Fanfics Brasil - Capitulo 2 Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon

Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon


Capítulo: Capitulo 2

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Duas semanas se passaram após todos os eventos. Kirias começou a freqüentar as aulas de violão, no entanto dessa vez com mais ânimo, pois estava sentindo forte interesse em sua colega de sala. Eduarda sempre lhe sorria de modo sedutor e lhe dizia algumas coisas maliciosas. No final da aula, a loura a chamou em um canto. Era uma sexta-feira a noite um dia perfeito para chamar alguém para sair.


– O que acha de bebermos uma cerveja? – Kirias indagou.


– Hum, eu acho legal. Mas só nós duas?


– Não penso em mais ninguém.


– Vamos então.


 Eduarda não tinha carro, o que facilitava para Kirias que podia levar a outra para onde quisesse. No final foram a um barzinho que costumava ir com Dulce e Juliana nas noites que suas amigas estavam livres das namoradas. Em uma mesa redonda de madeira, Kirias acabou descobrindo que podia se relacionar com sua colega de sala. Eduarda não escondia seu interesse na loura e falava abertamente sobre sexo. E sexo era a palavra que Kirias queria recolocar em sua vida.


– O que acha da gente ir para outro lugar, então? – indagou Eduarda.


– Uma pessoa direta. Eu pedi tanto por isso. – sorriu, pedindo a conta para o garçom.


– Eu também gosto de pessoas diretas como você.


 Kirias pagou a conta e voltaram para o carro, quando sentaram no assento, a loura não resistiu e puxou Eduarda pelos cabelos longos que eram de um castanho vivo, os seus lábios se juntaram num beijo selvagem, carregado de desejo.


– Eu conheço um motel ótimo.


– Diga onde é, que nós vamos. – Kirias disse.


– Então é melhor você olhar para frente e dirigir.


 Kirias sorriu de canto e concordou, rindo baixinho com a situação. Ela pisou no acelerador e começou a seguir as orientações da garota de olhos verdes. Talvez fosse uma noite única, Kirias não estava interessada em namoro, ela só queria ter alguma pessoa para transar, sem que fosse uma idiota que lhe desse nojo. E com Eduarda ela sentiu que ainda tinha esperança naquele mundo. A noite no motel foi maravilhosa, pois Kirias conseguiu ser ela mesma, mas claro que se conteve em algumas coisas, ou poderia assustar a sua colega de sala. E antes que pudesse notar, elas começaram a sair quase todas as noites, mesmo quando não tinham aulas de música. Kirias estava contente, ela implicava menos com Juliana e Dulce, que estavam curiosas com essa nova relação da loura, contudo não se intrometeram, pois Kirias não parecia querer conversar com elas sobre o assunto.


Era um sábado de manhã. Kirias olhou para o seu lado, tocando nas mechas castanhas que brilhava para seus olhos. Aquela garota estava lhe tirando do sério. Como havia deixado se envolver daquela maneira? Ela nunca deixou de ter controle da situação, mas se Eduarda pedisse para ela calar a boca, Kirias obedeceria sem nenhuma objeção. Era hilário aos olhos de todos.


Kirias estava apaixonada. Pela primeira vez, talvez.


Na verdade ainda não estavam namorando, Kirias havia pedido esse tipo de compromisso, no entanto a outra simplesmente disse que era imatura demais para ter um relacionamento mais sério e disse para terem calma. Kirias não tinha calma, pelo contrário, ela ficou irritada com aquela resposta mecânica, contudo aceitou. Eduarda era uma mulher que Kirias nunca se imaginou namorando. Ela tinha traços finos, seu corpo era esguio e magro, assim como Alexia e Madona, nesse ponto ela tinha traços em comum, entretanto parava por aí. Seus cabelos eram de um castanho chocolate que desciam até os ombros, com movimentos de ondulação. Seus olhos eram verdes. Ela era menor que Kirias e usava roupas elegantes, sempre de olho na moda.


– Quer ir ao cinema? – Kirias indagou. – Está passando um filme brasileiro interessante.


– Não gosto de cinema. – Respondeu, enquanto bocejava. Ela ainda estava com o corpo desnudo, abaixo de Kirias que a olhou com perplexidade.


– Como assim não gosta de cinema? Nós fomos tantas vezes.


– Eu fui para te agradar, Kirias. Eu tenho que ir para casa agora.


– Vai fazer o que num sábado à tarde?


– Não sei, eu vou ver ainda, mas estamos juntas desde ontem, Kirias. Eu preciso ir para casa tomar um banho e arrumar minhas coisas. – Falava a jovem de vinte anos, que começava a se vestir.


– Eu não quero que vá.


– Kirias, eu já falei para você. Eu tenho minha vida e você a sua, eu não sou o tipo que entra de cabeça numa relação. Vamos com calma.


 A loura pareceu concordar. Onde estava toda sua racionalidade? Ela passou a unha de seu dedo pela palma de sua mão, apertando-a, desejando se cortar para aliviar um pouco da tensão que estava lhe tragando.


– "Então é assim que os apaixonados se sentem? Agora eu entendo o motivo de Dulce e Juliana ficarem dando chilique em casa quando Leona e Any as desprezam". – refletiu com sua calma de sempre, mantendo sua expressão impassível.


– Seu olhar é tão frio, Kirias. Às vezes fico com medo. – Disse, voltando a bocejar. – Eu vou indo gatinha, eu pego um táxi, não precisa me levar. Adorei tudo!


As duas trocaram um beijo leviano e Kirias se ergueu, pedindo para ela esperar. Ela se trocou e saiu do quarto, vendo que o seu apartamento estava vazio. Ela havia pedido para Juliana e Dulce não voltarem cedo, pois levaria Eduarda para dormir lá.


– Não quer comer nada?


– Não, obrigado.


 Kirias abriu a porta e ficou olhando para a garota, que ainda não entendia como aquela loura de moicano funcionava. Kirias pedia para ela ficar, no entanto de repente abria a porta friamente aceitando que fosse embora. Eduarda era bonita e estava acostumada a ter todos a seus pés, mas apesar de Kirias mostrar-se interessada, ela não era muito sensível e não se rebaixava. Eduarda a abraçou pela cintura e beijou a curva de seu pescoço, ficando na ponta de seus pés para alcançá-la.


– Eu te ligo quando chegar, tudo bem?


– Como quiser. – disse seca.


– Está brava.


– Não. Por quê?


– Ah, nada, eu me esqueci que você é seca por natureza. – Sorriu, acariciando seu abdômen desnudo. – Eu estou me acostumando, não ligue.


– Tudo bem. – Respondeu sem querer entender muito do que a outra falava.


 Eduarda beijou os lábios cortados de Kirias, que ela mesma havia mordido, e depois passou a mão por seu braço que estava com cinco cortes feito por suas unhas. Eduarda não era um animal e nem ligava para violência, porém a loura a tomava com tanta força, que ela tinha que descontar em alguma parte. E o pior era que Kirias gostava! Quando Eduarda foi embora, Kirias voltou para sua cama, deitando-se no lugar que a outro estava, assim continuava a sentir seu cheiro. Apesar de estar gostando de se relacionar com outra pessoa, a loura estava se machucando com o desprezo da morena. Eduarda só queria sexo, como ela já havia comentado com Kirias.


– "Eu preciso achar alguém só para mim". – pensou – "Não posso me prender a alguém que eu não posso controlar por completo".


 


 OoO


 


Algumas semanas se passaram.


 


E o dia do grande evento que estava deixando Dulce com os cabelos do corpo todos arrepiados, finalmente chegou, ela suspirou e se sentou numa fileira das arquibancadas para assistir a apresentação de entrada do campeonato regional de Karate. Anahi estava sentada ao seu lado e para acompanhá-la estava Kirias, que se mantinha com os braços cruzados, observando tudo em silêncio. Um homem alto e robusto com traços orientais estava falando num microfone sobre o evento. Any não entendia metade do que ele falava pelo forte sotaque e por dizer algumas coisas em japonês. A loira olhou de canto para sua namorada que parecia estar muito eufórica, talvez ansiosa demais, por um momento pensou em tocar na sua mão, mas lembrou-se que estava rodeado de pessoas que poderiam lhe olhar feio caso existisse um sentimento preconceituoso. Ela olhou para Kirias que parecia estar dormindo, pois seus olhos estavam fechados.


– Eu vou descer. – Dulce avisou.


– Boa sorte! – Any sorriu.


– Quebre a perna de alguém! – disse Kirias, sem olhar para a karateca que já se dirigia para o local indicado.


– Kirias...


– Hum?


– O que elas vão fazer ali? Aquele grupo? Elas estão dançando?


– Dulce nunca te mostrou nenhum vídeo de karate?


– Algumas lutas só.


– E você não sabe nada disso? – indagou com surpresa. – Any, aqueles são movimentos ensaiados, elas têm que saber isso para passarem de faixa.


– É meio... idiota ficar se mexendo no ar sozinho, dando soco e chute. E olha só, ela soltou um gritinho.


– Foi um kiai, Any. E pare de implicar, porque tem um monte de karateca ao nosso redor. – suspirou. – E se eles forem brigar com você, eu não vou te ajudar.


– Que bondade a sua, Kirias!


 Any e Kirias resolveram mudar de assunto, contudo logo voltavam a falar sobre algumas coisas que achavam engraçadas no karate. Felizmente Dulce não podia ouvir e elas poderiam rir a vontade, sem receber um olhar atravessado de Dulce. E as primeiras lutas começaram. Any fazia várias caretas ao decorrer das lutas, sentindo dor psicológica no lugar da perdedora de cada luta. Aquele era um karate chamado full contact, isso é, não era uma regra somente de pontuação. Os golpes eram para derrubar a pessoa que ao cair no chão ainda era golpeada, todavia o juiz logo separava e anotava os pontos. Eram regras rígidas, porém algumas participantes eram violentas demais e não se satisfazia em somente derrubar a outra. Felizmente eram poucos e elas não poderiam se considerar karatecas, mas sim arruaceiras de rua. Um tempo depois Dulce apareceu no tatame de número três. O comitê não realizava uma luta por vez, porque isso levaria muito tempo para ter um resultado. Eles esticaram cinco tatames pelo chão, os numeraram e a cada vencedor, entrava uma nova dupla de combatentes. Any abriu um largo sorriso e sentiu suas mãos suarem de ansiedade. Ela temia que sua namorada se machucasse como uma participante do tatame ao lado que acabou saindo com uma maca e alguns médicos.


– Any, calma. – Kirias comentou, vendo que a loira estava quase roendo as unhas.


– Mas... eu não sabia que um campeonato era tão agressivo.


– Porque é de full contact no estilo Kyokushin.


– Não entendi nada, Kirias. Mas é agressivo demais. E se... e se ela se machucar sério?


– Ela não vai se machucar, Any. A Dul é um monstro, eu tenho medo da adversária dela.


Anahi puxou todo o ar a sua volta para tentar se acalmar e ficou olhando para sua namorada, observando-a atentamente, enquanto Dulce estava parada, esperando a permissão do juiz para iniciar o combate. No tatame número três, Dulce olhava ao redor, vendo o número de pessoas que estavam assistindo as lutas. Ela sentia seu sangue ferver e não via a hora de testar suas habilidades. E o juiz se aproximou pedindo para elas se cumprimentarem formalmente e depois se afastarem para iniciar o combate. Dulce ergueu seus braços e se posicionou, enquanto observava a mulher que era um pouco mais baixa que ela e também mais velha. Elas trocaram alguns golpes, mas raramente se aproximavam, pois sempre que Dulce ia para o combate, ela saia do tatame. Num momento de velocidade e concentração Dulce ergueu sua perna direta e desferiu um chute contra o queixo da adversária que caiu no chão. A luta teve seu final, Dulce se afastou a pedido do juiz que foi ajudar a mulher a se levantar. Dulce respirou fundo e quando a luta se deu por encerrada, ela cumprimentou a sua adversária que cambaleava e se afastou com um ligeiro sorriso nos lábios, jogando os cabelos suados para trás. Num canto, ela se sentou num banco de madeira e retirou a parte de cima do seu Kimono, exibindo um tope branco e seu tronco definido que suava, juntamente com sua bela tatuagem nas costas. Dulce olhou para a arquibancada e achou um pontinho preto. Ela até poderia fazer uma piada com isso. O que era um pontinho preto numa arquibancada cheia de karatecas? Com certeza seria sua namorada, que estava olhando para as lutas que aconteciam. Até mesmo Kirias estava vestindo uma regata branca. Havia poucos focos de pontos negros no lugar. Dulce apenas sorriu de canto e continuou a descansar, esperando sua vez chegar novamente. No tempo de duas horas Dulce lutou três vezes, tendo duas vitórias fáceis e uma mais difícil que foi definida pelo número de pontos que cada lutadora realizou, sendo que Dulce acabou saindo com a perna roxa e com dores abdominais. Agora no banco de espera, ela massageava seu abdômen com os olhos fechados, respirando bem fundo para tentar ignorar a dor que sentia. Dulce poderia dormir de tão cansada que estava, nem mesmo o barulho a atrapalhava. Mas suas pálpebras abriram quando ouviu alguns gritos e uma discussão, ela olhou para frente e viu que havia dois homens discutindo fervorosamente, e o problema era que eles estavam começando a empurrar o outro com as mãos, iniciando uma briga física. Dulce até ignoraria e esperaria o segurança separá-los, mas para sua infelicidade os dois arruaceiros estavam vindo na sua direção.


– "Ninguém vai fazer nada?" – indagou em pensamento, olhando para as pessoas ao lado que apenas observavam, reprovando o comportamento. – "Idiotas, não deveriam nem entrar nesse ginásio".


A discussão ficou mais séria e um dos homens golpeou o outro que deu vários passos largos para trás, chegando até o banco de madeira onde Dulce estava sentada, a karateca se ergueu num pulo e foi para o outro lado, desviando-se a tempo de não receber uma cotovelada. Os seguranças correram na direção dos dois brigões e os seguraram com firmeza, separando-os antes que eles começassem a se atacar no chão. Dulce e os que estavam por perto balançavam a cabeça negativamente, repudiando a atitude daqueles dois. Dulce passou a mão por seu tronco e olhou para seu Kimono que havia caído no chão e sido pisoteado.– "Que ótimo!" – pensou com irritação, pegando sua peça de roupa, vestindo-a novamente. Em poucos minutos a Kacateca foi chamada para o seu combate que lhe levaria a medalha de prata caso ganhasse. Na arquibancada Any tinha um olhar carregado de preocupação.


– Você ainda está preocupada, Any? Dul não deveria ter te trazido. – Kirias comentou.


– Mas ela está machucada.


– Não está. Você está louca!?


– "Louca aqui é você". – pensou, mas não ousou em falar em voz alta.– Ela está machucada sim, ela esta andando estranha.


Kirias ficou olhando atentamente para Dulce que estava parada, sem mover um músculo sequer, olhando para a sua adversária, esperando que a luta começasse.


– Ela está parada, Any.


– Eu conheço minha namorada, e eu sei que ela não está bem, Kirias! – disse com irritação, sentindo o nervosismo lhe arrastar para a impaciência e mau humor.


 Kirias achou melhor ficar quieta ou seria mordida pela outra, ela ficou olhando para os combates que estavam sendo finalizados em outras áreas e depois voltou a atenção para Dulce que havia iniciado o combate e dessa vez não foi muito demorado.


– Ah... Dul... nossa! – Any exclamou, vendo que sua namorada ajoelhou no chão ao receber um chute certeiro na boca do estômago. – Não levanta, não levanta!


– Cala a boca, Any! Ela tem que levantar e derrubar essa idiota.


– Não, não! Ela vai se machucar. Fica no chão, Dul!


– Você está jogando praga na sua namorada, Any!


 Any deu uma cotovelada na loura antes que ela começasse a lhe encher o saco. Para a infelicidade de Any, a sua namorada havia se erguido para receber outro golpe na perna que a desequilibrou, dando margem para a adversária lhe acertar um soco potente novamente no estômago e dessa vez Dulce caiu para trás e perdeu.


– Não acredito que a Dul perdeu! – Kirias exclamou com surpresa. – Ela luta melhor que isso.


– Ela estava machucada! Ah, ela não está levantando, Kirias! Eu quero ir lá.


– Não, não! Você vai ficar aqui. Any eu tenho ordens de não deixar você zanzando por aí.


Anahi fez a menção de se levantar, mas somente a menção, pois Kirias fechou a mão no seu braço e lhe pediu para continuar sentadinha ou então ia lhe aplicar um corretivo ali mesmo. Logo abaixo, Dulce andava com a cabeça baixa, sentindo seu corpo reclamar de dor, ela se sentou numa cadeira de plástico e ali ficou, paralisada, querendo desmaiar para parar de sentir tanta dor. Se pudesse, tomaria algum relaxante muscular e um remédio para dormir, contudo não podia. No máximo bebeu um pouco de água e sossegou, esperando os próximos combates acabar para subir no pódio onde pegaria a medalha de bronze. A meta de Dulce era o ouro, porém ela mesma sabia que não estava tão preparada assim e as competidoras eram muito fortes. Ela quase perdeu a penúltima luta por causa de alguns pontos, mas felizmente conseguiu recuperar na base da sorte. E o torneio regional chegou ao seu final, a comissão agradeceu a presença de todos e montou um pequeno pódio no centro do ginásio, onde os quatros vencedores se aproximaram para receber suas medalhas. A premiação foi rápida, para alegria de Dulce que só se imaginava deitada numa cama. Quando finalmente terminou, ela pulou do pódio e se afastou, entrando no vestiário, onde havia várias lutadoras trocando de roupa. Ela pegou sua mala que estava num dos armários de metal. Vestiu seu jeans lentamente e com dificuldade vestiu uma camiseta larga. Ao sair do vestiário, Dulce foi abordada por um senhor de óculos redondo estilos anos 60.


– Seu nome é Dulce Maria, certo?


– Sim. – respondeu seca. – Algum problema?


– Eu vim assistir um velho amigo meu nesse torneio e fiquei surpreso com você. – Falava, enquanto entregava um cartão de bolso para Dulce, que pegou com hesitação. – Eu trabalho na televisão e acho que você seria perfeita para um trabalho. Se você se interessar, tem o site e o telefone para contato.


– Que trabalho?


– Conhece o seriado "Crimes Forenses?".


– Aquele seriado policial?


– Sim, esse mesmo. Eu sou Antony Augustus, sou o diretor do filme.


Dulce ficou surpresa, mas um pouco desconfiada também, ela não podia acreditar que o diretor de um famoso seriado de televisão estava lhe abordando na saída do vestiário.


– Eu sei que é algo estranho, mas eu realmente gostaria que você desse a devida atenção ao que estou dizendo. Caso tenha dúvida, apareça nesse endereço amanhã de manhã e fale comigo. – disse com um largo sorriso. – Eu vou indo agora. Até amanhã, Dulce.


 A Karateca despediu-se com um aceno na cabeça e ficou observando o senhor se afastar, vendo que ele se juntou com um homem de meia idade que vestia Kimono. Ela guardou o cartão no bolso e foi embora. O trio se encontrou e foram para o carro, onde Kirias se encarregou de dirigir, já que Dulce ficou deitada no banco de trás do carro, gemendo baixinho, reclamando da dor que sentia.


– Quer ir num médico?


– Não, Any.


– Acho melhor. Você pode ter quebrado alguma costela!


– Não quebrei, Any. Só estou com dor e quero ir para casa.


– Tem certeza, Dul?


– Any, pare com isso! – Kirias gritou de repente, fazendo as duas passageiras quase enfartarem do coração.


 Any estava com os olhos arregalados, amuada num canto, decidindo que não ia abrir a boca novamente. E assim elas foram para casa, levando Any também que queria ficar cuidando de sua namorada.


Momentos mais tarde, Kirias havia deixado o casal em paz, ficando trancada em seu quarto. Dulce estava jogada na cama, tomando um analgésico, enquanto Any comentava sobre a competição.


– (...) e aquela mulher era muito grande, mas no final acabou perdendo. Eu fiquei tão surpresa. – comentou.


– Tamanho não quer dizer nada. – comentou. – Any, você poderia pegar meu laptop na gaveta, eu queria ver uma coisa.


 Any obedeceu, pegando o pequeno aparelho, colocando nas suas pernas. Dulce lhe estendeu o cartão que aquele senhor havia lhe entregado e pediu para Any entrar no site. Em poucos minutos a loira começou a falar que se tratava do site de um seriado policial.


– Esse homem disse que queria que eu trabalhasse na televisão.


– Sério!?


– Sim, mas eu fiquei desconfiada.


– E você recusou!?


– Não, eu não disse nada. Ele falava e eu ouvia.


– E ele pediu para você ligar? – indagou com excitação, adorando aquela novidade.


– Ele pediu para eu ir amanhã nesse endereço, mas eu não sei se vou.


– Por que não? Vai ver do que se trata!


– Será? Eu só quero dormir!


– Você vai sim!


 Dulce suspirou e fechou os olhos, enquanto ouvia o discurso de Any. Talvez não fosse uma má idéia, afinal a karateca estava precisando ganhar dinheiro, pois sua vida não estava bem projetada e sua mãe estava reclamando por estar pagando sua faculdade sem que ela trabalhasse. Com o passar do tempo Any deitou ao seu lado e sossegou para sua felicidade, agora a karateca suspirava e tentava relaxar, sentindo cada pedacinho do seu corpo doer. Suas pálpebras foram fechando lentamente, enquanto observava o céu escuro por trás da janela de vidro, e assim dormiu ao lado de sua namorada. O apartamento ficou silencioso, todas as garotas estavam dormindo e assim o tempo começou a reinar, passando rapidamente até que os raios luminosos da manhã invadissem a cidade, entrando pelas frestas das janelas e portas, chegando nas inquilinas das casas que aos poucos iam acordando. E a primeira a acordar foi Kirias, ela se sentou na sua cama lentamente e foi até o banheiro para fazer suas necessidades básicas e sua higiene, quando saiu, foi até o quarto de Juliana, batendo duas vezes na porta para ouvir um palavrão malcriado da ruiva, mas isso não a intimidou.


– Kirias, vá embora!


 A loura bocejou e abriu a porta entrando no quarto todo bagunçado. Ela foi até a cama de Juliana que estava escondida embaixo de um cobertor xadrez, a loura sorriu diabolicamente e pulou em cima da cama de qualquer jeito, começando a balançar, socar, beliscar sua vítima que gritava e pedia por socorro.


– Kirias, sua doente, animal, psicopata!!!


– Acorda ruivinha!


– Sai de cima de mim agora mesmo ou eu vou te arrebentar!


– Estou pagando para ver.


 A gritaria correu por todos os cômodos até chegar ao quarto de Dulce que abriu os olhos rapidamente, arregalando-os, assustando-se com o que estava acontecendo. Ela se sentou na cama e já olhou para Any que estava preste a sair correndo para ver o que estava acontecendo.


– Any!


 A loira nem ouviu o chamado de sua namorada, ela saiu e foi até o quarto de Juliana. Dulce até tentou alcançá-la e lhe avisar que aquilo era um jeito carinhoso que Kirias tinha para com a ruiva, mas estava tão dolorida, que não conseguiu se mover. Aos poucos ela foi saindo da cama, gemendo baixinho, indo até o quarto da gritaria. Já no quarto do barulho, Any estava encostado numa parede, assustada com a cena a sua frente, ela pensou em ajudar Juliana, mas Kirias deixou bem claro que ia trancá-la no banheiro e fazer o que quisesse com seu corpo se ela se intrometesse e como Any não era louca e sabia que Kirias era realmente demente, ela ficou quieta. Quando Dulce chegou, ela puxou sua namorada e fechou a porta, tentando não se misturar com aquelas loucas. Juliana reclamava e pedia socorro, enquanto Kirias fazia cócegas na região das costelas, uma região muito sensível da ruiva.


– Eu vou comprar uma fechadura contra Kirias! – gritou, tentando chutar a maior. Mas como Juliana estava embaixo das cobertas, seus movimentos estavam limitados e ela não conseguia dar joelhadas.


– Eu quebro!


– Você precisa de uma mulher, Kirias!


– Quer que eu seja a sua?


– Sai de cima!


– Não, Juliana. E você é muito séria, tente se animar um pouco.


– DUL! SOCORRO! – o grito chegou à cozinha, onde o casal estava sentado à mesa.


 Any olhou para sua namorada que colocava alguns mantimentos em cima da mesa para tomarem o café da manhã.


– É sempre assim?


– Kirias tem um amor secreto pela Juliana, só pode ser isso. Mas ela já veio me acordar assim.


– E o que você fez?


– Quase a joguei pela janela, mas aquela sádica continua a me provocar.


 A risada de Any foi bem sonora, o jeito era rir daquela situação tão infantil e escandalosa, ela agradecia mentalmente a todo o divino por Carei e Leona não terem esse tipo de senso de humor.


– E você vai naquele escritório, hoje?


– Sim, eu vou, eu vou. – suspirou – Você vai comigo?


– Se você quiser.


– Claro que eu quero. Hoje é sábado e eu quero ficar com minha namorada.


– Hum... Claro que pode ficar com sua namorada! – sorriu.


 E a manhã se iniciou desse jeito, com o tempo Juliana e Kirias apareceram na cozinha xingando uma a outra, quase se pegando nos socos e chutes, mas logo se acalmaram e começaram a comer e conversarem. Elas eram amigas e dificilmente ficaram brigadas por muito tempo.


 


 OoO


 


 


Continua...


 



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 61



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  • tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38

    Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.

  • ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27

    kd vc? volta apostar please

  • cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55

    adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)

  • cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20

    O Capitulo ta bugado Ç.Ç

  • anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48

    Deu bug no cap

  • rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12

    E essa fic aqui, como fica??

  • rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29

    cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!

  • luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20

    Postaaa maiss...

  • rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03

    POSTA MAIS!!!!!

  • maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19

    posta mais.....bjaum lu


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