Fanfics Brasil - Capitulo 9 Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon

Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon


Capítulo: Capitulo 9

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Longe do clima litorâneo. O casal olhou para a imensa roda gigante. Aquele parque estava cheio, mas por incrível que pareça, as crianças fugiam da roda gigante, talvez o motivo fosse que o brinquedo era lento demais e não proporcionava adrenalina que precisavam. Diferente do aviãozinho voador que rodava sem parar, causando enjôo e tontura.


 


– Quer ir ali? – Alexia indagou.


 


Sua namorada concordou com um aceno. Elas começaram a ir até a fila, onde só havia casais de namorados e algumas meninas assanhadas logo à frente, talvez fossem românticas, mas aos olhos das garotas elas estavam excitadas demais com algo tão bobo como uma roda gigante. A fila andou rápido, afinal não havia ninguém nas cabines do brinquedo. Alexia e Haziel entraram numa cabine cor de abóbora, quando a portinha se fechou, ambos deram atenção à janela, observando como subiam lentamente.


 


– O que fazemos num lugar desses? – indagou Haziel.


– Conversamos, aproveitamos a vista, namoramos.


 


A mais velha sorriu de canto e continuou a observar as pessoas que começavam a ficar menores, como se fossem pequenas formigas descartáveis. Aos poucos a cidade começou a mostrar-se de uma forma diferente aos olhos azulados, era uma visão que poucos poderiam ter e também era rápida, pois a roda continuava seu percurso.


 


– Você parece uma criança descobrindo algo novo, Hazi. – Alexia falou, tocando na mão de sua namorada. – Não me diga que nunca entrou numa roda gigante.


– Se eu te falar que nunca entrei, você riria?


 


Aléxia sorriu e trocou seu lugar no assento, ficando ao seu lado, deixando sua cabeça encostar no ombro maior. A ex-loura era completamente ignorada, mas não se importava, pois estava a descobrir um sentimento mais sensível de sua namorada.


 


– Poderíamos vir mais vezes.


– Como quiser, meu bem.


 


Haziel olhou de soslaio para sua namorada que estava com os olhos fechados, aconchegando-se em seu ombro. Ela sorriu de canto e voltou seu corpo contra ela, puxando seu queixo, tocando nos lábios secos, deixando um beijo tépido.


 


– Meus pais sempre me deixavam em casa quando levava minhas irmãs ao parque.


– Por que essa maldade com você?


– Porque eu sempre estava de castigo. E para eles tentarem mostrar que eu estava errada, eles sempre marcavam algum passeio legal quando eu fazia algo errado.


 


O olhar de Alexia ficou aborrecido. Haziel falava naturalmente, claro que não ia chorar na sua frente, mas aqueles eram sentimentos que vinham do fundo de seu âmago, eram coisas que não podiam ser ignoradas e nem esquecidas pelo tempo.


 


– E você... chorava?


 


Um minuto de silêncio e Haziel moveu a cabeça positivamente.


 


– Sentia-me sozinha. Amín queria ficar comigo, mas meus pais não deixavam. Carei ficava contente quando eu aprontava, pois era certeza que eles sairiam para tomar sorvete.


– Elas eram crianças, também. Não tinha como elas não gostarem disso.


– Eu não as culpo por nada, eu também adoraria sair para passear. Mas minha mãe me via como um grande problema na vida dela. Sempre falava que Amín era tão bonitinha e eu um pequeno demônio.


 


Haziel começou a falar algumas coisas de sua infância, com uma voz baixa e um olhar que Alexia nunca teve a oportunidade de conhecer. A menor apenas se aquietou em seu ombro e deixou a cabeça pender, enquanto ouvia o que sua namorada tinha a dizer. Era notório que ela não precisava de conselhos, ela só precisava desabafar, nada mais. E quando menos esperavam, a cabine cor de abóbora já estava na frente do segurança do brinquedo, que abria a pequena porta de metal. O casal saiu de braços dados por um segundo e depois se afastaram, ou escandalizariam as crianças do parque.


 


– Vamos indo, Alexia. – Falou.


– O parque vai fechar daqui a pouco mesmo.


 


Logo saíram do parque. Já no carro, elas ouviam música alta e deslizavam pelas avenidas vazias daquela cidade. Alexia sentia que naquela noite Haziel havia aberto seu coração e aumentado o laço de amizade entre elas.


 


– Hazi, você gostaria de ter filhos?


– Não. – respondeu rapidamente.


– Por quê?


– Não seria uma boa mãe.


– Como pode ter tanta certeza disso?


– Porque eu tenho.


 


Alexia se ajeitou na poltrona e diminuiu o som do carro.


 


– Não seria uma mãe ruim!


– Por que acha isso? – indagou, olhando de canto.


– Porque você é carinhosa, atenciosa, autoritária na medida certa, preocupada com quem gosta, calorosa, sabe o que uma criança precisa para sentir-se amada e protegida.


 


Haziel ouviu aquilo com atenção, sentindo seu coração relaxar em saber que sua namorada pensava tantas coisas saudáveis ao seu respeito. Ela ergueu a mão direita e tocou na coxa da menor, fazendo uma leve pressão com os dedos, para voltar a seu início, trocando de marcha novamente.


 


– Não vou casar mesmo. E você gostaria de ter filhos?


– Sim, eu gostaria. – sorriu.


– Sério? Quer mesmo?


– Sim. Qual o problema?


– Alexia, como quer ter filhos sem mesmo conseguir ficar com um homem?


– Inseminação? Adoção? Não sei, mas posso tentar.


– Eu não quero ser mãe de uma criança que não seja minha. – disse.


– Está dizendo uma indireta para mim?


– Não.


– Porque se estiver, não tem problema. Quando eu quiser ter um filho, eu me certifico de estar bem longe de você. – falou com chateação, virando a cabeça ao contrário.


– Quer comer alguma coisa?


– Não, não, eu acho melhor ir para casa.


 


Haziel suspirou e continuou dirigindo, a loura avistou uma grande vaga numa esquina e estacionou o carro. A chave foi virada e o carro desligado.


 


– Vai comprar alguma coisa? – Alexia indagou.


– Eu estou com fome. – Disse secamente. – E vou comprar alguma coisa ali. Quer ir comigo?


 


Alexis saiu do carro acompanhando sua namorada, elas entraram numa lanchonete fast food.


 


– Não quer mesmo comer nada?


– Não, - suspirou. – eu tenho que ir para casa.


 


Haziel deu um passo à frente e foi até o caixa vazio onde pediu um lanche para viagem. Em poucos minutos elas estavam saindo da lanchonete, Haziel segurava seu saquinho de papel e pegava a chave de seu carro.


 


– Alexia!


 


Alexia virou para trás ao ouvir um chamado, ela sorriu quando viu uma amiga de sua antiga escola se aproximando. A garota de cabelos castanhos lhe abraçou e deu um passo para trás, com as mãos paradas em seus ombros.


 


– Quanto tempo! Pensei que nunca mais nos veríamos. Como você está?


– Eu estou bem. – sorriu – E essa é minha amiga, Haziel. – falou, apontando para a maior que apenas se mantinha séria e afastada.


 


A garota cumprimentou Haziel com um aceno, pois sentiu medo de dar a mão para aquela moça tão séria e antipática. E elas ficaram conversando por um tempo até que surgiu uma proposta para Alexia.


 


– Vou me encontrar com as garotas hoje num barzinho. Vamos?


– Não vou poder. – disse, sentindo um frio correr pela sua espinha. Ela na verdade sentia vontade de ver suas antigas amigas, no entanto se concordasse em sair com outra pessoa nessa noite, com certeza sua relação com Haziel despencaria para um mar de discussões.


– Mesmo? Vamos lá! Faça uma forcinha!


– Não vai dar mesmo. Eu tenho que ir para casa.


– Sua irmã ainda implica com você?


– Ah, não, ela não mora mais conosco. Não é esse o problema, eu não posso mesmo. – sorriu amarelo, já imaginando Haziel perguntando o motivo de Kirias não deixá-la sair de casa nas noites.


– Certo, não vou insistir. Mas se mudar de idéia, por favor, ligue. Eu vou indo agora, eu estou atrasada para um encontro. – Sorriu, e se despediu com um abraço e acenou para Haziel que apenas a ignorou.


– Vamos? – indagou Alexia.


 


Haziel já estava andando até o carro, quando o casal entrou, Alexia ligou o som e encostou a cabeça no assento.


 


– Não vai sair com as amigas?


– "Imaginei que ia implicar com isso" – pensou. – Não, eu vou para casa, estou cansada.


– Cansada do que?


– Apenas cansada. Às vezes eu fico.


– Se você quiser sair, eu não me importo. – Disse, enquanto ligava o carro e se preparava para lançar-se ao trânsito.


– "Qual é? Agora não se importa? Eu até tinha vontade de ir. Isso deve ser um truque" – refletia. – Não, Hazi. Eu não estou mesmo com vontade. Mas fico feliz em saber que você não se importa que eu saia com minhas amigas.


– Por que me importaria?


– Vai saber. – sorriu amarelo, não gostando do rumo da conversa, só faltava Haziel voltar a dizer que não gostava dela e não se importava com o que fazia.


– Eu sei que queria ir, sua cara não foi convincente quando negou.


 


Alexis suspirou, não tinha como tentar evitar uma discussão.


 


– Certo, eu senti vontade mesmo de ver minhas antigas colegas.


– E por que não vai?


– Hum... na verdade eu pensei em você.


– E acha que eu não deixaria?


– Não sei, mas não queria te chatear, sendo que não estou nem jantando com você.


– Você não quer jantar comigo, pois está irritada pelo fato de eu não querer pensar em criar um filho, caso ele seja somente seu.


– Ah, essa conversa de novo...


– Mas foi nesse momento que você ficou desse jeito. É minha opinião, você não deveria implicar com isso, afinal você sabe como eu sou.


– Tudo bem, eu sei. Agora pode me levar para casa?


 


Haziel riu baixinho e continuou a dirigir em silêncio. Os minutos passavam e nenhuma das duas falava absolutamente nada. Alexia estava distraída, mas quando percebeu, a sua namorada havia passado pela avenida que levava até sua casa.


– Hazi, não vai me deixar em casa?


E sem resposta, Alexia fechou os olhos e começou a mentalizar coisas negativas. Ela sempre foi submissa aos desejos de sua namorada, isso porque queria conquistá-la a todo custo. No começo foi para tentar se livrar dos braços apertados de sua irmã, sendo que Haziel lhe atraiu fisicamente e ela também tinha uma personalidade um pouco parecida com a de Kirias, mas a situação foi mudando com o tempo, ela agia de acordo com seus pensamentos e não obedecia cegamente aos desejos da outra. Haziel tinha uma personalidade forte, não tinha como enfrentá-la e tentar sair sem um braço quebrado numa discussão. Alexia tentava ao máximo brigar, provocar ciúme ou alguma situação desconfortável entre elas. E a pergunta era: por que apenas Alexia tentava não discutir sendo que Haziel fazia isso com freqüência? Talvez a mais velha se visse como o macho dominante da relação, que tinha por seu direito escolher quando brigar ou então se amar. Alexia puxou seu celular no bolso e viu que já passava das nove horas da noite. Era uma sexta-feira fria e estava bastante escuro, parecia que a iluminação pública não era suficiente para clarear as ruas. Parecia que todos andavam nas sombras e as lanternas dos carros criavam sombras e formas desconexas quando batiam contra uma parede. Um grande circo dos horrores ao olhar de Alexia que estava ficando cada vez mais tensa com o silêncio.


 


– Aonde vai me deixar afinal? – indagou novamente, esperando uma resposta simples que infelizmente não veio.


 


Ela esticou sua mão até a perna de sua namorada, tocando-a levemente, desejando um pouco de atenção.


 


– Eu estou indo para minha casa.


– Falei para meus pais que voltaria hoje, não posso dormir lá.


– Não durma.


 


Ótimo, Alexia estava tentando ao máximo ser delicada. Ela já entendia a situação, sua namorada ia fazer o de sempre. Parar no estacionamento, e deixá-la no carro para depois entrar no seu apartamento e esperar que ela a seguisse como um cachorrinho. Essa cena parecia ridícula aos olhos de alguns, mas isso já havia acontecido várias vezes.


 


– "Uma dose de amor próprio diária levanta qualquer desgraçado de sua cova". – Lembrou-se das palavras que seu pai sempre dizia. Talvez estivesse precisando tomar uma dose de amor próprio agora para não permitir que fosse tratado feito cachorro. Será que poderia se soltar da coleira?


O carro entrou no estacionamento, Alexia já começou a retirar seu cinto lentamente. Ela já podia ver a situação. Se ela realmente fosse atrás de sua namorada, que parecia querer descartá-la a cada discussão, ela já ficaria no apartamento e sem comida, pois Haziel havia comprado um único lanche e sua geladeira era sempre vazia. No final ficaria deitada na sua cama, implorando por afeto, enquanto era tratado friamente. E a namorada sabia tratar alguém friamente.


Haziel saiu do carro e olhou para a guarita, onde um velho trabalhador noturno lhe cumprimentou com um aceno. Alexia começou a andar lentamente atrás, vendo que estava seguindo sua namorada até o portão, contudo dessa vez seria diferente, ela sumiria nas sombras daquela noite tão obscura. Sabia muito bem que Haziel não olhava para trás, ela fechava a porta, pois sabia que Alexia tinha a chave e subiria dentro de alguns minutos. E foi exatamente assim que os fatos ocorreram. Haziel entrou no prédio, fechando a grande porta de metal do século retrasado que parecia chumbo de tão pesada. Alexia não estava na mesma calçada, aliás, nem mesmo na mesma rua, ela já havia virado a esquina e andava com o olhar atento, pois sua namorada escolheu um ótimo lugar para morar! Narro isso de forma sarcástica, pois Haziel havia alugado um apartamento muito barato num bairro sujo e podre, onde os ratos ficavam a espreita de qualquer alimento. Leia melhor: bandidos e dinheiro. Alexia havia notado com o tempo que não importava o quão sujo e mal vestida andava, pois os arruaceiros sabiam que vinha de família rica. Talvez fosse o perfume francês, mas não estava usando nada nesse momento. Ou então seria o cheiro de seu sangue, o jeito que andava, o olhar que carregava... Alexia ainda não sabia como eles a rastreavam, mas tinha que ficar atenta. Apesar de Haziel ser bastante fria quando estava brava, ela não deixava que saísse de sua casa nesse horário.


 


– "Eu podia ligar e pedir um táxi, mas puxar meu celular agora e ficar esperando para ser esfaqueada não é a melhor opção" – pensou. – "Talvez não devesse ter sido tão rebelde e ter ido para a casa de Haziel, mas se eu voltar agora, eu me sentirei um lixo. Também não quero dar uma de Leona que é seqüestrada. Que noite difícil!".


 


Alexia olhou a sua direita e viu um pequeno barzinho de esquina onde as mesas de metal estavam estacionadas na calçada, havia uma música alta tocando, parecia música latina pelo ritmo acelerado e cheio de batuques. Ela sorriu de canto e pensou que talvez fosse uma boa idéia sentar numa das mesas, mas ao se aproximar, ela notou que havia uma pequena fila de espera na lateral, onde todos queriam uma mesa. Não fazia sentido sentar-se à mesa por alguns minutos e ir embora, sendo que tinha aquela longa fila. E voltou a andar com a cabeça baixa. Não havia nenhum ponto de táxi por ali, somente na avenida principal que ficava mais à frente e teria que andar até lá rezando para que o cheiro de seu sangue não chegasse até os bueiros.


 


– "Mais três quarteirões, só mais três e eu estarei num táxi". – pensava, sentindo certo alívio no peito.


 


Ela colocou as mãos no bolso da calça jeans e acelerou o passo, sentindo a brisa da noite bater contra sua camisa que balançava com o vento. Num certo momento sentiu todo seu sangue gelar ao sentir sua camisa ser puxada num único tranco para trás, ela já ia levantar as mãos e pedir para levarem o que quiserem. Quando seu corpo foi virado, ela cruzou com o olhar raivoso de sua namorada.


 


– Está louca de sair esse horário sozinha?


– Você mesma disse que não precisava dormir na sua casa. Agora me solta! – disse num tom elevado, mas não gritou, ainda não tinha coragem de fazer isso com Haziel, pois já imaginava como a outra lhe quebraria ao meio.


 


Haziel fechou sua mão no braço da menor e começou a andar no sentido contrário, puxando-a de volta para sua casa. Ela tinha um olhar amedrontador, aliás, andar com Haziel naquele bairro não era tão ruim, pois sentia que os ratos se afastavam. Talvez o cheiro do sangue de sua namorada não fosse tão bom, assim pensava. Em menos de dez minutos lá estavam na rua do prédio. Alexia sentia seu braço doer, pois a força dos dedos da mais velha não era nada leviana e inconsciente. Ela apertava de propósito, expressando sua irritação. A porta pesada de aço foi aberta, Alexia foi jogada para frente e Haziel fechou a porta num chute, causando um estrondo que ecoou por todos os andares. O casal passou com passos rápidos, ignorando a placa do síndico que pedia para não baterem a porta. Parecia que todo o lugar desmoronaria com aquele chumbo pesado batendo, e Alexia concordava, pois sentia seus ouvidos zumbindo após aquele estrondo. Elas subiam as escadas e em pouco tempo já estavam no andar certo, com uma Haziel brava e uma Alexia ofegante.


 


– Entra! – mandou, empurrando-a de qualquer jeito, jogando sua namorada contra a pequena mobília que havia na frente da porta. Alexia gemeu baixinho ao sentir seu joelho bater contra a perna de madeira.


– "Ótimo, agora eu sou a culpada. Aliás, por que eu sempre me culpo?" – indagou-se no meio de seus pensamentos. – "Ela que me tratou feito cachorro".


 


Alexia andou até a sala antes que fosse empurrada novamente, ela foi até o sofá onde se sentou, olhando para sua namorada que se aproximava.


 


– Porque está tão irritada? – indagou – "Seja mais fria, Alexia. Tente ser como sua irmã, você consegue. O que Kirias faria num momento como esse? Bom, primeiro ela pularia do carro quando visse que estava sendo levada para outro lugar. Tudo bem, eu não preciso ser igual a Kirias, mas um pouco parecida com ela. O que minha irmã faria nesse momento?".


Haziel chutou algo que estava na sua frente com violência, fazendo bater contra a parede próxima a Alexia, que se encolheu um pouco com aquela atitude.


 


– "Ótimo, Kirias riria nesse momento feito um insana, ia levantar, bater na Haziel e sair cuspindo nela. Não tem como ser igual a minha irmã, e somos muito diferentes e eu nem tenho metade daquela força". – Pensou com tristeza. – "Talvez


o jeito seja ligar para ela e pedir ajuda ao invés de um táxi, mas se eu fizesse isso, minha irmã não ia deixar minha vida em paz. Droga! E por que raios eu estou pensando na Kirias agora?".


 


– Vai querer me bater agora? – indagou, tentando ser o mais frio possível.


– Você merece.


– Como se você fosse alguém para me bater. – disse, sentindo um frio bater contra sua espinha logo em seguida.


– E eu não sou alguém para isso?


– Os únicos que poderiam fazer isso, seria minha família.


– Sua irmã?


– Sim, ela poderia. – respondeu provocante.


– Então por que não vai correndo atrás dela?


– Não se importa?


– Deveria? – indagou, puxando um cigarro que logo acendeu para começar a fumá-lo.


– Sim, você é minha namorada, você deveria.


– E se eu não me importar?


– Aí teremos uma conversa mais séria.


– Que tipo de conversa?


– Sentimentos. – respondeu. – Se você não os sente, então não deveríamos ficar juntas.


– Que pena, não?


– Eu não vou me arrastar mais a seus pés, Haziel. Se você gosta de mim, então me fale agora.


– Ou?


– Ou eu vou embora, não é nada muito grandioso que eu farei. Nada demais, apenas vou embora e se você não sente nada, tudo bem para você, não vai fazer nenhuma diferença.


– E para você faria diferença?


– Sabe que sim, mas o que está em questão aqui são os seus sentimentos e não os meus. Eu já disse o que sinto várias vezes e não fico brigando o tempo todo e fazendo questão de dizer o quanto você é descartável para mim. – falou, sentindo sua garganta começar a doer, logo começaria a chorar, mas segurou o choro por enquanto, pois precisava ser forte.


 


Haziel fechou os olhos e virou as costas, indo até seu quarto, onde bateu a porta. Aquilo surpreendeu um pouco Alexia que não sabia como reagir. Sua namorada não havia dito absolutamente nada. Será que aquilo era uma deixa para ela ir embora? Ou então que ela apenas precisava pensar? Mas o que custava falar que a amava e pedir desculpas por deixá-la sozinha no carro?


Alexia pegou seu celular, talvez fosse melhor chamar um táxi, mas também não podia ir para casa com aquela cara de choro e falar para seus pais que estava tudo bem. Ela ficou olhando para os nomes da sua agenda telefônica até que achou o nome de sua irma mais velha.


 


– "Não é bom eu me precipitar". – pensou, mas ela tampouco sabia que Kirias nem estava na cidade.


 


A ex-loura se ergueu e foi até o quarto, dando duas batidas na porta sem ouvir nenhuma resposta, então ela girou a maçaneta, encontrando sua namorada deitada na cama, usando apenas a calça jeans, enquanto fumava seu cigarro e assistia à televisão.


 


– Não acredito que está fazendo isso!


 


Haziel apenas o olhou de soslaio e voltou a assistir ao jogo. Alexia levou as mãos até a cabeça e começou a massagear suas têmporas, tentando assim evitar a possível dor de cabeça que viria.


 


– Você me deixou sozinha na sala para ver televisão? E por que raios você me trouxe para cá então?


 


A coloração da menor estava ficando de um tom pálido para mais avermelhado. Ela foi até a cama e puxou o controle, desligando o aparelho rapidamente, depois jogou o objeto numa poltrona e deu atenção a mais velha.


 


– Não vai falar comigo?


– Pegue o controle.


– Não mesmo. Vamos conversar, eu não sei por que você está tão difícil hoje. Nós estávamos tão bem no parque.


– Pegue o controle. – falou novamente, soltando a fumaça de seu cigarro.


– Não quer mesmo falar comigo? Eu sou sua namorada, droga!


 


Haziel apenas esticou seu braço e apontou para a poltrona. Alexia abriu um sorriso totalmente falso e foi até a poltrona, entregando o controle remoto para sua namorada, que voltou a ligar a televisão.


 


– "Ótimo, eu tentei!" – refletiu com tristeza.


 


Alexia deu meia volta e saiu do quarto, indo até a porta que estava fechada. Ela olhou para todos os lugares, procurando a chave, mas não achou. Ela tinha a chave do portão principal, mas não tinha a chave de entrada para o apartamento. A menor começou a mexer nas gavetas da pequena mobília que ficava próxima a porta, pois era ali que Haziel guardava suas coisas. Sem sucesso, ela voltou para o quarto, encontrando sua namorada na mesma posição.


 


– Onde está a chave?


– Para quê?


– Eu quero ir embora. Anda logo! Vai abrir essa porta, ou melhor, apenas me fala onde está a chave.


 


Haziel suspirou e voltou a olhar para a televisão.


 


– Quer que eu me jogue pela janela?


 


Alexia saiu do quarto, batendo a porta, voltando a vasculhar tudo até que acabou desistindo. Talvez fosse melhor sossegar um pouco, ela se sentou no sofá e mandou uma mensagem para o celular de sua mãe avisando que não ia dormir em casa, pedindo desculpa, mas ia se encontrar com suas amigas em um barzinho. Depois disso ela desligou o aparelho e deitou sua cabeça na almofada, sentindo sua cabeça doer por tentar conter o choro. O tempo foi passando, Alexia só ouvia o som alto que vinha da televisão. Ela estava magoada, não dava para confrontar Haziel, ou melhor, ela não gostava de brigar com ninguém, muito menos com aquela que amava, apesar de sentir-se um nada para Haziel. No fim acabou dormindo nas suas mágoas, descansando no sofá duro, onde ficou toda contorcida. Já era madrugada quando Haziel saiu do seu quarto, com passos lentos, ela olhou para a garota que dormia em seu sofá e caminhou até ela, sentando-se no chão na frente de seu rosto, ficando a observar a calmaria que estava desenhada em sua face, tão diferente da raiva e da mágoa de antes.


Ela ergueu sua mão e tocou numa mecha pintada, retirando-a levemente da frente das pálpebras fechadas para colocá-la atrás de sua orelha. Agora podia olhá-la com paz, todavia sua atenção voltou para o celular que estava em cima da mesa, ela emitia uma pequena luz. Ela pegou o aparelho e viu a mensagem que Alexia havia recebido e era de sua mãe, que a xingava por estar dormindo fora novamente e que a deixaria de castigo e lhe cortaria a mesada. Haziel sorriu e balançou a cabeça negativamente. Sua namorada estava com problemas com sua mãe e por sua causa. Ela definitivamente não conseguia manter uma família, pois não conseguia se expressar com palavras e muito menos conter a raiva e a irritação que vinha a tona quando estava contrariada. Ela não gostava de falar friamente, porém era uma defesa que havia desenvolvido nos anos que foi reprimida, por isso era assim e talvez jamais mudasse.


Nunca seria um boa mãe e talvez nem uma boa namorada.


Ela colocou o celular no lugar e pegou sua namorada no colo, desejando que ela não acordasse com muita consciência para lhe bater e lhe xingar. Todavia isso era um pedido muito difícil de realizar. Alexia murmurou alguma coisa e gemeu baixinho, enquanto Haziel o ajeitava em seu colo e a levava para o quarto.


 


– Hazi?


– Shhh... Durma. – disse, enquanto abria a porta do quarto com o pé, indo até a cama, onde a colocou com cuidado no travesseiro.


– Eu dormi... – disse o óbvio, enquanto fazia a menção de se sentar na cama.


 


Haziel empurrou seu peito para trás e lhe beijou a bochecha, pedindo num sussurro para continuar dormindo. A menor pareceu sossegar, voltando a relaxar, vendo que sua namorada retirava o jeans que usava para depois se deitar ao seu lado. No fundo Alexia queria lhe socar e xingar, mas se calou, como sempre fazia e talvez fosse a melhor forma de agir, pois Haziel a abraçou e afundou sua cabeça em seu peito, dando um beijo seco e sussurrando um pedido tão baixo de desculpas que Alexia pensou estar sonhando.


E assim o casal se entendia.


As horas foram passando e elas cochilaram, mas não por muito tempo. Uma batida de carro na rua abaixo acordou o casal, assim como metade de toda a vizinhança, pois logo veio um conjunto de sirenes para acompanhar a bagunça.


Alexis se remexeu e tentou sair dos braços que a prendiam, quando conseguiu, ela foi até a janela, olhando para o estrago que havia sido feito logo abaixo. Haziel foi logo atrás, passando a mão pelos ombros da menor, enquanto observava a mesma coisa.


 


– Madrugadas de sexta-feira sempre aparecem esses idiotas.


– Sempre acontece esse tipo de coisa por aqui. Essas ruas são vazias, o pessoal gosta de correr.


– Você tem que ver outro lugar para morar. Poderia acontecer com você.


 


Haziel abaixou e começou a beijar o pescoço de sua namorada, enquanto começou a descer suas mãos por seus seios, indo até sua cintura, onde apertou sua pele, para depois descer até o quadril.


 


– Ainda está com sono?


– Um pouco.


– Ainda está brava comigo?


– Um pouco.


– Desculpe-me, eu fiquei irritada.


– Com o que? – indagou num suspirou impaciente.


– Por ter dito que ficaria longe de mim.


– Eu não disse isso. Quando disse isso?


– Disse que se manteria bem longe de mim caso quisesse ter um filho.


– E nós somos tão novas para falar nisso, e já estamos brigando. Eu só me ofendi, pois você disse que não criaria. Deu a entender que se eu quisesse, que eu me virasse, pois você não ficaria comigo.


– Não é bem assim, só não criaria um filho seu com outro homem.


– Não vamos falar nisso. Eu cansei.


– Também fiquei brava quando você foi embora.


– E você acha que eu gosto de ser desprezada e largada no carro? Você anda e nem olha para trás.


– Eu olhei para trás, senão não teria visto você virando a esquina. Eu estava andando atrás de você.


– Demorou a me alcançar.


– Estava pensando se te puxava pelos cabelos ou se te socaria e te levaria inconsciente para minha casa.


– Que sutil da sua parte.


– Não ande mais sozinha por aqui.


– Não me ignore e me traga para sua casa, sabendo que eu quero ir para a minha.


– Por que não podia dormir aqui?


– Minha mãe está sensível desde que Kirias se mudou e fica triste quando eu não durmo em casa. Na semana passada, eu fiquei apenas três dias em casa, o resto eu passei aqui. – desabafou. – Eu já comentei isso com você.


– Você a avisou que está aqui?


– Avisei que saí, mas ela vai brigar comigo e com certeza vai chamar meu pai também.


– Eu estou te causando problemas demais, não é mesmo?


– Às vezes você realmente causa.


 


Haziel voltou a lhe beijar no pescoço, enquanto acariciava seu corpo.


 


– Você terminou os estudos. Por que não vem morar comigo? Eu vejo um apartamento num bairro melhor.


– Não estou preparada para isso. – disse de repente, assustada com a proposta. Eu sou nova ainda, minha mãe morreria, Hazi. Não posso fazer isso.


– Tente conversar com ela.


– Não, não.


– Ou então é você que não quer.


– Por que eu acho que vamos brigar de novo? Vamos dormir, tudo bem?


 


Haziel a soltou a contragosto e viu sua namorada se jogar na sua cama e abraçar o travesseiro, enquanto a ignorava. Ela suspirou com impaciência e a acompanhou, puxando seu corpo para que ficasse em cima do seu.


 


– Mas pense nisso.


– Eu vou pensar.


– De verdade.


– Sim, sim, eu vou pensar.


– Eu te amo. – sussurrou.


– Eu também.


 


OoO


 


Continua...



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 61



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  • tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38

    Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.

  • ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27

    kd vc? volta apostar please

  • cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55

    adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)

  • cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20

    O Capitulo ta bugado Ç.Ç

  • anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48

    Deu bug no cap

  • rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12

    E essa fic aqui, como fica??

  • rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29

    cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!

  • luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20

    Postaaa maiss...

  • rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03

    POSTA MAIS!!!!!

  • maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19

    posta mais.....bjaum lu


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