Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon
E andando pelas ruas da cidade estava Haziel, dirigindo seu carro, olhando a todo instante para a ruivinha que não parava de falar por nenhum segundo. A recém-empresária estava até pensando em como sua amiga conseguia respirar, engolir saliva e falar ao mesmo tempo em harmonia.
– E você quer continuar esse namoro? - Haziel conseguiu perguntar numa pausa da menor.
– Sim, eu gosto dela apesar dela e...
– Se quer continuar o namoro... - A interrompeu. - Você acha certo sair num barzinho e deixá-la sozinha em casa depois de um dia cansativo de trabalho?
E pela primeira vez naquela noite Hudi não sabia o que responder, ela tocou no seu coração, sentindo uma angústia se espalhar por seu peito. Fechou os olhos e lembrou-se do semblante cansado da sua namorada, das palavras doces em troca de suas ofensas, por um momento seus olhos encheram-se de lágrimas, mas elas recuaram, não se permitiram resvalar pelas sardas das maçãs, apenas secaram.
– Já chegamos! - Haziel avisou, quando estacionou o carro, olhando para a sua amiga que abriu a porta mecanicamente, saindo como se fosse uma zumbi, sem nenhum tipo de vida no interior de seus ossos, caminhando com a cabeça baixa. Haziel até pensou em ir ver se ela estava se sentindo bem, mas apenas a observou adentrando no prédio de tijolos alaranjados.
A loura riu baixinho ao ver como sua amiga era frágil em suas concepções, num segundo estava dizendo que ia chegar em casa e acabar com a frieza de sua namorada e chutá-la para fora de sua vida e num único comentário, a ruivinha desistiu de todos seus planos malignos e desmoronou como uma criança amuada que via um ente querido partindo sem dizer adeus. E ao pensar em desentendimentos e brigas infantis, ela puxou seu celular, vendo que não havia nenhuma ligação ou mensagem de sua namorada. Ela anelou e relaxou seu corpo no assento do automóvel. Certamente que Alexia lhe encheria de mensagens e ligações no passado, mas com o passar do tempo a mais nova estava amadurecendo, e o que Haziel não sabia era que Alexia havia comprado dois livros de autoajuda e ainda pedia alguns conselhos para seus amigos de colégio e até mesmo para sua mãe. Agora, ela seguia os passos de todos os conselhos e no final estava conseguindo se dar melhor com sua namorada. Afinal, Haziel não era nenhuma flor que se cheire. Haziel mandou uma mensagem, sendo vencida pelo silêncio de sua parceira e depois ficou olhando para o seu aparelho, sem resposta. Por que ela não respondeu no instante seguinte? Geralmente Alexia respondia assim que mandava a mensagem. E nem esperou mais, tratando de ligar, na primeira vez caiu na caixa postal depois de tanto esperar, contudo insistiu, sendo atendido finalmente.
– Oi, Hazi, tudo bom?
– Por que demorou para atender?
– Eu estava tomando banho.
– Por que não leva seu celular com você?
– Por que está tão irritada? Pelo o que eu me lembre, eu que deveria estar brava aqui.
– Por quê? Eu não fiz nada, você que age sempre como uma mimada filho da mamãe e do papai, que precisa ter as fraldas trocadas.
– Hazi, você é impossível. Não quero discutir por telefone e eu quero dormir em paz.
– Quer desligar?
– Sim, boa noite, Hazi. Eu não quero desligar na sua cara e nem nada do tipo, eu só estou cansaa de discutir.
– Então desliga.
Um minuto de silêncio e Alexia se despediu com um singelo "boa noite" e desligou. O motivo da briga delas dessa vez era o ciúme da mais nova. Haziel vivia no barzinho, falando com vários fregueses, jogando seu charme a todas que vinham falar com ela, ignorando e deixando sua namorada na mesa solitária. No começo Alexia permitiu, pensando que ia ser bom para os negócios, contudo quando viu uma mulher passando a mão pela coxa de Haziel num dia, no outro dia viu um homem lhe abraçando com mais amabilidade, em outro dia viu um casal propondo um sexo a três... E todas as situações se transformaram em uma grande bola de neve para o casal. Haziel era orgulhosa e Alexia sensível demais.
– "Por que eu resolvi me envolver com essa criança? No começo por orgulho, para ferir aquela estúpida da irmã dela, no final ela me infernizou tanto que acabou me conquistando..." – Refletia, tocando na cabeça, enquanto observava as gotículas de água que começavam a bater contra o vidro do automóvel, ela aspirou o ar a sua volta que tinha odor de cigarro com álcool. O vento frígido que veio pela janela arrepiou os pelos de seus braços, entretanto não se moveu, apenas pensava em como podia passar a noite sem pensar em sua namorada e não alimentar nenhum tipo de aborrecimento contra ela, mas quanto mais pensava, mais a cólera lhe corroia. Ela estava estressada com os negócios, havia discutido mais cedo com Amín sobre responsabilidades, havia aconselhado Hudi à noite inteira... mas e ela? Quando, nesse meio tempo, deu atenção a ela mesma?
Com má vontade, ligou o carro e acelerou, saindo pausadamente da sua vaga, olhando para os lados, observando os locais conhecidos, os comércios dormentes, a chuva que ia sendo intensificada com o passar dos minutos. Ela não queria ir para casa, porém, não tinha outro lugar para ir, não tinha com quem conversar ou desabafar. Foi dirigindo, sabendo qual curso tomar, mesmo que quisesse se desviar desse destino, contudo era previsível, assim como qualquer ser humano perdido numa noite. A busca pela pessoa amada, a busca pela única alma que poderia afagar sua cólera e lhe permitir respirar fundo sem nenhuma inquietação ou amargura. Não pensava em outra pessoa sem ser sua própria namorada e obviamente seguia até sua casa, mesmo sabendo que a madrugada avançava e que namorava uma garota filhinha da mamãe que não ia poder sair de casa. Mas... no fundo queria sequestra-la, levá-la para longe, talvez quisesse fugir junta, talvez fosse bom se ficassem quietinhas num lugar sem telefone, computador ou correio, um lugar ermo onde apenas elas pudessem se comunicar entre si, onde não haveria margem para discussões que tanto feriam. O carro usou de seu freio, parando na esquina daquela casa que erguia por entre algumas árvores. Ela puxou uma unidade de sua droga, queimando a ponta do cigarro com o fogo de seu isqueiro. Haziel se livrou do cinto de segurança e abriu o vidro, permitindo que a fumaça escapasse por entre os lábios, enquanto observava a janela do quarto de Alexia, notando a luz que era emitida. Ela obviamente estava acordada. Isso animou a mais velha que se permitiu sorrir, mas não pendurou na sua felicidade, quando a luz se apagou de repente.
Haziel puxou o celular e voltou a ligar, sendo atendido por uma voz baixa.
– O que está fazendo?
– Tentando dormir, Hazi. E você?
– Eu quero te ver.
– São duas horas, Hazi, eu não posso sair.
– Ninguém vai notar, desça, eu estou aqui na rua.
– Hazi, eu não vou descer e...
Haziel ouviu Alexia conversar com alguém de repente, deixando de lhe dar atenção. Ao longe podia ouvir a voz de sua odiosa cunhada e agora que olhava para a janela do quarto de sua namorada, ela viu que uma luz se ascendeu.
– Alexia?
E a ligação foi encerrada. Haziel ficou com os lábios ligeiramente, surpresos com a interrupção brusca. Normalmente ela se irritaria e iria embora, mas algo lhe chamou a atenção, Haziel ficou atento, vendo que a luz da casa começou a ascender aos poucos até chegar no portão principal. No íntimo sorriu, imaginando sua namorada saindo para vê-la, contudo, para sua decepção, quem estava saindo era Kirias, descalça, usando apenas uma calça folgada de moletom e um tope preto. E o pior ela andava na sua direção. Haziel saiu do carro, cruzando os braços, enquanto seu cigarro estava nos seus lábios. Ela estava pronta para qualquer tipo de briga, apesar de desejar evitar qualquer discussão com sua cunhada. Ela só queria se acertar com sua namorada e não causar mais desavenças. A chuva estava mais forte, mas Kirias não se importava, ela só não aguentava mais ver sua irmã chorando pelos cantos da casa por causa de sua namorada. Ela se aproximou, passando a mão pelo capô do carro, jogando a água se acumulava no metal tépido ao chão, ela ergueu seu olhar e então a encarou.
– O que quer? – Haziel foi a primeira a perguntar.
– Eu estou cansada de ver minha irmã chorando pelas desavenças entre vocês.
– E o que quer fazer? Veio aqui me pedir para eu deixá-la para você tentar aquela relação doentia novamente?
– Não, eu já cansei de agir por impulso, - e dizendo isso, sentou em cima do capô, sem se importar em amassar ou não o metal, tendo seus movimentos seguidos com o olhar da maior. – Eu só acho que é melhor conversarmos, afinal, eu quero minha irmã bem. Infelizmente ela escolheu você.
Haziel estava preparada para responder e talvez sair no braço com Kirias, mas naquele momento permitiu que seus ombros relaxassem. Ela tirou o cigarro que estava na boca e jogou no chão.
– Não veio aqui pedir para nos separarmos?
– Você gosta dela? Ama? Quer ficar junto dela com todo esse teatro que os relacionamentos têm?
– Sim.
– Então a faça feliz.
– Isso é um truque? Ou a surra que eu te dei naquele dia afetou seu cérebro? Talvez eu tenha colocado algum parafuso no lugar.
– Claro que você sempre teve a necessidade de partir para qualquer tipo de posição mais agressiva pela sua incapacidade de raciocínio. Afinal, você só sabe pensar em você mesma ou no que vai fazer no instante seguinte, bem típico, - falou entre um riso baixo. – Eu nem detesto mais você como antes, isso ficou preso na infantilidade daquele colégio, eu sou uma mulher e estou apenas mantendo uma conversa com a namorada da minha irmã.
– O que quer afinal? – Indagou num tom elevado, querendo desferir um soco naquela boca falante.
– Eu já disse, eu só quero que minha irmã pare de chorar pelos cantos. Nessa casa tem regras, Haziel. Aqui, meus pais pedem por horário para estar em casa e comigo também foi assim e eu sempre os respeitei e Alexia também os respeita.
– Está me dizendo tudo isso para que eu respeite as regras de sua casa?
– E não é que você sabe entender o que as pessoas dizem? – Comentou com divertimento, saltando de cima do capô do carro, dando alguns passos na direção da maior.
– Eu já entendi... – Haziel falou, abaixando o queixo, sentindo-se um pouco constrangida com toda a situação. Ela estava levando um sermão daquela ao qual mais detestava.
– Respeite quem eu gosto e eu vou te respeitar, - Kirias disse por último, estendendo o braço, mostrando a mão para Haziel, num cumprimento digno e limpo.
Haziel tocou naquela mão, que tinha algumas cicatrizes, olhando para as unhas roídas, para as pontas dos dedos cortadas e depois mirou os orbes cor de mel, que carregavam um brilho febril e desafiador. E então fechou os dedos naquele membro, fechando o acordo. Naquele momento não havia ódio, apenas constrangimento, mas que estava sendo aos poucos lavados pela chuva.
– Desculpe-me, eu vou conversar com ela amanhã. – Disse num tom mais baixo e grave.
– Apenas não machuque o que eu amo, sendo minha família ou minhas amigas. Porque eu posso ficar louca, - riu baixinho com o comentário.
– Não duvido, Kirias. – Disse, afastando-se da mão que apertava, ficando com os braços parados ao lado de seu tronco. – Não quero que implique com as pessoas que eu estimo também.
– Eu não faço mais isso, francamente. Não existe mais posse de poder e espaço na sociedade que nos encontramos, a não ser que seja status social e econômico. Não vivemos mais naquela selva de colégio interno.
– Você sempre falou muito complicado, - disse, permitindo-se sorrir. – Eu vou embora, então. E espero não ter acordado seus pais.
– Eles já acordaram, quando eu desci, mas vou falar que era apenas um entregador de pizza sozinho com um endereço errado.
– As duas e pouco da manhã no meio da chuva? Um entregador de pizza?
Haziel ria baixinho, entrando no seu carro, sentindo-se um pouco estranha com a situação, olhando para a mulher que lhe emitia um olhar tão perturbador que sentia até medo. Kirias era realmente aterrorizante, ela havia sido gentil e muito educada, de um jeito que uma pessoa mais desatenta e ingênua poderia acreditar que ela veio inocentemente e feito uma grande piada sobre tudo e pedia para fazerem as pazes. No entanto, a mais velha do Fenris-Wolf era uma pessoa muito astuta e que não agia pela emoção, isso é, quando realmente tinha tempo para analisar e agir. Ela havia dado seu recado, apareceu de um jeito descontraído, porém até mesmo Haziel sentia que poderia beijar o chão caso ela realmente quisesse brigar, ou melhor, lhe aniquilar. Aproximar para então dominar e por fim controlar, esse era o lema de Kirias que apenas observava sua cunhada ligar o veículo e ir se afastando. Kirias ficou na rua até o carro sumir, ela colocou a mão no bolso da sua calça, sentindo a ponta fina do seu querido bisturi, que lhe cortou a ponta do dedo. Ela puxou o objeto para fora do bolso e ficou olhando para o metal frio, levando-o até a língua, passando a ponta por um pedaço, sentindo o gosto de seu próprio sangue. No fundo estava irritada com toda essa situação, mas queria que sua irmã deixasse aquele rosto triste de lado.
– "Acho que eu sou uma piada". – Refletia, enquanto sentava no chão molhado, - "no final, eu tento dizer que estou deixando de marcar território como uma adolescente incompetente e infeliz, mas no fundo estou fazendo a mesma coisa, mas com a pose disfarçada de uma atitude adulta e banal de dar as mãos. Quando foi que a humanidade se limitou apenas a sorrisos e apertos de mão? Parece que isso resolve aquilo que não pode ser resolvido e aplaca todo o ódio já pronunciado, sendo que é apenas um contato de pele, ossos e músculos que resolve anos de pensamentos e energias voltados para a cólera".
"Parece que eu vou ficar depressiva de novo. Ah... como eu me deprimo com o simples fato de eu saber como eu devo conduzir minha vida, mas eu não queria agir como o padrão. Será que as pessoas pensam como eu? Será que as pessoas têm desejos e vontades que não podem ser alcançados e então se enganam com outros sonhos? Tudo que eu quero parece tão distante. Minha irmã foi um amor puro e distante, que agora se transformou em algo fraternal, mas será que eu tentei ocultar o fato desse amor carnal? Eu não sei, mas não sinto mais vontade de tê-la nos braços e não sei se um dia foi realmente isso que eu quis ou se foi o medo de notar que ninguém me conquistava, como ela me conquista com seu sorriso. Eu a amo incondicionalmente, talvez seja essa a resposta. Eu a amo pelo o que ela é, independente de ser ou não minha. Afinal, eu sempre achei que amor é possessão, porque não amamos o que não podemos ter. Contudo... estou dando aquela que amo a quem eu odeio e... me sinto bem por isso, e por essa razão, por esse bem estar, que eu me sinto tão patética. Eu deveria ter sido mais rígida, eu devia ter batido nessa idiota e a jogado para fora da minha rua, mas não consegui".
Kirias puxou seu aparelho de celular que estava úmido, olhando para o visor, vendo que não havia nenhuma mensagem. Ninguém lhe ligava. Ela sorriu amargo, mordendo a pontinha da língua com seu canino. Seus dedos correram pelas funções do aparelho, olhando para seus contatos. Não poderia ligar para Dulce, talvez esse a chamasse de louca por querer fazer as pazes com Haziel e se sentir deprimida depois. Juliana a jurava de morte, mas ela sempre deu conselhos sensatos de última hora.
– Mais uma pessoa para me odiar agora, - falou consigo mesma. – Será que ela não gostaria de me bater para aliviar sua dor?
A loura ligou para Juliana e depois de um longo tempo tentando, ela finalmente atendeu.
– Juliana?
– O que você quer, Kirias?
– Você me odeia?
– Sim.
– Não foi proposital.
– Não quero saber de você perto dela.
– Sua voz está tão rouca. Você deve estar morrendo de ódio de falar comigo.
– E como se sentiria se eu fosse pegar sua irmã?
– Eu sei como se sente. Minha irmã já foi tomada.
– Kirias, se você encostar o dedo nela, eu juro que eu te mato.
– Hum, eu vou gravar essa ligação para que a polícia saiba onde está minha assassina.
– Kirias, eu não estou para brincadeira. Entendeu, Kirias?
– Pare de ficar repetindo o meu nome. Parece que está me dando uma bronca, como minha mãe geralmente faz.
– Eu estou te avisando.
– Juliana?
– O que foi? Por que me ligou?
– Eu estou triste, eu preciso de conselhos.
– Kirias, se eu não te conhecesse, eu diria que está fazendo uma piada comigo.
– Mas você me conhece e sabe que eu quero conversar. Eu gosto muito de você. E eu sinto muito.
– O que você quer afinal? Se gosta de mim, por que está fazendo isso comigo?
– Não foi intencional.
– Você não gosta dela, nunca gostou.
– Eu não queria, mas isso já está acontecendo há algum tempo.
– Desde quando? Vamos ver se você gosta dela há tanto tempo assim!?!?!
– Não precisa gritar, Juliana. Eu sempre tive apreço e simpatia por ela, desde o colégio.
– Sim, até aí a Dul também tinha e metade das filhas da puta do quarto e do terceiro ano.
– Ela sempre foi tão assediada e você nunca ligou muito para ela, porque sabia que ela sempre estaria com você. E agora está brava por ela estar cansada de você...
– Ah, veio me dar sermão? Vá se foder!!!!!
E Juliana desligou, Kirias balançou a cabeça negativamente, e até sorriu. Afinal, a conversa não havia sido tão ruim assim. Desde quando estava interessado em Leona? Kirias pensava, lembrando-se que sempre sentiu muita atração por ela até conversava bastante. Também vivia prestando atenção nas brigas do casal, sabendo exatamente como cada uma se comportava, quando Leona saía triste ou Juliana de suas discussões. Conhecia as duas muito bem. Talvez, gostasse dela como gostava de Juliana e Dulce, mas com o tempo, pela fragilidade e atenção que estava começando a ter da mais nova, as coisas acabaram acontecendo.
– Ah, agora me sinto melhor! – Falou para ela mesma, erguendo-se num pulo, correndo para sua casa completamente molhada, sujando todo o chão, sabendo que no dia seguinte ouviria o grito histérico de sua mãe. Kirias mexeu no seu celular, mandando uma mensagem para quem desejava.
"Boa noite, Leona, durma bem".
– "Acho que eu me lembro do dia que eu me arrepiei quando vi Leona" - Refletia, subindo as escadas para seu quarto.
OoO
(Flash Back)
Saint Rosre. Quase 3 anos atrás.
O quarteto quase inseparável estava jogado na grama próximo a quadra de futebol, as garotas jogaram o palitó do uniforme em cima de um banco de madeira para não sujar e abriram alguns botões da camisa, deixando que a brisa fresca adentrasse pelas frestas e refrescassem seus corpos suados. O sol estava se pondo, era o final do primeiro dia do colégio Saint Rosre. Kirias estava olhando para a quadra de futebol, onde algumas garotas do primeiro ano estavam se conhecendo. Ela apenas observava como eram menores e tinham um olhar ingênuo. Assim como todas tinham essa inocência no primeiro dia do primeiro ano.
– Finalmente o terceiro ano é nosso! - Juliana falou com animação.
– Eu soube que sua prima vai estudar aqui no colégio. Isso é verdade?
– Sim, é verdade, Dul. Meus tios estavam preocupados em deixá-la num colégio que ela está estudando por causa de uma onda de sequestro que ocorreu.
– Seus tios são podres de rico, mesmo. - Comentou Rose. - E essa sua prima é legal? Ela ainda não chegou, por quê?
– Quanta pergunta Rose. Já está interessada na prima da Juliana? - Dulce riu baixinho, ao ver o olhar invocado da ruiva. - Não me diga que tem uma paixão pela Juliana e quer aliviar com a prima dela.
– Hei, ninguém encosta na minha prima.
O trio olhou para a ruiva, assustando-se com aquelas palavras. Juliana era a maior fanfarrona, adorava festas e ainda por cima pegava muitas garotas do quarto ano.
– Está dizendo que vai fazer acordo com sua prima desde já? - Kirias perguntou, erguendo seu olhar.
– Sim, eu não quero ninguém chegando nela. Eu já avisei a todas.
– Fala sério, Juliana!!! Você ama sua prima?
– Qual o problema? A Kirias pega a irmã dela e ninguém diz nada. Eu não amo minha prima, eu só a estou protegendo. - Disse num tom enfezado, cruzando os braços.
Um minuto de silêncio e o trio começou a rir, não acreditando naquela baboseira que estavam ouvindo. Juliana, a rainha da festa ia fazer acordo com alguém naquele colégio? Certo, ela até poderia tentar, mas não duraria 1 semana.
– Ah, não vai deixar a gente dar uma olhadinha na sua prima? - Kirias perguntou.
– Não.
– Você nunca disse que era a fim da sua prima, Juliana. Agora vai ficar namorando pelos cantos com ela! - Dulce comentou, adorando ver como sua amiga estava ficando cada vez mais nervosa. Afinal, Juliana era o tipo de garota que nunca admitia gostar de alguém que não seja ela mesmo. Ela era a senhora da farra, da bagunça, mas não pertencia a ninguém.
– Você viu em qual quarto ela vai ficar? Ela vai entrar no segundo ano certo?
– Ela está no quarto da Amín Honoi, ela vai chegar hoje à noite.
– Ah, Honoi, ontem eu discuti com a irmã gemea dessa aí. Acredita que ela me empurrou na saída do vestiário? - Kirias comentou, passando a mão pelos seus braços, lembrando-se da discussão e da agressão que havia imposto na mais nova.
– Aquela lá tem uma cara de mal encarado mesmo. Mas pode deixá-la comigo Kirias, eu cuido dela se ela quiser folgar para cima da gente. - Dulce avisou, num tom sério, ela teria que botar ordem nesse grupo do segundo ano, não permitindo que as alunas se rebelassem contra as mais velhas e invertesse o jogo, não tendo mais respeito por elas.
O quarteto ficou conversando por mais algum tempo até que resolveram ir até o dormitório do segundo ano, pois a prima de Juliana finalmente havia chegado. Elas se dirigiram até o quarto, caminhando pelos corredores, apavorando algumas garotas até que adentraram no cômodo, encontrando-o vazio, com algumas malas no chão.
– Aonde ela foi? - Juliana perguntou, olhando ao redor, indo até a janela.
– A porta do banheiro está fechada. - Kirias informou.
No minuto seguinte a porta do banheiro abriu, revelando uma garota de profundos olhos castanhos avermelhados. Leona ergueu seu rosto, encarando as quatro garotas que estavam no seu quarto, permitindo que seus lábios macios se curvassem num sorriso, onde exibia a fileira de dentes perfeitos, quadrados e brancos.
– Oi, tudo bom? - As cumprimentou com certa timidez, puxando a porta do banheiro que se fechou, exibindo parte de seus seios por estar usando uma camisa decotada.
Kirias e Dulce se entreolharam, engolindo em seco. Juliana nunca havia dito que sua prima era linda, sensual e altamente pegável, elas aspiraram o ar, para evitarem falar alguma besteira e irritar ainda mais a ruiva e quando o fizeram, apenas sentiram o cheiro do perfume forte e feminino.
– Enfim, chegou. Por que demorou tanto? - Juliana começou a falar no seu mau humor casual, indo até sua prima, abraçando-a sem nenhuma malícia, apenas sentia saudade.
– O motorista se perdeu, - disse, recebendo aquele abraço com felicidade, adorando saber que teria mais contato com sua amada.
Juliana se afastou e apresentou suas amigas que estavam tão quietas que até surpreendeu a ruiva. Elas ficaram se olhando em silêncio, sem saber o que comentar ou fazer até que a porta do quarto se abriu e Amín adentrou.
– Boa noite, - Amín disse num to baixo e cansado, ela estava com o rosto machucado, porque havia se envolvido numa briga há poucos minutos. Ela queria se lavar no banheiro, mas todas estavam muito próximas à porta, então foi até sua cama, onde se sentou.
A porta do quarto abriu novamente e era outra aluna do terceiro ano que estava entrando, com uma garrafa de uísque na mão.
– Juliana, vamos beber e comer umas garotinhas do primeiro ano! - Disse com animação caminhando para o interior do quarto. - Opa, e quem é essa? Aluna nova do segundo ano e vocês já estão aqui querendo pegá-la, hein!?
Leona abriu os lábios ligeiramente ao ouvir aquilo e encarou sua prima, mostrando sua surpresa.
– Ela é minha prima.
– Ah! Prima!? Jura? Que merda hein, ter uma prima nesse colégio, - falou num tom mais arrastado, voltando a sorver alguns goles da garrafa. - Ela nem se parece com você, Juliana. Vamos logo, leve-a para festa também.
A ruiva se irritou com aquela bêbada alegre, apenas a puxou pelo braço e o arrastou para fora do quarto. Leona saiu de sua posição e foi até a sua cama, aonde se sentou, sentindo vontade de dormir, ela estava cansado da viagem.
– Leona, eu preciso falar sobre as regras desse colégio. - Juliana disse, voltando a dar atenção a sua prima. - Não pense que você vai ficar debaixo da minha asa, eu não vou proteger você, e é melhor se comportar ou eu mesmo vou te castigar.
Nesse instante Kirias e Dulce estava de boca aberta. Aonde estava aquela Juliana que dizia a todo instante que ninguém ia tocar na sua prima?
Momentos mais tarde, Leona estava perplexa pelo o que estava ouvindo daquelas garotas, dos relatos sobre as ações das alunas no colégio. Ela juraria que era mentira, mas a sua colega de quarto estava toda machucada, jogada na cama ao lado sem nenhum tipo de cuidado.
– Está dizendo que eu vou sair por aí transando com metade desse colégio? - Leona perguntou, passando a mão pelos cabelos lisos. - Que merda de colégio é esse? E você participa dessas merdas?
– Não tem escolha, não pode dizer que aceita ou não, - Kirias falou dessa vez. - Ninguém teve escolha e ninguém nunca terá, se puder sair do colégio, apenas tranque sua matrícula.
– E tem esse tal de acordo que eu tenho que fazer com alguém importante? - Leona perguntou. - Eu seria uma puta de alguém?
Dulce e Kirias até sentiram vontade de dizer que estavam disposta a ocupar esse lugar, mas respeitaram a ruiva, que voltava a explicar as coisas.
(Final do Flash Back)
OoO
Kirias já estava nua em seu quarto, jogada na cama, olhando para o teto, ouvindo o som do trovão que vinha lá de fora. Ela voltou a fechar os olhos, rindo baixinho ao lembrar-se da cara de todas quando viram Leona pela primeira vez. Havia sido sacanagem, a ruiva bem que poderia ter avisado que sua prima era irresistível. E no final, ela nunca a deixou completamente sozinha e por causa de sua influência e por ter muitas amigas, ninguém se aproximava de Leona. Poderiam roubar um beijo ou uma carícia, mas nunca conseguiram fazer algo que Juliana não concordasse.
– "Ah... Juliana sempre foi uma interesseira. Lembro da primeira vez que eu toquei a sua prima e ela deixou por puro interesse. Ela estava com medo... medo por ter provocado aquele grupo do quarto ano e na mesma época havia brigado com Dulce. Só tinha a mim a quem recorrer...".
OoO
(Flash Back)
Saint Rosre. 3 meses após a entrada de Leona no colégio.
O som forte do relâmpago cortou os céus, trazendo aquela batida energética através da abóbada celeste. Estava escurecendo cada vez em passo acelerado por causa da tempestade. Kirias corria para o prédio com seus livros nas mãos. Ela chegou no seu quarto, com quem dividia com Juliana e ali encontrou sua companheira, jogada no chão, enquanto bebia vodka pura. As duas se encararam e nada disseram. Kirias ficou um bom tempo se arrumando, tomou um banho quente e apareceu somente de calcinha e tope, sentando-se na cama.
– Por que esse mau humor? Por causa da Dul ainda?
– Não.
– O que houve?
– Nada.
A loura riu baixinho, puxando a garrafa de bebida, virando o conteúdo para dentro de sua boca, sorvendo o líquido com goles longos e demorados, sendo observada por Juliana.
– Não beba tudo, Kirias. Só tenho essa garrafa!
Kirias parou, devolvendo a garrafa, limpando a boca com a mão. Ela soluçou e sentiu seus pêlos se arrepiarem com o gosto que ficou na sua boca.
– Kirias...
– Hum?
– Eu preciso da sua ajuda.
– Ah, sabia que algo estava pegando. O que houve?
– Você tem amizade com o grupo da Kisara?
– Sim, eu tenho. Você discutiu com elas ontem, eu vou dizer que você não foi muito esperta, Juliana.
– Eu sei, eu não pensei na hora de falar, eu falei merda. Eu preciso de sua ajuda, Kirias. Elas disseram que vão vim me pegar hoje à noite.
A loura balançou a cabeça para um lado e para o outro, analisando as feições de sua amiga. Juliana estava desesperada. E deveria, porque estava
batendo de frente com um grupo de garotas mais velhas e arruaceiras do quarto ano.
– Eu posso falar com elas, mas isso vai me custar muitas coisas.
– Eu dou o que você me pedir, Kirias.
– Não vai valer a pena.
– Dinheiro?
– Não, eu não preciso de dinheiro aqui.
– Proteção para sua irmã?
– Não me faça rir, quem encostar na minha irmã sabe que vai morrer! - Vociferou.
– Uma garota que você tenha interesse que não pode ter? Eu posso arranjar algum esquema para você.
Nesse momento Kirias prestou mais atenção, abrindo um sorriso safado.
– Quem você quer?
– Aquela loura que anda com a Cássia!
– A Mari?! - Indagou num grito. Aquilo ia ser impossível, antes que pedisse esse favor a sua amiga, a namorada de Mari ia arrebentá-la. - Não, Kirias. Essa não vai dar! Outra...
– Aquela menina de cabelo comprido com uma trança!
– Não, Kirias, você sabe que a namorada dela conseguiu fazer até mesmo a Dul sangrar. Não vai dar! Outra...
Kirias bufou, e falou mais um nome, mas foi negado novamente.
– Juliana... Assim não vai dar. Melhor você pedir desculpas a Kisara, - disse, jogando-se no chão, acomodando a cabeça no travesseiro macio.
– Kirias...
– Me deixa, Juliana.
– Leona.
– O que?!?! - Indagou num grito, voltando a se sentar. - A sua prima.
– Sim, eu sei que você está interessada, não tem como mentir.
– Ela é bonita, eu só olho o que é bonito.
– Eu sei. Mas o que me diz?
Kirias ficou pensativa, não sabendo se aceitava ou não aquela proposta. Não demorou muito e acabou aceitando, sentindo seu baixo ventre começar a formigar só de imaginar pegando a prima de sua amiga.
– Quando ela será minha?
– Hoje, quando quiser.
– Eu o quero por 7 noites.
– Não, Kirias. Apenas uma noite.
– Então vá conversar com Kisara.
– Ah... tudo bem. Por sete noites, Kirias, mas... não a machuque.
– Prometo que não irei machucar muito.
As duas deram um aperto de mão fechando o acordo. Kirias vestiu uma bermuda e uma camiseta e saiu do quarto, a fim de resolver a briga de Juliana. A ruiva apenas ficou no quarto, agradecendo aos Deuses por ter saído dessa enrascada com o grupo do quarto ano.
E mais tarde naquela noite, com tudo resolvido. Kirias estava no seu quarto, olhando para a prima de Juliana que bebia com elas. Leona sabia que sua prima havia lhe oferecido para Kirias, ela recusou a princípio, relutou, bateu em Juliana, mas não havia mudado a decisão de sua prima. Contudo, a mais velha era muito astuta e jogou emocionalmente contra Leona, dizendo que poderia ser morta naquele colégio se não tivesse a ajuda de Kirias, e isso, abrandou seu coração apaixonado.
– Já está na hora, - Kirias disse de repente, fechando a mão na nuca de Leona, puxando-a num tranco contra seu corpo, beijando-a com imposição, força e sede. Agora teria o que lhe foi dado por direito.
Juliana engoliu em seco, se ergueu e saiu do recinto, ignorando aquela cena. No quarto, Kirias respirava com afobação, enquanto se despia e pedia para a mais nova seguir os mesmos passos.
– Leona, você vai adorar... eu prometo. Até vai pedir por mais! - Disse, jogando-a na cama. - Não precisa me olhar assim, eu vou ser cuidadosa, não se preocupe.
A morena fechou os olhos com força ao sentir a língua que lhe devorava a boca.
(Fim do Flash Back).
OoO
– "Ah... depois de tudo isso, Juliana vem perguntar de onde eu tirei esse interesse? Ela acha que me engana com essa falsa revolta. Eu sei que deve estar com ciúme de Leona, mas com certeza deve estar em alguma festa da faculdade comendo um monte de menininhas!" - Refletia, tocando no seu próprio sexo que estava complemente molhado. - "Acho que eu preciso repetir aquela noite!".
OoO
Continua...
Autor(a): lunaticas
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Num bairro todo arborizado, numa casa amarela. Os móveis que a decoravam eram adoráveis, não eram muitos, mas o suficiente para armazenar os objetos e decorar o lugar. Anahi não mediu esforços, ela contratou uma empresa que cuidava de tudo, ela escolheu os móveis pela internet na própria agência e entregou à chave ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 61
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tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38
Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.
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ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27
kd vc? volta apostar please
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cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55
adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)
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cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20
O Capitulo ta bugado Ç.Ç
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anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48
Deu bug no cap
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rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12
E essa fic aqui, como fica??
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rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29
cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!
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luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20
Postaaa maiss...
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rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03
POSTA MAIS!!!!!
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maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19
posta mais.....bjaum lu