Fanfics Brasil - Capitulo 23 Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon

Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon


Capítulo: Capitulo 23

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 Dois dias depois...


 


Na casa de Leona, família estava reunida na sala para que enfim a guarda-costas fosse apresentada.


 


– Pode entrar, Melissa, - avisou a mãe, olhando para o corredor.


 


E quando ela adentrou na sala a morena piscou algumas vezes e sua memória começou a funcionar. Com certeza já havia visto Melissa andando pela rua da faculdade ou então em alguns barzinhos que frequentava. Mas nunca havia percebido que isso era uma frequência, que ela a estava seguindo ou pior, lhe vigiando para depois contar tudo para os seus pais.


Melissa colocou as mãos para trás, na posição de descanso de uma soldada. Ela olhava diretamente para o pai da família que estava dando as ordens a sua funcionária, explicando e detalhando como queria que ela trabalhasse a partir de agora. A guarda-costas era mais velha, ela era mulata, sua cor era semelhante a um chocolate ao leite, ela tinha um brilho especial e ao longe parecia bem macia. O seu rosto era perfeito, quadrado e lábios carnudos. Os olhos eram um show a parte, com grandes orbes esverdeados. Certamente que ela devia fazer muito sucesso, porque era alta, forte e tinha aquele jeito de soldado.


Leona estava afundado naquela poltrona e quando seus olhares se cruzaram, ela sentiu uma agonia correr por seu âmago. Aquela situação era muito constrangedora, revoltante. Ela ia ter praticamente uma babá. Contudo ela era uma mulher, não precisava desse tipo de tratamento. E a discussão começou, Melissa apenas observava em silêncio, ela havia se acostumado com o jeito da família pelo pouco tempo que estava trabalhando com eles. Na verdade, já sabia bastante sobre Leona, suas primas, principalmente Juliana e das demais garotas, principalmente Kirias. Porque eram os que mais viviam próximo a sua protegida. Depois de um tempo os pais saíram, deixando as duas a sós na sala. Elas ficaram se olhando, até que Leona suspirou e se ergueu, indo até a grande janela, olhando para a rua úmida e fria.


 


– Você conta tudo para os meus pais?


– Apenas o necessário.


– Não fala nada de Juliana e as demais garotas comigo? Afinal, você já deve ter visto eu me relacionando com ela? – Perguntou sem nenhum constrangimento, na verdade ela era uma funcionária da família e não estava com vontade de ter um relacionamento feliz com ela.


– Não, sobre isso eu não comento. Afinal, os seus relacionamentos não interessam, apenas a sua segurança, senhorita. – Respondeu, chamando a atenção da menor, que até se simpatizou. – Não se preocupe quanto a isso, eu só vou cuidar de sua segurança e daquilo que a senhorita pedir.


 


Leona se permitiu sorrir quando ouviu aquilo, mas ainda não se conformava com a situação.


 


– Sabe sobre meu sequestro?


– Sim, já me contaram sobre tudo.


– Quando estiver comigo, não fique desse jeito... – pediu, apontando o dedo indicador na sua direção.


– Ao que se refere? – Perguntou, olhando para seu próprio corpo, permitindo que uma mecha de seu cabelo castanho escuro caísse por seus olhos.


 


O cabelo de Melissa era ondulado, parecia que ela cuidava muito bem, porque eram longos, brilhantes e moviam-se com maciez por seu couro cabeludo. Aliás, tinha um forte sotaque francês, era realmente um charme.


 


– Essa postura de militar. Fique como eu, vista-se como uma moça qualquer na rua, eu não quero que notem que você é minha segurança.


– Eu estou seguindo o protocolo, mas se é o que a senhorita deseja.


– E não me chame de senhorita, por favor. – Comentou o que estava lhe incomodando. Não poderia ir para a faculdade acompanhada de sua nova guarda-costas desse jeito.


 


Ela ficou encarando a mais nova, pensando se seria correto seguir suas ordens, mas iria aceitar a princípio para depois relatar ao seus superiores, que eram os pais do sua protegida.


 


– Estou apenas seguindo ordens, eu sou funcionária dessa casa, senhorita. Eu não quero faltar com o respeito.


– Mas eu estou pedindo, isso não é faltar com o respeito. Tratar-me com respeito não significa me chamar ou não de senhorita. Chame-me pelo meu nome, refira-se a mim como “você”, eu não quero essa formalidade. Isso é constrangedor.


 


A guarda-costas concordou balançando a cabeça, e depois ficou olhando para Leona que a encarava com os braços cruzados, parecendo estar enfezada.


 


– Sua postura... – avisou novamente, apontando para ela.


 


Melissa relaxou os braços, deixando-os parado na frente de seu corpo, ficando ereto.


 


– Assim está melhor. Agora eu vou dormir...


– Quando for sair, não hesite em me chamar, Leona. –Avisou, olhando para a mais novo se afastar. – E pode me chamar de Mel.


 


Leona nem respondeu, estava com raiva, ela subiu para o seu quarto e lá se trancou. Ela se jogou na sua cama e olhou para seu celular, vendo que tinha duas mensagens. A primeira era de Juliana e a segunda de Kirias, ela não leu nenhuma a princípio, apenas sorriu, gostando de ser desejada por duas mulheres tão atraentes e envolventes como elas.


 


– “Pelo menos quando Juliana vier querendo me bater, eu posso pedir para Mel me defender” – refletia, enquanto seus dedos se moviam pela tela do celular, abrindo as mensagens.


A primeira era da ruiva:


 


“Leona, como você está? Eu não pude lhe visitar na clínica, porque tinha uma prova na faculdade. Quando ler essa mensagem, me liga. Nós precisamos conversar seriamente...”.


 


Leona ergueu sua sobrancelha. Elas tinham que conversar seriamente? Obviamente que ela não havia engolido aquele fora e queria se explicar. Mas como explicar uma traição? Sendo que era uma traição constante ainda!


A segunda mensagem era de Kirias:


 


– “Está muito sozinha no alto da torre desse castelo? Se quiser conversar, ligue para mim”.


 


Ela sorriu ao ler a segunda mensagem, no íntimo estava adorando ver Juliana correndo atrás dela. E apesar de não ter se acostumado com as investidas de Kirias, aquilo estava elevando seu ego. De repente seu aparelho vibrou e olhando para quem lhe ligava, ela torceu o nariz e não atendeu. Mas o aparelho continuou a lhe chamar, repetidas vezes, implorando para ser atendido, até que Leona não resistiu.


 


– Enfim atendeu.


– O que você quer Juliana?


– Eu quero saber sobre você, droga!


– O que quer saber?


– Leona, por que se drogou? Quando eu vi você daquele jeito eu fiquei transtornada. E na clínica, você estava muito ruim.


– Foi me visitar?


– Claro! Achou mesmo que eu não ia te visitar? Olha, eu sei que passamos por alguns problemas, mas eu amo você.


 


Leon não conseguiu responder, ela sentiu uma tristeza invadir seu peito. Por que era tão fácil falar de amor quando estavam afastadas? Por que não falavam de amor quando estavam juntas?


 


– Leona... por favor.


– Juliana, você me traía. Como pode falar de amor?


– Eu estava brava, eu nunca dormi com outra mulher, eu só bebia... e... e... aconteceu, eu não fiz de propósito e... nem queria te magoar.


– Que legal... Era isso que queria falar? Nossa, que nobre da sua parte não querer me magoar, Juliana!


– Leona, vamos conversar pessoalmente, eu preciso...


– Ah, eu não quero te ver, Juliana. Eu estou cansada, eu estou... muito cansada.


– Seus pais devem estar te sufocando, eu soube que eles te prenderam em casa e eu ouvi minha mãe comentando que eles contrataram um guarda-costas. Isso é verdade?


– Sim... eu estou sufocada.


– Eu posso ajudar, eu posso...


– Não pode fazer nada, apenas me deixe em paz. Eu acho que deu tudo que tinha que dar entre nós. Já nos machucamos demais, eu vou procurar outra pessoa e você deveria fazer o...


– Eu não vou aceitar isso!!!


– Problema é seu, Juliana! Eu estou morrendo de ódio de você.


– Se sente ódio de mim, isso é porque você ainda me ama.


 


Leona novamente não respondeu. Obvio que amava Juliana, isso estava estampado na sua testa. Mas o ódio estava tão próximo de seu coração que poderia facilmente mandá-la para o inferno.


 


– Leona, fale comigo, eu sei que errei... Perdão, eu preciso conversar pessoalmente com você...


– Juliana, por favor, me dá um tempo.


– Eu não consigo, eu vou até sua casa.


– Eu não vou te receber. Por favor, Juliana, por favor...


– E o que... Kirias está fazendo com você? – Perguntou, num tom mais baixo e sério.


– O que tem ela?


– Como assim!? Acha que eu sou idiota? Merda!!! Você deu bola para aquela idiota? – Indagou aos gritos. – Puta que pariu! Se eu encostar as mãos naquela filha da puta, eu vou arrebentá-la. O que foi que ela te disse Leona?


– Calma Juliana...


– Calma? Quer que eu tenha calma? Aquela filha da puta disse que era minha amiga e agora está dando em cima de você! O que você pensa disso?


– Juliana, eu não sei o que dizer. Eu acho que acabou acontecendo e...


– Acontecendo?!?!?!?!?!?!


– Pare de gritar, Juliana. Converse com ela se quiser, eu estou cansada de ficar brigando o tempo todo.


– Ela foi falar algo para você? Ela tentou... algo? Ela te tocou, Leona? Leona?


– E isso te interessa? – Indagou, rindo com divertimento, adorando torturar sua prima. – Juliana, não é da sua conta. Se eu quiser transar com a Kirias, eu não vejo problema. Somos solteiras, ela é atraente e está a fim de mim, eu...


– Cala boca!!!! Como ousa falar isso? Ela só quer brincar com você!!! Estamos falando da Kirias, Leona! Da Kirias, ela não gosta de ninguém, ela só vai te bater te usar para esquecer as amantes dela, ela não está preocupada com...


– Você parece estar se descrevendo, Juliana. Aliás, ela foi tão gentil comigo que...


– Eu vou matá-la!


– Boa sorte, eu vou dormir.


– Leona não desli....


 


Leona desligou, ela estava suando. Seu rosto estava vermelho e estava com raiva, constrangida e um pouco animada com aquela situação, era um misto de sentimentos que lhe deixava em exaltação. Ela mesma não acreditou que poderia dizer todas aquelas coisas para Juliana.


A morena sentiu o telefone tocar novamente, ela nem sequer pensou, apenas atendeu e disse:


 


– Vá para o inferno, eu não quero mais você na minha vida!


 


Foram alguns segundos de silêncio, Leona apenas esperou a resposta e se arrepiou ao ouvir a voz da outro lado da linha.


 


– Está bêbada? – A voz de Kirias lhe trouxe a realidade. Leona olhou para a tela do seu celular, vendo o número que lhe ligava. – Leona?


– Ki... Kirias?


– Estava falando com sua prima? Achou que fosse ela?– Perguntou, rindo alto. – Juliana está te infernizando?


– Kirias...


– Sim, sou eu! Eu te liguei, mas estava ocupado. Estava falando com Juliana?


– Ah... estava.


– Por que está falando tão baixo?


– Não estou, - respondeu, num longo suspiro que pôde ser ouvido do outro lado da linha.


– O que está fazendo?


– Nada.


– Eu posso ir na sua casa?


– Na minha casa? Agora?


– Sim. Eu posso?


– Eu estou cansada.


– Eu vou te animar, então. Eu estou indo aí.


– Kirias... O que você quer afinal?


– Oras, eu não fui clara? Eu quero ficar com você. O que mais precisa ouvir?


– Eu... eu estou num momento difícil, Kirias.


– Eu também, olha que coincidência! Eu estou saindo, até mais.


 


Leona ia responder, mas a loura desligou na sua cara, ela pensou em ligar novamente, mas dois toques na porta chamaram sua atenção, era um dos seus empregados avisando que tinha uma visita.


 


– Quem é? – Perguntou ao funcionário, enquanto descia as escadas.


– Ela disse que se chama Kirias, senhorita.


 


A morena respirou bem fundo e começou a descer até a sala, vendo aquela loura de moicano que lhe acenava com um sorriso cínico.


 


– Eu me esqueci de dizer que estava na frente da sua casa.


– Ah... tudo bem, Kirias. Como você está? – Leona acabou exibindo um sorriso, certamente que aquela visita quebrou sua irritação, talvez fosse bom conversar com alguém.


– Eu estou bem e você?


 


Elas iniciaram uma conversa introdutória, em alguns momentos riram e logo ficaram em silêncio.


 


– Vamos dar uma volta? Eu prometo te trazer em casa em segurança.


– Eu não sei.


– Ninguém vai te sequestrar, eu prometo. Eu até vou fazer aulas de tiro.


 


Leona riu com aquele comentário, mas não duvidou que aquilo poderia ser verdade. Afinal, não podia duvidar das ações de Kirias. A loura estava entretida nas expressões de Leona, de como ela colocava a todo instante os cabelos atrás das orelhas, ou como ela mordia o lábio inferior quando estava pensativa, mas o cheiro forte de seu perfume estava em todo o cômodo. No final Leona acabou concordando em sair, ela estava sufocada. Pediu para que Kirias esperasse ela trocar de roupa, a morena subiu até seu quarto, trocou-se com suas vestes de costume e desceu, parando no último degrau da escada ao ver Mel parada na sua frente.


 


– A senhorita irá sair?


– Eu... eu vou.


– Eu vou levá-la.


– Eu vou com Kirias, ela está de carro.


– Eu não posso permitir, eu tenho ordens de ser sua motorista.


– Mas... como vai ser isso quando eu for sair com minhas amigas? – Indagou indignada.


– São minhas ordens, senhorita.


– Então siga o carro, bem simples.


– Não posso.


 


Kirias que estava até agora na sala, acabou se erguendo e indo até o centro do hall de entrada, onde viu uma mulher conversando com Leona, que parecia estar bastante chateada.


 


– Vamos, Leona?


– Kirias... eu não vou mais.


 


A loura não entendeu, depois mirou seu olhar naquela mulher de roupa social que lhe olhava de soslaio.


 


– Por que?


– Bom, eu vou te apresentar Mel, ela é minha guarda-costas. – Disse com um tom carregado de irritação, - ela tem que me levar nos lugares, ou seja, ela dirige.


– Que ridículo... – Kirias falou, cruzando os braços, aquilo era o cúmulo do bizarro. – Como faz se você quiser ir num motel? Ela vai entrar junto? – Perguntou, rindo bem alto, imaginando como aquela situação era patética.


 


Leona ficou ruborizada com aquele comentário, ela encarou Mel que parecia ter ficado contrariada com a loura. Dava para notar que ela não era impassível e robótico como Leona pensava. O trio ficou em silêncio e Kirias ergueu sua mão e puxou a mão da menor. E o aconteceu no instante seguinte assustou a loura, quando ela se deu conta, acabou sendo arrastada para fora da mansão, tudo foi tão rápido que quando ela piscou, já estava do lado de fora e a porta bateu logo atrás. Leona estava com a boca aberta, olhando para Mel que estava de costas, com a mão na maçaneta, trancando-a, para depois virar até sua patroa, encarando a morena sem nenhuma expressão de divertimento ou contentamento, ela só estava seguindo as ordens.


– Pediram para que eu só permitisse que a senhorita saísse quando eu a levasse e afastasse qualquer pessoa que tentasse lhe tirar de casa ou te afastar da minha visão.


– Você ficou louca?! Não pode tratar assim os meus convidados!!!


 


Leona caminhou até a porta, fez a menção de abrir, mas foi puxada por aquela mão grande e forte que a puxou para trás tentando ser delicada, mas isso era impossível, porque Leona era uma mulher também, era forte e tentava se soltar, xingando e gritando.


Do lado de fora, Kirias estava apenas ouvindo a gritaria e os palavrões que Leona soltava, a loura ficou olhando para o quintal, procurando alguma entrada. Ela andou aos redores e encontrou alguns empregados que foram comunicados pelo rádio que deveriam convidar Kirias a se retirar. E novamente a loura ouviu o som do portão bater nas suas costas, ela estava na rua, olhando para aquela casa.


 


– “Quando eu falei sobre estar presa numa torre, protegida por um dragão... eu estava brincando. Que loucura! Essas pessoas são problemáticas... melhor não causar estresse a Leona” – refletiu, mandando uma mensagem de celular para a morena, avisando que estava tudo bem e que iria para casa e que a veria no dia seguinte na faculdade.


 


Dentro da casa, Leona se livrou daquelas mãos, olhando seus braços que estavam vermelhos e depois encarou aqueles orbes esverdeados.


 


– Eu sinto muito.


– Não, você não sente. – Falou, afastando-se com a cabeça baixa, sentindo vontade de chorar. Aquilo era patético.


– Quando a senhorita for sair, por favor, me comunique.


– Cala a boca! – Gritou, olhando para trás com toda sua raiva, encontrando um par de olhos que lhe seguiam.


 


Melissa suspirou, ela olhou para suas mãos que tremiam levemente. Quando Leona se afastou, ela tocou com a palma da mão no seu nariz, como se fosse apenas se coçar, mas a intenção era aspirar o cheiro do perfume daquela jovem que estava nos seus sonhos. No começo havia achado aquele trabalho uma idiotice, mas pagava bem e ela ainda não havia encontrado um emprego decente para pagar suas contas, sendo que já estava com seus vinte e seis anos. O seu tio, que era um general do exército, que era amigo da família Sabelio havia lhe indicado e por isso estava em tal cargo. Ela estava contente, apenas seguia Leona, mantinha qualquer indivíduo suspeito afastado e ganhava seu salário semanal. Contudo, tudo começou a ficar problemático quando começou a vivenciar demais a vida da sua protegida. Leona era uma pessoa gentil, ajudava velhinhos a atravessarem a rua, parava nas faixas de pedestre, encontrava-se sempre com Carlos o qual pagava suas contas e enchia sua geladeira de comida, doava dinheiro a uma instituição de crianças carentes, vivia mandando doces e flores para seus avós, estudava bastante e... era dotada de um charme e beleza sobrenaturais. Melissa Meier estava se dando por derrotada.


 


– "E agora ela me odeia", - pensou, enquanto subia as escadas que davam para os quartos, ela olhou para a porta trancada e ficou encostada na parede.


 


OoO


 


 


Na manhã daquele dia, Dulce estava no escritório do seu agente ouvindo as últimas notícias. Certamente que o seriado não estava dando tanto lucro para os empresários e estava em fase de ser cancelado, isso porque a vida pessoal do ator principal era uma piada, ele vivia bebendo, causando confusão e ainda por cima foi acusado de bater na esposa. O público se revoltou e parou de assistir ao seriado.


 


– O que pretende fazer agora, Dul? - Perguntou o homem que ajeitava o seu palitó, ele estava jogado na sua cadeira giratória, enquanto fumava seu charuto cubano.


– Eu vou para casa, - disse sincero, ela mesma não sabia o que pensar. Ela estava desempregada e entristecida por ver tudo que construiu ser arrancado tão facilmente de suas mãos.


– Não, Dul, eu estou falando quanto ao trabalho na televisão. O que pretende fazer?


– Acho que vou voltar para faculdade, ver se estudo e faço alguma coisa que me dê estabilidade, - disse entre um suspiro, puxando uma unidade de seu cigarro, onde ascendeu e logo começou a fumar. Ela estava ansiosa.


– Você tem o contrato de 1 ano com a marca de Jeans, Dulce. Também fez uma participação especial naquele filme, com certeza vão chamá-la para outros trabalhos.


 


Dulce riu baixinho, lembrando-se que recebeu a proposta de atuar em um filme pornô, ela nem havia comentado com Anahi e as demais, porque viraria motivo de piada e sua namorada ia querer enforcá-la.


 


– Sim, eu ainda estou gravando aquele comercial, - falou, tragando de seu cigarro. - Eu juntei um bom dinheiro, dá para eu me virar por enquanto.


 


O agente balançava a cabeça negativamente, Dulce não tinha noção de como era bonita e carismática e de como poderia conseguir facilmente qualquer emprego, porque apesar de tudo, ela sabia atuar.


 


– Eu estou vendo dois seriados policiais que estão sendo gravados. Eu vou ver se estão fazendo seleção para algum personagem importante...


– Eu não quero, está bom assim. Eu cansei de ficar sendo perseguida na rua e...


– Dulce, você não está raciocinando! - Gritou, dando um tapa na mesa. - Logo vão esquecer que você existiu, você ficou pouco tempo na televisão, por mais carismática e cobiçada, você não pode ficar recusando trabalho.


 


Dulce se ergueu, ela não queria ter aquela conversa novamente com seu agente. Na verdade, ela sentia vontade de ser empresária, criar uma agência e usar de seus contatos para promover aspirantes a artistas e modelos. Afinal, Dulce ganhava bem, mas o que seu agente recebia não era nada modesto. Ela precisaria de uma boa mão de obra, estudo e felizmente já havia feito muitos contatos na televisão, principalmente com aquelas pessoas as quais todo mundo desprezava, como maquiadores, cabeleireiros, câmeras, faxineiras, etc. Eram pessoas importantes, que desempenhavam papéis fundamentais para o andamento de qualquer filme, novela ou comercial. Eram essas pessoas que faziam o show acontecer e ter elas em sua agenda telefônica era muito necessário.


 


– Eu tenho que ir, qualquer coisa me ligue.


– Dul, se você continuar com esse comportamento, eu não serei mais seu agente.


– Tudo bem, está demitido.


 


Dulce nem sequer olhou para o homem a sua frente, ela arrumou seus óculos escuros no rosto e saiu, fumando seu cigarro, sentindo um frio correr por sua espinha. Não sabia se sua decisão havia sido correta, mas não aguentava mais fazer as coisas sentindo-se mal, com remorso, sentindo que estava largando o que era realmente importante. Ela puxou o celular que estava no bolso de sua calça e começou a mexer nas pastas de seu programa, indo para as fotos, encontrando o que queria. Ela parou de repente e sorriu, vendo uma Anahi sonolenta jogada na cama. Não demorou para que seus dedos corressem para os números certos e ligasse para sua namorada.


 


– Any?


– Oi, Dul... sabe que horas são? São sete horas... - falava com uma voz sonolenta.


– Eu estava vendo um apartamento para alugarmos. O que acha de passarmos para dar uma olhada? Eu vou te buscar.


– Agora!? Que apartamento? Você nem falou que estava procurando alguma coisa!


 


Dulce riu baixinho, ela voltou a fumar seu cigarro, enquanto ouvia sua namorada iniciar um longo falatório cheio de indagações. Alguns minutos depois, a karateca desligou e ficou caminhando de cabeça baixa, ela não havia ido para a agência de carro, mas sim de táxi. Ela precisava andar um pouco, parar com essa agitação. Parecia que vivia num filme pressionado para frente, sem pausas, sem tempo para viver. Começou a chuviscar, mas ela não se importou, ao contrário, acabou sorrindo, sentindo-se libertada. Ela parecia que havia se libertado e o interessante era que somente ela tinha o poder de fazer isso, mas tinha medo de jogar tudo para o alto, de ficar sem nada, sem trabalho, sem dinheiro, de talvez ser apontado como uma idiota por todos, por ver um olhar de reprovação no rosto de sua mãe ou até mesmo no de Anahi.


 


– "Agora vai dar tudo certo..." - Pensou, parando na esquina daquela avenida, erguendo a mão, pedindo por um táxi que logo parou. Ela entrou, passou o endereço e se acomodou no banco de trás.


 


Em poucos minutos estava no apartamento de sua namorada, que como sempre encontrava-se vazio. Dessa vez a situação era ainda mais caótica, porque Leona havia sido obrigada a se mudar para sua casa e Carei estava enfiada na casa da escritora. Any a abraçou e beijou o rosto molhado, a chuva havia sido intensificada e a sua karateca estava toda molhada.


 


– Aonde estava? - Perguntou a anfitriã, indo até o banheiro, onde apanhou uma toalha, entregando-a para a mais alta que começou a se secar, enquanto já retirava seus sapatos.


– Na agência.


– Estava conversando sobre a série? O que vai acontecer?


– Realmente acabaram com os contratos, - disse tranquilamente, enquanto secava seus cabelos.


– O que?! E agora!?


– Agora eu vou receber pela campanha de Jeans e depois... eu estava pensando em fazer uma faculdade de gestão de empresas, algo do tipo.


 


Anahi estava abobada com aquela revelação. Dulce jogou a toalha em cima do sofá e se aproximou, abraçando sua namorada pela cintura, puxando seu corpo magro, afundando a cabeça na curva do pescoço para lhe beijar a pele quente, deixando sua língua resvalar pela região.


 


– Eu quero que a gente dê certo dessa vez.


– Dul, nós vamos dar certo, porque nos amamos.


– Mas brigamos muito, eu não aguento mais. Perdoe-me, eu fui relapsa, eu te abandonei, mas eu fiquei inebriada por esse mundo de estrelas.


– Dul, eu não quero que você abandone seu trabalho, eu...


– Shhhh! - Pediu silêncio, colocando o dedo indicador na frente dos lábios de Anahi, depois se aproximou e a beijou carinhosamente, mordiscando seus lábios.


– Mas Dul...


– Acabou, Any.


 


E Dulce sorriu, enquanto acariciava o rosto a sua frente e nesse momento Anahi percebeu como sua namorada estava cansada, se parasse de criticá-la, ela notaria que Dulce havia emagrecido horrores, ela estava com olheiras, com linhas de expressão na testa e sempre com os ombros pesados. Ela estava exausta.


 


– Vamos ver o apartamento? Eu já agendei com a corretora.


 


Anahi voltou a lhe abraçar, agarrando aquele corpo com mais força. Ela estava se sentindo sozinha, mas podia ver que Dulce também estava na mesma situação.


 


– Não quer dormir um pouco? Você parece estar cansada.


– Não, eu quero resolver isso logo. Vamos, eu achei um lugar muito legal. Não é um apartamento, mas sim uma casa e dá para comprar aquele cachorro que você queria... tem espaço para um quintal grande... - Falava, lembrando-se de quando Any lhe disse que desejava morar numa casa grande e alegre.


 


Por um momento a mais nova quis agarrar sua namorada e jogá-la na cama, para depois lhe encher de beijos carinhosos, mas estava ansiosa para ver essa casa. Em pouco tempo se arrumaram e saíram de táxi, indo até a corretora, para depois serem levadas até a casa que ficava no mesmo bairro que Leona morava, apesar de não ser próximo de sua casa, porque as casas da região eram muito caras. Anahi sorriu ao ver uma casa ao lado de um café francês e do outro lado havia outras residências e alguns comércios bem simpáticos e agradáveis. A casa de paredes pintadas de amarelo pareciam brilhar aos olhos do casal, elas acompanharam a corretora que falava de todos os detalhes da casa. Por um momento Anahi queria comprá-la, mas se conformou em apenas alugá-la. A casa era maior que o apartamento e tinha um quintal grande, com grama e cimento. No primeiro andar havia sala, cozinha e banheiro e no segundo andar dois quartos e um escritório. A casa não tinha mais de dez anos e o aluguel não era muito barato, mas elas podiam pagar com tranquilidade. Não demorou para que Anahi tomasse a frente e fechasse o negócio.


 


– Tem certeza, Any?


– Tenho, eu me apaixonei, Dul.


 


Dulce sorriu vitoriosa, enfim estava fazendo sua namorada feliz. Elas suspiraram e voltaram para o escritório onde toda a burocracia ia entrar em ação, mas resolveram tudo com maestria, porque afinal, elas tinham dinheiro e isso era o grande agente que possibilitava qualquer negócio. Após liberarem dinheiro, pagarem aluguel adiantado, assinarem contrato e Dulce dar um autógrafo a corretora, o casal saiu com um belo sorriso desenhado nos lábios.


 


– "Dessa vez vai dar certo!" - Anahi refletia, sentindo-se energizada. Sua alegria voltou para dentro de seu peito.


 


OoO


 


Continua...



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Autor(a): lunaticas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 61



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  • tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38

    Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.

  • ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27

    kd vc? volta apostar please

  • cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55

    adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)

  • cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20

    O Capitulo ta bugado Ç.Ç

  • anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48

    Deu bug no cap

  • rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12

    E essa fic aqui, como fica??

  • rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29

    cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!

  • luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20

    Postaaa maiss...

  • rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03

    POSTA MAIS!!!!!

  • maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19

    posta mais.....bjaum lu


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