Fanfics Brasil - Capitulo 5 Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon

Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon


Capítulo: Capitulo 5

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O primeiro dia havia passado, a noite foi muito agitada e as garotas não conseguiam se levantar da cama. Elas gemiam baixinho ao ouvir o som do despertador, ninguém queria se levantar apesar do formoso dia e do calor insuportável.


 Any abriu os olhos vagarosamente, sentindo o braço de Dulce na sua cintura. Dulce havia entrado embaixo de seu lençol no meio da madrugada. Ambas estavam bêbadas, a loira sentou-se lentamente e viu que estava completamente desnuda.


 – “Essa não! Nós fizemos? Eu não lembro... ah... eu não acredito” – pensou em desespero.


 As mãos da loira começaram a tatear o colchão, ela olhou para o chão e viu suas roupas jogadas juntamente com as roupas de Dulce e das outras garotas. Any fechou os olhos e tentou se concentrar.


 – Dul – chamou a karateca, que apenas resmungou – Dul, acorda.


 – Hum... dorme – Dulce pediu, puxando Any para baixo, abraçando sua cintura novamente.


 – O que está fazendo na minha cama?


 – Hum... hum... deixe-me dormir – resmungou.


 A irritação de Any foi mais forte que sua preguiça matinal, ela sentou-se e empurrou Dulce para fora da cama, a karateca rolou e caiu no chão, soltando um palavrão. Any puxou suas roupas e se vestiu, jogando o lençol em cima do corpo desnudo de Dulce.


 – Ai, minha cabeça... eu bebi muito – Any falou baixinho, tocando na sua testa.


 – Não me jogue assim! – Dulce reclamou, voltando a deitar-se na cama – o que deu em você? Volte aqui! – pediu, abrindo os braços – não gostou dos meus beijos? Ontem você não reclamou.


 – “Maldita bebida. Eu me entreguei tão facilmente” – pensou com raiva, lembrando-se do que aconteceu. Dulce havia lhe tirado da festa, ambas estavam bêbadas, elas caíram no quarto e começaram a se amar, juntamente com as outras garotas que buscavam um cantinho para fazerem o mesmo.


 Sua greve havia ido para o espaço!


 – Você abusou de mim – Any reclamou, sentando-se ao lado da mais velha que riu baixinho.


– Você nem resistiu – sorriu.


 – Mas eu estava bêbada, e por você ter sido uma canalha e ter se aproveitado de mim, eu vou prolongar minha greve – falou.


 – Ah!?!


 – Isso mesmo! Não vai poder nem sequer me... me... me beijar! – disse, erguendo-se em seguida.


 Dessa vez Dulce não conseguiu acreditar, ela sentou-se na cama e ficou olhando para sua namorada. Ela tinha um olhar febril, e parecia estar querendo levar aquele jogo a sério.


 – E por que você está fazendo greve mesmo?


 – Porque você não me ajuda quando se trata de suas amigas – resmungou.


 A mão de Dulce se fechou contra o pulso de Any que tentou se soltar em vão, ela começou a puxar o corpo menor até que Any caiu em cima dela. Dulce a abraçou e depois começou a encher a face de Any com delicados beijos, demorando um pouco na região próxima a sua boca.


 – Não vai querer meus beijos? – Dulce indagou com a voz rouca.


 – “Eu não vou resistir” – pensou – não – respondeu baixinho.


 A mão de Dulce subiu pelas nádegas de Any, apertando-as levemente, indo até o dorso da loira, começando uma massagem que apenas Dulce tinha o dom de fazer. Os lábios da karateca continuaram a beijar o rosto de Any, mas em nenhum momento encostou-se aos seus lábios.


 – Não quer que eu te abrace também?


 – Não desse jeito... – disse com incerteza.


 – E nem que eu toque aqui? – indagou, passando seu joelho pela bcta de Any, pressionando lentamente aquela região.


 Any não conseguiu responder, ela balançou sua cabeça negativamente. Dulce sorriu e passou sua mão pelos cabelos loiros, fazendo um lento carinho, enquanto sua língua passeou pelo pescoço de Any.


 – Nem que eu te lamba?


 – Não... – disse sem ânimo, fechando os olhos por um momento.


Dulce viu o sofrimento de sua namorada, apesar disso não passou da linha. Ela soltou Any e então se levantou, jogando a loira no chão.


 – Tudo bem. Eu aceito sua greve de sexo, não vou te beijar, abraçar e nem sequer tocar em você – Dulce falou de repente.


 – Me... mesmo?


– Sim – sorriu – uma semana a partir de agora. Quando a gente voltar para o clima estressante da cidade, eu vou tocar novamente em você. Agora vamos aproveitar essas férias maravilhosas sem nos tocarmos.


 – “Ela está brincando! Não vai agüentar...” – Any pensou – tudo bem – falou com um leve sorriso – uma semana. Tenha um bom dia hoje, Dul.


 – Digo o mesmo Any – sorriu.


 A karateca se levantou, erguendo os braços para alongar seu físico. Ela estava nua e não tinha timidez, ela passou a mão por seu piercing que ficava no seu mamilo direito e começou a puxá-lo lentamente. A karateca caminhou pelo quarto, sendo observada por Any, que admirava o físico da sua namorada, juntamente com suas duas tatuagens.


 – “Vamos ver se você agüenta mesmo” – Any sorriu.


 


OoO


 


E nem todas as garotas estavam de ressaca. Perto da beira do mar estava Leona, ela usava um biquine cor de vinho. Seus cabelos estavam presos abaixo da nuca, onde poucos fios saíam até chegar no seu ombro.


 Ao lado da morena estava Miles. A mais velha estava fumando seu cigarro, enquanto olhava para as ondas. As duas estavam em silêncio desde que Miles chegou.


 – Pare de ficar me vigiando – Leona falou finalmente.


 – Está pensando em se matar de novo?


 – Não – respondeu com constrangimento.


 – Pensou no que eu te disse? – indagou com a voz baixa, dando uma leve tragada no seu cigarro.


 – Sim. Você tem razão, ninguém gosta de pessoas que não gostam de si mesmas – falou – eu vou tentar a partir de hoje.


 – Bom saber disso. Hudi fala muito bem de você – comentou, tentando prolongar o assunto.


 – O que ela fala? – indagou com curiosidade. 


Miles suspirou, sentindo a brisa da maresia bater contra seu rosto.


 – Ela fala que gosta de você, pois apesar de você ser séria é uma boa amiga e sabe aconselhar os outros. Mas disse que você sempre está triste com alguma coisa – falou.


 Leona sorriu, ela sempre estava melancólica realmente. A morena se ergueu e então virou seu rosto até Miles, exibindo um lindo sorriso.


 – Com esse sorriso, eu posso deixar essa imagem triste – falou.


 – Mas não é sincero.


 – Ninguém precisa saber. As pessoas só vão ver o sorriso e não vão se preocupar mais.


 – Você deve sorrir somente quando tem vontade.


 Leona sorriu verdadeiramente ao ouvir aquilo, ela fechou sua mão e deu um soco de leve no ombro de Miles.


 – Eu vou nadar, até mais – disse.


 Miles ficou observando Leona entrar no mar, sentindo um pouco de preocupação. Contudo a mais nova estava num lugar movimentado e duvidava muito que ela fosse se matar ali.


 As horas foram se passando. Já passava das cinco horas e as garotas estavam jogando futebol na praia, juntamente com alguns jovens que também estavam hospedados no hotel.


 Os garotos gritavam enlouquecidos, vendo as garotas jogando. Any estava sentada na areia, tomando água de coco, enquanto via Dulce jogar.


 – Nossa! Aquela garota com uma Carpa tatuada é linda demais – disse um menino que estava próximo a Any.


 – Sim. Será que ela tem namorado?


Any riu baixinho ao ouvir os comentários. Ela depositou seu olhar na Carpa colorida que foi tatuada no corpo de sua namorada. Ela desejava fazer uma também, mas tinha receio por causa da dor.


Dulce estava entretida no jogo. Ela havia acabado de fazer um gol em Kirias que lhe xingava e estava começando a arrumar briga com o juiz por um motivo desconhecido. A karateca olhou para Any e lhe deu uma leve piscada.


 – Aaaaahhhh!!! Ela piscou para mim – disse um dos meninos, todo eufórico – você viu? Foi para mim!


 – “Menino idiota” – Any pensou.


 A loira ergueu-se lentamente, ela entrou no meio da quadra improvisada e disse que também queria jogar. Os garotos que estavam olhando para Dulce desviaram suas atenções para Any, e logo começaram a gritar e se assanhar com ela.


 E longe de toda aquela agitação embaixo do sol quente, estava Alexia. Ela olhava para Madona que estava jogada na areia, tentando entender o que sua irmã mais velha havia visto nela.


 – Hei, você viu minha irmã?


 Alexia ergueu a cabeça e olhou para a garota alta e suntuosa que estava atrás dela. Era Haziel, ela tinha um ar imponente e seu corpo era cheio de cicatrizes, pois vivia brigando ou batendo em alguém. No seu olho direito havia um tapa-olhos resultado de um acidente que teve com sua irmã gêmea.


 – Qual delas? – indagou Alexia.


 – Amín – respondeu.


 – Não – Alexia falou – “esse aí vive implicando com minha irmã” – pensou – “Talvez... Kirias perceba o erro de me deixar” – sorriu.


 Haziel estava se afastando de Alexia, mas a menor a chamou.


 – O que foi? – indagou a mais velha.


 – Você e eu nunca conversamos antes. Por que não tentamos? – sorriu docilmente.


 – Eu não tenho a mínima vontade de falar com você – disse num tom baixo – não gosto de você e nem da sua irmã.


 – “Ótimo. Ela é realmente é um osso duro de roer” – pensou – mas eu não sou minha irmã, por favor, é a última vez que nos veremos. Vamos nos conhecer – insistiu.


 Haziel hesitou, ela queria procurar sua irmã gêmea, mas a menor insistiu para que ela se sentasse ao seu lado. A mais velha passou a mão por seus longos cabelos, exibindo o dragão chinês que estava tatuado até a metade de seu braço.


 – O que você quer? – indagou, sentando-se ao lado da mais nova.


 – Conversar – sorriu – “ela não deve ser tão terrível” – pensou.


 – Sobre?


 – Ah... vejamos. Você gosta de artes marciais também? – indagou, tentando puxar assunto.


 – Eu nunca fiz, mas vou começar ano que vem – falou.


 – Que legal. E vai fazer karate?


 – Não. Vou fazer jiu-jitsu – respondeu.


 – Hum... não sei muito sobre isso – sorriu – “droga... ela não fala comigo” – pensou – er... e você tem alguma namorada aqui?


 – Não – respondeu.


 – Eu nunca vejo você com as outras garotas. Aliás, eu só a vejo conversando com a Any esporadicamente. Vocês são amigas, não é mesmo?


 – Eu gosto que ela fique cuidando da minha irmã mais nova – respondeu.


 – Da Carei, certo? Any gosta dela, elas sempre estão juntas.


 – Sim.


 – Hum... e você se dá bem com sua irmã menor?


– Sim.


 Alexia suspirou, ela não ia conseguir arrancar muitos sorrisos daquela garota que parecia ter costurado sua boca para impedir que um leve sorriso saísse. Desde sempre nunca a havia visto sorrir.


 


OoO


 


Any estava jogada na esteira de palha, ela suava e ofegava. Suas pernas estavam doendo, pois havia recebido algumas boladas propositais de Kirias, mesmo que estivesse no mesmo time que a loura, toda a vez que Dulce fazia um gol, Kirias descontava nela.


 O corpo de Any tremeu levemente ao ver a karateca correr na sua direção,usando um biquine amarelo ela havia acabado de sair do mar. Seus cabelos estavam jogados para trás, deixando seu rosto avermelhado a mostra. Se corpo era contornado pela luz do sol que se ocultava no horizonte, era uma visão linda, sentia vontade de beijá-la e abraçá-la.


 – Olá, Any – sorriu.


 – Olá...


 – Que entrar na água?


 – Hum... está fria?


 – Está uma delícia – sorriu – vamos? – estendeu a mão.


 Any ficou hesitante, mas acabou aceitando, ela tocou na mão de Dulce que a puxou para cima. As duas foram caminhando na direção do mar sem dizer nada a outra, de repente Dulce começou a falar do jogo de futebol.


 Ao sentir a onda fria bater contra suas pernas, Any acabou desistindo, ela olhou com preguiça para Dulce que começou a puxá-la pelo braço.


 – Não, Dul, não... está frio – reclamava, tentando fugir do seu destino.


 – A água está gostosa – sorriu.


 A força de Dulce não podia ser ignorada, aos poucos a água começou a bater no quadril de Any que estava ficando com a boca roxa de frio. A loira abraçou seu corpo e olhou com tristeza para a onda que ameaçou a cobri-la.


 – Ah... que frio! – gemeu, retirando sua franja do rosto.


 Dulce ia falar alguma coisa, mas ela afundou de repente ao ver outra onda. Any arregalou os olhos e sentiu a força da natureza bater contra seu peito, ela caiu para trás e começou a ser arrastada pela onda, contudo Dulce a puxou pelo braço, impedindo que ela fosse levada até a beira do mar.


Any tossiu e apoiou sua cabeça no ombro da karateca que lhe segurava na cintura. Dulce ria baixinho, divertindo-se com o afogamento da mais nova.


 – Não ria – pediu com irritação – não é legal beber água do mar.


 – Você até esqueceu o frio – falou – e ver você aqui está sendo excitante, com esses pelos arrepiados e essa cara de cão sem dono.


 – Já vai quebrar a greve? – Any indagou provocante.


 Os braços de Dulce envolveram a cintura de Any, deslizando sua mão pelas pernas da loira que abriu a boca para buscar mais ar, contudo Dulce deu um passo para trás, interrompendo a carícia.


 – Tem razão, eu não vou desrespeitá-la novamente – disse – não vou tocá-la até me pedir.


 – Eu não vou pedir – Any falou indignada.


 – Então vamos esperar uma semana – sorriu.


 E nesse momento Any queria que Dulce esquecesse a promessa ridícula que havia feito e a agarrasse ali mesmo, lhe beijando a força, mas Dulce estava entrando no mesmo jogo que Any. Se ela ia negar seu corpo, Dulce ia negar-se também, pois sabia que Any a desejava como ela a desejava.


 – E eu vou lançar outra regra – Dulce disse, passando um pouco de água por seus cabelos castanhos avermelhados que estavam mais claros por estarem expostos ao sol.


 – Qual regra?


 – Se você quebrar a greve, eu vou fazer o que eu quiser com você sem protestos – sorriu – entendeu?


 – Ah... o mesmo para você – Any falou baixinho.


 – Olhe a onda.


 – O que?


 – A onda...


Any olhou para trás e antes de processar aquela frase, ela acabou sendo derrubada, entretanto Dulce a puxou novamente, colocando-a de pé. A karateca riu baixinho e tirou o cabelo que estava grudado no rosto de Any.


 – Se você pedir para eu te tocar agora, eu esqueço a minha regra e te dou  todo o carinho que quiser. É a última chance.


 – Você está se sentindo, não é Dul? Eu não vou sair dessa greve – disse com revolta – e eu vou sair daqui também. Essa água está fria e eu estou me afogando.


 – Tudo bem, eu levo você até a beira para não se afogar – riu baixinho.


 Dulce começou a andar ao lado de Any, puxando-a pelo braço sempre que uma onda forte batia contra seu corpo. Ela estava adorando tocar na sua namorada dando a desculpa que estava lhe ajudando, quando na verdade tirava uma casquinha de Any sempre que seus corpos se colavam. Contudo, Any estava tão ocupada bebendo água do mar que nem notava a mão de Dulce no seu corpo.


 – Pronto. A criança está entregue! – sorriu.


 – Vai entrar de novo?


 – Só mais um mergulho e já saio.


 – Não vá muito fundo, Dul – pediu.


 – Você está preocupada comigo? – indagou com um sorriso doce.


 – Claro, eu te amo, idiota – falou baixinho, abaixando a cabeça.


 Ao ouvir aquilo Dulce sentiu seu coração derreter, ela tocou na mão de Any, passando o dedo por sua extensão, depois deu um passo à frente e se aproximou de seu ouvido.


 – Eu também te amo, demais da conta... – sussurrou.


 – Então tome cuidado – Any pediu.


 – Eu só vou mergulhar e já saio. Vá tomar um banho quente agora – sugeriu.


 – Eu vou... eu estou com frio mesmo.


 – Eu te abraçaria se você pedisse, na frente de todo mundo, eu não me importaria.


 – Dul... eu... acho melhor entrar – disse, percebendo que não ia resistir àquelas palavras doces – só não vá muito fundo, as ondas estão fortes.


 – Sim, Any, eu não irei. Agora vai lavar esse corpo que eu tanto gosto e fique bem cheirosa para mim... mesmo que eu não possa te tocar, infelizmente...


 Any se afastou com lentidão, sem olhar para trás. Ela não agüentaria olhar para Dulce. Com certeza quebraria a greve e receberia o castigo da mais velha. Seu orgulho seria ferido.


 A loira passou numa ducha que ficava na lateral do hotel, para retirar a areia que estava impregnada nos seus pés. Depois calçou seus chinelos vermelhos e entrou no prédio.


 No corredor, Any passou por Juliana e Leona que estavam conversando, ela pensou em interagir com elas, mas se deteve ao ver que elas estavam brigando. Juliana estava com a mão encostada na parede e encostado na mesma estava Leona, com os braços cruzados.


 – O que fazia com aquela louca ontem à noite?


 – Nada – respondeu – já cansei de responder isso para você.


 – Você entrou no mar à noite?


 – Sim.


 – O que você tem na cabeça? Isso é perigoso.


 – Como se você se importasse – falou – se eu morrer, não vai fazer diferença, não é mesmo?


 – Então você entrou de propósito? – indagou incrédulo.


 Leona se calou, ela estava falando demais. A mais nova passou a mão por seus cabelos, pensando no que diria.


 – Não, não entrei com a intenção de fazer nada... estúpido – mentiu.


 – Você precisa se tratar – Juliana disse com irritação – eu tenho dó dos meus tios.


 – Juliana, eu estou pensando numa coisa. Se eu não me respeito ou me dou o valor, ninguém fará isso por mim – comentou, olhando nos olhos da ruiva.


 – E agora que notou isso?


 – Sim – respondeu com um leve sorriso – eu cansei de você e de seus problemas psicológicos. Você fica chorando pelos cantos murmurando o nome da minha irmã, eu acho que quem precisa de tratamento aqui é você.


 Um tabefe foi desferido contra o rosto de Leona, ela tocou na sua bochecha e depois olhou para sua prima que estava com o cenho franzido e a face avermelhada. Juliana fechou a mão no braço da sua prima que fez a menção de se afastar e desferiu outro tapa contra ela.


 Leona havia reunido suas forças para falar tudo o que pensava, mas acabou recebendo a reposta com violência. Típico de sua prima mais velha, a morena tocou no seu rosto e abaixou a cabeça, levando outro tapa na nuca.


 – Nunca mais repita isso – Juliana vociferou.


 – “Eu não posso vacilar... não agora” – pensou – eu só digo a verdade, você é uma idiota se pensa que vai achar alguma coisa dela em mim! Vá chorar nos braços de outra, eu não quero mais você.


 Leona saiu correndo após dizer isso, antes que sua prima realmente a surrasse naquele corredor, contudo Juliana começou a correr atrás dela, gritando e a chamando para apanhar.


 – Se relar a mão em mim, eu vou contar aos meus pais.


 – Pode contar, pois eu vou te mandar para o hospital! – gritou em fúria.


 – “Ela está furiosa. Que merda!” – pensou, entrando em desespero.


 As primas saíram correndo pela areia que ainda estava quente pelo calor que havia feito enquanto o sol ainda estava no céu. Elas corriam pela beira da


praia, Leona olhou para trás por um momento e viu que sua prima parecia estar obcecada. Ela ia matá-la se a pegasse.


 Logo à frente, Leona viu duas garotas, ela estreitou seu olhar e viu que eram Kirias e Dulce para sua infelicidade. Um frio correu pela espinha de Leona ao ouvir Juliana pedindo para suas amigas a segurarem.


 – “Droga, droga, droga... não se envolvam, não me segurem” – pedia em pensamento.


 Contudo, Kirias e Dulce não liam pensamentos e não sabiam o que estava acontecendo. As duas puxaram Leona pelo braço assim que ela passou por elas, jogando-a no chão e o mantendo presa até que Juliana se aproximasse.


 – Essa brincadeira de pega-pega virou moda agora – Kirias comentou, olhando para Leona.


 – Me solte! – Leona gritou, se remexendo, contudo Dulce e Kirias apenas a olharam com desdém.


 Juliana se aproximou ofegante, ela olhou para sua prima que estava jogada no chão e começou a chutá-la imediatamente, chamando a atenção de Kirias e Dulce que ficaram assustadas com aquela agressão.


 – Hei, Juliana! Se acalme – Kirias pediu, puxando Leona para o lado.


 – O que deu em você? – Dulce indagou, puxando a ruiva para trás.


 – Obrigado por terem segurado, agora podem deixá-la comigo – Juliana falou.


 – Não mesmo, você vai matá-la – Kirias falou, olhando para as mãos trêmulas de Juliana – “ela está muito nervosa. Com certeza vai espancar a prima”.


 Leona se ergueu lentamente com as mãos nas costelas, ela sentia dor por todo seu corpo. A morena olhou para sua prima que parecia a encarnação do ódio.


 – Eu não acredito que você me bateu – Leona falou.


 – E eu vou te espancar para largar de ser estúpida – gritou em fúria.


 Kirias e Dulce ficaram se olhando, e depois ficaram ouvindo o diálogo das primas, tentando entender o que acontecia. Elas não podiam sair dali, pois se sentiriam responsáveis pela hospitalização futura de Leona.


 – Não gostou de ouvir a verdade? – Leona indagou – eu não vou ser mais seu brinquedo. Você pensa que pode ficar me tratando feito lixo o tempo todo, eu tenho sentimentos também!


 – Ah! Não se sinta importante, eu já cansei de mimar você!


 Leona riu alto, ficando nervosa ao ouvir aquilo.


– Mimar? Você nunca me mimou. Eu que vivo mimando você, fingindo ser alguém que nunca vou ser. Você é uma coitada Juliana, e devia realmente se tratar! Por que não se mata e encontra minha irmã no outro mundo?


 Dulce forçou mais seus músculos para segurar Juliana que esticou as mãos a fim de golpear sua prima. Kirias colocou-se na frente da ruiva, e acabou levando alguns tabefes no lugar de Leona.


 – Vocês deveriam se acalmar – Kirias sugeriu – vocês são primas, se gostam, parem com isso.


 – Ela não gosta de mim – Leona falou – acho que vocês não entendem nossa relação. Juliana só fica comigo, pois eu me pareço com o amorzinho dela.


 – Olha como fala! – vociferou a ruiva.


 – Claro que a Juliana gosta de você – Kirias falou – ela só não admite e eu sei o que se passa entre vocês duas – suspirou – eu acho que vocês precisam se separar por um tempo.


 – Sim, concordo. Por que não escuta a sua amiga, Juliana? – indagou.


 – Depois que eu te arrebentar, eu vou ficar longe de você – disse.


 – Sério? – indagou com seriedade.


 – Sim!


 – Não vai mais se aproximar de mim depois que me bater?


 – Não! – gritou.


 Leona fechou os olhos, refletindo por um momento, ela empurrou Kirias delicadamente para o lado e se aproximou de Juliana que ficou um pouco mais calma.


 – Pode me bater então, mas lembre-se que não vai mais se aproximar de mim – disse, abrindo os braços – eu sou toda sua, pode descontar sua raiva.


 Dulce soltou Juliana lentamente, a ruiva sorriu e fechou sua mão nos cabelos negros de Leona e no instante seguinte começou a socá-la e chutá-la em todos os cantos de seu corpo.


 Os gemidos e gritos da mais nova ecoavam pela praia, mas ela não pedia ajuda, não pedia para parar, apenas recebia toda a raiva da sua prima. O punho direito de Juliana estava vermelho, pois o rosto de Leona sangrava.


 Dulce e Kirias se afastaram, sentindo arrepios ao ver o tratamento que Juliana dava na sua prima. Contudo, elas não se afastaram, pois se Juliana passasse da linha, elas o parariam.


 – O que deu na Juliana? – Dulce indagou.


 – Ela é uma idiota. Depois vai ficar chorando pelos cantos quando ver o erro que fez.


– Ela nunca se arrepende do que faz, Kirias – Dulce falou.


 – Você que pensa. Mas dessa vez ela passou dos limites.


 – O que será que Leona disse para ela?


 – Eu não sei, mas com certeza Leona deve ter razão. Juliana a trata feito lixo – suspirou – acho que ela quebrou o nariz dela, pois está sangrando demais.


 Um grito agudo deixou a garganta de Leona. Juliana finalmente parou, olhando para o rosto ensangüentado de sua prima, ela estava ofegante, sua raiva estava sendo dissipada. Aos poucos foi voltando à razão, vendo o corpo encolhido estirado no chão.


 – Terminou? – Kirias indagou.


 Juliana a olhou com raiva e depois se abaixou, tocando no ombro de sua prima que tremia. Sua mão deslizou pelo braço de Leona até chegar nos seus cabelos.


Dulce e Kirias se aproximaram, antes que Juliana começasse a bater novamente na menor. Contudo a ruiva se ergueu e virou as costas, saindo dali com passos rápidos.


 – Sobrou para gente – Kirias suspirou – você que pediu, Leona. Nós tentamos te defender.


 Leona não se moveu, não disse nada e nem sequer abriu os olhos. Dulce ajoelhou-se na areia e tocou no seu corpo, vendo que ela havia perdido a consciência. As duas se olharam com incredulidade. Juliana havia sido cruel.


 – Vamos levá-lo ao hotel – Kirias sugeriu.


 Dulce pegou a menor nos seus braços, Kirias a ajudou e as duas começaram a caminhar, chamando a atenção das pessoas que passavam por elas. Quando chegaram na recepção, todos correram até a dupla, indagando o que havia acontecido.


 Ninguém disse nada, elas não queriam acusar a colega, disseram que encontraram Leona jogada na praia daquele jeito. A morena foi levada até a enfermaria, e como o hotel ficava num lugar bastante isolado, os donos haviam construído uma boa ala médica.


 Os seguranças ficaram conversando com Kirias e Dulce, tentando arrancar alguma informação das alunas do Saint Rosre, mas a dupla continuava a repetir a mesma história. E quando o interrogatório terminou, as garotas se aproximaram de uma enfermeira.


 – Como ela está? – indagou Kirias.


 – Nada bem – disse – pobre garota. Será que foi um ladrão que a atacou?


Dulce e Kirias se entreolharam e depois voltaram sua atenção para a enfermeira.


 – Aconteceu algo grave? – Dulce indagou com receio, começando a sentir remorso por não ter parado Juliana.


 – Ela quebrou o braço direito – ela respondeu –fraturou as costelas e talvez sofreu um traumatismo no crânio.


 A situação estava ficando cada vez mais tensa, Dulce realmente sentia-se um lixo. Ela havia testemunhado aquela violência e não havia feito nada. No momento lembrava das palavras de seu antigo mestre de karate, que defendia o uso da força para proteger os indefesos.


 E se fosse Any no lugar dela? A karateca olhou para a cama, vendo o corpo de Leona inerte. E por um segundo começou a imaginar que seria sua amada Any hospitalizada.


 – Ela já acordou? – Kirias indagou.


 – Não, isso nos preocupa – disse a enfermeira – nós os informaremos depois, não posso falar mais nada. Voltem mais tarde – sorriu amarelo, afastando-se das garotas.


 As garotas saíram da enfermaria com a cabeça baixa, cada uma pensava nas suas ações. Kirias viu Madona encostada à parede, ela se despediu de Dulce com um aceno e se aproximou da morena.


 – O que foi, Kirias? – indagou.


 – Eu fiz algo idiota – respondeu, puxando a mão de Madona.


 O casal saiu do hotel, caminhando pela areia da praia. Madona queria indagar o motivo de sua amante estar tão silenciosa, mas deteve-se, pois Kirias parecia não estar muito bem.


 – Quer me contar o que houve?


 – Eu podia impedir algo e não fiz nada – respondeu.


 – Foi algo grave?


 Kirias balançou a cabeça positivamente. O casal andou por um longo tempo, chegando ao final da praia, ficando sentados nas pedras úmidas e gigantes que estavam espalhadas pela região. A loura colocou Madona no meio de suas pernas e a abraçou por trás.


 – É estranho te ver tão melancólica – Madona comentou.


 – Eu deixei alguém ser agredido na minha frente – confessou – e não fiz nada para evitar.


 – Quem? – indagou surpresa.


 – Leona. Eu deixei que Juliana batesse nela.


– Elas vivem brigando, não é mesmo? – indagou – dessa vez foi mais sério?


 Kirias balançou a cabeça e beijou as costas de Madona, afastando os longos cabelos negros. Suas mãos contornaram o corpo magro e delicado, sentindo medo que ela se quebrasse assim como Juliana havia quebrado sua prima.


 – E por que não impediu?


 – Eu nunca me envolvo – respondeu – eu até impedi no começo, mas acabei deixando de lado.


 – Você tem a mania de pensar que as coisas não tem importância pelo fato de não estarem relacionadas diretamente a você. Mas tudo que acontece no mundo tem um significado e você está envolvido – Madona falou baixinho.


 – Tudo? – Kirias indagou.


 – Sim, tudo. Se você vê uma criança na rua passando fome, não desvie seu olhar, pois você é responsável por isso também. Assim como um assassinato ou uma agressão, tudo faz parte do mundo no qual vivemos e não podemos ignorar isso – disse docemente – somos responsáveis por tudo que acontece no planeta.


 – Isso é cruel – Kirias murmurou.


 – É difícil aceitar, mas é a verdade. Os terremotos que acontecem na China são por causa dos milhares de abortos de crianças inocentes que foram impedidas de nascer. O efeito estufa é o resultado da ganância do homem – dizia, enquanto acariciava as mãos de Kirias – a violência, as pessoas zangadas, os assassinatos, os roubos... tudo isso faz parte na humanidade.


 – Eu não queria que isso fosse verdade – Kirias comentou.


 – A Terra envelhece com a humanidade, não é porque você nasceu nesse ano que tudo que aconteceu no passado foi esquecido. Saiba que você foi responsável por tudo que aconteceu – disse – o problema é quando somos responsáveis por algo direto, como o caso da Leona. Você podia ter se manifestado.


 – Eu sei – disse com melancolia – ela quebrou o braço e fraturou as costelas. Eu não pensei que Juliana fosse ser tão agressiva.


 Madona ficou surpresa com o que ouviu, ela girou seu tronco e tocou no rosto da loura, passando a mão por seu moicano. Um doce sorriso desenhou-se nos seus lábios e ao invés de recriminá-la, Madona apenas a abraçou, beijando seus lábios docilmente.


 – Só o seu remorso é suficiente. Não deixe isso se repetir e se puder fazer algo para inverter a situação, faça isso – sorriu.


 – Obrigado – agradeceu, abraçando o corpo menor.


OoO


 


Dulce estava jogada no chão do quarto de Any, ela olhava para a cama da loira, esperando encontrá-la. Quando Any entrou no quarto, ela pensou em deixar Dulce sozinha e ir com suas amigas, mas seus planos mudaram ao ver o olhar da karateca.


 – O que houve? – Any indagou, sentando-se ao seu lado no chão.


 – Juliana bateu na prima dela.


 – Na Leona? Por quê?


 – Eu não sei. Elas vivem brigando – respondeu – mas ela bateu muito e eu não fiz nada para impedir – disse com pesar – eu sou tão forte, mas não uso minha força como deveria.


 – Para variar você não agiu quando precisava, assim quando eu peço para você me ajudar quando Carei vai ser agredida. Sentiu o drama, agora, Dul? – indagou com irritação.


 – Any... desculpe – pediu baixinho, sentindo-se um monstro.


 – De que adianta essa força? – indagou num tom elevado – eu só vi você a usando para casos desnecessários. Onde Leona está?


 – Na enfermaria – respondeu cabisbaixa – eu não sei o que poderia ter feito também.


 – Poderia ter feito tudo – respondeu – lembra do dia que eu corri com a Carei pelo colégio? Eu não tenho força, mas não deixei que ela fosse atacada por Kirias! Eu lutei e você podia aprender isso.


 Dulce estava sentindo-se um lixo e as palavras de Any a estavam deixando ainda pior. A loira suspirou e saiu do quarto, procurando a enfermaria do hotel, ela estava preocupada com o estado de sua amiga e para Dulce estar sentindo remorso, o caso de Leona devia ser grave.


 Ao entrar na enfermaria, uma enfermeira se aproximou de Any com um olhar atencioso.


 – Pois não?


 – Minha amiga foi hospitalizada, ela se chama Leona. Eu posso vê-la?


 – Ela foi levada para o hospital há uma hora – respondeu a mulher.


 – Hospital? – indagou incrédula – como ela está?


 – Ainda não sabemos. Passe amanhã de manhã, não posso dizer nada por enquanto – disse – mas ela não corre risco de morte.


 – “Risco de morte?” – refletiu – mas ela fraturou alguma coisa?


– O braço, as costelas e teve um corte profundo na cabeça – respondeu – ainda vamos ver o resultado dos exames.


 – Ah... ela disse alguma coisa quando acordou?


 – Ela não acordou – ela respondeu – por isso a levamos urgentemente ao hospital. A agressão que sofreu na cabeça foi forte.


 – Ah... ta... – murmurou.


 A enfermeira se afastou com um leve sorriso e Any saiu da enfermaria, com a cabeça baixa e os pensamentos carregados de pessimismo e melancolia. Ela saiu do hotel, sentindo a brisa noturna. Ao longe estava Juliana, sentado na areia junto com outras garotas do quarto ano.


 – “Maldita...” – pensou com ódio.


 Any foi se aproximando de Juliana, ela parou na frente da roda das garotas e olhou para a ruiva, as garotas pararam de conversar e ficaram olhando para a visitante.


 – O que a namorada de Dul quer? – indagou Cássia.


 – Com certeza não vim falar com você – respondeu seco – você está feliz com o que fez a sua prima?


 – Ah, É isso! – Juliana sorriu – o que foi? Ela foi chorar para você?


 – “Ah, então ela não sabe o que aconteceu?” – indagou em pensamento, franzindo o cenho – onde você pensa que ela está?


 – Não sei e não tenho interesse em saber – Juliana disse – agora sai fora, Any. Eu não estou de bom humor.


 – Você é repulsiva, Juliana – disse com nojo – eu espero que Leona não fique com nenhuma marca.


 Juliana riu alto dessa vez, divertindo-se com o olhar revoltada de Any. A ruiva se ergueu e olhou os olhos da menor, ela tocou nos ombros de Any e disse:


 – Não fique tão irritada. Isso não tem nada a ver com você.


 – E você sabe o que fez a sua prima? – indagou novamente.


 – Eu apliquei um corretivo para ela largar de ser idiota – disse com irritação.


 – Um corretivo? Sabia que ela foi internada no hospital, Juliana? – indagou com revolta.


 A ruiva arregalou os olhos e ficou em silêncio, o sorriso cínico que estava desenhado no seu rosto foi apagado. Sua atenção voltou para o olhar de Any, querendo saber mais do que ela falava.


 – Como assim?


 – Ela não acordou até agora – disse.


 – Não? – assustou-se.


– E ficou com muitas fraturas. Você bateu na cabeça dela! – gritou – idiota!


 Any virou-se de costas e saiu rapidamente dali, antes que começasse a chutar e socar a mulher a sua frente, isso é, se pudesse chamar Juliana de mulher, pois no momento a achava um rato de esgoto.


 A ruiva ficou desolada, ela olhou para as suas colegas que estavam surpresas com o que ouviram. Juliana entrou rapidamente no hotel e foi até a enfermaria.


 – Outra garota – disse a enfermeira - quer saber sobre a menina que saiu hoje à tarde?


 – Sim, ela é minha prima – disse – eu sou responsável por ela.


 – Mesmo? – indagou surpresa.


 – Eu preciso ir vê-la. O que aconteceu com ela? – indagou com nervosismo, temendo a resposta.


 – Contaram que ela foi achada na praia – ela disse delicadamente – ela sofreu fraturas pelo corpo e um traumatismo craniano. Eu sinto muito.


 As palavras eram sérias, ela não entendia muito sobre medicina, mas fratura e traumatismo eram palavras fortes.


 – “Eu não bati tanto assim” – pensou de repente – “ou eu bati? Eu fechei os olhos e nem vi onde socava... ela gritava... não pensei que... que...”.


 A ruiva sentou-se na cadeira de plástico e segurou a cabeça com as duas mãos, sentindo sua garganta começar a lhe incomodar. Ela queria chorar e não segurou, permitindo que algumas lágrimas começassem a escorrer por sua face.


 – “Morrer... se ela morrer... ela não pode morrer. Eu não bati tão forte... eu juro que não” – refletia – “eu não bati tão forte... não bati mesmo. Ou bati? Ela gritava muito. Por que ela não pediu para eu parar?”.


 De repente, como resposta do seu inconsciente, Juliana ouviu a seguinte frase:


 “Porque ele queria se matar”.


 E a ruiva lembrou-se das palavras de Leona. Ela havia entrado no mar à noite, aparecendo no quarto com Miles, alguém que jamais havia conversado antes, e segundo os relatos de Marcy e Cássia, Miles também estava molhada.


 “Se eu morrer, não vai fazer diferença, não é mesmo?”.


 Juliana levantou-se da cadeira e correu pelo hotel, procurando Miles em todos os quartos até que a achou na lanchonete do hotel, junto com Hudi, Amín e Haziel.


 – Eu preciso falar com você – Juliana falou, olhando para Miles.


 


A morena levantou-se em silêncio, sendo observada por sua namorada que estava intrigada com o assunto. Miles caminhou até um canto sendo acompanhado por Juliana.


 – O que aconteceu com minha prima ontem? – Juliana indagou.


 Miles não respondeu, ficando a olhá-la em silêncio.


 – Hei! Eu soube que ela entrou no mar. Responde uma coisa para mim – pediu – ela estava tentando... se matar? – indagou com receio.


 – Acho que já sabe a resposta – Miles respondeu.


 O chão de Juliana sumiu, ela ficou olhando para o semblante inexpressivo da morena. Miles apenas a encarou e depois que viu que estava sendo ignorada pela ruiva, ela se afastou, voltando a mesa.


 Juliana cambaleou até um canto solitário, jogando-se no chão. Certamente podia entender os sentimentos da sua prima. Ela estava querendo morrer, por isso suportou tudo em silêncio, permitiu ser agredida e não pediu em nenhum momento que parasse.


 Sempre que suas pálpebras se fechavam, Juliana lembrava-se dos gritos abafados da menor, então ela logo os abria para sair do pesadelo. Ela olhou para suas mãos que estavam vermelhas e depois se desatou a chorar baixinho.


 – “Por que você queria morrer?” – indagou em pensamento – “por quê?”.


 


OoO


 


Continua...


 



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 61



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  • tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38

    Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.

  • ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27

    kd vc? volta apostar please

  • cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55

    adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)

  • cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20

    O Capitulo ta bugado Ç.Ç

  • anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48

    Deu bug no cap

  • rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12

    E essa fic aqui, como fica??

  • rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29

    cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!

  • luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20

    Postaaa maiss...

  • rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03

    POSTA MAIS!!!!!

  • maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19

    posta mais.....bjaum lu


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