa de manga comprida preta e passou a mão por seus cabelos, pegando um frasco de seu perfume na mala, passando um pouco nos pulsos e no pescoço.
- Sempre usou esse perfume. – Viviane comentou, encostando-se no batente da porta com um largo sorriso no rosto.
- Você gosta? – Any indagou.
- Muito. – sorriu.
Any caminhou até Viviane que ainda continuou parada na porta.
- Eu já volto. – Any disse.
- Acho bom mesmo. – respondeu, dando espaço para a loira passar – Qualquer coisa me ligue e se ficar muito tarde, faça o favor de me avisar.
- Sim, senhora. – Any respondeu com um leve sorriso.
Viviane suspirou e viu Any se afastar, ela deu meia volta e entrou no seu quarto. Ao sair da casa, Any sentiu um vento gelado, arrependendo-se de não ter pegado nenhum casaco, voltou a entrar no carro, sendo recebida por outro beijo de Dulce, que passou a mão por seu peito, indo até seus cabelos, puxando-os com energia. E amou ouvir o gemido baixo de Any. Dulce deu a partida e saiu dali, procurando algum lugar que pudesse conversar com sua namorada. Ela ficou rondando o centro.
- O que acha desse? – Any indagou, apontando para um bar.
- Muito cheio. – Dulce respondeu.
- E daquele?
- Muito vazio.
A loira suspirou, encostando sua cabeça no vidro, sentindo o sono lhe tomar com força. Dulce a olhou e depois sentiu seu rosto iluminar ao ver o letreiro colorido de um motel. Ela entrou no lugar sem que Any visse, pois a loira parecia ter dormido. Dulce saiu do carro e foi até a recepção, pedindo um quarto, depois voltou ao carro vendo que Any estava imóvel e sorriu. Foi até a vaga do quarto que alugou e depois saiu do veículo, dando a volta, abrindo a porta e puxando Any para fora.
- Onde... onde você escolheu? – Any indagou, olhando para os lados, vendo apenas um estacionamento.
- Vem, Any. – a chamou, puxando-a pela mão até uma escada que dava a um andar superior, devidamente decorado dando acesso a uma porta de madeira, que Dulce tinha a chave.
- Hum... um motel. – Any murmurou.
Dulce entrou e ascendeu a luz, puxando Any para dentro. O lugar era quente e Any sorriu, caminhando até a cama, jogando-se nela de bruços. A karateca foi até ela, retirando seus sapatos que ficou no meio do quarto, sentando-se ao lado de Any, que começava a retirar seu tênis.
- Não sabia que estava tão necessitada. – Any brincou.
- Eu queria conversar com você. – falou.
Amy se sentou na cama, olhando Dulce com mais atenção.
- Começamos tudo errado, – começou a falar, vendo as expressões de Any – só brigamos e estamos terminando nosso namoro assim.
- Tem razão.
- Eu tentei mudar meu jeito por você, entretanto eu acabo fazendo mais besteira quando reprimo quem eu verdadeiramente sou e acabo agindo como uma idiota.
- Exemplo? – Any pediu.
– Eu sou louco por você Any. – confessou, fazendo Anahi sorrir ao ouvir aquilo – Sou ciumenta, sou agressiva... eu tentei não ser. E com isso eu apoiei que você tentasse se dar bem com seu pai, não fui bater no imbecil que te beijou, não impedi você de sair para lugar nenhum...
- Que bom que não impediu, não? Você não é minha dona Dulce. – falou.
- Eu queria arrebentar seu pai. Matar A filha da puta que te beijou e pedir para você parar de tentar resolver seus problemas sozinha com outras pessoas, – falou com certa irritação – mas eu fiquei quieta, só fiquei observando...
- Está dizendo que estava se segurando para não fazer isso? – Any indagou com certa irritação.
- Sim. – respondeu seco.
Any sorriu nervosa, passando a mão por seu rosto. O que Dulce estava querendo dizer?
- Não vi mudança quando me bateu. – disse.
- Você deixou.
- Eu não queria apanhar – falou imediatamente – você acha que eu gosto de levar tapa?
- Não, tem razão. Eu devia ter te socado. – respondeu séria, chamando a atenção de Any que engoliu em seco, vendo o olhar felino da sua namorada. Parecia que a antiga Dulce havia reencarnado. Any olhou para o lado oposto de Dulce, sentindo-se irritada com aquele jeito que ela falava.
- E você teve vontade de conversar comigo agora? O que houve? Bebeu e percebeu que estamos nos acabando? – indagou com irritação.
Dulce travou, lembrando-se de Amanda, contudo ela jamais diria isso para a loira. Ela sorriu nervosa, molhando seus lábios com a língua.
- Eu pensei muito em nós e vi que não somos apenas sexo e que nos amamos – falava, aproximando-se do rosto de Any – e que queremos ficar juntas, mas somos orgulhosas...
Any abriu os lábios, pensando que Dulce ia lhe beijar, todavia parou no meio do caminho ficando alguns milímetros de distância de sua boca.
- E eu estou com medo que você não me ame mais. – sussurrou dessa vez.
O coração de Any se derreteu ao ouvir aquilo. Como podia deixar de amar Dulce? Mesmo com todos os problemas não havia deixado de desejar aquela mulher. E ao encontrar o objeto de desejo de seu passado, acabou por se surpreender por não desejar possuir Viviane novamente. Any tocou no rosto à frente e o beijou com lentidão, ouvindo o som que suas línguas faziam, adorando o calor da outra, sentindo o gosto do álcool e do cigarro de Dulce.
- Você mudou bastante, eu me assustei... – Any confessou – mas não vi isso como algo negativo. Vi que você estava mais calma, mas tranqüila e gostei desse ritmo, mas você começou a ficar de saco cheio da nossa vida.
- Eu achei que ficou rotineira. – disse.
- Eu também senti isso – confessou – não queria te falar, pensei que fosse se chatear.
- Any, eu acho melhor morarmos separadas. – Dulce falou com firmeza.
- Eu concordo – disse a loira – e também vou dar um tempo para mim antes de voltar aos meus estudos.
- Vai parar com a faculdade? – indagou com surpresa.
- Eu queria um tempo para mim, porém me influenciei por você e acabei indo estudar. –disse.
- E o que vai fazer a respeito do seu pai?
- Parece fácil para os outros, não é? – indagou com a voz baixa, deixando sua cabeça inclinar para baixo e seus cabelos caírem por seu rosto.
- O que parece fácil, Any? – indagou, tocando na mão quente da sua namorada.
- Os outros falam: Any, você é idiota de ter seu pai assim, ele só quer seu dinheiro -falou – sabe Dulce, eu nunca falei com você. Mas sabe o quanto eu desejei ter um pai? Indagou, erguendo a cabeça, exibindo as lágrimas que começaram a cair por seu rosto.
Dulce se assustou, ela se aproximou de Any, beijando seu rosto, abraçando seu corpo.
- Sabe... o quanto eu desejei comemorar alguma coisa com ele? Meus amiguinhos viviam falando de seus pais... sempre brincavam no parque, iam ao jogo, saiam para comer...
- Ah, Any, não sabia que se sentia assim. – sussurrou, acariciando a cabeça da sua namorada.
- Sabe como é desejar ter alguém que excluiu você de sua vida? – indagou, soluçando – E de repente ele apareceu. No começo eu fiquei com raiva... entretanto depois, fiquei curiosa sabe? Eu queria saber como ele era, queria que ele me amasse.
O choro de Any ficava cada vez mais alto, como se tivesse prendido por muito tempo. E no fundo não parecia ser a Anahi atual chorando, mas sim a criança triste que vivia no seu peito.
- Minha mãe não saia comigo, porque tinha problemas com isso. Eu sempre ficava em casa ou saia com a família de algum vizinho meu... Uma família que eu nunca vivi! – desabafou – Eu queria que Heimel pudesse preencher isso, não sou estúpida, vi que ele queria meu dinheiro, mas aí eu pensei: eu dou um pouco e depois ele se ajeita e olha para mim com outros olhos.
- Ah... Any, eu não pensei que você estava agindo assim. Eu pensei que você não tivesse notado as intenções dele – comentou, agarrando-se ao corpo à frente.
- Porém... eu acabei fugindo dele. E não sei nada sobre ele, só sei que quer meu dinheiro. Porém... no dia que saímos, ele disse que se preocupava comigo e mesmo soando tão falso... – soluçou, não conseguindo continuar – mesmo soando tão falso, eu gostei sabe?
- Sei... – Dulce disse, sentindo seu coração acelerar.
- É muito fácil falar que sou burra, que não vejo um palmo a minha frente. Mas eu queria que todos sentissem o que eu sinto o que eu senti e depois falar se eu devia chutar meu pai para longe.
Dulce se afastou um pouco para erguer o rosto de Any, surpreendendo-se como sua face estava manchada pela tristeza. Ela passou os dedos pelo rosto, limpando as lágrimas que continuavam a cair com intensidade.
- Eu sei que nem tudo gira ao meu redor – falou – mas tudo aconteceu tão de repente. Perdão se eu te tratei mal nesse tempo, mas eu estava tentando levar tudo naturalmente... entretanto eu acabei caindo e não consegui segurar.
- Eu estou aqui para te segurar – Dulce disse convicta – não precisa mais se preocupar com nada. Se quiser ir falar com seu pai... eu te levo, sem problema. Mas não quero que ele te magoe com nada.
- Ele já me magoou tantas vezes. Todos os dias que ele não apareceu, ele me magoou - disse.
- Eu vou ser sincera, ele só quer seu dinheiro. Mas quem sabe vocês não se conheçam... Dulce disse, sentindo seu coração acelerar.
Na verdade Dulce sentia vontade de xingar Heimel, contudo nunca pensou em como uma criança órfã como Anahi podia se sentir. Mesmo que os pais de Dulce sejam separados, ela sempre teve apoio em sua infância, pois tinha seus avôs, tios, primos, e seu pai sempre a levavam para sair.
- Não precisa falar isso se não gosta. Eu consigo perceber pelo tom de sua voz, – falou, rindo baixinho, entre seu choro – eu só queria que todos parassem de falar que o mundo não gira ao meu redor. Eu sei que não gira, mas eu tentei segurar as pontas e não consegui. E só tenho você para desabafar, Dul.
- Pode falar o que quiser comigo, sempre que quiser, – sorriu, beijando a testa de Any - talvez o mundo não gire ao seu redor, mas o meu mundo é totalmente voltado para você.
Any se derreteu ao ouvir aquilo. Dulce era protetora e sabia as palavras certas para usar naquele momento, Any se aproximou de seu rosto e lhe beijou a bochecha com carinho.
- E eu te traí... e você é tão boa comigo. – falou – Tenho medo de perder as pessoas que eu desejo e faço besteira. Sabe, eu demoro a me apegar a alguém por medo de perder. Não se afaste de mim Dul, por favor.
Nesse momento Dulce lembrou-se do sorriso de Amanda, sentindo seu corpo tremer levemente, mas foi imperceptível até para Any. O coração de Dulce estava acelerado, ela havia criado uma amizade muito forte com sua colega.
- Você que não se atreva a fugir de mim. – disse num sussurro.
- Jamais faria isso. Eu sou sua. – falou.
Dulce se arrepiou ao ouvir aquilo.
- Você é minha. – Dulce repetiu, falando baixinho.
- Sim, eu sou.
A karateca sorriu. Seu lado possessivo achou aquilo um grande presente e jamais se esqueceria disso.
- Só minha e de mais ninguém, por favor, não deixe mais ninguém te tocar – pediu, afagando os cabelos louros – você sabe como eu sou.
- Prometo correr mesmo se estiver bêbada, – sorriu – não vou deixar ninguém me tocar.
- Promete?
- Já disse que prometo.
As duas ficaram abraçadas, Any acalmava-se, respirando fundo enquanto sentia os braços fortes de Dulce lhe segurarem. Talvez não fosse a intenção de Dulce ou então ela sequer percebesse, mas segurando Any daquele jeito, ela acabava trazendo confiança e calor aquela alma tão perdida. Agora entendia a irritabilidade da sua namorada e suas ações vagas, com atitudes ingênuas. Ela estava lutando sozinha com suas mágoas passadas, enfrentando a dor da rejeição pela segunda vez feita por seu pai. Tola ao pensar que Any desprezava Heimel e sabia cuidar da situação com maturidade. No fundo estava se destruindo sozinha e em silêncio.
“Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, esse era o ditado popular que muitos viviam dizendo. E talvez servia para todos que diziam que Anahi era estúpida em aceitar seu pai. Mas coloque-se em seu lugar uma vez sequer e tente sentir a dor de uma criança que jamais pode sair em família, por problemas óbvios. Realmente, é muito fácil falar e apontar.
As duas se ajeitaram na cama e ali adormeceram abraçadas. Dulce foi a último a dormir, limpando uma gota que ficou presa ao olho direito de Anahi, retirando-a com seu dedo para depois levar a sua boca, sentindo seu gosto salgado. E horas mais tarde no mesmo dia. O casal acorda ao som do celular, Anahi se senta e leva a mão até o bolso de sua calça, puxando o aparelho, vendo que era Viviane que lhe ligava.
– Alô?
– Any, onde você está?
– Ah... num motel. – respondeu.
– Hum... podia ter me ligado.
– Que horas são?
– Onze horas – respondeu – quando vai voltar?
– Eu não sei, eu vou...
Dulce se sentou e puxou o aparelho da mão de Anahi que suou frio com aquilo.
– Ela vai voltar à noite para pegar suas coisas.
– Ah, é você Dulce.
– Entendeu?
– Vai deixar Any num quarto de hotel enquanto ela poderia ficar na minha casa?
– Não, eu vou ficar com ela. Obrigado por ter ajudado, mas não preciso mais de você.
– Você não precisa de mim mesmo, não tenho vontade de te ajudar também.
Kim abriu a boca para responder, todavia Anahi foi mais rápida puxando o aparelho da mão da karateca.
- Perdão, Viviane. Eu vou desligar.
- Tudo bem, Any. Eu vou te esperar, cuidado para não ser mordida.
- Sim, sim. Até mais – falou com nervosismo, desligando.
Any respirou fundo e olhou para sua namorada.
- Você tem idéia de como é saber que você está dormindo na casa da sua ex-namorada? – indagou com irritação.
- Não, você não me falou. – sorriu provocante.
- Então eu vou te dizer. – falou, puxando Any para se deitar, olhando-a de lado.
- Conte-me então...
- Eu me sinto traída todos os dias, pois não sei o que sente a respeito dela. Você me disse que se amavam, contudo ela partiu... então não terminaram devidamente.
- Hum... sei – sorriu, passando a mão pelo cabelo de Dulce, retirando uma mecha dos seus olhos.
- Eu odeio como ela fala com você, como se fosse uma criança.
- Hum, eu também não gostava, mas me acostumei.
- Eu odeio essa cumplicidade que vocês têm... não gosto quando falam da sua infância juntas, pois eu não posso participar e fico enciumada. – revelou.
- Vou parar de falar sobre isso na sua frente.
- Então, eu sinto vontade de pegar aquela merdinha com seus livros e jogá-la do edifício mais alto.
- Que delicadeza! – disse cínica.
Dulce riu baixinho.
- Eu vou sair de lá, acho melhor voltar para minha casa.
- Sim, e eu vou procurar um apartamento para mim depois que tudo isso passar. – disse.
- Vai morar perto de mim?
- Sim. – sorriu – Vou ver se Juliana ou Kirias vão querer morar comigo.
- Coitado dos vizinhos!
Ambas riram baixinho, Dulce se levantou e puxou sua namorada para cima vendo que ela estava com olheiras do tanto que chorara. Dulce começou a retirar as roupas da menor, deixando nua quarto, para depois se livrar das próprias roupas. Dulce a puxou pela mão até o Box de vidro e ali ligou o chuveiro, deixando a água quente cair por seus corpos. Dulce a abraçou com força no quadril, ouvindo um gemido assustado da sua namorada.
- “Fazia tempo que ela não me pegava assim realmente” – Any observou. Desde que haviam se mudado Dulce estava mais delicada, menos selvagem, não a machucava em nenhum momento e lhe dizia coisas doces.
Os dentes de Dulce começaram a arranhar a jugular de Any, marcando-a, enquanto sua língua acariciava, misturando sua saliva com a água corrente que vinha do chuveiro. As mãos de Dulce apertavam cada parte de seu corpo, enquanto Any tentava acompanhá-la. A loira levou seu braço para trás e fechou sua mão numa nádega de Dulce, puxando contra seu corpo, pedindo mais contato e foi respondida, sendo abraçado com tanta força que ficou sem ar, mas logo Dulce aliviou o abraço e depois acabou virando o corpo da menor, tornando a abraçá-la. As duas se beijaram com sofreguidão, enquanto seus corpos se colavam de um jeito que as gotas d’água sentiam dificuldade de passar.
OoO
Continua...
Autor(a): lunaticas
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+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Gostaria de agradecer as novas leitoras e sempre e as que favoritaram a fic espero que estejam gostando.Qualquer sugestão ou critica serão bem-vindas até porque tem muitos capitulos pela frente e a Terceira Temporada se quiserem. OBRIGADO POR ACOMPANHAREM angelr tety vondyaline night maria_ ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 61
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tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38
Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.
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ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27
kd vc? volta apostar please
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cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55
adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)
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cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20
O Capitulo ta bugado Ç.Ç
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anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48
Deu bug no cap
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rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12
E essa fic aqui, como fica??
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rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29
cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!
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luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20
Postaaa maiss...
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rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03
POSTA MAIS!!!!!
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maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19
posta mais.....bjaum lu