Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon
Voltando ao apartamento de tijolos laranja. No seu penúltimo andar, a luz da sala estava acesa e ao longe se ouvia uma melodia tão harmônica que era provida daquele piano. Os dedos esguios e habilidosos moviam-se com maestria e a cada tecla, uma nota era ecoada como se fosse poesia. Hudi estava sentada no sofá, jogada em meio as almofadas, paquerando a mulher que estava com as pálpebras fechadas, sentindo a música que corria por seus dedos e lhe chegavam à cabeça.
– Ah, Miles... eu poderia ouvir você a noite toda. – Suspirou entre um gemido longo de prazer. – Mas você precisa ficar tocando a noite toda?
A morena apenas abriu seus olhos, exibindo os orbes cor de ébano que nada diziam, para depois voltar a escondê-los.
– Eu não gosto de ser sempre ignorada, sabia? – reclamou, pegando uma das almofadas e a jogando contra sua namorada que apenas a olhou com desdém, continuando a tocar. – Você não pode ignorar sua namorada numa sexta-feira a noite desse jeito!
A ruiva saltou do sofá e se colocou atrás da morena, abraçando suas costas, enquanto afundava seus lábios na curva de seu pescoço, chupando a sua pele lentamente, sentindo o cheiro forte do perfume francês. Sua namorada era irresistível.
– Você nem liga para os meus beijos. – Reclamou com uma voz doce – Nem fala nada para mim. Será que esse piano é mais interessante que eu?
A música que era presentemente melodiosa, que começou a ficar irritante para a ruiva, agora era um som que lhe trazia desprazer. Não queria mais ouvir, ela queria que aqueles dedos lhe tocassem a carne tépida e crua, longe daquelas teclas duras e sem matiz. Os dedos menores enroscaram-se na barra da blusa e começaram a subir pelo abdômen magro, sentindo um pouco da gordura que tanto gostava de tocar e apertar. Ela beliscou com carinho e continuou a subir até chegar num dos seios, apertando-o levemente. Sua boca voltou a beijar a curva do pescoço e a música continuava.
– Não vai parar mesmo de tocar? – indagou - Pela última vez. – sentindo a irritação aumentar.
A mão que estava no mamilo desceu num único movimento, indo para dentro da calça de moletom, sentindo o sexo ficando com revolta em saber que não havia atiçado sua namorada com os toques e beijos. Contudo não desistiria tão facilmente, não, não faria isso. Ela ia ensinar uma lição a sua namorada! Quem ela pensava que era para lhe ignorar daquele jeito? Os dedos hábeis começaram a resvalar pelo clitores e por fim começou a massagear sua bc*ta fazendo movimento para frente e para trás, sentindo aos poucos aquele pedaço de carne ganhar vida. Miles soltou um longo suspiro, todavia não parou com o que fazia. Os beijos de sua namorada voltaram a lhe atacar no pescoço, enquanto aquela mão lhe arrancava de seu estado mental. Aos poucos a música começou a ficar fora de ritmo, indo para um estágio mais vagaroso.
– Continua tocando, meu amor. Senão eu paro. – Ameaçou, dando uma leve mordidinha naquele pescoço que já se encontrava vermelho.
Num momento os dedos de Miles simplesmente pararam de se mover, acabando com a melodia e conseqüência disso foi à ausência do carinho que corria por seu corpo. Hudi não se moveu, ficando com a boca próxima ao seu pescoço deixando o hálito bater contra ele causando-lhe arrepios.
– Não quer mais tocar?
Miles soltou um suspiro que Hudi já conhecia muito bem. A sua namorada estava ficando irritada com o que fazia, todavia o objetivo da ruiva era irritar sua namorada, tentar arrancar qualquer tipo de emoção daquela impassibilidade que a dominava.
– Você não queria nada até agora. E eu vim tocar piano. – Disse num sussurro.
– Eu estava vendo filme, mas você está tocando há muito tempo também.
– Apenas trinta minutos. – Respondeu no mesmo tom.
– E você me ignorou. Por que não fala comigo enquanto toca?
– Porque eu gosto de apenas tocar.
– Eu me sinto sozinha.
– Eu também me sinto às vezes.
– Mesmo? Mentira! – riu alto.
Miles bateu a mão contra todas as teclas, causando aquele som cheio de desencontros, como se fosse um grande baque.
– Está brava agora? – indagou a ruiva. – Você me irrita com esse silêncio. Às vezes eu quero atenção, mas você só sabe ficar quieta, achando que eu tenho o poder de ler pensamentos.
Miles fechou seu piano, retirou a mão de sua namorada e se levantou, caminhando em silêncio até o quarto, onde obviamente foi seguida. Quando ela se sentou na cama, sua namorada lhe acompanhou.
– Vai me ignorar de novo!? Acha que eu gosto disso? De ver você em silêncio o tempo todo.
– Eu sempre faço o que você quer. Eu sou quieta. Quando quero um tempo sozinha, você quer minha atenção. – Falou baixo e pausadamente.
Hudi franziu seu cenho e se ergueu, bufando baixinho, virou as costas e foi até a porta, onde parou e olhou para a mais velha com chateação.
– Pode ficar sozinha o tempo que quiser agora, eu não vou mais tentar ser a garota legal. Cansei de ficar falando feito uma matraca, enquanto você se limita a ser monossilábica. – Disse – Eu tenho meus limites e me constranjo quando vejo que minha namorada só fala comigo quando está deitada na cama, pedindo para me comer.
Miles se ergueu com a cabeça baixa mantendo seu olhar em sua namorada que se afastava com passos rápidos, ouvindo-a chutar o que estava a sua frente. Todavia ela não se manteria impassível, pois ser quieta não era uma opção, mas sim um estado de espírito que se quebrava facilmente, isso é, dependendo da situação é claro. A ruiva estava calçando seu par de chinelos na sala, mentalizando algum lugar para sair, talvez fosse até o andar de cima, onde suas amigas moravam, no entanto não queria incomodá-las. A menor se dirigiu até a porta, ela abriu o suficiente para sair, deu um passo para frente e depois deu cinco passos para trás, vendo a porta sendo fechada num chute, e seus pés deixarem de encostar-se ao chão. Miles a abraçou no peito, erguendo-a com facilidade, enquanto a arrastava para o quarto, onde há pouco estavam conversando. Quando entraram, a porta foi fechada com outro chute e Hudi foi finalmente solta. A ruiva ajeitou suas roupas que se amassaram e encarou a maior com ira.
– Agora você quer conversar? O que quer falar? – Indagou, jogando-se na cadeira com os braços cruzados.
– Não pode me dizer aquilo.
– O que? Sobre você só falar comigo quando quer me traçar? Ah! Por quê?
– Está sendo injusta.
– Acha isso mesmo? Problema é seu, pois eu me sinto uma idiota falando com você o tempo todo, perguntando o que você quer ou o que não quer como se fosse sua mãe! – reclamava, batendo a mão contra os braços de madeira da poltrona.
– Não pedi isso.
– Mas eu não quero alguém silenciosa do meu lado! Não quero, eu fico incomodada, eu acho que você está desconfortável ou que não está gostando de alguma coisa! – dizia, enquanto gesticulava seus braços. – Olhe, agora mesmo. Eu não paro de falar e você está aí me olhando em silêncio! Que ódio!
Hudi cruzou os braços e fechou os olhos, ficando a cabeça para o lado contrário. Ela sentiu um toque no seu rosto, mas deu um tapa na mão e voltou a olhar com ódio para a maior.
– Não vamos brigar.
A ruiva nada disse, apenas se levantou e se dirigiu a porta, sendo novamente puxada pelo braço, mas dessa vez sentia mais força, sua namorada estava se impondo, mostrando sua vontade.
– Aonde vai? – Miles indagou, não ouvindo a resposta desejada. Parecia que sua namorada adquiriu a lei do silêncio.
Hudi tentou se soltar, no entanto seu braço ficou ainda mais vermelho, foi então que desistiu. Ela ficou parada, com a cabeça baixa, tentando acalmar sua respiração descompassada. Miles afrouxou o aperto na sua mão até que soltou a menor, que novamente voltou a andar, fazendo a menção de sair do quarto.
– Quer ir embora? – indagou num tom mais alto.
A porta do quarto se abriu e irritada com aquela situação, Miles voltou a chutar a porta e puxou sua namorada pelos cabelos, fazendo-a olhar-lhe com perplexidade. A morena começou a puxá-la, ouvindo os palavrões da menor até que o jogou na cama.
– Está louca!? Quer me bater agora? Acha que eu não posso revidar!?
– Então revide. – Disse com sua calma de sempre.
– Olha que eu revido mesmo! – resmungou – Mesmo você sendo desse tamanho eu sei muito bem como bater!
Miles abriu seus braços, mostrando-se entregue a qualquer resposta física que a outra viesse a dar. A ruiva não fez nada, apenas balançou a cabeça negativamente.
– Eu não vou mais falar com você. – Disse. – Cansei. Vamos ver o que você acha de ser ignorada.
– Eu não te ignoro.
– Não? Ah! Que piada! Céus, como eu queria que tivesse outra pessoa aqui para me servir de testemunha! – Falou, com indignação.
Miles franziu seu cenho, tirando a impassibilidade de seu rosto. Era uma Miles diferente da imagem calma e sensata que transmitia. E Hudi sabia muito bem como ela era. Você nunca sabe como uma pessoa realmente é até morar com ela. A ruiva respirou bem fundo e exibiu um olhar triste que desarmava qualquer ação agressiva da mais velha, a morena também suspirou e se sentou ao seu lado, passando o braço pelos ombros menores.
– Não gosto de brigar com você.
– Então não brigue. – disse a ruiva, deixando a cabeça encostar-se no seu ombro.
Miles puxou seu rosto e beijou seus lábios úmidos, adorando sentir a carícia ser devolvida. Os dedos finos de sua namorada acariciavam sua nuca levemente, apertando-a, resvalando, sem parar de beijá-la.
Definitivamente não era bom brigar. Isso não levava a nada!
– Eu vou deixar você tocar, pode ir lá.
– Você quer atenção e eu vou te dar.
– Eu estou sendo egoísta.
– Não, eu que estou. Desculpe-me.
E o casal continuou na cama, abraçadas em silêncio, sem nenhuma malícia, não desejando passar do limite. Elas apenas sentiam o calor da outra e por fim acabaram adormecendo abraçadas.
OoO
O final de semana passou lentamente. Any não havia visto sua namorada e nem teve notícias suas por telefone, e-mail ou alguma mensagem. Ela estava ficando simplesmente revoltada com aquela situação. A loira estava sozinha no apartamento. Leona estava na casa de seus pais e Carei estava na faculdade. Era uma manhã de segunda-feira chuvosa. Ela olhava para o lado de fora da janela, vendo a cidade cinza sem nenhum ânimo para sair, todavia não havia comida na geladeira e ela teria que almoçar fora. Any saiu de casa com um guarda-chuva da mesma cor que suas vestes de sempre, chamou um táxi e pediu para que a levasse até o shopping. Em poucos minutos ela chegou, pagou e entrou correndo no grande prédio rústico, antes que ficasse ensopada. A loira andou pela praça de alimentação, olhando para suas opções de comida. De repente sentiu seu coração bater mais forte e uma saudade lhe alentar, quando avistou o restaurante de comida italiana que Dulce tanto gostava. Ela não pensou duas vezes e foi até lá. Sentou-se em uma mesa e ficou olhando para o cardápio com descaso, observando suas opções. Na sua mente ela podia ouvir a voz de Dulce pedindo a macarronada com molho branco e acabou por pedir o mesmo, apesar de não apreciar muito. Any ficou em silêncio, tentando pensar em outra coisa que não fosse sua namorada.
– "Eu até estou ouvindo a voz dela!" – pensou, exasperando-se. – "Espera aí! Eu estou ouvindo a voz dela!?" – indagou-se mentalmente.
Any ergueu-se da cadeira e olhou para todo o ambiente que estava vazio. Seu olhar mirou uma mesa de canto, onde havia uma estátua de madeira de decoração, e ali podia ver claramente sua namorada que estava de costas, bebendo vinho com outra garota, que nunca havia visto na sua vida.
– A senhora deseja alguma coisa? – indagou o garçom.
– É que eu vi uma colega minha.
– Ah, claro. Eu peço para que a senhora seja discreta.
– Como?
– A senhora Dulce pediu para não deixarmos nenhum fã perturbá-la. – disse com polidez.
– Fã? – indagou incrédula. Any não conseguia acreditar naquela situação, aquilo seria engraçado se não estivesse tão contrariada. Sua namorada não lhe deu notícias no final de semana, mas teve tempo de ir a um simples shopping e almoçar com uma desconhecida!
– A senhora quer pedir um autógrafo? Eu posso fazer isso.
– Ah, é verdade? Então pode dar um recado para ela?
– Sim, qual seria senhora?
– Fale o seguinte, nessas mesmas palavras: Anahi está surpresa que você teve tempo de almoçar com outra pessoa.
– Tem certeza, senhora? – indagou estranhando a mensagem.
Any voltou a sentar, dando uma última olhada para um homem de terno preto que estava em pé, próximo da parede, talvez fosse o segurança da estrela em ascensão. O garçom foi até a mesa de Dulce, e Any apenas observava de soslaio. Assim que o garçom se aproximou de Dulce esta parou de conversar e deu a devida atenção. O homem apontou para uma mesa, onde Dulce não tinha uma boa visão e então deu a mensagem.
– Aquela garota pediu para dizer exatamente isso senhora, mas caso se incomode, nós podemos pedir para ela se retirar.
– O que ela disse? – indagou sem muito interesse, dando um gole no seu vinho.
– É um pouco estranho. Ela disse que se chama Anahi e está surpresa por vê-la almoçando com outra pessoa. – sorriu amarelo – Era só isso, senhora.
Dulce empalideceu ao ouvir aquilo, ela se levantou e foi até a mesa, olhando para a face furiosa de sua namorada. Ela se sentou numa cadeira ao lado, deixando sua mão tocar na de Any, mas logo parou, ela poderia ser fotografada e não queria expor sua vida pessoal.
– Any, eu posso explicar.
– Então começa! – falou, franzindo o cenho, debruçando-se com os cotovelos na mesa.
– Eu estava ensaiando agora a pouco, ao sair eu encontrei uma velha amiga que me chamou para almoçar. Como estava com pressa eu vim aqui no shopping.
– E por que não me ligou?
– Eu ia passar na sua casa agora, eu queria fazer surpresa.
– Surpresa? Desde quando isso é típico de você? Você sempre liga antes!
– Eu sei que deve estar brava, mas vamos conversar em casa. Sente-se conosco.
– Eu não sei. – falou com chateação, abaixando sua cabeça, deixando as mechas loiras encobrirem seu rosto. Ela queria chorar, sentia-se traída e abandonada por aquela que tanto amava. Dulce se afastava cada vez mais.
O coração de Dulce se despedaçou com aquela cena, ela queria poder abraçar e beijar sua namorada, mas se limitou a colocar a mão no seu ombro, sussurrando:
– Meu amor, desculpe-me.
O garçom se aproximou com o prato de Any, Dulce apenas lhe encarou e disse para colocar o prato na sua mesa, pois iriam se juntar. A loira nem discutiu, mas não queria se levantar, não queria conhecer aquela amiga.
– Eu acho melhor ir embora.
– Não, Any. Você vai almoçar comigo, eu ainda não comi.
– Grande coisa.
Dulce puxou sua namorada com toda a paciência que tinha e a arrastou sutilmente até sua mesa, onde Any se sentou ao seu lado.
– Essa é a Any – Dulce disse, - Any, esse é minha amiga Erica.
As duas se cumprimentaram com um sorriso casual e seus pedidos chegaram. O garçom se afastou, olhando para Anahi com certo constrangimento, por ter lhe tratado anteriormente como se fosse uma fã histérica.
– Você estuda alguma coisa, Any? – Erica indagou.
– Nada. – respondeu. – E você?
– Eu estou estudando teatro e logo vou me formar em cinema. – disse, enquanto provava de sua comida.
– Que legal! E você já trabalha na área?
– Ainda estou procurando. Quem sabe Dulce não me ajude agora que virou uma grande estrela!
– Eu vou ver o que posso fazer. – disse, deixando sua mão deslizar pelos talheres, pegando-o com certa lentidão, ela havia perdido a fome com toda aquela situação.
– E vocês trabalham juntas? – Erica indagou.
Any ergueu uma sobrancelha e olhou Dulce de canto. Certo! Aquela Erica não sabia que elas eram namoradas e a loira não ia querer expor o relacionamento, pois não sabia se Dulce queria manter isso em segredo por causa da nova profissão.
– Nós estudamos juntas e ficamos amigas. – disse com desgosto. Dulce até falaria alguma coisa, mas nesse momento estava mastigando. – E como vocês se conheceram?
– Fomos namoradas na infância. – respondeu com um sorriso divertido nos lábios. – Eu sei que é estranho, mas nos encontramos há pouco tempo.
Nesse momento Any não conseguiu evitar que sua boca ficasse ligeiramente aberta por um longo período. Dulce fechou os olhos, perguntando que crime havia cometido para se ver metida nessa situação. Ela ia falar para Erica que estava namorando, contudo acabou demorando demais.
– Ah... e vocês estão se encontrando depois de anos? – Any indagou.
– Nos vimos faz um tempinho, não é Dul?
– Um tempinho? – Any indagou, sentindo vontade de enfiar o garfo no meio das pernas de sua namorada.
– Sim. Eu não me lembro exatamente. Por quê?
– Mas já saíram antes?
Erica estranhou aquela pergunta, ela passou a mão por seus cabelos castanhos claros e voltou a olhar para Dulce que resolveu se pronunciar.
– Bebemos num barzinho quando nos encontramos. – Dulce falou.
– Quando foi isso?
– Sábado.
– Nesse sábado que passou? – indagou incrédula. – "E eu em casa assistindo televisão!".
– Sim, mas foi de última hora. – explicou.
– Ah, isso é bom, relembrar velhos tempos. – comentou com um falso bom humor. – Mas me conta sobre o seu teatro, Erica. – pediu, tentando mudar aquele assunto, assim almoçaria mais rápido e sairia logo dali.
Erica começou a comentar algumas coisas e sempre que Dulce tentava falar com Any, ela recebia uma patada feroz. A loira comeu o macarrão tão rápido que já se imaginava na frente da privada de algum banheiro, colocando tudo para fora. Ela havia comido com velocidade, sem mastigar e com raiva. Não havia descido muito bem.
– Eu tenho que ir agora. – Any falou, erguendo-se para o desespero de Dulce.
– Já!? Any, eu...
– Dulce, você deve estar ocupada. Sei que depois vai voltar às gravações. Então não se preocupe, eu entendo. – disse, enquanto pegava sua bolsa, ela jogou uma nota num valor alto em cima da mesa e voltou a olhar para Erica. – Foi um prazer, Erica. Quem sabe a gente não saia para beber algum dia!
– Claro! É só marcar. – sorriu com simpatia, apesar de estranhar o comportamento ríspido dela com Dulce, no entanto não tinha do que reclamar, pois Any havia lhe tratado com educação e muita atenção.
Dulce queria puxar sua namorada pelos cabelos e se trancar com ela no banheiro, mas sabia que apareceria algum paparazzi do além para fazer alguma manchete maldosa. Anahi apenas se afastou, com a cabeça baixa, querendo ir para casa o quanto antes, entretanto primeiro foi até o banheiro, onde acabou por vomitar tudo que havia comido, despejando algumas lágrimas que escorreram por seus olhos.
– "Ex-namorada! Como eu sou idiota". – pensava com tristeza.
Anahi se recuperou, ela saiu do banheiro com a cabeça baixa, sentindo seu estômago doer pelo nervosismo. Talvez estivesse criando uma gastrite nervosa por conta de Dulce. Quando alcançou a rua, ela resolveu andar um pouco para aliviar a tensão, pois se fosse ficar presa na sua casa, com certeza ficaria depressiva. A chuva estava mais fraca, mas o fraco chuvisco era irritante e molhava a todos que ficassem muito tempo debaixo dele. Any entrou num café e se sentou em uma das poltronas quentes e aconchegantes, pedindo um chá verde e alguns biscoitos. O seu celular logo tocou, ela atendeu sem nenhuma vontade, ouvindo a voz de sua namorada.
– Any, onde você está?
– Já almoçou com sua ex-namorada?
– Eu sei que deve estar pensando besteira. Você não podia ter ido embora daquele jeito.
– Ah, desculpe-me. Você se ofendeu? Eu vou mandar uma carta para você, desculpando-me já que eu não consigo mais falar com você por ser uma fã idiota.
– Não seja infantil. Eu quero falar com você e te conhecendo bem, eu sei que não foi para casa. Onde você está?
– Procura!
– Any, por favor. Você sabe que eu só quero você, não faça isso.
– Eu não sei não, não sei de mais nada. Faça um favor para todos. Vá trabalhar!
– Eu não tenho gravações nessa tarde. Eu ia para sua casa, mas acabei encontrando a Erica.
– A encontrou na rua? Que coincidência! –indagou com cinismo.– Eu não quero te ver, Dul.
Any desligou e deixou seu celular no volume mínimo, assim não se incomodaria mais com as ligações de sua namorada. Logo o seu chá chegou e ela tratou de tomá-lo. E Dulce não sabia que estava na mesma rua que sua namorada, ela olhou para Erica que agora entendia o motivo de seu nervosismo.
– Dulce, por que não me disse que ela era sua namorada?
– Eu ia te falar... mas que droga! Como eu ia imaginar que isso aconteceria!?
Erica tocou no seu ombro, pedindo sua atenção.
– Ver você tão preocupada com alguém me deixa surpresa, Dul. Ela está brava, deixe-a se acalmar, isso vai ser bom para as duas. Ela vai para casa e você pode conversar com ela.
– Tem razão. – suspirou.
– Venha, vamos sair dessa chuva.
Dulce aceitou o convite, sem deixar de pensar na sua namorada, mas aos poucos, enquanto conversava com Erica, ela acabou se distraindo. Enquanto Dulce estava se acalmando, Any continuava com os olhos marejados de lágrimas, ela não ficou muito tempo no café, logo olhou para seu celular, vendo que sua namorada não havia tentado lhe ligar novamente e aquilo a feriu. Dulce sempre lhe enchia de mensagens depois de uma discussão. Ela não tinha mais vontade de ficar andando sem rumo, logo chamou um táxi e voltou para sua casa, encontrando o apartamento solitário. Leona não estava, Carei não chegaria tão cedo. Ela se jogou no sofá e ligou a televisão. O seu celular tocou minutos depois, quando atendeu, ouviu a voz de sua namorada novamente.
– Você já está em casa?
– Não.
– Mentirosa, eu te vi entrando.
– Então por que a pergunta idiota?
– Abre a porta para mim, Any. Deixe-me subir.
– Ah... –Suspirou.– Tudo bem, sobe.
Any foi até o interfone e abriu a portão, em pouco tempo ouviu duas batidas na sua porta. Ela a abriu, encontrando uma Dulce eufórica e molhada, a porta se abriu mais um pouco e Dulce adentrou, jogando sua jaqueta em cima de uma cadeira. Quando Any fechou a porta, ao se virar já sentiu as mãos de sua namorada em seu rosto, logo os lábios de Dulce se fecharam no seu, num beijo molhado e frio.
– Perdão, Any. Mas tem que acreditar em mim.
– O que me chateia é você não me ligar.
– Eu estava trabalhando.
– E teve tempo de ir a um barzinho.
– Era muito tarde. Nós nos encontramos e bebemos, não ficamos muito tempo e eu já fui para casa. No domingo de manhã, eu voltei para o estúdio.
– Não podia ligar nenhum dia? Nem mandar uma mensagem de boa noite?
– Desculpe-me, Any. Eu errei realmente, eu errei. – disse, voltando a beijar sua boca.
O casal se dirigiu até o quarto de Any, onde a loira pegou uma toalha e jogou em sua namorada.
– Você está molhada e com cara de acabada. – Falou – Vai tomar banho e eu vou pedir algo para eu comer por telefone.
– Ainda está com fome?
– Eu vomitei o que comi. – respondeu friamente, saindo do quarto.
Dulce ficou abalada com o que ouviu e não ia indagar nada para sua namorada, ela entrou na suíte e tomou um banho lento, sentindo seu corpo relaxar. Quando saiu com a toalha enrolada no corpo, havia roupas de Any para ela vestir. Claro que tudo havia ficado um pouco apertado, mas não ligou. O casal não estava se falando direito, sempre que Dulce se aproximava para tentar qualquer gesto carinhoso, Any se afastava e algumas vezes lhe dava um tapa severo.
OoO
Continua...
Autor(a): lunaticas
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Mais tarde naquela segunda-feira, após a faculdade. Kirias pegou seu carro na rua, tendo que dar algumas moedas para o pedinte que veio com uma conversa mole de desemprego, ela entrou no carro e não andou muito, parando o carro no próximo farol que estava com o sinal verde, mas o volume de carro era intenso. Ela encostou a cabeça no assento e ligo ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 61
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tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38
Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.
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ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27
kd vc? volta apostar please
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cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55
adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)
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cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20
O Capitulo ta bugado Ç.Ç
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anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48
Deu bug no cap
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rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12
E essa fic aqui, como fica??
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rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29
cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!
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luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20
Postaaa maiss...
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rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03
POSTA MAIS!!!!!
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maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19
posta mais.....bjaum lu