Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon

Any e Leona estavam jogadas no sofá de ponta cabeça, enquanto Carei virava a garrafa de vodka na boca delas. Elas cantarolavam alguma coisa e cuspiam parte do que caia em seus rostos, até porque a loirinha não conseguia mirar direito e derrubava grande parte do conteúdo no chão. E estavam cobertos de farinha!

– Dul... amor!!! – Any sorriu, tossindo em seguida ao se engasgar.

Dulce foi a primeira a sair do seu estado de choque, correndo até Carei, empurrando-a de qualquer jeito para o lado, para então puxar sua namorada, fazendo-a se sentar no sofá. Logo Viviane fez o mesmo, indo até a loirinha que xingava Dulce com coragem e até queria avançar contra a karateca, sorte que Dul estava tão preocupada com o estado de sua namorada, que ela nem sequer ligou.

– Any! Any! O que você tomou!? - Dulce indagava com frequência, enquanto a chacoalhava, tentando uma resposta, mas Anahi a abraçava e tentava beijá-la, sem dizer coisa com coisa.

Leona se revirou e sentou no sofá, puxando uma almofada para depois bater ela contra a cabeça de Dulce, que ficou em choque com aquela atitude e antes que pudesse reclamar, Any começou a copiá-la, pegando outra almofada para bater em Dulce.

– Kirias, me ajude! - Dul pediu, olhando para a loura que estava paralisada com a cena. - Kirias!

Carei estava correndo em volta da sua namorada que tentava a todo custo fazê-la parar de cantarolar e quando se irritou, ela a puxou pelos cabelos e a jogou num canto, esperando que ela se acalma-se, mas o resultado foi um choro carregado de soluços para o seu desespero.

– Carei, Carei... acorda! - Pediu sem tanta raiva, ficando mais preocupada. - Precisamos levá-las ao médico, - avisou aos demais pegando uma das pílulas na mão.

Na porta, Kirias ainda estava analisando a situação, ela fez a menção de dar o primeiro passo na direção daquela morena que estava sempre nos seus sonhos mais sexys, contudo o seu corpo sofreu um grande tranco para trás, quando a mão forte de Juliana se fechou no seu ombro e a tirou do caminho para correr para o interior do apartamento. Ah, sim. Leona havia dado a chave do apartamento para a ruiva numa das suas brigas de ciúme e controle. Juliana ergueu Leona num tranco, pelo braço, arrastando-a até o seu quarto para depois lhe jogar na cama. A mais nova resmungou alguma coisa qualquer, que nem mesmo Juliana entendeu.

– O que deu na sua cabeça? - Juliana indagou com um olhar febril. Ela estava revoltada com a situação. Sua prima havia lhe dado o fora há pouco tempo, lhe jogando um monte de patifaria na sua cara e agora estava drogada e numa festinha com suas colegas de apartamento.

– Juliana? - Indagou com uma voz arrastada, dando algumas piscadas.

– Claro que sou eu, idiota! - Gritou, fechando a mão num punhado de cabelos negros para depois desferir um tapa em seu rosto, deixando a marca dos seus quatro dedos. - O que você pensa que está fazendo? Você está se esfregando com essas aí!?!? Por que está quase pelada?

Leona não respondeu, ela estava atordoada com aquele tapa que parecia ter feito sua insanidade desaparecer. Ela sentiu medo, e estava desprotegida naquele quarto.

– Me... me solta! - Pediu, tentando se afastar daquela mão impiedosa, que apenas apertou mais seu cabelo, torcendo, machucando-a.

A mão de Juliana se abriu e ela virou seu braço para trás, a fim de dar outro tabefe naquele rosto, mas quando tentou fazer o seu movimento, ela travou, olhando para a mão grossa e fria que havia agarrado seu pulso.

– Não precisa fazer isso, Juliana. - Kirias disse baixinho, com sua calma habitual, fazendo força para que a ruiva abaixasse seu braço com sucesso.

– Não se intrometa, Kirias!

– Eu não vou deixar você bater nela, - falou no mesmo tom, - Ela não é sua filha, Juliana.

– Ela é minha prima e minha namorada, Kirias. Eu sei o que é melhor para ela e...

– Namorada? - Indagou num tom de deboche.

– Sim, ela é minha namorada! - Afirmou quase num grito.

– Ela é o que você quer que ela seja quando é conveniente para você, Juliana. Desculpa, mas eu não vou deixar!

A ruiva estranhou aquele comportamento, ela se virou e então empurrou o peito de Kirias, impulssionando-a para trás. A força e a velocidade foram suficientes para que a loura batesse as costas contra o armário e quase caísse no chão.

– Comeu merda, Kirias? O que pensa que está fazendo?! - Indagou com provocação, caminhando até a loura para então voltar a lhe empurrar, quando fez a menção de se levantar. - Acha que eu não estou percebendo que você está abrindo as asinhas para a minha prima?

– Bom, eu não queria tocar nesse assunto... mas já que você começou... - Riu baixinho com sarcásmo, tentando se livrar daquele cerco.

Juliana estreitou o olhar. Será que Kirias estava realmente dando em cima de Leona? Ela não podia aceitar que sua amiga estava sendo tão canalha, ainda mais sendo Kirias, a quem ela tinha total confiança.

– Kirias... se eu suspeitar que você está dando em cima da minha...

– Suspeitar? Vocês nem namoram mais, Juliana!

– Você sabe que logo vamos voltar e isso não é da sua conta!

– Hei, hei... parem de gritar... Minha cabeça está rodando! - A voz de Leona chamou a atenção da dupla, a morena se ergueu na cama, revelando seu tronco todo arranhado. Quem havia feito aquele estrago? Carei ou Any?

Logo a morena estava voltando a ficar saltitante, mexendo-se de um lado para o outro, com aquele olhar carregado e febril. Ela estava fora de controle. Juliana se virou e foi até a mais nova a fim de jogá-la novamente na cama, antes que Leona fugisse e esse foi seu grande erro. Kirias chutou a dobra de seu joelho, fazendo com que a ruiva ajoelhasse no chão.

– Eu já disse que eu não vou deixar você encostar nela. - E agora disse num tom mais grave, numa agressividade antes contida.

Certo! Kirias não estava brincando. Óbvio que a loura estava com quintas intenções com sua namorada, Juliana havia percebido que ela havia grudado nelas e sempre queria sair junto, mas no começo nunca tinha ligado esse fato a Leona, mas sim a carência da loura em arranjar alguém. Contudo, a aproximação e a liberdade que Juliana permitiu havia sido um erro. Até porque Kirias sempre foi muito ansiosa e curiosa, não ligando muito para parceiros, considerando mais o sexo. Juliana já havia permitido que a outra ficasse com sua prima no colégio algumas vezes, mas nunca pensou que isso podia envolver algum sentimento, mas apenas troca de favores. As vezes dava aquele corpo que não lhe pertencia e Kirias a protegia de certas garotas do quarto ano com quem tinha inimizade. O jogo sujo era para ser apenas um lance sexual e nada mais que isso... talvez não fosse nada mais que isso se Leona não convivesse quase todos os dias com a mais velha dos Fenris-Wolf. Mas Juliana nem sequer sonhava que a loura havia dado um tratamento especial na sua namorada no apartamento...

A briga começou a rolar no quarto, ambas furiosas e com intenções diferentes. Kirias e Juliana estavam se socando e ambas sabiam brigar muito bem, elas estavam quebrando quase tudo ao redor, Leona apenas observava como se fosse uma cena em câmera lenta. Em certo momento a mais nova pegou o seu spray de cabelo e se aproximou das duas que estavam com puro ódio no olhar e apertou a válvula fazendo o spray fedorento ir contra as duas que reclamaram e então se afastaram por algum segundo, encarando-a com indignação por ter interrompido a briga, e ainda por cima, ela estava rindo!

– Leona, você tomou o que? - Indagou Juliana, arrancando aquela lata de sua mão para depois jogar para o alto, sob o olhar atento da morena que saiu correndo do quarto, rodopiando.

A ruiva fez a menção de correr atrás, mas na sua frente havia uma mulher que sempre lhe deu medo e agora os orbes cor de mel estavam lhe mirando como se fosse uma inimiga. E Juliana não se importou também, porque queria arrebentar a loura por tanta ousadia. Sentia-se traída! E assim voltaram a querer matar a outra...

E quando Dulce chegou no quarto, ela não acreditou quando viu Juliana jogada no chão e Kirias sentado no seu abdomên, enquanto sua mão estava fechada e manchada com o sangue da ruiva. Se Dulce não a parasse, ela ia matá-la. Então correu, arrancando uma Kirias enlouquecida e fora de si, com muita dificuldade, jogando-a para o outro lado do quarto. E quem levantou cambaleante foi Juliana, limpando sua boca, sentindo todo seu rosto arder.

– Eu vou te matar!!! - Vociferou, se erguendo.

Dulce tentava conversar, mas não adiantava, Kirias estava com um sorriso sádico e provocador e Juliana machucada e querendo vingança. Nesse momento Any entrou correndo no quarto e se jogou em cima da karateca, como se fosse uma criança, abraçando-a por trás, pedindo atenção.

– Any, Any... agora não! - Dulce pediu, vendo que essa distração foi suficiente para Juliana e Kirias voltarem a se atacarem, dessa vez a loura foi de extrema violência, erguendo o joelho e assim disparando um chute contra o peito da ruiva que foi parar longe, batendo contra o armário.

Leona voltou ao quarto vendo sua prima no chão e Kirias em pé ao seu lado. A sua prima estava desprotegida, ela podia tomar chutes no rosto e no tronco e sabia que a loura era cruel para isso, mas Kirias não era tão sem noção, porque sabia que estava errada naquela situação apesar de não ter escolhido gostar da namorada de sua amiga.

– Hei... Hei... pare Kirias! - Leona pediu, indo até a loura, tocando no seu ombro.

Dessa vez Kirias apenas ergueu seu olhar e observou o olhar entristecido de Leona. Ela estava preocupada com sua prima obviamente e aquilo a deixou enciumada. E se acharam que a briga havia acabado, Dulce teve que intervir, correndo até Kirias antes que ela fizesse o que estava fazendo a menção de fazer, que era pisar e chutar Juliana. A karateca a agarrou por trás, puxando para fora do quarto sobre os protestos da loura. E no quarto, Leona se abaixou próximo a Juliana que apenas a fitava em silêncio.

– Você está machucada? - Indagou sua prima, rindo baixinho.

– Leona... sua cretina! Vou te tirar daqui agora! - E dizendo isso, Juliana se ergueu, sentindo todo seu corpo doer. Ela havia perdido a respiração por um momento quando sentiu aquele chute.

Na sala Dulce estava acalmando sua amiga, ou melhor, tentando. Ela precisava de ajuda, até porque precisava cuidar de Any também e para a alegria da karateca a porta do apartamento havia sido aberta por uma mulher alta com uma expressão de preocupação. Era Miles que havia resolvido ver o que estava acontecendo com suas vizinhas.

– Miles, me ajude, por favor! - Dulce pediu com urgência. A morena nem sequer perguntou o motivo de toda aquela bagunça, apenas concluiu que elas precisavam de ajuda e que alguém estava muito louca ao ver o estado do chão e dos móveis. - Vá até o quarto e coloque a Any e a Leona no banheiro, por favor. Tranque-as!

A morena assentiu e foi até o quarto, onde encontrou Juliana jogada no chão, Any rolando de um lado para o outro na cama somente de calcinha e sultien e Leona que estava igualmente vestida, que estava sentada no chão ao lado de sua prima. E assim ela suspirou, ela não queria nenhum contato físico com as mais novas, mas era necessário. E então ela arrastou Any pela mão, vendo como esta resistia e depois puxou Leona que foi com mais tranquilidade. No banheiro, Miles as colocou sentadas no chão frio como se fossem duas crianças que haviam aprontado, e ela saiu, puxando a chave e trancando-as ali. No quarto, Juliana estava sentada com a mão no peito, sentindo muita dor. Talvez tivesse quebrado ou machucado alguma coisa com seridade, Miles logo veio ao seu alcance ajudando-a a se levantar.

– O que houve aqui? - Miles indagou finalmente, com sua voz rouca e grave.

Juliana balançou a cabeça negativamente e foi andando pelo corredor, sendo seguido por Miles que tentava buscar respostas até que chegaram na sala, onde viram que Dulce ainda estava abraçando sua amiga por trás. Se Dulce a soltasse, talvez Kirias lhe agredisse ou então fosse até o quarto atacar Juliana e por isso ela havia ficado parada, prendendo-a, enquanto falava com ela.

– Ah... então você está aí! - Juliana disse, indo na sua direção, sendo segurado por Miles dessa vez. - Se você me segurar, eu vou te bater! - Avisou, olhando de soslaio para Miles que encarou aquilo como um desafio e não ia perder, porque parecia que Dulce lhe implorava com o olhar para segurá-la.

Dul estava com as mãos atadas, eram suas melhores amigas que estavam ali querendo se matar e não podia ficar do lado de ninguém. E quem resolveu agir foi Miles que começou a puxar a ruiva para fora sob seus protestos e juras de maldição, fechando a porta. E dessa vez Viviane que estava amuada num canto com medo daquela loura sádica com cara de assassino, acabou tomando uma atitude e foi até a porta, trancando-a. E assim Dulce respirou aliviada e soltou a loura que deu alguns passos para frente.

– Por que me segurou, Dul?

– Você tem o que na cabeça, Kirias!? Queria matar a Juliana?

– Ela me provocou.

– Parem de discutir e vamos cuidar dessas meninas!!! - Viviane pediu num grito. - Elas estão muito drogadas, isso é perigoso!

Dulce olhou ao redor e então correu até o banheiro, vendo a chave na porta, ela destrancou e entrou no cômodo sendo seguido por Kirias. Lá elas encontraram Leona e Any, que estavam abraçadas, jogadas no chão frio. Dulce ficou perturbada, ela arrancou sua namorada dali antes que ela beijasse Leona, isso é, se não a tivesse beijado antes. Kirias balançava a cabeça negativamente, ela até queria ver o que ia acontecer ali. Enquanto uma preguiçosa Any murmurava alguma coisa, Leona estava estatelada no chão, sentindo tudo rodar. Kirias se aproximou dela, puxando seu rosto, olhando para suas pálpebras e seus orbes. Ela estava muito drogada.

– Dul, nós precisamos levá-las ao hospital.

– E como vamos explicar o estado delas?

Kirias ponderou, talvez pudessem cuidar das garotas, mas não sabia o quanto elas haviam ingerido e isso estava ficando perigoso.

– Eu já sei, eu vou ligar para o meu agente, ele deve saber como nos ajudar com discrição! - Falou, puxando seu celular, ligando para o seu mais novo responsável, ouvindo uma bronca por telefone e depois seguiu os seus conselhos.

O tempo foi se passando e finalmente havia chegado uma médica a pedido do agente de Dulce, que também se apresentou, vendo toda a bagunça que estava naquele apartamento. As garotas foram medicadas e então tratadas pela mulher que estava impressionada com o estado das meninas.

– Melhor irmos para a minha clínica, - ela disse em um momento. - Vistam essas garotas.

O agente de Dulce já estava limpando a bagunça, recolhendo as pílulas, enquanto outra pessoa estava sendo chamada para fazer uma limpeza no apartamento. Viviane era a mais centrada, ela vestiu quase todas as garotas e colocou um par de oculos escuros e bonés em suas cabeças para depois saírem. Na rua, Dulce temeu que Juliana estivesse por perto, mas parece que a ruiva havia sido teletrasportada para outra dimensão junto com Miles. O que a karateca não sabia era que a morena havia levado-a para seu apartamento e nesse instante ela estava tentando se acalmar, enquanto conversava com Hudi e Miles. Horas mais tarde, as garotas estavam internadas. Dulce e as demais estavam num café que ficava na mesma rua. Lá elas estavam mais relaxadas.

– O que será que aconteceu? - Dulce perguntou.

– Carei disse que pegou as balinhas mágicas na bolsa. - Viviane comentou, com um longo suspiro. - E quem levou essa bolsa? Any ou Leona? - Indagou em seguida.

Kirias fechou suas pálpebras, o mais suspeito era Leona, mas a quantidade de pílulas era absurda. Talvez...

– "Será que Leona comprou de algum traficante? Será que... aquela mulher da delegacia... Elas estão se encontrando? Faz apenas três dias que ela a viu..." - Pensava, enquanto mexia a colher no interior do seu café, olhando para o nada. O seu rosto estava todo avermelhado, em alguns pontos estava mais escuro por causa da briga.

– E por que você estava brigando, Kirias? - Indagou Viviane, sorvendo um gole de seu chá de camomila.

– Porque a Juliana queria espancar a sua prima... - respondeu com uma voz distante, ela ainda pensava em como a droga havia parado naquele apartamento.

O som do novo celular de Kirias chamou a atenção da mesa, ela olhou para quem lhe ligava com surpresa. Ela havia recuperado seu número de celular, mas havia trocado de aparelho, até porque seu carro foi achado sem um único pertence. A loura sorriu de canto e se ergueu, caminhando para fora do café, enquanto ouvia a voz da barman do outro lado.

– Quanto tempo! – Kirias exclamou com um ar cínico.

– Kirias, eu estava muito ocupada, desculpe. Como você está?

– Eu estou bem, aconteceu tanta coisa. Afinal a gente só se fala por mensagens de celular.

– Desculpe, eu estava sem créditos, eu coloquei agora. O que vai fazer hoje?

– Nada demais, mas acho melhor a gente parar de se ver.

– Parar? Olha Kirias, eu sei que...

– De verdade, - falou, interrompendo-a. - Não rola mais, talvez seja melhor você achar alguém com a mesma mentalidade que a sua, que não aceita pessoas e coisas novas em sua vida.

– Ah... vai querer me dar sermão via telefone?

– Sinceramente? Não, isso pode gastar seus créditos. Tempo é dinheiro, não é mesmo?

– Está bravinha por que eu não te liguei? Ah, Kirias, eu pensei que fosse mais madura que isso.

– Pois é, nem tudo é o que parece. Eu vou desligar, nos vemos no barzinho. Sem nenhum ressentimento.

– Não da minha parte... -falou com certa irritabilidade.

– Então até mais.– Despediu-se, desligando sem ouvir resposta. Ela suspirou e voltou para o café, pensando como as coisas eram engraçadas. Naquela mesma semana Eduarda havia lhe telefonado, perguntando se ela estava livre para tomar um "café". Agora que ela estava querendo outra pessoa, parecia que todo mundo solicitava sua presença. Mas Kirias era uma mulher que se irritava com a falta de interesse alheia e mudava de rumo rapidamente.

E assim a madrugada chegou e as garotas foram para os seus lares. Kirias acabou indo para a casa de seus pais, porque não queria encontrar Juliana no apartamento, com certeza sua amizade foi abalada com o ocorrido. Dulce foi para o seu apartamento, encontrando uma ruiva possuída pelo ódio na sala. Dulce ficou um bom tempo conversando com Juliana que cuspia e xingava a loura, amaldiçoando toda sua família.

– Juliana... eu não sei mais o que dizer, - Dul disse, enquanto sentia sua cabeça latejar, ela precisava dormir.

– Ela conversou com você, não foi? O que ela te disse?

– Ah... Ela disse que estava tentando evitar isso para não te chatear, mas acabou acontecendo e...

– Acontecendo? Acontecendo?!?! Aquela filha da puta não presta!

Dulce respirava fundo.

– Você traiu a Leona várias vezes, agora ela terminou. Você realmente gosta dela, Juliana?

– Claro que sim! Eu não ligo para as outras! - Falou com revolta. - Só foi um passa tempo, Dul!

– Mas ela descobriu e terminou com você...

– Está do lado dela agora?

– Não, Juliana, eu não estou do lado de ninguém. Mas parece que você e Leona...

– E como Leona veio parar aqui no apartamento aquele dia?! Kirias deve tê-la trazido de propósito!!!

Dulce balançou a cabeça negativamente, ela realmente não sabia, porque não havia conversado com a outra ainda. A sua agenda estava lhe deixando maluca, a karateca não tinha tempo nem para namorar.

– Juliana, o que você sente de verdade pela...

– Eu não gosto de falar da minha vida pessoal! - Interrompeu, - eu estou vendo que você está do lado da Kirias, é claro! Como sempre, Dul!

Dulce ficou em silêncio vendo a ruiva se afastar, trancando-se no seu quarto. Ótimo, agora ela ia ter que aguentar o mal humor de suas amigas que solicitavam que ela escolhesse um lado. Mas não havia uma escolha, ela queria paz. A sua vida já tinha perturbações demais.

– "Espero que Any se recupere logo... ela me disse algumas coisas bem chatas enquanto estava drogada". - Pensou, olhando para uma garrafa de vodka que havia em cima da mesa, por um momento a segurou, mas desistiu, ela não podia afogar suas mágoas na bebida e ainda estava preocupada com o estado de saúde de sua namorada e se não bastasse, ela tinha que decorar um texto de trinta páginas para o dia seguinte.

Sua cabeça latejava, estava cheio de problemas e seu corpo precisava de descanso.

OoO

Continua...