Fanfics Brasil - Capitulo 6 Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon

Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon


Capítulo: Capitulo 6

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Mais tarde naquela segunda-feira, após a faculdade. Kirias pegou seu carro na rua, tendo que dar algumas moedas para o pedinte que veio com uma conversa mole de desemprego, ela entrou no carro e não andou muito, parando o carro no próximo farol que estava com o sinal verde, mas o volume de carro era intenso. Ela encostou a cabeça no assento e ligou o som, ouvindo o violino e a ópera, tentando relaxar. Um bom tempo depois, Kirias abriu a porta do apartamento, ouvindo o som alto da televisão. Quando entrou na sala, encontrou Juliana sentada no sofá, comendo pipoca e assistindo um filme preto e branco que era falado numa língua desconhecida. A ruiva gostava desse tipo de coisa. Kirias torceu o nariz e se aproximou, jogando-se no sofá.


– Eu odeio cidade grande. – reclamou.


Juliana apenas lhe olhou de canto e lhe sorriu amarelo, voltando ao filme.


– Existe tanta gente na rua! Muita gente, Juliana. Eu fiquei meia hora parada por causa de um carro que havia quebrado, na rua da nossa casa, acredita? Tive que esperar o guincho aparecer.


– Hum, que ruim. – comentou, sem olhar para a loura.


– A minha aula foi boa, eu gostei do professor, ele parece ser inteligente. – comentava – As garotas que estão comigo são novas também, são muito idiotas, não sei se vou ter paciência.


– Hum...


– A Dul ainda não chegou?


– Não.


– Juliana eu estou tentando conversar aqui! – falou, pegando o controle remoto, dando um fim aquele filme chato. – Não dá para conversar?


– Olha, eu estou tentando ver um filme em silêncio! Será que não dá para conversarmos mais tarde? Eu te interrompo quando você está se cortando ou lendo seus livros?


– Sim, interrompe! Sempre vem falar comigo e agora eu quero atenção.


– Kirias, você precisa de uma mulher! Já chega, não agüento mais. Você grudou em mim. Da última vez que sai com a minha namorada eu tive que te levar junto!


– Hei, você disse que ia almoçar com ela no shopping! Qual o problema de eu ir junto?


– O problema é que eu queria namorar e você alugou minha prima!


Kirias ia responder, porém se manteve em silêncio. A loura resolveu se acalmar um pouco, ela foi ao seu quarto pegou alguns livros e voltou para a sala. A ruiva desistiu de assistir ao seu filme e foi para a cozinha, procurando algo para comer, constatando a necessidade de ir fazer compras. Com o passar dos minutos nada mudou, Kirias continuava jogada no chão da sala, com os fones de ouvido em cada orelha, impedindo que se ligasse ao mundo exterior. Na sua frente havia uma imagem sobre corpo humano que detalhava cada centímetro de alguns órgãos internos. Ela bebia um pouco de cerveja, todavia estava preocupada com a barriga que ela estava lhe dando de presente.


– Kirias, eu vou ao mercado.


– Está um trânsito infernal lá fora.


– Eu sei, mas estamos sem comida.


Juliana que estava terminando de se arrumar para ir ao mercado fazer compras acabou parando para ir até o interfone. Ela ouviu a voz de uma garota que avisava sobre o dia da limpeza, pelo jeito era a diarista que contrataram. E ela estava muito atrasada, ou melhor, ela veio no horário que ela quis. A ruiva perguntou seu nome, vendo que era realmente a sobrinha da mulher que se ausentaria naquele dia. Ela abriu o portão e pediu para que subisse. Minutos passados a campainha tocou e a ruiva abriu a porta, olhando ligeiramente para baixo, vendo a garota que aparentava não ter mais que vinte anos, com os cabelos presos num baixo rabo de cavalo.


– Samila, certo?


– Sim, tudo bom? – Indagou com um sorriso gentil, apertando a mão da ruiva que começou a falar sobre o apartamento. Juliana explicou o que ela deveria fazer e onde não poderia mexer.


– Entendeu?


– Hã!?


– Perguntei se entendeu tudo.


– Sim, sem problema. Qualquer coisa você pode me chamar!


– Eu vou fazer compras, eu volto em uma hora mais ou menos. Na sala, jogada no chão está a Kirias, ela é meio estranha, então não fale muito com ela. – Avisou, temendo deixar a garota sozinha naquele apartamento.


– Tudo bem, Juliana! Eu me viro aqui.


– Meu celular está marcado naquela agenda, perto do vaso, qualquer coisa é só me ligar. – Disse, acenando para a garota, deixando-a sozinha naquele corredor vazio.


O tempo foi passando, Kirias se levantou, movendo seu pescoço de um lado para o outro, ela havia lido bastante sobre o que cairia na prova do dia seguinte. A loura olhou para os lados, sentindo a presença de alguém e um cheiro forte de produto de limpeza. Kirias andou lentamente pelo apartamento, ela abriu a porta do banheiro e viu uma garota abaixada no chão, limpando o Box de vidro do banheiro. Ela cantarolava baixinho, usando as luvas amarelas de borrachas que entrava em harmonia com a sua cor cândida.


– Oi! – Falou num tom alto, assustando-a.


– Ah! Oi... Kirias, certo? Eu sou Samila.


– Hum... eu pensei que fosse mais velha.


– Minha tia ficou doente e pediu para eu aparecer no seu lugar. Deseja alguma coisa?


– Não era para você aparecer às 14 horas?


– São quatro horas, eu sei. Atrasei-me, mas minha tia me passou o horário errado.


– Tudo bem.


– Você deseja alguma coisa? – indagou com um sorriso simpático.


Kirios arqueou uma sobrancelha, pensando no que poderia pedir. Afinal aquela pergunta era tão aberta e ela não era o tipo de pessoa que se preocupava em não incomodar as outras.


– Sabe cozinhar?


– Hã!?


– Perguntei se sabe cozinhar.


– Sim. Modéstia à parte, eu cozinho muito bem. – Sorriu.


– Esse é o tipo de resposta que eu gosto! Você sabe fazer doce?


– Bolo. Serve? – Respondeu com certa impaciência com o comentário anterior.


 


Kirias sorriu e foi até ela, puxando-a num tranco pelo braço, arrastando a garota que era ligeiramente menor que ela, ignorando as perguntas que ela lhe lançava com certa euforia. Quando chegou à cozinha, Kirias começou a abrir os armários, procurando os ingredientes básicos para fazer um bolo.


 


– Não tem nada! – reclamou – Que droga! Eu quero comer algo doce.


– Er... Você poderia comprar ali na esquina. Lá tem doces gostosos. – Disse, passando a mão pelo braço, onde havia cinco marca de dedos agora.


 


A loura ponderou por um momento e acabou balançando sua cabeça negativamente. Ela andou até a pobre empregada que lhe olhava com um pouco de medo, mas também com admiração, porque por mais estranha que Kirias aparentasse, ela continuava sendo uma bela mulher. Kirias suspirou e voltou para a sala, jogando-se no chão, voltando a pegar sua cerveja, bebendo-a lentamente, enquanto ligava o aparelho de televisão. Samila passou pela sala, voltando ao banheiro, sentindo arrepios correr por seu corpo ao se deparar com várias cicatrizes que a sua patroa havia pelos braços.


 


– Hei! – Kirias gritou, chamando-a.


– Oi, oi!


– Quer fazer sexo? – indagou, olhando seriamente para a garota que fechou as mãos e arregalou os olhos, ficando vermelha.


– Co-como!?


– Sexo. Você tem quantos anos?


 


Samila não respondeu, respirando fundo para manter sua calma. Kirias ia voltar a perguntar, no entanto ela começou a andar na direção da saída, passando a mão pela testa que suava ligeiramente. A loura ficou indignada por ser ignorada daquele jeito. Ora! Ela só havia feito uma pergunta simples! A loura correu e se colocou na sua frente, fazendo a garota começar a se preocupar com sua atual situação.


 


– Era uma pergunta. Responder sim ou não, isso é muito fácil.


– Não! – Disse com o rosto vermelho.


– Ótimo! Você é bem direta. Eu gosto de mulheres sérias. – sorriu, tocando numa mecha de cabelo, deixando seu dedo resvalar pelo rosto oval, descendo até os lábios carnudos que estavam pintados com uma cor avermelhada.


 


Samila deu um tapa na sua mão com certa irritação, deu um passo para trás e cruzou os braços.


 


– Ah, tudo bem, eu já entendi. Sem sexo. – Disse desanimada. – Daqui a pouco eu vou transar com o poste mesmo. Juliana não quer dá para mim também.


– Ju-Juliana?


– A mesma. – Sorriu, voltando a se aproximar, passando a mão por sua cintura, puxando-a para perto de uma mesinha, apontando para a única foto que havia naquele apartamento. – Essa aqui é a Dulce, essa sou eu obviamente e essa é a Juliana.


– Eu já a vi quando cheguei.


– Então por que a pergunta surpresa? Ah! Entendi, por que ela é Mulher?


– Você... Você quer ficar com a Juliana?


– É, acho que somente para tirar o atraso. Mas posso ficar com homens também. Eu sou mais simples, para mim não existem homo ou heterossexuais.


– Eu acho melhor voltar para meu trabalho, não é?


 


Kirias revirou os olhos e a soltou. Em poucos minutos, lá estavam as duas, sentadas no sofá conversando sobre vampiros. Pois é, no final Kirias comentou sobre sangue, a garota do interior comentou que havia Nosferatus (um clã dos vampiros, baseado no livro "A Máscara") nos metrôs da cidade, e isso, por incrível que parecesse despertou a atenção da loura que adorava falar com pessoas diferentes. E o mais surpreendente foi que ambas revelaram adorarem sentir um pouco de dor. Kirias tinha um grau mais elevado, algo que a garota não conhecia, mas ela jamais saberia o quão masoquista ela era. Felizmente!


 


– E você vai aos barzinhos que tem esse povo fantasiado de vampiro?


– Eu fui uma vez, mas o pessoal é muito promiscuo. – comentou com um sorriso feminino, passando a mão por seus cabelos que agora estavam soltos.


 


A porta do apartamento abriu, a dupla olhou para Juliana que subia com um carrinho de compras que pertencia ao prédio, ela olhou para as duas e sentiu um frio correr pela barriga.


 


– Oi... – foi a única coisa que conseguiu falar.


– Você foi rápida. – Kirias disse – Quer ajuda?


– É claro que eu quero. – Disse.


– Samila, você já terminou?


– Não, eu a aluguei! – respondeu a loura.


– Desculpe. Eu vou voltar ao banheiro. – Disse.


 


Juliana revirou os olhos e se aproximou da loura, dando um tapa em sua cabeça.


 


– O que fez com a menina?


– Nada, ela não deixou.


– Então você tentou!?


– Sim, eu estou necessitada! – disse com revolta.


 


Juliana balançou a cabeça negativamente e pediu para que Kirias voltasse a estudar, e a loura obedeceu, voltando a se jogar no chão da sala, onde seus livros receberam a devida atenção.


 


OoO


 


As horas passaram rapidamente naquela segunda-feira. A noite chegou finalmente, trazendo consigo a madrugada. No prédio de tijolos laranja, no último andar, Anahi e Dulce haviam discutido um pouco durante à tarde, entretanto Dulce acabou por dormir às seis horas da noite. Mais tarde a loira se juntou a ela, porém acabou por acordar na madrugada, ela se sentou na cama, e olhou para sua namorada que estava com o braço enroscado em seu corpo. Any olhou para o lado, observando o sono de sua namorada, aos poucos ela deixou toda a irritação que estava no seu âmago se dissipar. Dulce estava exausta, ela não havia ficado em nenhuma festa até altas horas da noite, mas sim trabalhando e tentando decorar suas falas que a cada semana aumentavam. Mas ainda sim não acreditava que ela havia saído para beber com sua ex-namorada no sábado. Ela tinha ciúme daquela situação, todavia ciúme e inveja eram sentimentos diferentes. Ela não invejava a posição de sua namorada naquele mundo, não era essa a questão, ela apenas tinha medo que Dulce descobrisse pessoas mais interessantes e acabasse por lhe deixar. Às vezes pensava que isso era uma questão de tempo. Será que a karateca estava ficando com ela por causa de um compromisso verbal? Seria possível que Dulce não a amasse mais como antes? Às vezes pensava em coisas desse tipo, eram sentimentos duros e que machucavam demais. No final, ela mesma criava ilusões a respeito de Dulce, acabava por vê-la se afastando. Contudo, apesar das pessoas influentes em volta de sua namorada, apesar de toda a fama e puxa-saquismo, quem nesse momento estava ao seu lado era Anahi, lhe acariciando a cabeça. Dulce se remexeu na cama, emitindo um gemido lânguido. Any a ajeitou com cuidado no colchão macio e beijou sua testa, separando os cabelos que caíam por sua face. A loira foi se afastando lentamente, tentando não fazer barulho, quando estava pronta para saltar no chão, uma mão forte se fechou no seu braço.


 


– Aonde você vai? – indagou num baixo sussurro.


– Eu não queria te acordar.


– Any, eu não estava dormindo. – Disse, sentando-se na cama, puxando sua namorada contra seu corpo, para então abraçar suas costas, onde deixou todo o peso de seu corpo se acomodar.


– Você não é tão leve, sabia? – reclamou, enquanto acariciava os braços que a envolvia.


– Então quer que eu solte?


– Melhor dormir um pouco, Dul. Já são quase duas horas da manhã.


– Eu não quero dormir. – Disse. – Eu estou um pouco agitada.


 


Any virou sua cabeça para trás da maneira que conseguiu e buscou os lábios da mais velha, beijando-lhe suavemente.


 


– Está com fome?


 


Dulce sorriu e balançou a cabeça numa negativa. Num impulso, ela jogou seu corpo para trás e trouxe Any junto. As duas estavam deitadas agora, olhando para a face da outra em silêncio.


 


– Você ainda está brava comigo.


– Ignora isso, Dul.


– Eu não estava numa festa me divertindo.


– Eu já sei, eu já sei. – Falou em baixos murmúrios.


– Mês que vem o meu contrato vai acabar.


– Já!?


– Sim, mas disseram que vão renovar. – Comunicou.


 


Any sorriu e beijou a bochecha de Dulce que apenas fechou os olhos, permitindo sentir melhor aquela carícia.


 


– Eu não sei se vou aceitar.


– Por quê!?


– Eu não estou agüentando essa vida.


– Dul, não brinca. Você ganha muito dinheiro, tem fama, pessoas interessantes ao seu lado, uma ótima proposta para ter novos trabalhos, não seja boba!


 


Dulce fechou suas pálpebras, ficando um tempo em silêncio, ouvindo o discurso de sua namorada que gesticulava o tempo todo.


 


– Any, eu só quero ficar com você. – disse, esticando seus braços para lhe abraçar no pescoço. – Eu estou com saudade, eu fico querendo te ver e o máximo que eu consigo é uma ligação rápida numa sala cheia de gente me observando. Você está cada dia mais sozinha e eu nem sei mais o que você anda fazendo.


 


A loira não disse nada. Aquelas palavras haviam lhe abraçado de uma forma tão aconchegante que desejava ficar um pouco quietinha, para tentar repeti-las mentalmente em sua cabeça. Dulce lhe beijou a boca, sugando seu lábio inferior, deixando Any ainda mais derretida.


 


– Mas você gosta de atuar. – Any disse de repente, lembrando-se da primeira vez que Dulce apareceu na sua casa, com um enorme sorriso nos lábios, contando-lhe como havia sido o seu primeiro dia no estúdio. – Não quero que você pare com isso, eu só quero que você me ligue de vez em quando ou me mande alguma mensagem. Não precisa rasgar o contrato, Dul.


 


Dulce não rebateu. Ela realmente estava se apaixonando pelo o que fazia. Sempre achou que seus estudos não a levariam a nada, a não ser uma professora de academia. Sempre gostou de esporte, mas não queria ficar ensinando outras pessoas, não queria ser professora. Dulce não era o tipo de pessoa que levava jeito para ensinar e falar em público, ainda mais para disciplinar os outros. Ela não tinha paciência.


 


– O que eu seria caso concordasse com isso, Dul? Eu te amo, eu sou sua amiga, eu quero o melhor para você. – disse, enquanto alisava o braço da outra. – Eu sinto ciúme quando vejo um monte de gente em volta de você, também fico triste quando não está comigo, mas Dulce, nós éramos adolescentes e vivíamos apenas na escola. Agora somos mulheres, logo eu posso arranjar um emprego também. As pessoas casadas também passam pouco tempo juntas.


– Mas não moramos juntas. Nos finais de semana eu estou fora, eu estou sentindo que eu sou a responsável por qualquer deslize que ocorrer.


– Deslize?


– Sim. Alguma traição, qualquer briga, desentendimento, qualquer coisa que acontecer será conseqüência da minha ausência. Isso deteriora a relação, Any. Aos poucos eu vou me afastando e deixando o caminho aberto para o que vier.


– Não vou te trair, Dul. – disse na defensiva.


– Não estou dizendo que vai, mas possivelmente, com minha ausência pode aparecer outra pessoa.


– A estrela aqui é você. Você é a lâmpada e existe um monte de mariposas em volta.


 


Dulce riu baixinho com aquela frase, mas voltou a manter-ser séria.


 


– Um namoro é igual uma flor, Any. É preciso regar e observar sempre, senão aparecem bichos, um vento forte para quebrá-la, ela pode murchar, podem arrancá-la também.


– Então você é uma florzinha? – Any indagou sorridente.


– Não, você é uma flor. Já se olhou no espelho, Any? Você é linda, - disse. – Eu que devo ficar preocupada em me ausentar, pois sempre vai aparecer uma idiota por aí.


– Ah! Claro, e as pessoas que ficam te rondando? E aquela sua ex-namorada que apareceu para querer tirar uma casquinha da estrela em ascensão?


– Sabia que ia falar nela. – suspirou.


 


Any bufou, virando a cabeça para o lado contrário. E se tinha uma pessoa que não suportaria ver em sua frente de novo seria a ex-namorada de Dulce. Só com aquele almoço, a loira já sentiu segundas intenções vindo do antigo caso de amor.


 


– Será que você poderia não sair mais com ela, Dul?


– Era o mesmo que eu sentia quando você ia falar com a Viiviane.


– Mas é diferente.


– O que é diferente? Aquele sua ex-namorada vivia babando em você.


 


Any suspirou. Certo! A situação era muito parecida. Na verdade, era idêntica, entretanto Any não conseguia aceitar. Não podia simplesmente concordar e falar para sua namorada sair com a antiga namorada e tocar sua vida sem nenhum ciúme. Isso era impossível!


 


– Acho que seu ciúme é contagioso. – Any murmurou, virando sua cabeça para o lado oposto vendo a parede branca do quarto.


 


A mão de Dulce resvalou pelo peito da menor, subindo até seu queixo para puxar sua cabeça na sua direção novamente. As duas voltaram a se encarar.


 


– Não gosto quando me ignora.


– Não vai dormir?


– Não. Daqui a pouco eu vou ter que ir para as gravações e não ficarei com você novamente. Eu preciso aproveitar.


– Nesse final de semana...


– Não vou poder ficar com você. – disse com pesar. – Desculpe-me, eu vou tentar te ligar e...


– Não, não precisa. Você vai estar ocupada. Eu estou pensando em ir à praia.


– O que?! Praia? Com quem?


– Carei, Leona, Juliana, Kirias... eu estava falando com elas.


– E por que eu não sei disso?


 


Any não respondeu, não tinha o que falar. A resposta era óbvia. A sua namorada estava ocupada demais para saber dos planos que tinha, mas o problema era que Any já havia dito que estava querendo sair no feriado prolongado.


 


– Você não falou nada disso comigo.


– Eu te falei várias vezes, Dul. – suspirou – Você que não está lembrando.


 


Dulce achou melhor não implicar. Ela realmente não fazia idéia desse passeio, mas não duvidaria das palavras de Any.


 


– Eu estou com sono.


– Então durma, besta. Eu estou falando para você fazer isso faz tempo! – sorriu, aninhando-se nos seus braços.


 


E o casal adormeceu em silêncio, enquanto a claridade do dia começava a invadir o cômodo pelas frestas da janela de madeira, dando luz e aumentando as sombras, criando formas abstratas na parede, permitindo que o frescor da manhã lhe acompanhasse, assim como o som da cidade que acordava aos poucos. O celular de Dulce começou a tocar, aquele era o som de seu despertador matinal. Ela resmungou e olhou para o lado, deixando um belo sorriso desenhar em seus lábios. Acordar ao lado de Anahi era uma das cenas raras de sua vida atual. Ela tocou na face cândida, retirando uma mecha cor de ébano.


 


– Dul...


– Shhh! Pode ficar deitada.


– Que... que horas são?


– São sete horas, eu só vou me trocar e já vou sair.


 


Any foi se sentando lentamente, coçando seus olhos vermelhos de sono. Dulce suspirou, não tinha como Any deixar de ser tão teimosa. Enquanto a ruiva terminava de colocar suas roupas, Any já andava pelo corredor de seu apartamento, olhando para as portas fechadas, onde suas amigas provavelmente estavam dormindo. Na cozinha, ela colocou água na chaleira para esquentar, logo Dulce estava ao seu lado, beijando-lhe o rosto.


 


– Any, não precisa fazer café para mim. Pode ir dormir, eu sei que está cansada.


– Quando você sair eu vou dormir. – disse, bocejando. – Senta e come um pouco de pão doce que está nesse pacote branco.


 


A água começou a borbulhar e Any preparou tudo para fazer o café, bocejando a cada segundo, enquanto observava Dulce comer um pedaço daquele pão em silêncio.


 


– Any.


– Hum?


– Você gostaria de ver meu estúdio?


 


Any parou com a jarra de café na altura de seus ombros, encarando sua namorada com curiosidade.


– Eu posso conhecer?


– Eu não sei. Eu acho que se você ficar no meu camarim, não terá problema.


– Eu gostaria. – sorriu, enquanto servia café nas duas xícaras. – Mas antes ligue para seu agente para ver se eu posso realmente.


 


Dulce puxou seu celular e ligou para seu agente que atendeu prontamente, parecia que ele sempre estava de bom humor e acordado para a vida. Dulce falou o que desejava e depois encerrou a ligação.


 


– Ele vai falar com algumas pessoas. Daqui a pouco ele me liga.


– Pensando bem, eu acho que ficaria com vergonha. Tanta gente me olhando. – disse, sentando-se na cadeira de madeira.


– Ninguém vai te morder, Any.


– Não sei, Dul. E se ficarem me fazendo um monte de pergunta? Ou pior, e se me tratarem mal como uma fã interesseira?


– Todo mundo sabe da minha vida pessoal. Não tem como eu guardar segredo, eles sabem que namoramos faz tempo.


 


Ela ergueu sua xícara e começou a beber um pouco do café, sentindo que aquela havia sido uma péssima idéia de sua namorada. O celular de Dulce tocou novamente, Any ficou apenas observando-a em silêncio quando viu o sorriso da ruiva se incendiar, com certeza ela poderia levá-la.


 


– Ótimo, Any! – disse quando desligou. – Tome um banho rápido e se troque.


– Sério? Dul, eu acho...


 


Dulce saltou e puxou sua namorada pela mão. Elas entraram na suíte do quarto e Dulce começou a despir a menor, jogando as roupas no chão, ouvindo suas reclamações sem dar a devida atenção, mas tudo parou quando Any foi jogada embaixo da ducha morna.


 


– Toma um banho rápido ou eu vou me atrasar.


 


Any começou a passar sabonete no seu corpo antes que Dulce o fizesse, depois passou o xampu, enquanto ouvia sua namorada lhe apressar. Dulce saiu do banheiro e foi até seu guarda roupa, pegando as roupas que mais gostava de sua namorada. Infelizmente Any tinha roupas de tons acinzentados ao preto, mas com muito esforço achou um jeans azul e uma camiseta de manga comprida preta decotada. Quando Any saiu do banheiro, Dulce puxou uma toalha e começou a secar seus cabelos.


 


– Vai se vestindo que eu te seco.


– Ah, você vai arrancar minha cabeça! – praguejou. – Você parece minha mãe!


 


Any torceu o nariz para o jeans mais claro que tinha, ela não gostava de usar e quando pensou em doar, Dulce simplesmente interveio e jogou a peça de roupa de volta no seu armário. Quando teve espaço, ela colocou a blusa e já sentiu sua namorada lhe ajudar a calçar um par de tênis all star da cor verde musgo.


 


– Você se penteia no carro! – disse, arrastando Any para fora do apartamento. Quando chegaram na rua, Dulce foi até o estacionamento, onde pegou seu porsche e logo saíram dali.


 


Anahi ofegava, enquanto sua namorada dirigia com agilidade pela cidade. Ela pegou o pente que estava na sua mão e começou a pentear seus cabelos.


 


– Eu tenho dois pares de óculos no porta-luva. Pegue um para você e me entrega esse aí da caixa azul.


 


A loira fez o que lhe foi pedido, colocando os óculos estilo anos 1960, que combinou com seu visual. Quando chegaram ao estúdio, Any viu que toda aquela segurança deixava sua namorada passar com tranqüilidade, cumprimentando-a com atenção, algumas pessoas até vieram lhe puxar o saco. Ela estacionou numa vaga próxima a entrada e saíram do carro e já na recepção Any sentiu vontade de voltar ou então ficar esperando sua namorada no carro. Um homem se aproximou com gritos histéricos, agarrando o braço de Dulce, enquanto enchia seu rosto de beijinhos. No fundo Any se segurava para dizer que sua namorada era lésbica e não bissexual como pensavam. O louro marombado parou com seu ataque e ergueu o olhar para Any, olhando-a dos pés a cabeça como se fosse um pedacinho de lixo que alguém se esqueceu de recolher pelo caminho.


 


– E quem é essa, Dulcinha?


– "Dulcinha?" – Any ergueu uma sobrancelha e olhou para sua namorada que apenas ergueu os ombros, não tendo como controlar aquele rapaz.


– Minha amiga Anahi. – disse.


– "Não seria namorada?" – Any pensou com irritação. Se todos sabiam que Dulce tinha uma namorada, por que ela não dizia a verdade? Talvez não quisesse que sua identidade fosse revelada.


 


O trio começou a andar pelo estúdio que se estendia na vertical, por isso foram ao elevador que os deixava velozmente em cada andar. A todo instante entrava e saia alguém, que sempre dizia alguma coisa, principalmente para o louro que era a mais popular naquele lugar. Já no camarim, o casal foi deixado a sós. Any já se encontrava estressada com tanta gente lhe enchendo a paciência. Ela se jogou no sofá de couro e retirou seus óculos escuros. Dulce abriu um largo sorriso para sua namorada e jogou-se ao seu lado no sofá, puxando seu rosto, onde lhe deu um beijo forte e gostoso, deixando sua língua envolver cada pedacinho daquela boca. A mão de Dulce não se contentou em ficar parada no ombro de sua namorada, ela começou a descer, indo até a barra de sua camiseta, invadindo o espaço que ela cobria, tocando na barriga de sua namorada, onde começou a massagear.


 


– Dul... pare... alguém pode entrar.


 


Dulce como sempre não ouviu, descendo sua boca para o pescoço de Any, chupando a pele enquanto a lambia sem nenhum pudor. A outra mão foi parar no meio das pernas e começou a passar a mão em cima do jeans, na região da bc*ta de Any. A loira tentou empurrar sua namorada para trás e o resultado disso nunca era satisfatório. Dulce ficava mais excitada quando Any a negava.


 


– Dul! Pare!


 


A karateca se afastou um pouco e olhou para seu relógio de pulso, ainda tinha quinze minutos antes que começassem a lhe encher o saco. Ela empurrou Any num tranco, vendo sua namorada se esparramar pelo sofá. Dulce tinha que ser rápida e não ia demorar, a calça de Any começou a ser puxada, enquanto a mesma a puxava para cima, tentando impedir aquela loucura.


 


– Não, não e não! Dul, Dulce... olhe para mim. Não...


– Any! – a chamou com uma voz autoritária, carregando um olhar sério. Ela fechou a mão no queixo da loira que a olhava com assombro. – Pare com essa frescura e tira logo essa calça!


 


Continua...



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 61



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  • tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38

    Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.

  • ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27

    kd vc? volta apostar please

  • cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55

    adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)

  • cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20

    O Capitulo ta bugado Ç.Ç

  • anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48

    Deu bug no cap

  • rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12

    E essa fic aqui, como fica??

  • rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29

    cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!

  • luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20

    Postaaa maiss...

  • rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03

    POSTA MAIS!!!!!

  • maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19

    posta mais.....bjaum lu


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