Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon
No prédio de tijolos alaranjados. Miles olhava para sua namorada, enquanto comia silenciosamente, agradecendo mentalmente por não estar com a cabeça doendo naquela madrugada. Ela havia passado no médico e descobriu que sofria de cefaléia e que estava sob estresse, por isso sua cabeça parecia doer ainda mais. A ruiva apenas observava sua namorada comer, debruçada na mesa, olhando-a com sono, deixando seus olhos ficarem pousados no movimento de sua boca.
– Eu estou morrendo de sono. Você não vai dormir? Sabia que faz mal comer tarde assim? E você já vai dormir, isso não faz bem, Miles.
Miles apenas concordou com a cabeça e voltou a mastigar seu lanche natural, saboreando o sabor fresco do tomate. Ela estava estressada ultimamente, pouco dormia e tinha que aguentar as mensagens impertinentes que recebia do seu pai. Sua paz havia acabado!
O pai de Miles resolveu colocá-la para trabalhar na empresa, contudo estava sendo um terrível destino para ela, porque não gostava de ficar enfiada num escritório, envolvida em burocracia e rotinas administrativas. Hudi a enchia de perguntas quando chegava em casa e inventou na sua cabeça que ela a estava traindo com a nova colega de trabalho. Sua vida que antes era calma e acompanhada pelo doce som do piano havia corrido pelo ralo, jogando-a numa rotina estressante.
– Miles, você tomou seu remédio?
Ela respondeu positivamente com a cabeça, voltando a mastigar, queria acabar com aquela fome, com aquele incômodo no estômago antes de se jogar na cama.
– E como foi hoje no trabalho? Por que chegou tão tarde? Podia ter me mandado uma mensagem, eu fiquei preocupada. - Falava, enquanto observava o desenho de suas próprias unhas, enfiando algumas na sua boca para roer, arrancando alguns pedaços. - Você viu que eu te mandei algumas mensagens?
– Vi.
– E por que não me respondeu?
– Eu ia responder, mas acabei esquecendo.
– Como? Como você se esquece tão rápido de mim? Você começou a trabalhar e fica doze horas naquele escritório. Bem que você podia me levar para almoçar com você!
A morena sentiu raiva, seu corpo estava adoecendo e ouvir aquele falatório que antes julgava doce e atrativo, agora estava se tornando um pesadelo. Ela largou o lanche no prato, havia perdido a fome, ela se ergueu e o jogou no lixo, jogando o prato na pia de qualquer jeito, sendo acompanhada pelo olhar surpreso da ruiva. Miles foi até o banheiro, escovou os dentes e se sentou na cama, massageando suas têmporas, enquanto sua namorada se aproximava.
– Está brava comigo agora?
– Hudi... por favor.
– O que foi? Por que você não me fala o que está pensando?
– Eu preciso dormir. Eu acordo daqui quatro horas.
O seu travesseiro foi ajeitado e ela se deitou, cobrindo-se com o cobertor xadrez, virando-se de lado, olhando para o armário embutido da parede.
– Hei, eu quero conversar. Você vai chegar amanhã do mesmo jeito e...
– Hudi, por favor.
A ruiva ficou vermelha de raiva, ela saiu do quarto batendo os pés, apagando a luz e batendo a porta. Miles iria atrás dela, pedir desculpas por ser grossa, mas estava cansada e o sono estava intimando-a a descansar. Na sala, a ruiva vestiu seu tênis e sua jaqueta e saiu, ela não aguentava mais ficar tentando buscar algum diálogo inteligível com sua namorada. No começo era bonitinho ter uma namorada que falava tudo que queria ouvir e lhe enchia de beijos, mas tudo parecia ser muito falso. Miles raramente conversava assuntos sérios e isso fazia ela se sentir insegura. Ao chegar na rua, ela pegou um táxi e foi para o barzinho das irmãs Honoi. Ela ajeitou os cabelos vermelhos e entrou no lugar, buscando algum rosto conhecido no início, mas logo se sentou no balcão, olhando para a garota atarefada que preparava os drinks.
– Boa noite. O que gostaria de beber? - Perguntou Selena, abrindo um sorriso sedutor para aquela ruiva atraente.
– Você escolhe, - respondeu, voltando a olhar para o mezanino, procurando Amín ou Haziel. - As donas não estão aqui hoje?
– Não sei, - mentiu, afinal não sabia quem era aquela ruiva sedutora para ficar falando da rotina de suas chefes.
A ruivinha nada disse, ela começou a conversar com a barman que lhe oferecia alguns drinks especiais.
– "Ah, Miles... você nem deve ter ciúme de mim. Só eu que quero conversar e me acertar com você..." - Refletia, enquanto bebericava de sua bebida. - "Você vai ver...".
Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.
Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.
(Amor é Síntese - Mário Quintana).
OoO
Miles observou sua namorada se arrumar mais uma vez, com aquele perfume doce e agradável que sempre estava presente no seu pescoço e nos seus pulsos. A ruiva andava de um lado para o outro, ela já havia dito que queria sair um pouco, porque era sexta-feira e gostaria de se divertir. Miles por sua vez estava exausta e se esforçava para suas pálpebras manterem-se abertas, enquanto assistia um programa qualquer de televisão.
– Não vai querer sair mesmo? - Perguntou mais uma vez, enquanto olhava para o interior da sua carteira, verificando se havia pegado tudo que era necessário.
– Eu estou cansada.
– Hoje é sexta-feira, ainda. Nunca mais saímos direito depois que você começou com esse trabalho e... - Hudi começou o seu discurso incansável que fazia o estômago de Miles embrulhar, ela ficou falando por mais alguns minutos, tentando convencê-la a sair de casa, contudo teve a mesma reposta seca e apática.
A menor estava irritada, ou melhor, estava furiosa com o fato de seu relacionamento estar decaindo nesses últimos dois meses. Antes elas costumavam a fazer sexo quase todos os dias, mas agora passaram para uma vez na semana, sendo de sábado à noite e em casa ainda. Nem para ir num barzinho ou um restaurante gostoso para depois se amarem num motel. A ruiva entendia que elas precisavam cortar gastos, porque finalmente estavam cortando os laços monetários com suas famílias, tentando viver a vida da melhor forma possível. Claro que tinham uma mesada, só que dessa vez era menor, porque suas famílias não queriam que elas passassem nenhuma dificuldade, e por isso agora teriam que economizar e procurar trabalho. Eram adultas! A adolescência se foi... Ao notar o olhar cansado de sua namorada, Hudi até sentiu um pouco de remorso, ela jogou a carteira em cima da mesa e caminhou até ela, sentando-se no sofá para lhe beijar a bochecha.
– Rapidinho, logo voltamos... - sussurrou ao pé do seu ouvido, recebendo um olhar de soslaio de seu parceiro. - Bebemos alguma coisa e depois voltamos para casa. O que acha? Você precisa distrair sua mente também.
Miles aspirou todo o ar a sua volta e virou seu rosto e beijou os lábios finos e rosados.
– Vá se divertir você está precisando se distrair. - Disse baixinho, acariciando uma mecha avermelhada.
– Não fica com ciúme de mim?
Miles balançou a cabeça negativamente, vendo o olhar carregado de cólera da menor.
– Como assim?!?!
E não ouve resposta, Miles apenas a beijou na bochecha carinhosamente, sua namorada se afastou, um pouco atordoada por ouvir aquilo, ela pegou sua carteira e falou um "até mais" baixinho, para depois sair. Miles apenas observou sua namorada agir por impulso, como sempre fazia e depois desligou o aparelho de televisão e foi para o quarto, onde se jogou na grande cama de casal e adormeceu.
Na rua, a baixinha de cabelo cor de fogo estava revoltada. Como assim Miles não tinha ciúme? Ela parou de repente na frente de uma vitrine, onde podia ver seu reflexo no espelho, ela tocou no seu rosto, observando suas sardas ao longo da face e seus olhos castanhos. E perguntava a ela mesmo se era feio. Será que não era tão atraente para sua namorada? Sua mão direita passou pelos fios ruivos, movendo-os de um lado para o outro e não se deu por satisfeito, seus cabelos sempre foram rebeldes. Depois olhou para seu corpo, ela era baixinha e magra. Ela arrumou a jaqueta e continuou andando de cabeça baixa, logo se postou na frente de um ponto de táxi e dali foi para o barzinho das suas amigas, mas dessa vez foi mais esperta, pegou seu celular e ligou para suas amigas. Quando Hudi chegou no barzinho, ela sorriu. Havia pessoas bonitas, música ao vivo e aquilo a relaxou, ela precisava sair um pouco de casa, porque Miles pouco falava e agora só queria dormir. Ela foi andando no meio das pessoas e foi direto ao balcão, onde uma barman já lhe sorria. Era Selena, que estava lhe exibindo um belo sorriso.
– Hudi, você de novo por aqui! Como está? - Perguntou de um jeito sedutor, apoiando-se no balcão.
– Olá, eu estou bem e você?
– Melhor agora, - respondeu dando uma piscadinha para a ruiva que apenas riu baixinho. - O que gostaria de beber?
Hudi fez seu pedido e ficou aguardando. Um toque leve no seu ombro lhe chamou a atenção, ela olhou e viu que era Haziel que estava ali, elas ficaram conversando até a bebida da ruiva ser pronta e se afastaram, indo até o mezanino, onde estava Amín. O trio se acomodou nas cadeiras e ficou olhando a movimentação do andar abaixo.
– Como estão indo as coisas por aqui? - Hudi perguntou.
– Um pouco difícil, tem muita coisa para administrar e minha irmã vive me dando bronca - Amín disse, apontando para sua irmã que apenas a olhou com divertimento.
– Hum, mas vocês se dão bem, afinal quase sabem o que um está pensando, - comentou, sorvendo mais de sua bebida.
– E como está Miles? Por que ela não veio?
Hudi respirou bem fundo e ficou olhando para as irmãs que se mostraram um pouco preocupadas. A ruiva era a único dentro todas as garotas que tinha um relacionamento saudável, sem brigas ou qualquer tipo de escândalo.
– Depois que ela começou a trabalhar, ela só vive pensando nisso. Não sai mais comigo, não conversamos mais, ela só quer ficar em casa... parece uma velha chata.
As gêmeas ficaram a dar conselhos, mas elas mesmos não tinham parâmetro. Haziel a aconselhou a jogá-la na parede e arrancar tudo que estava dentro do peito de Miles e Amín a aconselhou há dar um tempo no relacionamento. Nenhum daqueles conselhos animou a ruiva, primeiro, porque não era forte e manipuladora como Haziel e segundo, porque não queria se ver longe de sua namorada. A ruiva acabou mudando o rumo da conversa, porque falar em Miles estava lhe deixando depressiva.
– E como está a Leona? Eu liguei, mas ela nunca atende. - Amín comentou.
– Eu soube pela Alexia que ela teve uma overdose, - disse Haziel deixando as demais de boca aberta na mesa.
– A Leona está se drogando? - Amín perguntou incrédula.
– Bom, ela teve uma overdose e levou as outras garotas também. - Hudi completou.
– O que?! Eu não acredito!
– Agora os pais dela a trancaram dentro de casa e contrataram uma segurança particular para ficarem de olho nela, - Haziel as informava, afinal sabia de quase tudo, porque Kirias contava tudo para sua irmã.
– Coitada da Leona, mas por que ela está se acabando desse jeito? - Amín perguntava mais para ela mesma do que para as demais, ficando entristecida.
De repente, o celular da ruiva começou a tocar, ela puxou o aparelho e sorriu de canto ao ver quem estava retornando a sua ligação. Ela atendeu sob o olhar atento das irmãs.
– Oi, Leona. Estávamos falando de você, - Hudi disse ao atender.
– De mim? Ah, desculpe, eu estava no banho, eu não ouvi o celular.
– Estamos aqui no barzinho. Por que não vem para cá?
– Eu não sei...
– Algum problema? Vai ser divertido, venha aqui, bebemos um pouco e depois você volta para casa.
– Acho que eu estou precisando mesmo conversar, estou estressada em casa. Eu vou passar aí.
Hudi se despediu e desligou, olhando para as irmãs que estavam curiosas.
– Ela disse que vem!
Amín não conseguiu evitar um belo sorriso nos lábios.
– Ela está solteira, - Haziel completou, vendo que os olhos de sua irmã brilharam.
– Ela terminou com a Juliana finalmente? - Hudi perguntou, lembrando-se do estado que a ruiva se encontrava no seu apartamento no dia que Miles a arrastou para lá.
– Sim, pelo a que Alexia disse, mas agora tem um problema... Aquela imbecil da Kirias está dando em cima dela.
– Ah!!!! Então é por isso que a Juliana estava tão nervosa aquele dia! - Hudi comentou com animação, dando um soco na palma de sua mão. - Agora sim eu entendi, ela estava xingando a Kirias, a Dulce... falando da Leona, mas a gente não estava entendendo.
– Juliana estava na sua casa, Hudi?
A ruiva respirou e começou a contar a história desde o começo, juntando as suas informações com as informações que Haziel tinha para finalmente entenderem a história toda.
Uma hora depois, na rua, na frente do barzinho. Leona havia descendo do carro, quando sua segurança particular, ou seja, a Mel estacionou no estacionamento privado. A dupla desceu do carro, Leona andava ao seu lado, com as mãos no bolso de sua jaqueta.
– Você não vai se sentar comigo, Mel.
– Eu ficarei no balcão do bar e não me aproximarei. - Respondeu com seu forte sotaque francês.
– Ótimo.
– Caso vá para outro lugar, por favor, avise-me por celular, senão eu vou ter que intervir.
– Eu já sei!
Quando entrou no lugar, Leona viu sua guarda-costas indo até o balcão e ficou satisfeita, depois começou a subir a escada que levava ao mezanino, onde encontrou suas amigas. Ela as cumprimentou e sentou, sendo observada pelo trio, que estava um tanto curiosa para perguntar sobre o que havia acontecido, mas não seriam tão indelicadas.
– Faz tempo que não nos encontrávamos! - Hudi disse com animação, cumprimentado com um beijo no rosto da recém-chegada. - Vamos beber para comemorar.
E elas ficaram conversando por um longo tempo até que finalmente o assunto caiu no episódio do apartamento de Leona.
– Ah, então vocês já sabem... - Leona comentou com certo constrangimento.
– Por que você está indo para esse lado, Leona? - Amín perguntou, tocando no seu ombro. - Você não precisa dessa vida.
No final Leona acabou contando tudo em detalhes, falando de Eduarda, do episódio no apartamento, depois terminou falando da sua guarda-costas, apontando-a com o dedo para que suas amigas a vissem.
– Ela parece uma soldada, - Hudi comentou. - Ela é legal?
– Legal? Ela me sufoca. Kirias foi me visitar, e ela a jogou para fora da minha casa.
– Bem feito - Haziel comentou com divertimento.
Leona e as demais apenas riram e voltaram a conversar. A morena estava ficando bêbada aos poucos, e depois de alguns minutos, não sabia explicar, mas estava a sós com Amín na mesa.
– Onde está Hudi e Haziel? - Perguntou, sentindo todo o ambiente rodar. Ela segurou sua cabeça e ficou olhando para a sua anfitriã naquela casa.
– Elas foram no balcão, - falou, apontando para a dupla. - Logo Haziel vai embora, ela está cansada e Hudi está tão brava com Miles que não quer ir para casa. Haziel disse que vai lhe dar uma carona mesmo assim...
– Ah, é verdade! - Disse, lembrando-se que elas haviam comentado tudo isso na mesa. Leona voltou seu olhar para o balcão, vendo que sua segurança estava sentada, conversando com a barman.
– Sua segurança não tira os olhos de você, - Amín comentou. - Ela também joga no nosso time, pelo que deu para perceber. - E riu alto com seu comentário. - Ela não tentou arrastar as asinhas para cima de você, Leona?
A morena nem sequer comentou, ela sabia reconhecer uma lésbica quando a encontrava, mas não queria pensar em Mel, porque já a odiava e queria que ela sumisse da sua vida. Um toque sem seus cabelos chamou a sua atenção, Amín estava mais próxima, ou melhor, suas cadeiras estavam grudadas, ela havia passado um braço que ficou apoiado no encosto de sua cadeira e sua outra mão lhe acariciava uma mecha de cabelo. E quando foi que ela se aproximou tão rápida? Leona pensava, enquanto sentia um embrulho no seu estômago, ela olhou para a mesa e viu que havia misturado um monte de bebidas.
– Amín, eu estou muito bêbada... - falou, passando mão por sua testa.
– Eu percebi, você está falando mole. Quer se deitar um pouco?
Leona estava bêbada, mas mesmo assim não era idiota. Ela sabia a intenção daquela pergunta e apenas balançou a cabeça negativamente, balbuciando que deveria ir embora.
– Ah, não! Embora agora?
– Mas o barzinho vai fechar daqui uma hora, Amín.
– Ele ainda não fechou e eu posso ficar aqui dentro o tempo que quiser.
Leona virou seu rosto na direção de sua anfitriã a fim de falar que não estava se sentindo muito bem. Ela abriu seus lábios e aquilo foi um convite para a boca da loura se fechar na sua, num beijo carregado de paixão. Antes que ela pudesse reagir, a mão de Amín já estava na sua cintura e a outra na sua nuca.
No andar debaixo, Mel estava trocando alguma conversa fora sobre o lugar com a barman, mas parou ao ver sua protegida sendo agarrada por uma loura que ficou a noite inteira pendurada em seu ombro. Ela ficou olhando para seu copo de refrigerante e depois voltou sua atenção para barman.
– Quem é aquela ali? - Perguntou, apontando para Amín.
– Amín, ela é uma das donas daqui, - disse. - Aquela ali é uma amiga delas.
– Elas se relacionam sempre?
– Por que o interesse? - Indagou Selena com divertimento. - Está de olho em quem? Aliás, você está olhando o tempo todo para aquela morena.
– Nessa mesmo que eu tenho interesse.
Selena ficou desanimada, ela pensou que ia conseguir lucrar com aquela mulata sexy com sotaque francês que parou no seu balcão, mas pelo jeito estava chutando para escanteio as suas investidas. Primeiro tomou um fora da ruiva e agora estava constatando o segundo fora. Mel estreitou seu olhar quando viu seu alvo ser puxada e praticamente arrastada para o fundo. Ela se afastou do balcão e começou a subir as escadas, a fim de ver para onde Leona estava sendo levada. Quando chegou no mezanino, havia mesas vazias e no fundo um sofá, onde Leona estava junta com a dona do lugar. Ela não sabia se voltava ao balcão ou se ficava numa daquelas mesas mais para o canto. Ela pensou rápido e se dirigiu para uma mesa do canto, ficando atrás de um pilar, ficando constrangido com a situação.
No sofá, Leona estava sentada com as pernas abertas, com a cabeça jogada para trás, apoiada no encosto do sofá e os olhos fechados, enquanto Amín enfiava uma mão nos botões abertos de sua camisa e sua língua chupava seu pescoço.
– "Hoje você não me escapa!" - Amín pensou vitoriosa.
As pálpebras se abriram quando sentiu um toque no seu sexo, ela olhou para Amín e pensou em parar com toda aquela loucura, mas sua boca foi devorada novamente.
– Amín, vamos parar com isso...
– Não!
Leona gemeu ao sentir um puxão no seu couro cabeludo, ela foi empurrada e caiu com as costas no chão, assustando-se. Ela não sabia se havia caído no chão por estar muito bêbada ou se Amín o havia feito de propósito. A resposta era: as duas coisas. Amín se ergueu e puxou Leona pela mão, rindo baixinho com seu jeito desastrado, ela não havia medido sua força.
– Desculpa, - pediu. - Vem Leona, vamos no meu escritório.
A morena parou de andar, sentindo aquela mão lhe puxar a cada instante, insistindo. Ela não queria transar com Amín, não desse jeito. Não precisava magoar sua amiga e nem queria mais problemas para sua vida amorosa, ela tentou negar, mas estava sendo realmente arrastada, seus braços estavam vermelhos pelas marcas de dedos da loura que a puxava para um corredor, onde havia um porta no final.
– Eu não quero, Amín! - Disse num tom decidido.
– Leona, você tem que parar de ficar me provocando e depois tirar o corpo fora.
– Você que veio em cima de mim, eu estou muito bêbada. Desculpe, então.
– Sem desculpas dessa vez!
Leona voltou a ser arrastada até que ouviu uma voz grave carregada de um forte sotaque francês.
– Está na hora de irmos embora!
A dupla olhou para o lado e viu Mel se aproximando, ela puxou o braço de Amín que soltou Leona e depois puxou a morena para ficar mais afastada.
– Ah, você não deveria se intrometer na vida pessoal da sua patroa! - Amín falou com indignação.
Leona nem respondeu, ela estava atordoada demais e já se encontrava sendo arrastada novamente, mas dessa vez via Amín ficando mais longe, ela foi descendo a escada segurando-se no corrimão e Mel estava logo à frente, lhe puxando. A guarda-costas foi rápida, ela puxou a comanda delas, foi ao caixa e pagou em dinheiro, sem pedir troco e logo saiu. Na rua, o vento frio da madrugada estava despertando o sentido de Leona. Quando chegaram ao carro, a morena sentou-se no banco ao lado de sua motorista e ficou em silêncio.
– Coloque o cinto de segurança, por favor. - Mel pediu, vendo que Leona nem se mexeu. E com um suspiro, ela se inclinou para cima de sua patroa e puxou o cinto.
– Você estava me espiando? - Perguntou de repente.
– Não, eu só estava próxima.
– Por que interveio?
– Porque você não queria, - respondeu com insegurança. - Você estava relutante.
– Eu... eu realmente não queria. - Desabafou, olhando para Mel, pela primeira vez sem nenhum ódio no olhar. - Obrigado, - agradeceu em seguida.
– Só estou fazendo meu trabalho, senhorita. - Disse num tom alto, ela mesma não havia acreditado nas suas palavras. Ela nem sequer havia ouvido Leona dizer que não queria ir com Amín, ela viu que sua protegida estava um pouco relutante e já partiu em sua defesa, arrancando-a dali.
– Me fale um pouco sobre você, Mel... - pediu com uma voz rouca. - O que gosta de fazer quando não está me espionando?
– Nada interessante, senhorita.
– Por que está tão distante agora? Por que não fala comigo? - E riu baixinho, divertindo-se por estar colocando sua funcionária numa situação constrangedora. - Eu ordeno que fale comigo!
Mel viu que Leona estava realmente muito bêbada para estar falando desse jeito com ela, afinal ela não era assim. E novamente não respondeu e foi o suficiente para que a outra se acomodasse melhor no banco do carro e dormisse. Agora Mel estava dirigindo pelas ruas vazias de madrugada, com os vidros do carro fechados, sentindo o cheiro forte do perfume de Leona. Ela parou num dos faróis, e olhou de soslaio para a morena, ela ergueu sua mão trêmula e a chamou num sussurro, e sem resposta tocou numa mecha cor de ébano, ela ia tocar no seu rosto, mas a buzina do carro de trás a acordou para a realidade. Ela pisou no acelerador e continuou o percurso com o coração acelerado.
OoO
Continua...
Autor(a): lunaticas
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E andando pelas ruas da cidade estava Haziel, dirigindo seu carro, olhando a todo instante para a ruivinha que não parava de falar por nenhum segundo. A recém-empresária estava até pensando em como sua amiga conseguia respirar, engolir saliva e falar ao mesmo tempo em harmonia. – E você quer continuar esse namoro? - Haziel con ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 61
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tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38
Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.
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ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27
kd vc? volta apostar please
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cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55
adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)
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cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20
O Capitulo ta bugado Ç.Ç
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anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48
Deu bug no cap
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rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12
E essa fic aqui, como fica??
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rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29
cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!
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luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20
Postaaa maiss...
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rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03
POSTA MAIS!!!!!
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maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19
posta mais.....bjaum lu