Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon
Era madrugada, Carei e Viviane saiam do barzinho, bocejando e rindo baixinho dos comentários que a jovem escritora fazia. Quando elas se aproximaram do carro da morena, Carei ergueu sua cabeça, olhando atentamente para a rua onde estava.
- O que está procurando?
- Um ponto de táxi.
- Ah! Não brinca. Eu estou de carro, não precisa se preocupar com isso.
- Não quero incomodá-la. – disse, passando a mão pelos fios alourados.
- Não vou deixar você nessa madrugada.
- Eu sou já sou grandinha.
- Carei, entre no meu carro e não enrole.
- Você está bem para dirigir? Digo... a gente tomou muito vinho e... – falava, sentindo suas bochechas começarem a ficar avermelhada pelo constrangimento que a possuía. Aos poucos toda a atenção de Viviane estava voltada para ela.
Viviane tocou levemente na sua cintura, inclinando-se para o lado para abrir a porta do carro, enquanto isso, Carei ficou a aspirar o perfume doce que estava tão próximo de suas narinas, deixando seu corpo ficar mole. A jovem escritora a empurrou delicadamente para dentro, fazendo Carei se sentar, logo ela fechou e porta e deu a volta, deixando uma gorjeta para o manobrista antes de entrar no carro.
- Você... não precisa me levar em casa.
- Não? Que ótimo, eu não ia mesmo. – sorriu, começando a dirigir pelas ruas vazias daquela madrugada.
- Ah, bom... pode me deixar na estação de metrô. – falou com tristeza, imaginando que Viviane ia deixá-la em qualquer canto daquele bairro.
- Metrô? – riu baixinho, olhando de soslaio para Carei que afundou seu corpo no banco macio, cruzando seus braços, ficando introspectiva pela linguagem corporal.
Viviane continuou a dirigir, colocar um som baixinho para não perturbar seus ouvidos. Ela estava um pouco alterada pela bebida, no entanto conseguia ter consciência e dirigia com cautela, observando todas as ruas, tomando cuidado nos faróis mesmo que estivessem com passagem livre para ela. Madrugada de sábado sempre tinha pessoas loucas dirigindo.Carei olhou para a rua já conhecida, depois olhou para a escritora com certo nervosismo. Elas estavam quase entrando na garagem da casa da escritora, quando Carei tocou em seu cinto, retirando-o.
- Eu acho que já deve ter ônibus pelo horário. – comentou, saindo do carro quando a mesma foi estacionando.
Viviane saiu, passando a mão por seus longos cabelos, bocejando com vontade. Ela foi até Carei que estava um pouco desconfortável, não sabendo como agir naquela situação.
- Venha, vamos entrar, pois está começando a chuviscar. – disse, puxando a mão da loirinha que acabou seguindo-a, com passos lentos e incertos, não entendendo qual era a função que teria, ou talvez estivesse com medo do que aconteceria.
Quando entraram, Carei foi até a sala, sentando-se no sofá, enquanto Viviane mexia em algumas coisas, como jogar seu casaco no cesto de roupa suja do banheiro de baixo, ou então guardar a chave do carro, ou verificar se havia mensagem na sua caixa postal, quando ela terminou de fazer suas ações, então voltou a dar atenção para a garota magra e amuado que estava sentada no sofá.
- Vamos subir? – indagou, apontando o andar de cima com o dedo indicador. Subiu as escadas, observando que Carei ainda estava se levantando do sofá. – “Ela é tão fofa. Céus, que garotinha mais tímida!” – pensou, sorrindo internamente.
Já no quarto, Viviane começou a retirar suas roupas, jogando-as no chão, ficando apenas com uma calcinha preta que colava em seu corpo e um sultiã da mesma cor, quando Carei entrou, ela tentou não ficar olhando para o corpo da mais velha, dando mais atenção aos objetos espalhados pelo quarto.
- Quer tomar uma ducha?
- Não, não! Obrigada.
Viviane se aproximou com passos lentos, fazendo com que sua visitante recuasse, batendo as costas contra a parede. A respiração da loirinha estava acelerada, ela olhou para os lados, pensando em fugir, mas não teve tempo, logo estava de frente para a sua anfitriã que lhe sorria de modo sedutor.
- Eu estou te deixando desconfortável?
- N-não! – respondeu de uma vez, quase num grito.
- Quer ir embora?
- Eu... eu não quero... te incomodar.
- Não está me incomodando, você sabe disso. Eu quero tomar uma ducha quente para tirar esse cheiro de cigarro e bebida. Por que você não vem comigo?
Carei sorriu nervosa, sentindo um frio correr por sua espinha, indo até sua barriga. Ela não sabia o que responder. No fundo estava insegura e morrendo de vergonha. Ela queria, mas também não queria, era uma insegurança esmagadora que a impedia de agir.
Viviane deixou seus lábios próximos a sua orelha, passando a língua pelo lóbulo, prensando a menor entre seus braços, num ataque rápido e silencioso. Agora ela beijava e chupava a cartilagem da orelha, ouvindo os suspiros da mais nova.
- Vem comigo. – pediu num sussurro – Vai ser bem quentinho. Depois eu te empresto uma roupa limpa. Esse cheiro de cigarro no nosso corpo é nojento.
Carei deixou ser puxada então, atordoada com o ataque, sentindo que seu baixo ventre já havia pulsar. Agora não queria retirar suas roupas com vergonha. E na suíte do banheiro, Viviane retirava sua última peça de roupa, mostrando sua b.ucta linda e depilada.
- “Eu estou excitada com esse beijo, se Viviane me ver assim, ela vai pensar que eu sou uma tarada!– pensou, entrando em desespero – “Como sou infantil! Que vergonha”.
- Vamos, Carei! Tire suas roupas.
- Eu... eu acho melhor ficar assim.
- Ah, não precisa ter vergonha, eu sou uma mulher também. – riu baixinho, começando a retirar a blusa da mais nova, desabotoando os botões apressadamente, enquanto ouvia as desculpas da loirinha. Quando chegou à calça jeans, Carei fechou a mão no seu zíper, impedindo que fosse puxado.
- Não, não eu fico aqui no banheiro com você, mas...
- Ah, por favor, Carei! Eu quero tomar banho com você. Será que eu preciso ser mais explícita?
- Eu, eu... eu não quero! – disse finalmente, vendo que as mãos se afastaram de seu corpo.
- Não quer? Ah, tudo bem, então fica sentada aqui. – disse com desânimo, indo até o Box escuro de vidro, ligando a ducha quente que começou a escorrer por seu corpo perfeito. Aos poucos o vapor quente começou a correr por todo o banheiro, embaçando os objetos. Carei abraçou seus joelhos e ficou sentada em cima do vaso sanitário, olhando para o chão úmido, sentindo-se uma fracassada.
- “Ela é tão tímida”. – pensou Viviane, enquanto a observava. – Hei, eu ainda estou aqui, você tem chance de entrar no banho comigo.
- Eu... eu estou bem assim. – respondeu num sussurro quase inaudível.
- Não ouvi direito. Repete!
- Eu estou bem assim. – falou mais alto e com menos confiança ainda.
Viviane suspirou, tentando manter a paciência. Ela contou até três mentalmente, todavia não adiantou, ela abriu o Box e pisou no chão frio, sentindo o vento externo arrepiar todos seus pêlos.
- Hei, não saia assim. Você pode ficar doente! – falou Carei. – Pegue logo uma toalha.
- Eu ainda não acabei meu banho. – falou, fechando sua mão no braço da loirinha, puxando-a daquele vaso sanitário num único tranco.
– Eu estou te esperando, mas eu estou vendo que você não vai entrar por bem.
- Eu... eu...
- Pare de gaguejar. Tire logo essa calça! Você não está vendo o estado que eu estou? Eu estou praticamente implorando para você me dar atenção. – disse com certa indignação – Eu te trouxe para minha casa, eu sei que nós duas queremos isso. Eu não vou transar com você, se você não quiser, eu não vou te forçar a nada, mas apenas tome um banho comigo!
E após esse discurso caloroso e cheio de emoção, Carei levou os dedos trêmulos até o zíper da sua calça abaixando lentamente com a ajuda de Viviane que já descia o jeans com a calcinha da loirinha. Quando Carei se encontrou totalmente desnuda, Viviane nem parou para apreciá-la, logo ela a jogou para dentro do Box.
- Aqui está mais quente. – comentou a mais velha.
- Tem razão. - falou, deixando a água bater contra seu rosto, jogando todo seu cabelo para trás.
Viviane ficou atrás dela, abraçando sua cintura, colando seus corpos. Carei suspirou, sentindo-se uma fraca por desejar aqueles braços lhe tocarem. Quando a língua de Viviane voltou a tocar em sua orelha, a loirinha teve a certeza que não poderia mais se esconder, em menos de um segundo sentiu sua b.uct.a pulsar.
Aquele carinho que estava recebendo era muito gostoso. Era diferente dos ataques que havia sofrido no antigo colégio. Carei não estava com nojo dessa vez, não sentia repulsa e nem queria que a outra parasse. A mão de Viviane começou a correr dos seus seios até o umbigo da loirinha, apertando, puxando e beliscando, enquanto sua boca lhe enchia de beijos na região dos ombros, nuca e orelhas. Quando os dedos esguios tocaram na b.uc.t.a de Carei, esta suspirou, jogando a cabeça para trás, entregando-se por completo aquela carícia tão sadia ao seu corpo.
- Gosta que eu toque aqui? – Viviane indagou, entre os beijos molhados.
Carei não respondeu, pelo simples fato de ter ficado tão constrangida que perdeu a noção de sua língua materna. Viviane não queria pressioná-la também, ela não precisava que a outra respondesse oralmente para confirmar aquela pergunta. Era evidente que a loirinha queria aquilo.
- Eu não sei o quanto já te machucaram, também não quero saber o que você pensa a respeito de tudo isso, eu só quero que você saiba que eu não vou te machucar e se não gostar de algo, apenas peça para eu parar. – falou docilmente. – Não tenha vergonha de dizer que não quer algo, eu não vou te recriminar e nem te julgar. Eu só não quero que você pense que eu estou aqui por outro motivo, eu estou aqui porque eu estou realmente interessada em você.
Carei sentiu vontade de abraçar e beijar aquela mulher naquele momento, mas a única ação foi deixar seu corpo mole, caindo levemente para trás, deixando que Viviane a segurasse com mais força. A jovem escritora continuou a beijar a loirinha, sentindo seu próprio coração acelerar. Ela nunca havia tocado em alguém tão pura e ingênua antes, aquilo estava sendo uma tarefa demasiada difícil, pois tinha medo de magoá-la ou machucá-la. Os dedos de Viviane apertaram o pedaço de carne lentamente, conhecendo seus caminhos, massageando lentamente, estimulando-a com cuidado, enquanto ouvia os suspiros baixos, que pareciam estar contando algum segredo oculto, era sucinto e bucólico.Viviane estava excitada, Carei podia sentir o sexo molhado roçar na sua bun*da e isso a deixava ainda mais estimulada. Com o passar dos segundos não conseguia mais segurar todo o tesão que estava em seu corpo, ela foi encurvando ainda mais suas costas, procurando mais contato com a mão da jovem escritora que deu o que ela pedia, massageando aquele sexo mais forte e rápido. E num minuto, sem aviso, Carei deixou o líquido ser expelido junto a um gemido baixo de satisfação. A loirinha não agüentava mais aquela ducha quente, ela queria se refrescar um pouco. Os beijos de Viviane pareciam queimar sua pele, junto à mão que lhe acariciava nos pontos mais íntimos. A anfitriã pegou o sabonete e começou a passear a pedra pelo corpo de Carei, assim como passava pelo seu corpo, fazendo espuma e algumas cócegas na loirinha que começou a rir baixinho. Quando terminou, ela pegou o xampu e lavou seus cabelos, primeiro o de Carei e depois o dela. Quando chegou ao condicionador a loirinha resolveu se virar, desejando encarar aquela que lhe proporcionava o momento tão íntimo e hígido. Carei tocou no rosto cândido de Viviane, deixando seus dedos caminharem para os longos cabelos negros, puxando os fios macios e molhados. Pegou o condicionador e começou a passar por eles, massageando a cabeça da mais velha que fechou os olhos para sentir aquela carícia.
- “O que eu faço? Será que... que eu toco nela? Ou então... eu ponho a bo... não, não, não posso fazer isso!” – pensava, enquanto Viviane ainda estava de olhos fechados. – “Ela não me pediu nada... e talvez nem me peça. Mas eu não queria que ela ficasse desse jeito”.
O coração estava começando a ficar acelerado, ela não sabia se deveria ou não agir. Talvez soubesse que tinha que agir, no entanto o medo de fazer errado e desagradar a mais velha estava lhe puxando para um mar de inseguranças.
- Esse carinho é gostoso. – Viviane murmurou, puxando a cintura de Carei, colando seus corpos. Dessa vez a loirinha sentiu o sexo da outra roçar contra o seu, lhe causando aflição. Carei continuou massageando, aproveitando para olhar aquele rosto tão atraente que estava com uma expressão maravilhosa de prazer estampada. A loirinha sorriu e massageou com maior intensidade, querendo aumentar aquele deleite.
- Pode ficar aí o quanto quiser... – sussurrou a mais velha, enquanto sua mão subia e descia pelo dorso da outra, num carinho leviano. – Mas acho que é melhor sairmos antes de virarmos duas jovens enrugadas. – comentou, abrindo suas pálpebras, encarando Carei com suas duas esmeraldas, constrangendo a loirinha que abaixou sua cabeça.
- Sim, tem razão.
Viviane fechou a torneira e jogou uma toalha para a loira, enquanto ela se secava e ia saindo do banheiro, procurando algumas roupas para que a outra pudesse dormir. Quando achou, as colocou em cima da cama e depois começou a se vestir. Carei apenas a observava com o coração acelerado, terminando de enxugar a seu corpo para logo se vestir.
- “Será que eu devia ter feito alguma coisa?” – perguntava a si mesma.
- Vamos dormir? Eu estou muito cansada. – falou, jogando-se na cama.
- “E agora? Será que ela vai querer...”.
- Não se preocupe que eu não vou te agarrar. Coloque a toalha pendurada na porta e venha aqui.
Carei fez o que ela sugeriu e se deitou ao seu lado, encostando a cabeça no travesseiro fofo, sentindo o cansaço lhe consumir, todavia estava sem sono por causa da situação que se encontrava.
- “Ela ainda deve estar excitada, mas ela não pediu para eu fazer nada!” – pensava, entrando em desespero.
Viviane se acomodou e passou o braço por baixo da cabeça da loirinha, a puxando para ficar próximo. Ela deu um beijo rápido nos lábios rosados e fechou os olhos, sussurrando um simples “boa noite”.
- “Não acredito! Ela vai dormir assim mesmo. Será que ela ainda está...” – pensava. Carei se remexeu, erguendo seu joelho lentamente, deixando esbarrar no baixo ventre da morena.
- Cuidado. – Viviane pediu baixinho. – Está desconfortável? Quer se ajeitar?
- Não, está tudo bem. – disse derrotada. – “Ela deve estar excitada.... coitada”.
Os minutos foram passando, Carei tentava dormir, no entanto não conseguia parar de pensar em outra coisa a não ser sexo. Ela mesma estava com medo de fazer isso, mas agora que havia sido tratada como gente e com muito carinho, seu corpo estava aceso e precisava sentir os beijos e a mão quente daquela mulher. Mas como pedir? Como dar a entender que queria ter uma noite tão íntima sendo que nem conseguia falar direito?
- Viviane...
- Hum?
- Está tudo bem para você?
- Como assim? – indagou, abrindo suas pálpebras.
- Er... você sabe...
- Sei? O que foi?
- Bom, você... está desse jeito.
- Que jeito?
- Desse jeito! Você sabe do que eu estou falando.
- Não, eu não sei. – falou sincera, não fazendo a mínima idéia ao que Carei se referia.
A loirinha começou a ficar cada vez mais vermelha, despertando a curiosidade da morena. Viviane se sentou na cama, para assim dar mais atenção a outra.
- O que quer me dizer? Você quer alguma coisa?
- Não é isso. É que olhe para você! Você está excitada e nem fez nada para acabar com isso ou então nem me pediu.
- Ahhh! É isso? – indagou, rindo baixinho. – Não se preocupe quanto a isso, logo passa.
- Eu, eu... me sinto mal com isso sabe? Você me deu tanto prazer e agora... está desse jeito.
- E o que tem? Eu fico assim às vezes mesmo. Eu me excito rápido. – comentou risonha. – Você não tem a obrigação de me tocar, só porque eu te dei prazer. Não te pedi nada, apenas descanse agora.
- Eu não sou uma criança. – falou de repente. – Eu sei o que posso ou não fazer.
- Você anda muito explosiva ultimamente. – suspirou.– Mas eu entendo que isso é porque você sempre foi muito quieta. – comentou, tocando no rosto avermelhado – Olha, você tem capacidade de fazer qualquer coisa, eu sei disso, mas não precisa se sentir tão pressionada. Se você quiser me tocar, tudo bem, apenas toque, mas não precisa fazer isso se não quiser.
- E quem disse que eu não quero?
- Ah, então você quer? – perguntou com um sorriso maior ainda.
- Bom... eu não quero que você fique assim.
- Não é a mesma coisa. Sentir a vontade de tocar na minha bu.c.t.a, morder, beijar, sentir o prazer que o corpo de uma mulher traz a você é uma coisa, Carei. Agora, se você quiser me tocar apenas para eu ficar saciada e você se sentir com dever cumprido, isso é diferente. – falou - Se você me tocar apenas para me ver bem, isso não é saudável, pois está pensando apenas em retribuir o favor e ir dormir. Isso é frio, e vai acabar me ferindo.
- Desculpe, eu não queria soar assim.
- Eu sei que você não quer me magoar. – sorriu – Não se preocupe com nada.
- Não quero que você fique me tratando como uma criança.
- Eu te trato assim? Desculpe, mas esse é meu jeito. Eu trato todo mundo igual.
- Mas não precisa ser tão atenciosa assim, sabe? Eu não sou de vidro!
- Perdão se te magoei. Você não parece ser de vidro, mas sim de cristal, é mais bonito. – sorriu, causando uma coloração ainda mais avermelhada nas bochechas da loirinha. – Você é uma gracinha e não precisa ir com pressa. Eu não tenho pressa, se eu quisesse só transar com você, eu já teria feito há muito tempo.
- Eu não sou tão fácil assim. – falou com revolta.
- Não, não é, mas eu sei seduzir muito bem. E você é fraca com vinho, eu podia jogar um psicológico em você, falar algumas coisas sobre sexualidade e confiança, jogar contra você o fato de ter sido abusada várias vezes... fazer você confiar em mim, assim você acharia que eu sou de confiança e eu dormiria com você. – falou friamente. – Eu sei fazer isso muito bem.
- Não sou assim. – disse com menos irritação.
- Não estou falando que você é fácil, isso não é verdade. Mas eu estou falando que eu poderia ser muito filha da puta se eu quisesse, mas o engraçado é que você está brigando comigo pelo fato de eu não te forçar a nada.
- Eu sinto que você quer, mas você não me pede nada!
- Carei, em um relacionamento eu não preciso te pedir um beijo. Se você quiser me beijar, você beija. Se quiser me tocar, apenas me toque!
- Eu não me sinto confortável. – revelou.
- Então o problema é você e não eu. Eu estou deitada ao seu lado, e você sabe que eu te desejo. Não existe nenhum obstáculo entre nós. – dizia, enquanto acariciava os fios louros – Se você realmente estivesse afim, você poderia ter me agarrado à hora que quisesse.
- Está dizendo que a culpa é minha?
- Não, eu só estou dizendo que se você quiser me beijar, então me beija! Droga! – disse com irritação.– Eu vou preparar um pouco de chá. Fique aqui deitada e durma um pouco.
Viviane começou a se levantar, vestindo seu roupão, enquanto Carei abraçava seu próprio corpo, arrependendo-se de ter aborrecido a mais velha com sua insegurança e sua vã tentativa de se defender de um ataque que nem havia sido direcionado a ela. No final acabou atacando a outra e se atacando sozinha.
Na cozinha, a morena estava olhando para a água ferver. Ela estava tentando ir com calma, respeitando os limites da mais nova, mas tudo que fazia estava chateando a loirinha.
- Er... oi!
Viviane olhou para trás, vendo a outra se aproximar com um olhar baixo, numa expressão que evidenciava seu remorso. A loirinha se sentou na cadeira, batendo os dedos na mesa, tentando buscar alguma distração.
- Quer um pouco?
- Sim. É chá do quê?
- Laranja com casca de maçã.
Carei torceu um pouco nariz, contudo não seria louca em dizer que não apreciava aquele sabor, no momento queria agradar a mais velha. Viviane preparou duas xícaras, ela se sentou e entregou uma a loirinha que começou a tomar em pequenos goles.
- Você parece cansada. – Carei comentou.
- Apenas com sono.
- Seu chá está gostoso.
- Obrigada.
- Amanhã, quer dizer, hoje você tem muito trabalho?
- Não.
Carei ficou olhando para sua xícara em silêncio, sentindo vontade de chorar ou então em ir embora.
- Vai fazer alguma coisa hoje.
- Não sei.
O chá foi engolido em um único gole por Viviane que se ergueu para colocar a xícara dentro da pia, saiu da cozinha, com as mãos no bolso e o olhar baixo. Carei ficou sozinha, com um olhar amuado, ela nem terminou seu chá, jogando o conteúdo na pia. Viviane se sentou no sofá da sala e ligou sua televisão. A loirinha suspirou e subiu até o quarto, começando a retirar a roupa que vestia, vestindo as suas roupas e pegando seus pertences. Desceu a escada de madeira lentamente, enquanto olhava a quantia de dinheiro que havia na sua carteira. Quando a loirinha passou pela sala, olhou para sua anfitriã que estava estática, encarando-a
- Eu não sei como acertar a situação, isso foi muito desconfortável. Desculpa, eu sei que falo demais, sou só insegura. Eu vou indo. – disse, dirigindo-se para a porta com passos rápidos, girando a chave que estava na fechadura, abrindo-a num único impulso.
A loirinha saiu pelo caminho de pedras, sentindo o vento daquela manhã contra os cabelos úmidos. Estava chuviscando um pouco, mas nada muito forte e logo pararia. Quando ela tocou no portão, este não se moveu.
- “Eu não peguei a chave. Que burra!” – pensou, voltando para dentro da casa, onde Viviane se encontrava na mesma posição, sentada no sofá.- Eu não peguei a chave. – falou.
Viviane sorriu, balançando a cabeça negativamente. Ela se ergueu, causando temor em Carei que não sabia se saia correndo, se ficava parada ou então se dizia alguma coisa. Quando a morena se aproximou, ela puxou a chave da porta e puxou uma única chave cor de cobre.
- Essa é a chave do portão. – disse - Você quer mesmo ir embora?
- Acha que tem clima para eu ficar aqui?
- Tem razão, você estragou tudo. – Disse com uma ligeira chateação.
- Eu não queria ter dito aquilo, eu...
- Não, Carei. Você estragou tudo ao ir se vestir sem falar comigo, pegar suas coisas e sair sem ao menos perguntar o que eu queria ou então deixasse que eu te levasse para fora. – disse - Bom, eu vou abrir o portão já que você quer sair correndo como se eu te prendesse.
- Eu... eu só queria...
- Eu sei, você só queria que eu deixasse você em paz. Pronto, agora eu vou deixar você ir embora.
- Não é isso, eu não quero ir embora.
- Não? Bom, não parece. – disse, abrindo ainda mais a porta, saindo do aconchego de sua sala, indo até o portão de ferro. Viviane parou de andar e olhou para trás, vendo que a loirinha estava encostada ao batente de sua porta, olhando-a com os olhos marejados.
- Vai chorar? Não vai dizer que eu estou de expulsando, pois eu não estou fazendo isso. Apenas estou abrindo o portão como me pediu.
- Parece que se eu sair por esse portão, eu vou sair da sua vida também. – falou com mais segurança dessa vez.
- Claro, eu tenho amor próprio também. Eu gosto de você, eu não te amo, eu posso aprender a desgostar. Amor vem com o tempo, se você não permite que eu realmente me apaixone por você, então é melhor acabarmos logo com isso.
- Nossa... você é bem sincera.
- Claro que sim. Eu gosto de você, eu estou falando sério, eu não estou brincando. Se eu quisesse, eu já teria transado com você e te largado. Mas eu estou querendo investir em algo, suspirou, – mas se você não quer, tudo bem.
- Eu acho que não posso forçar ninguém a nada.
- Eu não estou forçado! Eu só não sei como agir. Eu nunca passei por isso antes.
- Nunca namorou? Beijou? Nunca gostou de alguém? Não é tão difícil tentar se relacionar, mas você implica com tudo. Primeiro foi com sexualidade, depois foi com a Any, depois foi com o fato de eu não te pedir nada. Sabe, isso cansa. Você é desconfiada, você tenta achar defeito em tudo. Carei levou as duas mãos ao rosto e começou a chorar baixinho. Viviane olhou para o céu, pedindo a Deus um pouco de paciência. Ela voltou para sua casa, abraçando a loirinha que chorava no seu ombro e então fechou a porta, andando com a menor até o sofá da sala, onde ambas se sentaram.
- Não precisa chorar desse jeito, eu não estou te mandando embora.
– disse com delicadeza dessa vez, fazendo um leve carinho nas suas costas.
– Eu sou impaciente, eu sei disso. Mas eu não sou sua mãe ou seu pai, não vou te falar como agir, então se quiser algo comigo, seja mais sincera comigo e com você mesma.
- Desculpe... eu faço tudo errado.
- Eu te desculpo dessa vez, mas da próxima vez eu vou ficar realmente frustrada e ir embora.
- Eu já entendi!
Viviane sorriu e beijou a sua bochecha, vendo que o choro estava acalmando aos poucos. Quando Carei parou de chorar, a jovem escritora lhe deu um beijo rápido nos lábios e voltou a abraçá-la.
- Você está fedendo a cigarro.
- É minha roupa.
- Acho melhor você se trocar e dormirmos. Eu estou muito cansada.
A morena se levantou e começou a puxar sua linda criança pela mão até o andar de cima, onde tratou de retirar suas roupas sujas e vesti-la com o pijama de antes. O casal voltou a se deitar na cama e finalmente adormeceram.
OoO
Mais tarde naquela manhã, em outro endereço e com outras personagens.
Um riso doce estava sendo ecoado pelos cômodos daquela casa tão triste e sombria. Isso animava a todos os presentes, inclusive os empregados que pareciam trabalhar com mais ânimo. Talvez fosse impressão de todos, mas parecia que o dia estava mais ensolarado com aquela risada forte que invadia seus ouvidos.
Leona estava rindo no seu quarto, batendo com a mão contra o colchão, olhando para o olho roxo de sua melhor amiga, ouvindo as reclamações de Anahi sobre Dulce e falando sobre a Pediculose Pubiana que havia pegado e do ataque da amante ciumenta da sua namorada.
- Any, você tem mel para o azar! – Leona comentou.
- “Se eu soubesse que Any ia fazer Leona tão feliz, eu o teria trazido desde ontem!” – pensou Juliana, acompanhando a conversa da dupla.
- Mas Juliana me ajudou muito no exame. – Any comentou – Obrigado! Se não fosse por você e Kirias, eu poderia ter sido atropelada naquele dia.
- Sorte a sua de ter passado na rua da faculdade, – comentou a ruiva – senão, nós não a teríamos visto. Mas o que a Dulce falou sobre esse seu olho roxo?
- Bom, a Dulce disse o óbvio. Que ia bater na Amanda. Aliás, Dulce sempre fala que vai bater em alguém, não é nenhuma novidade. – disse, provocando mais um ataque de riso na morena.
- E você vai receber uma psicóloga em casa, agora? – Any indagou.
- Por enquanto sim. Meus pais não querem que eu saia.– comentou, tossindo levemente, – Mas para mim está tudo bem. Any, a Juliana comentou que a Dulce não vai mais morar com você.
- Sim, eu acho que nós precisamos de espaços próprios. Nossa individualidade precisa ser mantida desse jeito.
- E você vai morar sozinha agora?
- Pelo jeito. Eu estava pensando há muito tempo, quando nos formamos no Saint Rosre que eu poderia morar com minhas amigas, mas no final acabei ficando com a Dulce. – Revelou. – Eu ia convidar a Carei e você para morarem comigo, mas...
- Mas?
- Carei me disse tanta coisa ruim há um tempo. – falou com chateação. – Eu ainda não esqueci. Em algumas coisas ela tinha razão, mas em outras... eu realmente fiquei chateada.
- Ela é apaixonado por você. – Leona falou, É um enrustida.
- Você também fala isso? Leona! Por favor, ela não é apaixonada por mim. – Any comentou,- talvez só esteja perdida nesse mundo.
Juliana e Leona se entreolharam e depois voltaram a rir baixinho. As primas iam comentar algo, contudo a porta do quarto se abriu. A mãe de Leona entrou com um olhar curioso, encarando Any atentamente, agradecendo mentalmente a loira por trazer alegria para sua filha.
- Eu preparei um café. Vocês querem? – indagou, com um sorriso doce olhando para sua filha, temendo que ela voltasse a lhe olhar com raiva ou lhe dissesse algo ruim.
Any ficou olhando para a mãe de Leona e depois olhou para sua amiga que tinha um olhar sério, porém ainda assim com um leve sorriso desenhado nos lábios. Ela apenas balançou com a cabeça positivamente, alargando o sorriso de Juliana e de sua mãe.
- Então vamos descer! A Rita fez uns pães maravilhosos. Você gosta de chá, Any?
- Sim, eu gosto. – respondeu a loira, caminhando até a grande anfitriã.
Leona se ergueu com a ajuda de Juliana e o quarteto saiu do quarto, conversando sobre banalidades.
OoO
Dulce e Kirias estavam andando pela calçada naquela manhã de sábado. Dulce desabafava e Kirias fazia o mesmo, reclamando sobre sua vida amorosa.
- Aquela idiota me deu um pé na bunda! – Kirias disse com revolta na voz, apesar de sua expressão jamais mudar. Era um caso estranho de se notar, parecia que suas emoções não eram copiadas para suas expressões faciais.
- Any comentou uma coisa comigo que eu fiquei meio... sem acreditar.
- O que?
- Sabe aquela enrustida?
- Sim, o que tem ela?
- Bom... eu acho que essa Viviane, ela... ela ficou com... ela.
Kirias parou de andar, olhou para Dulce, depois olhou para suas próprias mãos, voltou a olhar para Dulce que deu um sorriso amarelo e então levou as mãos até os cabelos louros, puxando-os para cima.
- Será que...
- Eu não sei, isso faz um tempo já. Pois essa idiota falou um monte de merda pra Any, por causa da tal Viviane. – Dulce disse.
- a Carei... aquela idiota ainda falou merda para a Any? E ela... ela está com a... a... Viviane?
Dulce balançou a cabeça sem afirmar ou negar e tocou no ombro da menor, como se estivesse lhe dando apóio moral. Era algo muito difícil de aceitar realmente. Ser trocada por Carei não era nada fácil.
- Mas... elas estão juntas?
- Kirias, eu não sei. Isso foi antes, mas talvez ela tenha tido serviço mesmo, pois não existe explicação para ela sair do seu carro e voltar para casa.
- É talvez tenha razão nesse ponto, Dulce. Ela não seria tão filha da puta de sair do meu carro caso... caso... essa enrustida revelada ligasse.
Kirias foi abaixando lentamente até ajoelhar na calçada. A karateca suspirou, puxou um cigarro e começou a fumá-lo lentamente, vendo sua amiga se descabelar, ignorando as pessoas que lhe olhavam com indignação e curiosidade. Kirias sabia chamar a atenção.
- Já cansou de fazer drama? – Dulce indagou, encostando-se a uma árvore.
- Não. Eu preciso ficar um pouco sozinha.
- Mas você está em uma calçada movimentada e com um monte de gente te olhando.
- Dulce, eu não sou cega. Agora fica quieta! Eu preciso processar tudo isso. – pediu, encostando a cabeça no chão, ficando numa posição parecida com a dos japoneses quando se preparam para pedir desculpas ou então implorar por alguma coisa. Alguns minutos se passaram e Kirias se ergueu, com uma expressão impassível como se nada tivesse acontecido, ela se aproximou da karateca que fumava tranqüilamente.
- Pronto, agora podemos ir.
- Está mais calma?
- Não sei. Eu preciso bater em algo.
- Eu também preciso.
- Vai mesmo bater nela?
- Sim, tem alguma coisa contra?
- Na verdade, eu posso bater também? Estou realmente precisando.
- Kirias, eu só vou me vingar pelo soco que ela deu na Any, eu não vou matá-la e nem cortá-la.
A loura fez uma cara de decepção, porém acabou concordando em se controlar. A dupla voltou a andar pela rua, indo até a academia onde Amanda costumava freqüentar, Dulce pediu para Kirias esperar do lado de fora e então ela entrou, procurando a garota que vivia a lhe acompanhar nos exercícios. Ela procurou, no entanto não a encontrou, perguntou na recepção se Amanda havia ido a academia. No final descobriu que ela não estava mais freqüentando o lugar. a karateca saiu com um olhar impaciente.
- Ela não está mais aqui. Vamos até a casa dela.
- Dulce, por que você não liga para ela e pergunta onde ela está?
A karateca parou de andar por um momento, olhando para sua amiga.
- Acha mesmo?
- Claro! Ligue para ela. Acho mais fácil do que ficar caçando pela cidade. – disse com certa impaciência.
- Será que ela vai atender?
- Por que não tenta primeiro? Seria a primeira coisa que eu faria.
- Hum, talvez tenha razão.
Kirias suspirou, não acreditando como Dulce podia ser tão cabeça oca. A sua amiga preferia ficar rodando por toda a cidade ao invés de localizá-la por telefone. Dulce pegou seu celular e ligou para quem desejava e como Kirias havia dito. Amanda acabou atendendo.
- Dulce! Como você está?
- Sem essa de como eu estou. Eu vou te arrebentar!
- Ah, a sua namorada lhe deu o recado?
- Vamos acertar isso agora. Eu quero que você me dê o recado pessoalmente.
- Vai vir sozinha, minha irmã?
- Sim.
- Ah, então, sabe aquela quadra atrás do meu prédio? Aparece lá, pow. Eu acho que a gente pode conversar.
- Não terá conversa. Eu estou indo lá agora.
Dulce desligou e olhou para Kirias.
- Ela vai levar alguém?
- Não sei, mas você não vai poder interferir.
- Ahhhh, Dulce! Eu preciso bater em alguém. Por favor, não peça para eu ficar longe a Any é minha amiga também e...
- Não, eu vou fazer sozinha. Se tiver mais alguém, você pode entrar em ação!
Kirias ergueu as duas mãos e cruzou seus dedos.
- O que está fazendo?
- Torcendo para ter uma gangue lá te esperando para eu poder bater e apanhar bastante.
- Kirias, você é louca. – falou, voltando a pegar outra unidade de cigarro.
- Eu não sou louca!
- Certo, certo... você é apenas estranha.
A dupla chegou até o carro de Dulce que engatou a primeira e saiu rapidamente, desejando chegar o quanto antes ao seu destino. Dulce dirigia com calma, pois sabia onde podia encontrar quem desejava e só planejava mentalmente em como poderia se vingar.
- Eu não gosto quando você fica quieta. – Kirias comentou.
- Como assim? – indagou, soltando a fumaça que vinha do seu pulmão, deixando o cheiro forte do cigarro invadir o carro.
- Quando você fica muito quieta, isso é um mau sinal. – Comentou -Todas as pessoas que eu já vi indo para o hospital por sua causa, acabaram encontrando essa expressão fria. Sabe Dulce, eu não entendo como você consegue mudar da água para o vinho de repente.
Dulce apenas a olhou de soslaio e nada comentou. Ela não sabia o que dizer, no entanto quando estava realmente enfurecida e queria resolver alguma coisa com a violência, uma paz inexplicável invadia seu peito, sua mente ficava limpa para qualquer pensamento errôneo e o seu alvo era marcado por seu olhar. Esse era um dos motivos, ou melhor, esse era o motivo para ser uma boa lutadora. Ela tinha a frieza e o ar calculista que qualquer pessoa na hora do sufoco precisava para se sair bem.
- Não vá matar a idiota sem querer. – comentou a loura, passando a mão por seu cabelo – Eu sei que você fica um pouco perdida quando está cega de raiva.
- Eu não vou fazer nada sério.
- Alguém olha para a Any e você já quer explodir metade do país,
- comentou, rindo alto.– Agora alguém deu um soco nela. E você diz que não vai fazer nada? Sabe Dulce, eu acho melhor você me deixar fazer isso.
- Ah! Sabia que tinha alguma coisa por trás dessa conversa. Então você está tentando me induzir a deixá-la resolver meus problemas?
- Eu sou sua amiga, eu também gosto da sua namorada. Então, eu não vejo problema em fazer isso para você.
- Como assim gosta da minha namorada?
- Ué, eu gosto. Eu nunca falei que desgostava dela. – Riu alto, - Aliás, eu acho que se você saísse do caminho, quem sabe um dia eu poderia ir atrás da Any. Você ficaria brava?
- Você adora me provocar, não é?
- Sim, é uma das minhas diversões. – Respondeu com um sorriso ainda maior.
Um tempo depois, elas chegaram ao destino. Quando chegaram à quadra, Kirias começou a rir baixinho, começando a mexer no seu pescoço e no seu punho, agradecendo mentalmente aos Anjos e Deuses. No canto da quadra haviam três garotas sentadas próximos à arquibancada. Quando Dulce viu que havia reforço, os pêlos de seu corpo se arrepiaram. Fazia muito tempo que não brigava com várias pessoas. Isso era no tempo que estava no segundo ano do Saint Rosre, quando as garotas do terceiro e do quarto ano vinham querer lhe agarrar.
- Dulce, você vai querer minha ajuda, certo?
- Elas lutam muay thai na academia que eu freqüentava, eu acho melhor você ficar longe, Kirias. – Avisou.
- Ah, fala sério, Dulce! O que elas podem fazer?
- Er... te mandar para o hospital? Fica aqui atrás.
Quando Dulce parou na frente daquele trio, Amanda saiu da roda e foi até Dulce que a esperava com os braços cruzados.
- Pensei que não traria ninguém. – Dulce falou – Acha que elas vão ser sua salvação? Por que não veio me dar o recado pessoalme...
Dulce não terminou a frase, pois recebeu um soco certeiro na boca. O soco foi tão forte que ela sentiu todo seu pescoço estralar. A karateca deu dois passos para trás e passou a língua pelos lábios, sentindo o gosto do sangue.
- Pronto! Recado dado pessoalmente! – Falou Amanda, incentivando suas amigas a aplaudirem e a elogiarem.
Kirias teve que concordar que a entrada de Amanda foi realmente bonita. Ela cruzou os braços e deu alguns passos para trás, sendo encarada por as amigas de Amanda.
Dulce passou a mão por seu lábio, vendo a coloração avermelhada tingir os dedos, fechou os olhos por um minuto e se acalmou, não seria bom se irritar e perder a cabeça naquele momento.
- Achou que fosse vir aqui e botar a banca, Dulce?
Dulce colocou um pé à frente e flexionou levemente seu joelho, ficando uma posição simples e nada chamativa. Era a posição de luta da karate, simples e mortal, em sua opinião é claro. Ela deu um curto passo à frente e golpeou a face de Amanda com velocidade, sem aplicar muita força.
- Que soco de menininha, Dul! – Riu alto, passando a mão por sua bochecha, sentindo a ardência.
- “Dulce sempre faz isso, dá um soco de leve para deixar os outros animados. Acho que podia até descrever o que vai acontecer aqui. Ela vai dar mais dois socos leves, depois vai puxá-la pelo cabelo e dar uma joelhada no rosto, depois vai fazer aquele negócio com os dedos e dar um soco nas costelas, depois vai derrubar no chão... começar a chutar, e eu vou ter que segurar as duas grandalhonas que vão tentar proteger a idiota. Ah! Isso ficou até cansativo. Perdeu a graça!” – Kirias refletiu, soltando um suspiro carregado de tédio, ao ver que Dulce realmente deu mais dois socos rápidos em Amanda, que tentou contra atacar, mas só encontrou o vazio.
Amanda foi ao chão, soltando um gemido alto, começando a receber alguns chutes de Dulce. Kirias olhava para suas unhas, aparando-as com uma lixa de metal que havia retirado do bolso de seu jeans. Quando as amigas de Amanda se moveram para intervir na briga, Kirias sorriu de canto e guardou o seu objeto de estimação.
- Onde pensam que vão? Uma contra, uma. Não viram?
- Sai da frente, otária!
- Ah, eu adoro quando me provocam. Bom, você me xingou e isso era motivo para eu partir para agressão. Agora eu tenho motivo! – Sorriu, falando sozinha.
As duas garotos se olharam, pensando que aquela garota com visual Punk era uma verdadeira idiota. Elas balançaram a cabeça negativamente e começaram a rir baixinho, andando na direção de Kirias.
- As duas de uma vez?! – Indagou.
- Está com medo?
- Medo é um sentimento tão comum. Por que eu não teria medo? Claro que estou com medo. – Disse calmamente, virando-se para trás ao ouvir um grito carregado de agonia de Amanda. – Dulce, você disse que só ia bater. Acho que já quebrou o braço dela. Pare com isso e me ajude com essas duas!
Dulce parou um pouco e ergueu a cabeça vendo que Kirias estava com um sorriso de orelha a orelha, excitada só de saber que poderia aliviar suas frustrações sexuais nas duas pobres coitadas a sua frente. Dulce deixou Amanda de lado e foi andando com passos rápidos na direção da primeira que viu, jogando-a para trás com um empurrão, enquanto Kirias ia correndo, saltitante na direção da outra. Na briga, Kirias levou bastante soco, tapas, alguns puxões de cabelo, unhadas enquanto ao lado, Dulce batia na outra garota que usava golpes de luta ensaiada. Ela ainda havia tido o azar de escolher uma péssima garota para bater!
- Que mundo cruel! Eu só escolho as piores coisas e me ferro! – Gritou, dando um soco certeiro após a unhada que recebeu no braço.
- O que foi Kirias? – indagou Dulce, empurrando a garota para trás, que saiu cambaleando.
- Essa garota é uma mole! – Disse - Eu só escolho as piores, Dulce! Madona não me queria, minha irmã me largou, eu tomei um fora da outra.
Dulce sorriu amarelo para sua amiga e ergueu as dois braços, mostrando que não sabia o que falar as duas garotas se afastaram daquela dupla, com as mãos em seus ferimentos, olhando para Amanda que continuava estatelada no chão.
- Kirias, você quer transar, certo?
- Seria bom!
- Olha, a Amanda gosta disso. – Falou, apontando para o chão – Ela está louca para dar uma com alguém.
- Hum... ela não é muito meu tipo. – Disse, olhando para o rosto machucado da outra. – E você também a deixou bem feinha agora.
- Então vamos embora. Eu vou buscar a Any na casa da Juliana. – Falou, ajoelhando-se ao lado de Amanda, fechando a mão nos cabelos castanhos, para erguer sua cabeça. – Eu espero não ter notícias suas da boca da minha namorada. Nunca mais! Ouviu?
Dulce se ergueu e pisou sem cima do corpo, como se fosse um tapete, saindo com Kirias que olhava para os arranhões do seu braço.
- Você disse que ela lutava muay thai.
- A que eu peguei, eu sei que lutava. Eu nunca havia visto a outra.
- Ah! Dulce! Você pegou a que sabia lutar! Isso não é justo.
- Claro, você ia sair machucada.
- Eu sei lutar também!
- Não sabe nada, você só é masoquista e gosta de tomar soco na cara. – Disse, com um suspiro carregado de satisfação.
- Eu vou fazer karate com você de novo.
- Por que não vai numa academia, Kirias? Eu acho melhor, eu não sei ensinar.
Kirias ficou contrariada e não disse mais nada. A dupla entrou no carro e se dirigiu para a casa de Juliana.
OoO
E para aproveitar aquele dia ensolarado de sábado. Aziel e Alexia estavam andando pela rua de um bairro calmo, onde havia vários barzinhos e restaurantes. O casal entrou numa sorveteria que estava cheia, todavia acharam um bom lugar, próximo a uma árvore ao fundo da loja para sentarem.
- Seu sorvete está bom? – Indagou a mais nova.
- Sim. O seu não está?
- Não sei, ele tem um gosto estranho. – Confessou.
- Pegue outro.
- Não, só não como esse aqui. – Disse, apontando para a bola com de laranja. – Você falou com a sua irmã depois daquilo?
- Não. A Leona já foi achada, certo?
- Minha irmã me contou, ontem. Será que Amín sabe disso?
- Não sei.
- Por que você não dá essa notícia a ela?
Aziel suspirou, parando de tomar seu sorvete, olhando para sua namorada com certa preocupação. Ela não havia falado com Amín desde aquele episódio e sentia-se mal com isso.
- Eu não consigo ficar muito tempo brigada com a minha irmã. Eu acho que você deve estar assim também. – Disse, fechando sua mão, nos dedos compridos de Aziel. – Vá hoje mesmo falar com ela?
- Eu acho que ela não quer mais me ver. – Confessou. – Eu fui bem... fria e ríspida com ela.
- Então ligue, mande uma mensagem. Eu acho que ela quer que você fale com ela também. Acho que as duas estão ensaiando para dar o primeiro passo, mas como você foi a agressora, então ela espera por você. – Comentou.
Aziel sorriu de canto para a menor, vendo que ela tinha maturidade o suficiente para aconselhá-la.
- Sobre a mudança dos meus pais. Eu acho que nenhuma de nós vai querer ir com eles. Tanto Amín, quanto eu ou minha meio irmã.
- Você se mudaria mesmo, Azi? – Indagou com um olhar cabisbaixo.
- Não, eu não consigo me ver morando em outro lugar. – Confessou – Rússia! Como eu poderia morar num lugar desses?
- Ah, eu fico tão feliz em ouvir isso! – sorriu, beijando a mão da outra discretamente, para não escandalizar as criancinhas que estavam na mesa ao lado. – Eu vou ao banheiro. Já volto.
Aziel assentiu com a cabeça. Ela ficou na mesa sozinha, olhando para o seu aparelho celular. Com certa hesitação acabou ligando para sua irmã gêmea.
- Amín, sou eu, Aziel. Posso falar com você?
- O que você quer?
- Eu queria... pedir desculpa pelo o que eu fiz.
- Mesmo? Tudo bem.
- Você está triste. O que houve?
- Nada.
- Uma notícia. Leona apareceu, eu vou visitá-la amanhã. Quer ir comigo?
- S-sério? Que bom! Ela está bem?
- Pelo que eu soube sim. Passe amanhã na minha casa e nós iremos juntas. Afinal, faz tempo que eu não falo com ela também.
- Ah... tudo bem, Aziel. Amanhã eu vou à sua casa pela manhã.
- Eu vou ficar te esperando. Depois conversamos.
- Eu tenho que desligar. Até amanhã.
- Até.
Aziel abriu um largo sorriso ao conseguir conversar com sua irmã. Parecia que a paz havia retornado ao seu coração com isso. Logo Alexia se aproximou com um sorriso cúmplice, ela foi propositalmente ao banheiro, imaginando que sua namorada faria aquilo.
OoO
Na casa de Leona, a campainha tocou duas vezes. A empregada abriu a porta, olhando para uma garota com cabelo cor de fogo e outra muito charmosa que se vestia elegantemente logo atrás com um olhar sério e penetrante.
- Oi, nós somos amigas da Leona. Ela está? – Indagou Hudi com um sorriso, erguendo um pacote de presente que havia comprado para sua amiga.
OoO
Continua...
Autor(a): lunaticas
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+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
A mesa do café havia ficado mais cheia. Leona estava sorridente, olhando para sua querida amiga maluquinha com os cabelos cor de fogo que não parava de falar na mesa. Todavia ela e Leona acabaram por ficar tirando sarro do olho roxo de Any. Miles estava tomando um pouco de chá em silêncio, olhando para os quadros expostos nas paredes de gesso. - & ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 61
Para comentar, você deve estar logado no site.
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tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38
Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.
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ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27
kd vc? volta apostar please
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cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55
adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)
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cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20
O Capitulo ta bugado Ç.Ç
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anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48
Deu bug no cap
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rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12
E essa fic aqui, como fica??
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rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29
cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!
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luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20
Postaaa maiss...
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rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03
POSTA MAIS!!!!!
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maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19
posta mais.....bjaum lu