Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon
O cheiro forte que vinha do banheiro foi suficiente para ativar seus sentidos. Dulce abriu os olhos lentamente, sentindo fortes náuseas por seu corpo. Aos poucos foi se levantando, massageando suas têmporas, tentando acalmar sua dor de cabeça.
A cena era caótica por assim dizer. O chão do apartamento, mais especificamente da sala, estava repleto de garrafas long necks, salgadinhos e pedaços de vidro espalhados pelos cantos, sem contar que todos os objetos foram modificados de lugar, parecia que havia sido de propósito. A karateca deu alguns passos para o lado e se sentou no sofá, erguendo-se rapidamente ao ver que havia uma lata de cerveja cheia em cima da almofada. Agora o sofá federia a cerveja.
Ela passou a mão por seus olhos, coçando suas pálpebras com força para então olhar suas companheiras de quarto. Kirias estava deitada de barriga para cima, com uma faca fechada na sua mão direita. Dulce nem sequer imaginava o que a loura estava fazendo, contudo agradecia mentalmente aos anjos por estar viva. Enquanto Juliana estava deitada de barriga para baixo, abraçado a um travesseiro. A cena era cômica, Dulce até poderia tirar uma foto, contudo no momento não conseguia nem falar seu nome inteiro.
Com cuidado ela se ergueu, com o pé direito começou a cutucar a loura de moicano sem nenhuma gentileza. Dulce nunca havia sido carinhosa e atenciosa antes e não seria agora que mudaria seu caráter. Aos poucos Kirias foi abrindo os olhos, sentindo os raios solares lhe perturbarem.
– Kirias! – a chamou. – Levanta logo, sua psicótica!
– Ah... Dul?
A karateca suspirou e ajudou a sua amiga a se levantar, dando um tapa na sua mão para que ela mesmo largasse a faca.
– Por que eu estava... com uma faca?
– Eu vou lá saber! – Respondeu sem muita paciência, ajudando-a a se sentar no sofá.
Dulce foi até Juliana dando o mesmo tratamento, enfiando o pé em sua cabeça, empurrando-a para os lados, tentando fazer a mais preguiçosa daquela casa se levantar. Juliana rolou para um lado, tentando se livrar daquele pé incômodo, todavia Dulce continuou a importuná-la até que ela se levantou e se sentou ao lado de Kirias.
– O que aconteceu ontem aqui? – Dulce indagou, colocando as mãos na cintura.
– Se você não se lembra, Dul. Não venha perguntar para a gente. – Kirias observou.
– Essa casa está uma bagunça. Faz tempo que está assim, nós precisamos dividir as tarefas e organizar uma lista de afazeres. Vocês já viram a pia da cozinha?
Kirias e Juliana balançaram a cabeça negativamente, como se fossem duas crianças levando bronca por causa de suas bagunças.
– Já viram como está o banheiro? Sintam o cheiro! Nós precisamos colocar ordem nisso.
E quem diria que a mais organizada daquela casa seria Dulce Maria, a famosa brigona que adorava quebrar tudo quando estava brava? Kirias e Juliana estavam comovidas, sentindo-se umas vagabundas por deixarem aquele apartamento perfeito para a criação de porcos.
– (...) Bem que Any falou para eu tentar organizar isso. – concluiu seu longo discurso que se demorou por longos minutos.
Kirias e Juliana se olharam e então sorriram.
– Ahhhh! Sabia que tinha que ter alguém no meio desse sermão. Então Any a ajudou a pensar. – Kirias comentou. – Imagine se alguém sem cérebro que só sabe dar socos e chutes que nem a Dul iria pensar em organização.
– Verdade Kirias, eu estava até assustada. No fundo pensei que Dulce havia sido abduzida por alienígenas enquanto estávamos inconscientes. – Disse a ruiva bem humorada.
– Não venha dar uma de certinha, Dul. Você também faz parte dessa bagunça. – Kirias falou – Precisamos de organização sim. Eu acho que podíamos contratar uma diarista, ela poderia aparecer uma vez por semana.
– Temos que colocar limites nas festas também e avisar sempre a outra quando trouxer alguém. – Disse Dulce. – Eu lembro que havia algumas pessoas aqui ontem. Deuses, eu espero que não tenha feito nada de errado.
– Não se preocupe, Dul. Eu lembro que um garoto pulou no seu pescoço, mas você quase vomitou nele. – Juliana observou. – Amigo da minha irmã. Não me olhe com essa cara, você estava dando mole para ele.
– Eu estava dando mole para um homem? – indagou com revolta. – E pare de ficar chamando sua irmã para ficar bebendo aqui! Ela sempre traz a pior espécie.
Juliana riu baixinho com Kirias. Irritar Dulce era uma das atividades que a dupla exercia com maior satisfação ao longo do dia. Havia algo mais divertido do que fazer Dulce ficar com ciúmes de Anahi, ficar mal humorada e novamente fazê-la ficar com ciúmes de Anahi? Certamente que não havia coisa melhor para animar seus humores.
– Depois que Any descobrir essa festinha, ela vai começar a dar festas na casa dela também. – Juliana comentou. – Não concorda comigo, Kirias?
– Verdade, verdade. Any não é boba, logo ela vai começar a sair para beber e trazer companhia para casa também.
– Do que estão falando!? Any não ia fazer isso!
– Ah, será? A Any não é boba, você já a traiu uma vez...
– Kirias, eu vou te bater.
– Ela está começando a ficar vermelha. – Juliana observou.
O limite para as brincadeiras certamente era ver a coloração que tingia o rosto e pescoço da karateca. Esse era o nível número um, onde Dulce estava começando a ficar irritada. O nível número dois era notório quando as veias de seu pescoço começavam saltar e o nível número três seria quando a karateca começava a ofegar. O nível quatro, mais avançado, era quando ela começava a falar palavras realmente mortíferas. E o nível cinco que Kirias e Juliana viram poucas vezes na vida e nunca mais queriam ver, era quando Dulce perdia todos os outros níveis, ficando aparentemente calma, com um olhar frio e um sorriso de cinismo. O sorriso tinha um motivo. Afinal Dulce sabia que as pessoas que a irritavam iam parar no hospital. Por isso o sorriso era o sinal pré-explosão suprema que deveria ser evitado. Mas voltando a bagunça do apartamento. Dulce buscou seu aparelho celular que estava jogado em cima de um pote de amendoins.
– Aqui tem o número da mulher que vai limpar a casa da Any. – disse. – Fale com ela, Juliana. – falou, jogando o aparelho para a ruiva. Depois pegou seu maço de cigarros, pegou uma unidade e começou a fumar.
– Eu estou lenta ainda. Fala você. Aliás, tem algum analgésico? Eu estou com muita dor.
– Eu odeio falar no telefone. Você é a mais sociável.
Kirias saltou do sofá e foi até a cozinha, torcendo o nariz para a pia que estava entupida de louça. Ela procurou alguma coisa na caixa de remédio e quando viu que não tinha mais nada, o seu corpo começou a reagir. Ela apareceu na sala com os olhos arregalados.
– O que foi? – indagou Dulce.
– Não tem mais remédios! – Gritou, entrando em desespero. Ela levou as mãos até os fios louros, puxando-os contra seu couro cabeludo. – Como iremos sobreviver!? Dul faça alguma coisa!
– Eu vou comprar alguma coisa para comermos e passo na farmácia. Enquanto isso dêem uma geral nessa sala. Eu já volto. – Disse, indo até seu tênis que estava jogado em um canto, pegou sua carteira e a chave de seu carro, batendo a porta em seguida.
Na sua viagem até a farmácia, Dulce encontrou o trânsito de domingo. Muitas pessoas estavam indo fazer compras e coincidentemente parecia que todas seguiam para o mesmo lugar. A karateca parou em uma farmácia qualquer e comprou o necessário, sendo observada com atenção pelo farmacêutico que estranhou o número alto de aspirinas. Ao sair da farmácia, passou em um pequeno mercado do bairro e comprou o necessário para sobreviver: Macarrão instantâneo, água e algumas barras de chocolate, ou então Juliana poderia entrar em crise de abstinência por seus doces.
Satisfeita, voltou ao carro e foi direto para casa. Dulce assobiava, enquanto andava pelo corredor que levava até seu apartamento, era a última porta a direita. Ela buscou a chave no seu bolso e a inseriu na fechadura, tentando abrir a porta, no entanto antes que pudesse fazê-lo, a porta foi aberta por duas criaturas de olhos vermelhos e arregalados que a jogaram para trás, atacando-a com ferocidade, enquanto buscavam as aspirinas.
Dulce colocou a mão no peito com o susto que tomou, ficando distante, vendo suas amigas tomarem aspirina com a água que comprou como se fossem animais. Depois de cada uma tomar uma unidade, elas sorriram para a outra e voltaram ao apartamento.
– "Eu que propus viver com essas loucas". – pensou, pegando as coisas que caíram no chão, entrando com cuidado para não ser mordida novamente.
– Por que demorou tanto? Eu pensei que minha cabeça fosse explodir! – Kirias reclamou.
– Sabia que existe trânsito na rua? A cidade não é só nossa? Sabia que existem filas, pessoas lerdas, estacionamento e um monte de burocracia, e uma delas se chama farol de trânsito? – Falou com irritação, jogando as compras em cima da mesa da sala. – E o que a mulher falou no final, Juliana? Ela vai vir aqui.
– Apenas quarta-feira. – respondeu. – Eu tentei pedir para ela aparecer antes, mas ela disse que tinha muito serviço.
– O jeito é a gente se dividir com as tarefas. – Kirias opinou, enquanto virava a poltrona que estava de ponta cabeça. – Eu fico com a sala.
– Eu fico com a cozinha. – Disse Juliana.
Dulce olhou para os lados, procurando algum canto do apartamento para arrumar. E foi quando o cheiro arrepiante do banheiro lhe acordou para a vida.
– Não! Eu não vou limpar o banheiro!
– Certo, vamos tirar na sorte, então. – Disse Kirias.
– Vamos tirar dois ou um. O primeiro a sair escolhe, o segundo e o terceiro não tem opção. – disse a ruiva.
As três se aproximaram e começaram a jogar com os dedos. A primeira a vencer foi Kirias, que escolheu limpar a sala, a segunda foi Juliana que escolheu a cozinha e por último sobrou Dulce que não conseguia acreditar na sua má sorte.
– Era o destino, Dul. O banheiro estava te chamando. – Juliana disse. – Boa sorte.
– Eu odeio vocês. – vociferou num sussurro, afastando-se com passos pesados.
Enquanto Dulce olhava para o banheiro, Kirias e Juliana se aproximaram com um sorriso divertido nos lábios.
– O divertido é que Dulce sempre coloca dois, dois e depois coloca o número um nos dedos. Será que ela nunca percebeu isso? – Kirias comentou com a ruiva.
– Eu não sei, eu já notei isso também. Será que ela não sabe ser imprevisível? E no par ou ímpar ela sempre coloca cinco, depois coloca dois e depois três. Ela deve ter algum bloqueio mental.
– Deve ser os chutes que ela tomou no karate. Mas isso é muito bom, pois sabemos como ganhar dela sempre que necessário. – Kirias riu baixinho com Juliana.
Dulce olhou para trás e viu as suas companheiras cochichando e rindo baixinho, enquanto apontavam para sua pessoa.
– O que foi? Do que estão rindo!?
– Nada! – Disse Juliana. – Eu estou indo para a cozinha. Boa sorte, Dul.
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No apartamento de Anahi o ambiente era diferente. Havia uma planta em um canto, com uma ótima aparência. O lugar cheirava bem, sempre estava com a janela de vidro aberta, permitindo que o vento trouxesse novos aromas, limpando todas as energias negativas que pudessem estar impregnadas nos cômodos. Na sala, sentadas no sofá macio de couro estava Any, Leona e Carei. O trio resolveu viver junto após algumas conversas, no começo eram apenas Leona e Any, com a chegada da loirinha elas viram a necessidade de mudar o apartamento, pois precisavam de três quartos. No final não mudaram o prédio, pois gostavam da localização, mas na cobertura havia mais quartos, além do aluguel ser mais caro também.
O mais interessante era que as vizinhas debaixo eram Hudi e Miles. Quase todo o dia Hudi aparecia para visitá-las, ou melhor, para trazer jogos de tabuleiro e conversar com as demais. Elas eram amigas, haviam ficado seis meses separadas após a saída do Saint Rosre, mas estavam juntas novamente.
Hudi comentava que faltava Amín e Haziel para tornar os dias mais completos. Seria bom se elas morassem perto. Carei contatou suas irmãs, pedindo para que elas se mudassem para perto, pelo menos para que ficassem no antigo apartamento que Any ficava, pois havia dois quartos, mas nunca conseguiu uma resposta muito positiva. E nessa manhã de domingo, Hudi estava sentado no chão da sala junto com as anfitriões. O quarteto jogava truco. Any fazia dupla com Carei, que apesar de não parecer, ela era perita em baralho, sabia blefar muito bem e botava banca nas demais.
– Carei, onde você aprendeu a jogar assim? Eu desisto! – Hudi comentou.
– Haziel me ensinou, ela sabe tudo sobre jogos. Amín também é viciada, quando as duas jogavam algo, eu até saía de perto. – comentou risonha, voltando a embaralhar o baralho.
– E como está Amín? – Leona indagou, fazendo todos os olhares voltarem para ela. - O que foi? Eu só estou perguntando! – disse, sentindo-se incomodada com os olhares.
– Ela está bem. Trabalhando muito. Meus pais querem que ela faça alguma faculdade, mas ela está gostando do trabalho dela. Acho que minha irmã está tentando se encontrar, ela é meio revoltada. – suspirou – Acho que seria bom se você conversasse com ela, Leona. Eu lembro que ela gostava muito de falar com você.
– Hum... Eu sei que ela amava falar com o Leona. – Hudi comentou.
– Eu concordo, concordo. – Any riu baixinho.
– Ah! Gostava? – Carei indagou inocente.
– Amín nunca falou para você que é apaixonada pela Leona? – Hudi indagou para a loirinha, mostrando certa indignação.
– N-não! – falou com surpresa. – S-sério!?
– Ela era apaixonada, era! Coisa de adolescente. Não é mais, parem com isso! – falou constrangida. – E eu vou me trocar. Eu tenho que ir ao consultório.
Quando Leona se afastou, Hudi olhou para trás com atenção e se aproximou mais da dupla.
– Como a Leona está com essas consultas no psicólogo?
– Eu acho que ela está melhor. – Any observou. – Mas às vezes ela fica um pouco agressiva ou com paranóia de sair na rua. Ela tem medo de ficar sozinha também.
– Sim, sempre que Any sai, ela fica grudada em mim. Eu não me importo, mas se ela tiver algum ataque, eu não sei como reagir. – comentou, soltando um longo suspiro.
– Quando vocês saírem, liguem para mim e eu peço para a Miles fazer companhia para ela. Tudo bem?
– Sério? – indagou a dupla em uníssono.
– Sim. Miles fica tocando piano sozinha, eu acho que seria uma boa companhia para a Leona.
– Ótimo! Nós vamos avisar mesmo. – Any falou.
– Por favor, Leona é minha melhor amiga, eu quero o melhor para ela.
Algo a ser observado era que todos que faziam amizade com Leona acabavam tomando-a como melhor amiga. Ela era a melhor amiga de Any, a melhor amiga de Hudi, de Amín, de Haziel, era a paixão de Juliana, Kirias também tinha apreço por ela; Dulce não tinha ciúme de sua amizade com Any. Até mesmo com Miles ela conseguia arrancar mais palavras que qualquer outro, a morena conversava com Leona, preocupando-se com sua saúde e estado mental. Era uma pessoa que ninguém conseguia deixar de gostar.
Quando Leona apareceu na sala pronto para sair. Suas amigas lhe acenaram com olhares cúmplices e duvidosos, deixando a morena um pouco inquieta. Ela sorriu e se despediu, buscando a chave de seu carro. Sim, ela estava com carteira de motorista e com um carro simples que ganhou de seus pais, com o intuito que fosse visitá-los todo final de semana.
– Eu vou descer. Qualquer coisa é só chamar. – falou a ruiva. – Miles deve estar me procurando.
Ela se despediu e desceu um andar de escada, entrando em seu apartamento. Na sala estava a sua namorada, usando apenas uma calça de moletom larga e escura e um tope preto deixando o abdômen magro e perfeito a vista. Em uma mão havia uma caneca de vidro com café e na outra o controle remoto da televisão.
– Bom dia, amor! – sorriu, sentando-se ao seu lado, puxando o controle de sua mão, para que fosse abraçada.
– Bom dia. – cumprimentou com um sorriso doce, beijando sua testa.
– Levantou faz tempo? Você já comeu?
– Sim.
– Quer fazer alguma coisa hoje?
– Nada especial. E você?
– Eu gostaria de ir ao cinema com você.
– Veja o filme e o horário que você quiser.
Hudi sorriu beijando os lábios da mais velha, que deixou a caneca repousar na mesa de madeira que ficava próximo ao braço do sofá. Ela passou os braços esguios e brancos pelo corpo menor, acariciando seu corpo, enquanto beijava demoradamente sua bochecha.
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Voltando ao apartamento do trio destruidor. Kirias terminou de arrumar a sala e saiu apressada, dizendo que havia um compromisso com seus pais. Dulce estava desentupindo a privada com sucesso e Juliana estava ficando com tendinite de tanto lavar a louça e fechar saquinhos plásticos de lixo. Quando a dupla terminou, ambas concordaram que seria melhor sair para refrescar um pouco a cabeça. Elas desceram a pé mesmo até a calçada, sentindo o sol fresco de domingo. Dulce pegou uma unidade de seu cigarro e começou a fumar com gosto. Elas estavam conversando, rindo baixinho, distraídas com aquele sol gostoso de domingo. Dulce parou de falar de repente e olhou para o lado, observando atentamente uma moça que passava que também começou a encará-la, até que ela parou de andar.
– Dul? – indagou a pedestre, forçando seu cenho, tentando reconhecer a fumante que estava encostada no poste.
– Erica!?
– Ah! Quanto tempo, Dul. Como você está?
– Eu estou bem. E você? – indagou, sorrindo amarelo.
– Eu estou ótima. Você está de passagem?
– Não, eu moro aqui. – Falou, apontando para o prédio.
– Mentira! Minha irmã está morando aqui também. Eu não acredito nisso! Há quanto tempo está morando aqui?
– Seis meses mais ou menos. – disse.
– Foi muito bom te ver. Eu tenho que ir agora, mas me passa o seu telefone para nós marcamos de tomar uma cerveja, juntas. – sorriu, pegando seu aparelho celular, anotando o número que Dulce disse. – Nos falamos depois! Até mais.
A garota de cabelos loiros se afastou e Juliana se aproximou com desconfiança, olhando para a feição de Dulce, não reconhecendo aquele olhar entristecido.
– Que cara é essa Dul? Quem é essa Erica?
– Minha ex-namorada. – respondeu baixinho, olhando para seu cigarro.
– Sério? Nossa! Ela se parece com a...
– Any. Um pouco, elas têm traços parecidos. Mas não são iguais.
– Você terminou com ela há quanto tempo?
– Ela terminou comigo na verdade, eu era uma idiota apaixonada. E eu não quero mais falar nisso. – disse, jogando o cigarro no chão, postando-se a andar, ignorando os chamados insistentes de Juliana.
Dulce passou a mão por seus cabelos, retirando as mechas próximas de suas orelhas, respirando fundo o ar fresco, tentando organizar seus pensamentos. Fazia tempo que não via aquele sorriso tão sedutor.
– "Nunca pensei que fosse me balançar depois de tanto tempo. Isso é tão imaturo! Que raiva. Por que você foi aparecer logo agora?" – pensava, sentindo seu coração bater mais forte. Ela puxou o celular de seu bolso, olhando para a foto de Any que havia no mesmo.
Rapidamente ligou para sua namorada, ela precisava ouvir sua voz. Ficou ligando até que a loira atendeu.
– Oi, Dul, tudo bem?
– Any. Eu vou passar na sua casa.
– Nossa, eu pensei que não nos veríamos hoje. Você disse que ia...
– Eu mudei de idéia. Vá se trocar, eu estarei aí em quinze minutos.
– Aconteceu alguma coisa?
– Nada. Eu não posso querer te ver?- Indagou com certa irritabilidade.
– Está irritada com alguma coisa?
– Não, não estou. –respondeu com impaciência.
– Está certo. Eu estou te esperando, então.
– Até logo. – disse secamente, desligando.
Dulce se acalmou um pouco e voltou com passos rápidos, passando novamente por Juliana que tentou falar com ela, contudo foi em vão. Ela não queria mais tocar no assunto. Tratou de ir logo para o estacionamento, onde pegou seu Porsche e saiu. Em casa, Any ficou olhando para seu aparelho sem saber o que havia acontecido. Ela suspirou e foi até o seu quarto, onde vestiu um jeans preto e uma blusa da mesma cor, que tinha alguns detalhes verdes na sua barra. Ela penteou os cabelos para trás, deixando-os cair desalinhado pelo rosto e ficou deitada na cama. Poucos minutos o interfone tocou, Any saltou e foi até o aparelho, ouvindo a voz de sua namorada.
– Carei, eu vou sair. Até mais.
– Tchau, Any! – gritou a loirinha do quarto.
Quando chegou a rua, Any procurou a sua namorada com o olhar, vendo que ela estava do outro lado da rua, dentro do carro que estava com os vidros fechados. A loira suspirou e entrou no veículo, quando sentou, olhou para Dulce que estava usando seu par de óculos escuros e estava fumando.
– Hum, eu vou adorar beijar você com esse gosto de cigarro. – Disse com um cinismo notável.
Dulce amassou o cigarro no cinzeiro do carro e soltou o resto da fumaça, depois virou o rosto e deu um beijo rápido nos lábios de sua namorada.
– O que quer fazer? Você parecia agitada no telefone. Aconteceu alguma coisa?
– Nada, eu estou bem. Já almoçou?
– Não.
– Então vamos comer comida japonesa. Você estava com vontade de comer, não é mesmo?
– Sim, mas eu já comi ontem.
– Comeu? Aonde?
– Fui ontem à noite, eu falei para você. Eu liguei para seu celular e ninguém atendia. Onde você estava?
– Em casa. Tinha gente lá.
– Quem?
Dulce começou a dirigir enquanto contava da festinha que Juliana havia promovido. Any apenas ouvia sobre a farra que estava presente no dia-a-dia da vida de sua namorada, não gostando muito de saber daquilo.
– Dul, pare de beber tanto. – Pediu. – E você voltou a fumar como antes, você quase parou ano passado.
– Eu sei, mas eu estou treinando mais também, eu fico ansiosa. Mês que vem mais ou menos, eu vou me inscrever para um campeonato regional de karate.
– Eu fico feliz por você, Dul! Finalmente eu vou poder te ver lutando. – Sorriu.
Dulce sorriu, pegando na mão de sua namorada por um breve momento, apertando seus dedos, para depois voltar a dar atenção ao trânsito a sua frente.
– Vamos a um restaurante italiano, então.
– Se quiser comer comida japonesa, eu não me importo. – Dulce sugeriu.
– Não, eu não ligo muito.
Any sorriu e relaxou no encosto do banco, vendo que tudo estava normal. Por um momento pensou que sua namorada pudesse estar brava com alguma coisa, contudo talvez fosse apenas impressão sua. Dulce sempre foi impulsiva, não seria agora que mudaria.
– Any... eu fiz algo que queria te contar.
– O que você fez? – Indagou, arqueando as sobrancelhas, ficando com receio do que ouviria.
– Eu não sei se você vai gostar, mas eu estava pensando nisso faz tempo.
– O que seria? Fala logo!
– Depois te mostro.
– Depois? Mostrar o que? Fala logo, Dul! Você sabe que eu sou curiosa.
– Vamos comer primeiro, depois eu te mostro, não dá para mostrar agora.
– Por quê?
– Eu fiz uma nova tatuagem. – avisou, olhando de canto para sua namorada, que parecia surpresa com a nova novidade.
– Q-quando? Deixe-me ver!!
– Não, só quando estivermos sozinhas.
– Então dá meia volta e pare em qualquer motel que tiver, pois eu quero ver!
– Tem certeza?
– Sim, nós comemos algo lá. – disse com entusiasmo – Eu quero muito ver isso. O que você fez? Um dragão finalmente? Ou fez aquele símbolo indígena?
Dulce não respondia, aumentando a curiosidade de sua namorada que só faltava lhe arrancar de cima do volante. No primeiro motel decente, Dulce entrou, quando estacionou o carro no estacionamento do Motel, Any saiu apressadamente e puxou sua namorada pela mão.
– Nossa! Vão pensar que nós estamos na seca com você me puxando desse jeito, Any! Calma!
Anahi olhou para trás e apenas sorriu, exibindo seus dentes brancos, deixando a certeza que era uma garota linda e charmosa para sua namorada. Elas entraram no quarto escolhido, quando a porta se fechou, Any empurrou sua namorada contra a cama, jogando-a de qualquer jeito.
– Mostra logo! Quando fez isso?
– Quinta-feira. – respondeu.
– E nem me contou? Que cretina! – ria baixinho, sentando-se numa poltrona.
Dulce se levantou lentamente, retirou a camiseta, exibindo seu corpo perfeito, fazendo Any suspirar consigo mesma, pensando em como tinha sorte de ter uma namorada tão linda ao seu lado. Dulce abriu o zíper do jeans e começou abaixá-lo e foi nesse instante que Any se levantou, indo até a mais velha.
– Mas o que você fez aí? – indagou quase num grito, jogando Dulce para trás, fazendo-a se desequilibrar e cair de qualquer jeito no colchão. A loira se sentou e colocou a mão na coxa direita, olhando a parte interna próxima à virilha, onde havia a tatuagem. – O que... você fez?
Dulce sorriu e se sentou, retirando suas calças por completo, ela sentou com as pernas mais abertas, dando margem à visão de Any. Havia uma pequena tatuagem, na verdade o nome de sua namorada escrito com letras bem delineadas num traçado preto.
– Meu nome... – Any falou meio abobada.
– O nome de quem eu amo. – complementou, puxando Any para lhe beijar a boca.
– Não sei o que dizer. – falou, abraçando-a, subindo em cima de seu colo.
– Gostou?
– Sim, eu adorei.
– Achou bonita?
– Qualquer coisa no seu corpo fica bonito, Dul.
– Principalmente o seu nome. – sussurrou, passando a língua pela jugular da menor. – Agora que estamos nessa cama, eu acho que poderíamos testar essa nova tatuagem.
Any concordou dando um beijo de língua, deixando seu corpo cair no colo daquela que começava a lhe acariciar e lhe explorar os pontos mais íntimos e constrangedores. Dulce tinha seus pontos favoritos no corpo de Any, e não eram lugares que podia passar a mão quando estavam em lugares públicos.
OoO
E não muito longe desse clima de romance. Jogada no meio dos lençóis brancos, um casal estava dormindo abraçada, descansando da noite de prazer que envolveu seus corpos, levando-as a exaustão e agora ao descanso sagrado de domingo.
Haziel foi a primeira a abrir os olhos, exibindo os orbes azuis, que eram bastante atentos a qualquer movimento de sua companheira. Abaixo de seu peito, deitada sobre seu braço estava Alexia, respirando fundo, perdida no seu sono pesado. Quem diria que um dia poderia se apaixonar por alguém? Agora olhava para a sua namorada, deixando seu dedo indicador tocar na aliança prateada que estava no dedo anelar da menor. Ela havia dado aquelas alianças ao ver que não conseguia mais pensar em se ver longe daquela garota. Alexia era perfeita, ou melhor, seria perfeita se não tivesse a irmã que tinha. Haziel suspirou e beijou os lábios ainda úmidos, encostando sua língua na de Alexia, não se contentando apenas em encostar, ela segurou o queixo com leveza e abriu sua boca, inserindo toda sua língua iniciando um beijo lento que acabou por acordá-la. A menor sorriu entre o beijo, continuando-o até que sua respiração fosse forçada ao máximo, ela se afastou gentilmente e respirou fundo, olhando para o peito desnudo da loura.
– Quer que eu traga um pouco de café?
– Está bom assim. – Respondeu, abraçando-a. – Quero você aqui comigo. Eu estou de férias e não quero sair dessa cama.
Haziel sorriu, ela beijou sua boca novamente, mas dessa vez com maior desejo, enquanto suas mãos passeavam livremente pelo corpo da outra.
– Vamos almoçar fora?
– Hum... Não quero sair daqui. – Resmungou.
– Eu não tenho nada em casa. Eu vou pedir alguma coisa por telefone. Tudo bem?
– Uhum!
Os cabelos de Alexia continuavam negros, realçando o rosto cândido e oval, assim com os olhos esverdeados. Haziel não conseguia mais vê-la de outro jeito.
– Ah, não! – Falou de repente.
– O que foi, Alexia?
– Esqueci que tenho almoço de domingo com meus pais e minha irmã hoje! – Resmungou – Ah! Droga, eu não queria sair daqui.
– Se não quer, não vá.
– Não posso fazer isso.
– Claro que pode.
Alexia suspirou. Haziel não era muito ligada a sua família realmente. Ela se sentou preguiçosamente na cama, sendo seguida por sua anfitriã.
– Eu vou para casa.
– Vamos tomar um banho e eu te levo. Coma alguma coisa antes.
– Que horas são?
– Quase onze horas. – Respondeu.
– Não vai dar, Hazi. Eu tenho que ir mesmo. – Disse, beijando sua bochecha para então se erguer, exibindo seu corpo nu, enquanto buscava suas roupas espalhadas pelo chão do quarto. Haziel apenas a observava em silêncio.
– Eu te levo, não precisa ter tanta pressa. – Disse, começando a se arrumar também.
Alexia terminou de se vestir e foi até o banheiro, onde começou a lavar seu rosto, Haziel passou ao seu lado e levantou a tampa do vaso sanitário, onde começou a urinar, enquanto coçava suas costas preguiçosamente.
– Eu te levo, não precisa sair correndo.
– Eu acho melhor pegar um táxi.
– Eu tenho que comprar algo para comer mesmo.
– Hazi, eu não preciso de carona. Eu pego um táxi ali embaixo rapidinho.
A mais velha terminou o que fazia e puxou a descarga, vendo a água limpar tudo dentro do objeto de vidro, depois deu sua atenção a menor que lhe encarava, como se pedisse permissão para ir para casa de táxi.
– Não vou deixar você ir de táxi, eu vou te levar.
Alexia pensou em rebater, no entanto o olhar atravessado de Haziel lhe avisava do grande perigo. Ela estava de mau humor e logo seria agressiva se continuasse a recusar sua boa vontade, e com um suspiro resignado, Alexia ficou na sala com os braços cruzados, observando a sua anfitriã andar pela casa, procurando as chaves, carteira, blusa, etc.
– Hazi, eu tenho pressa.
– Você não teria chegado à avenida e nem teria pegado um táxi ainda, então não reclame. – murmurou, enquanto calçava seu tênis.
– "Não dá para se manter sã ao lado dela por muito tempo!" – pensou com irritação, sentindo seu coração acelerar. Ela olhou novamente para o relógio, notando que o tempo era demasiado rápido em se passar.
Haziel finalmente se apressou e o casal saiu de casa. Em pouco tempo elas chegaram na casa de Alexia, a ex-loura agradeceu e beijou sua bochecha, saindo do carro com um sorriso nos lábios.
O almoço de domingo na casa dos Fenris-wolf estava começando, todos estavam sentados à mesa, conversando sobre o dia-a-dia, enquanto os empregados estavam colocando a comida ao passadio. Aquele não era um domingo comum, mas sim o aniversário de casamento de seus pais, que na semana seguinte iriam viajar para comemorar. Kirias olhava para sua irmã que parecia estar animada demais naqueles últimos dias. Infelizmente havia perdido o contato, pois estava sempre estudando ou então presa no apartamento, com o mesmo objetivo, sempre sentada com um livro no meio das pernas. Nem saia tanto para barzinhos como Dulce e Juliana. O almoço correu bem, elas conversaram bastante, todavia logo se separaram, pois seus pais, como sempre, tinham coisas mais importantes para fazer. Na sala, Kirias ficou com sua irmã que lhe contava o que estava fazendo.
– E como vai seu namoro? – Kirios indagou.
– Muito bem. E você, já arranjou alguém?
– Não.
– Eu estou preocupada com você, Kirias.
– Mesmo?
– Sim. Você está saindo? Você não achou ninguém nesse meio tempo?
– A única pessoa que eu achei na balada ficou com medo de mim.
– Claro! Você deve ter assustada a coitada.
– Eu não sei, as pessoas fogem de mim. Elas são problemáticas.
– Kiras, você é a problemática aqui! – suspirou.
– Você me acha estranha?
– Não, não quis dizer isso. Eu só acho que você deveria maneirar, sabe? Ir com calma, não ir mostrando esse seu lado... esse lado meio... meio... – começava a falar, suando frio, enquanto o olhar frio de sua irmã lhe acompanhava. – meio... meio diferente, sabe?
– Não, eu não sei. Que lado diferente você está falando?
– É que você é um pouco séria demais. – Mentiu.
– Eu não sou. – Disse firme. – E vou ignorar que você está me chamando de estranha.
Kirias esticou seu braço e puxou sua irmã, lhe dando um abraço apertado, confinando-a. A menor gemeu baixinho, reclamando da dor, tentando se soltar, todavia parou e aceitou aquele abraço, ignorando o fato que estava se sentindo um rato preso ao corpo de uma serpente.
– Pode me visitar de vez em quando. – Kirias disse.
– Eu tentei, mas da última vez você estava tão bêbada que nem se lembra.
– Desculpe por isso. Aquele dia eu estava realmente mal.
– Próximo sábado eu posso ir lá almoçar com você. O que acha?
– Gostei. Eu vou cozinhar.
– Você aprendeu a cozinhar?
– Comer a comida da Juliana e da Dulce é igual a estar em um teste de sobrevivência na selva. Eu não como mais nada que elas façam.
Alexia riu baixinho, sentindo os braços se afrouxarem em volta de seu corpo, ela deitou a cabeça no ombro de sua irmã e suspirou, aspirando o cheiro forte da mais velha, lembrando-se inevitavelmente das noites que já passaram juntas. Aquela nostalgia lhe alertou para o perigo. E como quem não queria nada, aos poucos Alexia foi mudando de assunto, afastando-se daquele abraço aconchegante, indo parar na ponta do sofá, ficando mais de meio metro de distância da irmã.
– "Melhor eu manter distância ou voltaremos para aquele pesadelo de novo". – Pensou, com um largo sorriso amarelo observando sua irmã falar sobre a faculdade.
As irmãs continuaram a conversar animadamente, colocando todas as novidades em dia.
OoO
Naquele mesmo domingo, na casa de Viviane.
A loirinha estava jogada na cadeira da sala, olhando para sua namorada com certo receio. Ela movia os dedos nervosamente, enquanto tentava desviar seu olhar daquela escritora que tanto lhe seduzia.
– Carei, eu sei que quer me dizer algo. O que foi?
– É que... bom... eu queria. Ah! Esquece.
Viviane ajeitou-se na poltrona e deu mais atenção a face avermelhada da loirinha. Ela sabia quando Carei queria lhe dizer alguma coisa, porém sua namorada continuava com sua terrível timidez.
– Pode falar. O que você quer?
– Eu... eu comprei um livro e achei interessante.
– É isso? Bom, por que tanta timidez para falar de um livro? Sabe, eu acho que você deveria procurar algum tratamento, pois isso é absurdo, Carei.
– Ah, desculpe. É que eu fico sem graça em falar algumas coisas.
– Falar que comprou um livro? Isso até me ofende. Você tem que crescer um pouco! – falou com irritação, jogando uma mecha de seu cabelo para trás, enquanto olhava com reprovação para a outra.
Carei mexeu na bolsa que estava carregando e puxou o livro, entregando-a para sua namorada que o pegou com pouca vontade. Todavia a expressão de Viviane mudou quando ela abriu a primeira página.
– O-o que é isso? – Indagou quase num grito.
Carei se encolheu no sofá e começou a explicar o motivo de ter comprado aquele livro. Na verdade era um manual do sexo, por isso a loirinha estava tão envergonhada de mostrá-lo para Viviane.
– Por que você comprou isso? Você... você quer fazer essas coisas? – indagou, abrindo o livro em uma página onde havia duas mulheres fazendo sexo numa posição demasiada estranha. – Se eu soubesse que gostava disso, eu teria me manifestado antes. Carei, você me surpreende a cada dia.
– Hei, eu não gostava disso, mas não vou negar que eu sou curiosa. – falou. – Eu não sou criança, Viviane. Eu sou uma mulher e tem coisas que eu quero fazer.
– Você falando com tanta segurança... – Sorriu. – Eu gosto disso. Certo, se quiser, nós podemos seguir o que está escrito nesse livro. – Falou, indo para a primeira página, onde começou a ler em voz alta.
"Para ter uma boa noite de sexo é preciso seguir as regras desse livro, sem pular nenhum item. No primeiro capítulo vamos falar sobre a inversão de papéis". – Viviane continuava lendo, rindo baixinho, fazendo Carei lhe acompanhar. – "Primeiro, a ativa deve ceder o lugar para a passiva, assim o sexo terá um ângulo diferente, contudo antes é necessário comprar os itens dessa lista...".
O casal se olhou com seriedade. Viviane não conseguia imaginar como Carei poderia lhe jogar na cama e se tornar ativa na relação. O livro dizia que não deveriam pular nenhum item e no primeiro capítulo já havia um grande problema.
– Carei, você quer ser ativa? – indagou com curiosidade, beirando quase na indignação.
– Ah, bom, eu tenho vontade. – confessou.
– É hoje que eu descubro mais sobre você! – riu alto. – Vamos continuar lendo, eu estou gostando disso. Depois podemos comprar as coisas.
– Eu li que é preciso dar o tempo de dois dias entre um capítulo e o outro.
– Então você já leu tudo?
– Só algumas coisas. – Falou com o rosto avermelhado. – Eu estava curiosa, eu não daria um livro para você, sem ler antes.
– Então esse livro é meu agora?
– Nosso. Você quer fazer isso?
– Claro! – falou com um sorriso de orelha a orelha, deixando Carei certamente incomodada. Ela havia colocado fogo naquela relação com aquele livro e agora não poderia se livrar. E havia capítulos do livro que certamente iam mexer com todos os seus conceitos.
Carei tinha medo de chegar num capítulo que ela recusou-se a ler quando viu o título. O nome lhe despertava algumas cenas passadas em que viveu no Saint Rosre e lhe fazia recordar de pessoas que não queria mais rever.
"Capítulo Seis: Sadomasoquismo".
Não conseguiu evitar imaginar a loura de moicano lhe sorrindo naquele momento.
– Vamos ao primeiro capítulo. – Disse, começando a ler. – Esse é o capítulo do descobrimento, aqui vocês vão apenas tocar no corpo do outro, principalmente nas genitais para se conhecerem melhor, procurando perguntar o que cada parceiro gosta de fazer.
Carei ficou vermelha, não conseguia evitar.
Viviane se levantou e a puxou pela mão, levando-a até o quarto com entusiasmo. O seu domingo ia ser maravilhoso!
– Tire a roupa.
– Ah, você quer fazer isso hoje?
– Agora! – falou em um tom autoritário, mas brincando.
Carei estava retirando suas roupas, ela havia tirado tudo, só faltava sua camiseta, mas antes que a fizesse a sua namorada já a puxou e tratou de jogá-la na cama. As costas de Carei caiu para trás, sendo empurrada por Viviane que a cobriu. A boca da morena deslizou pelo pescoço de Carei sem fazer nada, apenas deslizava seus lábios pela região, enquanto aspirava seu cheiro. As mãos da loirinha subiam e desciam pelas costas de Viviane, puxando a camiseta preta da sua namorada para cima, querendo arrancá-la e ela a ajudou, jogando o pedaço de pano no chão. E agora os seios desnudos das duas estavam em contato. Os lábios de Viviane começaram a agir, ela fechou sua boca no mamilo direito de Carei, começando a passar a língua pelo pequeno botão rosado.
– Gosta quanto beijo aqui, Carei?
– Sim. Por quê?
– Estou seguindo o livro e perguntando tudo que você gosta.
– Eu gosto.
– Bom saber! – sorriu, voltando ao que fazia.
A língua de Viviane rodeava aquela região, prendendo o bico do mamilo em seus dentes, deslizando sua língua para depois fechar seus lábios e começar a chupar. Aos poucos o mamilo ficou duro e vermelho. A língua de Viviane passou pelo colo de Carei deixando um rastro de saliva ao seu longo indo até o outro mamilo, dando o mesmo tratamento e o chupando com prazer.
– Minha vez agora, certo? – indagou com insegurança.
Viviane se jogou na cama com os braços para cima da cama, com um largo sorriso.
– Sim, sua vez! Pode me dar prazer.
– Você é uma piada. – riu baixinho.
Felizmente Viviane já estava sem roupa e assim seria mais fácil. E ela desceu até a bc*ta da morena, lambendo toda a região logo depois chupando o clitóris, fechando seus lábios com força, usando mais sua língua. E como recompensa, os gemidos baixos de Viviane foram redobrados.
– Está gostando?
– Se você parar de novo, eu vou te castigar!
– Acho que está gostando! – sorriu, adorando ver aquele rosto afogueado.
O calor apossou-se do corpo de Viviane, ela não tinha mais controle e estava afundada no prazer que sentia. Seus lábios abriram-se para aspirar o ar que lhe faltava. Aos poucos os espasmos foram se intensificando, e Carei aumento o ritmo das chupadas recebendo sem aviso o gozo quente daquele fruto proibido. O liquido de Viviane adentrou por sua boca, deslizando para o interior de sua garganta, a loirinha continuou a chupá-la até a última gota. Quando terminou, lambeu a bc*ta de sua namorada e se ergueu.
Viviane esticou o braço e puxou o livro, tentando ler o próximo passo.
– Ah, isso foi muito bom. Agora você sabe que eu gosto disso!
– Eu já sabia! – riu alto, deitando-se ao seu lado. – O que mais o capítulo pede?
– Pede para nós tomarmos um banho juntas. Ótimo! Isso será relaxante.
O casal se beijou e resolveu se enfiar embaixo da ducha quente. Era para ser um banho simples, mas acabaram passando dos limites, amando-se ali mesmo, embaixo das gotículas quentes.
OoO
Continua...
Autor(a): lunaticas
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 61
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tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38
Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.
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ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27
kd vc? volta apostar please
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cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55
adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)
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cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20
O Capitulo ta bugado Ç.Ç
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anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48
Deu bug no cap
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rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12
E essa fic aqui, como fica??
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rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29
cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!
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luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20
Postaaa maiss...
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rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03
POSTA MAIS!!!!!
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maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19
posta mais.....bjaum lu