Fanfics Brasil - Capitulo 26 Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon

Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon


Capítulo: Capitulo 26

32 visualizações Denunciar


Num bairro todo arborizado, numa casa amarela. Os móveis que a decoravam eram adoráveis, não eram muitos, mas o suficiente para armazenar os objetos e decorar o lugar. Anahi não mediu esforços, ela contratou uma empresa que cuidava de tudo, ela escolheu os móveis pela internet na própria agência e entregou à chave da casa, ela não queria amolação. Ainda porque não teria muita ajuda de Dulce que estava trabalhando, fazendo ensaios fotográficos e terminando de gravar o último episódio do seriado. Anahi estava nesse momento sentada no balcão da cozinha, olhando tudo ao redor, sentindo-se revitalizada. A brisa fresca que vinha da grande janela que era da altura e largura de uma porta estava trazendo o cheiro das flores plantadas no jardim. Infelizmente havia alguns funcionários na casa, marceneiros, entregadores, uma arquiteta e mais pessoas responsáveis pela arrumação e limpeza. Ela saltou do balcão e saiu da casa, indo até o café que ficava na mesma rua, sentando-se numa das cadeiras macias de madeira, com estofamento. Ela buscou o cardápio com os dedos e ficou analisando as opções da casa, quando se deu por satisfeita, fez seu pedido e ficou esperando, com os cotovelos apoiados na mesa, deixando a cabeça pender na palma de sua mão. Ela estava distraída com o cheiro de cacau e dos grãos de café moídos, quando seu celular vibrou, avisando sobre uma mensagem.


 


"Logo eu vou chegar em casa, eu estou exausta. Hoje me fizeram uma proposta para ser garota propaganda de uma marca de roupa. O que você acha?".


 


Anahi se permitiu sorrir. Claro que sua namorada ia ser muito assediada, ela era linda e tinha um corpo perfeito, além de ser super carismática com o público. Os seus dedos se moveram para responder a mensagem.


 


"Eu acho legal, porque você não demora muito nos ensaios fotográficos. A agência é perto? Paga bem? Você se identifica com o estilo da marca? Beijos".


 


Um moço se aproximou, com um belo par de olhos castanhos que hipnotizaram Anahi por um momento, ela sorriu sedutor e agradeceu por seu pedido. Ela tocou na xícara de vidro, tocando na sua borda, passando o dedo indicador, enquanto observava o conteúdo. A fumaça quente batia contra seu rosto, ela aproximou de sua boca e sorveu alguns goles, adorando o aroma e o sabor daquele líquido denso e doce, parecia cacau puro derretido.


 


"É uma marca de surf, eles estão pagando o dobro da marca de Jeans, isso porque eu recusei no primeiro momento e eles aumentaram a proposta. E fica uns 30 min. de carro até nossa casa nova".


 


Anahi riu baixinho, chamando a atenção de um casal que estava na mesa ao lado, mas logo voltaram a prestar atenção nas suas próprias vidas. A loira respondeu:


 


"Está me pedindo permissão, Dul? Pode aceitar, eu deixo. Venha logo para casa, eu quero almoçar fora. Logo estará tudo arrumado. Agora vá trabalhar, eu te amo".


 


A resposta veio imediata:


 


"Você é muito prepotente, eu estava pedindo sua opinião. Eu vou te levar num restaurante francês hoje. Até mais tarde!".


 


Anahi voltou a rir, só que mais alto dessa vez, a sua namorado havia ficado irritada com sua pergunta. Mas sabia que era uma raiva momentânea e que Dulce estaria super disposta e carinhosa quando chegasse em casa. Ela terminou de tomar seu café e saiu caminhando com a cabeça baixa, olhando para os seus próprios pés. Depois se permitiu ir conhecendo melhor o bairro, parando na frente de uma academia de musculação, ela adentrou e ficou olhando para o ambiente, sentindo o cheiro de suor e ouvindo o som de gemidos e dos pesos caindo no chão. Logo uma funcionária se aproximou e começou a apresentar o lugar, fazendo a propaganda sobre a academia. Anahi nem pensou muito, ela estava incomodada com o fato de estar completamente parada nesses últimos tempos. Ela precisava malhar, estudar, sair mais de casa, precisava parar de depender tanto de Dulce ou de suas amigas. Precisava andar com suas próprias pernas.


 


O preço da academia era um tanto salgado, isso devido ao bairro que se encontravam, mas Anahi não tinha costume de medir o preço das coisas, ela fez a matrícula e logo saiu do lugar, olhando para o folheto, onde havia os horários e as aulas. Algo havia chamado sua atenção, havia aula de Muay Thai, e sentiu vontade de fazer. Quem sabe não conseguiria jogar Dulce na cama com algum golpe especial? Um sorriso tímido desenhou-se nos lábios de Any quando começou a imaginar a cena. Quando terminou o passeio, ela se sentou num banco de madeira pintado com tinta branca que ficava no jardim de sua casa e ali esperou pela sua querida karateca. Momentos depois, Dulce atravessava o portão de metal, olhando com surpresa para os lados, vendo a movimentação de pessoas entrando e saindo da casa, carregando móveis, madeira, martelo, etc. Dulce retirou seu par de óculos escuros e olhou para Anahi, erguendo os ombros, indagando o motivo de tanta bagunça.


 


– Achei melhor contratar alguém para fazer todo o trabalho, - Any falou, quando ela se aproximou e se sentou ao seu lado, passando a mão discretamente por sua coxa.


– Bem pensado! Eu pensei nisso, mas acho que você foi mais ligeira. - Comentou, acariciando aquela perna com timidez, olhando os funcionários que entravam e saíam, para depois olhar para sua namorada. - Eu estou morrendo de fome. Será que é bom deixá-los sozinhos?


– Ah, eu acho, porque é tudo contratado de uma empresa, se sumir algo, eu vou reclamar.


 


Anahi se ergueu, puxando a mão que lhe acariciava, começando a sair daquele jardim. A loira olhou ao redor e foi até o carro, elas entraram e Dulce começou a dirigir, enquanto Anahi pegou seu pen drive ligando ao aparelho de som para ouvir música.


 


– Hei, já que você não está estudando e eu vou ter uma folga no feriado. O que acha de viajarmos?


– Para onde? - Anahi perguntou, adorando aquela proposta, deixando sua mão resvalar pela perna de sua namorada.


– Outro país talvez. Eu estava vendo alguns lugares...


– Hum... você está bem espertinha nessas coisas. Aonde quer me levar?


 


Dulce se permitiu sorrir, começando a falar das opções.


 


– Brasil, - Dulce disse de repente, para a surpresa de Anahi.


– Brasil? Tão longe, tão... tão... tão diferente.


– Você gosta de praia, não é mesmo?


– Eu gosto, mas dizem que lá é muito quente.


– Eu estava vendo alguns lugares.


– E qual é a outra opção mesmo? - Anahi perguntou com entusiasmo.


– Chile.


– Podemos ir nos dois lugares.


– Não sei se teremos tempo para visitar os dois.


 


E o casal começou a conversar até que parou na frente de um restaurante feito de madeira, com um toldo verde escuro e ao redor havia muita planta e flores decorando o local. Dulce deixou o carro com o manobrista e colocou seu par de óculos escuro, adentrando com Anahi no recinto, indo até uma das mesas que ficava numa varanda.


 


– Que lugar gostoso.


– Eu imaginei que gostaria, - disse, buscando o cardápio em cima da mesa, olhando para o prato do dia. Dulce sentia-se feliz por poder levar sua namorada em algum lugar com classe e ter dinheiro para pagar, antes era praticamente bancado pela mais nova e isso a incomodava.


 


Elas fizeram seu pedido e ficaram na mesa conversando. Num momento Dulce se perdeu naquele olhar, entretendo-se nas mechas loiras que resvalavam por aquele rosto perfeito. Sua mão escorregou pela mesa e capturou os dedos de Anahi, brincando com eles, deixando a palma de sua mão deslizar pela dela, sentindo sua maciez, acarinhando com cuidado. Como podia se ver longe daquele toque? Com certeza entraria em uma profunda depressão se Anahi a largasse e elas estavam tão próximas a esse rumo, que só de pensar nisso, Dulce sentia um frio correr por sua espinha.


Anahi falava, enquanto Dulce estava com um cotovelo na mesa, deixando a cabeça pender para o lado, sendo apoiada pela palma de sua mão, parecia que ela estava aérea.


 


– Dul, você está me ouvindo?


 


A maior moveu a cabeça positivamente, deixando seu olhar fixo no par de olhos azuis piscina.


 


– Por que está me olhando assim? - Perguntou com certo constrangimento.


– Porque você é linda.


 


Anahi abriu um sorriso lindo e olhou para baixo com timidez, e dessa vez moveu sua mão que estava inerte na mesa e tocou na de Dulce, sentindo os dedos.


 


– E fica mais linda quando fica tímida desse jeito, - completou, adorando ver as ações de sua namorada.


 


Contudo, o momento foi interrompido num único gesto, Dulce recolheu a mão e se endireitou no banco, Anahi olhou para o lado e viu o garçom se aproximando com o vinho que haviam pedido. Any respirou fundo e se ajeitou, conformando-se com a interrupção.


 


Após o vinho ser servido, as garotas brindaram e começaram a beber.


 


– Dul, tem uma academia perto de casa.


– Mesmo? Você foi ver.


– Sim, eu me inscrevi lá, eu estou engordando e estou muito parada, isso me incomoda.


– Vai ser bom para você. - Dulce sorriu, imaginando aonde Anahi reclamava que estava ficando gorda, porque ultimamente ela estava mais magra de quando se conheceram. - Você vai ficar com o corpo mais bonito, isso é, se não desistir na primeira semana, afinal você é muito preguiçosa, - e riu baixinho com o comentário.


– Ah, você vai ver, Dul, - falou contrariada, mas sem nenhuma irritação, logo se permitiu sorrir. - Eu me inscrevi numa aula de muay thai.


 


Dulce quase engasgou com o vinho ao ouvir aquilo, depois olhou para sua namorada e balançou a cabeça negativamente.


 


– Não mesmo!


– Como assim? Qual o problema?


– Vai voltar toda roxa para casa e ficar reclamando. Any, você não está preparada para isso.


– Como não!? Não vão me bater na primeira aula, que implicância!


– Claro que vão! A primeira aula já vão mandar você desferir socos em um saco de pancadas, vão dar equipamento para você segurar e depois vão dar chutes nas suas pernas para calejar. - Dizia sabiamente, - você poderia fazer outra arte marcial.


– Só tinha muay thai, Dul. E eu vou fazer, eu vou hoje a noite mesmo, - disse, sorvendo um pouco do vinho. - Eu fiquei empolgada!


 


Dulce balançava a cabeça negativamente, incrédula, mas no final acabou aceitando. Acreditava que Anahi ia tentar fazer duas aulas e no final ia acabar desistindo como grande parte dos garotos e garotas que se inscrevem para esse tipo de curso. E lá ficaram conversando, aproveitando a brisa fresca e salivando por causa do cheiro forte de peixe que impregnava o lugar.


 


OoO 


 


Trocando em miúdos, pode guardar


As sobras de tudo que chamam lar

As sombras de tudo que fomos nós

As marcas de amor nos nossos lençóis

As nossas melhores lembranças


 Aquela esperança de tudo se ajeitar


Pode esquecer

Aquela aliança, você pode empenhar

Ou derreter


(Chico Buarque - Trocando Miúdos). 


 


OoO 


 


Miles estava chateada com a situação, ainda porque sentia-se culpada pelo atrito que o relacionamento estava se passando. Ela nunca lidou bem com as emoções, desde criança tinha sérios problemas de falar o que estava pensando ou mostrar sua vontade. E demorou muito para que conseguisse se declarar para aquela garota de belos cabelos ruivos que destoava de todas as garotas daquele colégio. Ela era feliz, alegre, comunicativa e muito atraente, completamente diferente de seu jeito de agir e pensar, contudo não queria procurar alguém que fosse igual a ela, no fundo queria alguém que simplesmente conseguisse sair de sua indiferença e com certeza Hudi fazia seu coração palpitar, sua raiva transparecer, seu desejo sexual se acentuar e seu coração sangrar.


A ruiva estava em silêncio desde que chegou do barzinho, o final de semana se passou e ela não reclamou e nem disse que queria sair, em nenhum momento daquela semana ela foi ela mesmo. No fundo estava preocupada com sua namorada. Nesse momento Miles estava sentada na frente do seu piano, tocando, sem pensar na melodia, apenas tocava e no sofá a frente estava sua namorada, deitada, lendo um livro. Era a folga de Miles, ela viu que estava enlouquecendo na empresa e pediu uns dias para ficar em casa. E viu como isso fez bem a ela mesma e a todo ambiente. A morena tinha o costume de sair de madrugada e voltar ao anoitecer, resmungando uma boa noite e indo se deitar. Estava exausta!


A melodia parou de repente, Miles se ergueu, exibindo o corpo esguio e foi até o sofá, onde puxou a perna de sua namorada para cima e se sentou, deixando que os joelhos desnudos lhe cobrissem. E acarinhou aqueles membros com os dedos, enquanto encostava a cabeça no sofá, ficando com os olhos fechados, aproveitando aquele contato quente e o silêncio que tanto apreciava. Apesar de que... será que apreciava mesmo que sua namorada não dissesse nada? No fundo estava incomodada, não queria aquele tipo de silêncio, ela queria ouvir aquela voz suave lhe enchendo de perguntas e novidades. Sem sua Hudi falante, Miles não sabia o que estava acontecendo no mundo, nos jornais ou noticiários, não sabia de nenhuma fofoca ou assunto relevante e tudo isso, porque sua namorada estava em silêncio. A morena aspirou todo o ar a sua volta, não entendendo como estava tão puta por sua namorada estar em silêncio. Ela mexeu no pé da menor, chamando sua atenção. Os orbes castanhos apenas lhe fitaram sem dizer nada, esperando alguma ação da mais velha, mas como sempre não ouviu nada e voltou a sua leitura.


 


– Hudi, por que não fala comigo?


– Da onde você tirou que eu não estou falando com você? Eu só estou falando menos, como você pôde observar.


– E por quê?


– Porque eu cansei de ficar falando demais.


 


As respostas de Hudi eram tão curtas que deixava Miles cada vez mais incomodada. E a mais velha se encheu, ergueu-se e puxou aquele livro, jogando-o no chão, deixando uma ruiva incrédula com os braços estendidos no sofá. A maior nem esperou, puxou a namorada pelo pulso num tranco e o arrancou daquele sofá, para depois abraçá-la pela cintura, colando seus corpos.


 


– O que deu em você para...


 


Hudi ia começar a falar, sabia que sua namorada a xingaria e a calou com um beijo carregado de paixão, raiva, desespero, fazendo com a língua lhe sufocasse, não permitindo espaço para nenhuma interrupção. A saliva do beijo escorria pelo canto da boca, a menor começou a se debater quando foi erguido, seus pés não encostavam mais o chão e seu peito estava tão pressionado contra o peito da morena, que pensou que fosse morrer sufocada.


Aos poucos a menor sentiu um pouco de tontura, parecia que o ar estava escasso, ela parou de se debater e algumas lágrimas escorreram por seus olhos e foi quando o beijo cessou. Miles ofegava, lhe encarando com fúria, querendo quebrar aquela indiferença. Ao contrário do rotineiro e habitual, Hudi estava ainda mais silenciosa com os olhos brilhantes pelo recém choro. E sua mão voltou a empurrá-la, num instinto, mas Miles forçava o abraço e começou a caminhar com o corpo menor até o quarto, chutando a porta de madeira que bateu contra a parede e depois jogou sua amada na cama e logo cobriu o seu corpo, ficando com os joelhos lado a lado com seu tronco, puxando os pulsos finos para cima ao alto daqueles fios cor de fogo, enquanto encarava o olhar furioso da menor.


 


– O que pensa que está fazendo, Miles? Você ficou louca?


– Fiquei.


– E o que vai fazer agora?


– Cansei de sua indiferença.


– Então me larga, vai embora! Eu também estou cansada da sua indiferença e nem por isso ataco você.


– Acha que sair sozinha à noite num barzinho não me ataca?


 


A ruiva arregalou os olhos e ficou quieta, não tinha resposta. Claro que isso atacava sua namorada, afinal, se não atacasse, ela certamente que não o faria.


 


– Eu... eu não fiz nada, nem flertei com ninguém.


– E?


– E é isso, oras! Agora me solta, Miles!


– Você tem que aprender a me respeitar.


– Eu te respeito, você que não me trata como uma namorada, mas sim como uma empregada que faz tudo para você. Você já percebeu que eu faço tudo nessa casa por você? Eu até parei de ir nas minhas tias, porque você fica triste em casa e nem faz questão de ir comigo! – Falava, sentindo o coração palpitar.


– E você acha que é fácil manter essa casa sem trabalhar? Por que não pensa mais antes de me criticar por estar trabalhando? Se eu chego em casa tarde, isso é porque eu estou no escritório e não num barzinho.


– Ah, só porque eu saí duas vezes num barzinho, eu mereço todo esse seu desprezo? Você nunca fala comigo! Sempre se esquiva dos meus toques para dar atenção aquela porcaria de piano ou ao seu novo emprego.


 


A ruiva começou a se remexer, ela odiava ser presa, ainda mais quando estava com raiva.


 


– Me solta, Miles!!!


– E o que quer fazer? Quer acabar com esse relacionamento?


– Eu quero, agora saia de cima de mim!!!


 


A morena ficou incrédula com aquelas palavras, mas apesar da raiva que a consumia, ela sabia que Hudi era impulsiva e falava as coisas da boca para fora e no momento estava prendendo-a e sabia que sua namorada odiava ser presa daquele jeito. Notando o olhar perdido de sua namorada, a ruiva aproveitou a distração e ergueu seu joelho, batendo contra o baixo ventre de Miles, acertando seu sexo em cheio. Miles gemeu com o baque e caiu para o lado, sendo empurrada pelos braços afoitos da ruiva que finalmente se levantou e saiu em passos rápidos. Ela entrou no banheiro e trancou a porta imediatamente, olhando com medo para a maçaneta que começou a se mover, logo escutou os socos e chamados de sua namorada. E quem pensava que Miles era pacífica, estava muito enganado. Sua namorada era amorosa, carinhosa e silenciosa, mas quando estava brava, ela era a própria filha do diabo. A ruiva encostou-se no azulejo frio e foi deslizando até sentar no chão, começando a chorar baixinho, abraçando seus joelhos. Em alguns minutos os chamados da mais velha cessaram. E tudo ficou silencioso, ao longe Hudi começou a ouvir o som do piano.


 


– "Miles está irada... eu sei que é minha culpa por estar provocando ela, saindo sozinha, mas não era motivo para me machucar" –refletia com tristeza, passando a mão por suas bochechas úmidas. A ruivinha se ergueu e lavou o rosto diversas vezes, e quando achou que estava melhor, ela se enxugou com a toalha e ficou olhando para a porta. Ela respirou fundo e olhou para os pulsos que estavam completamente marcados pelos dedos e unhas da mais velha. Miles era muito forte, não conseguiria se defender mesmo que quisesse.


 


Aos poucos tocou no metal frio, girando-o lentamente, abrindo a porta, enquanto ouvia a melodia. Do corredor viu o piano e a cabeça de sua namorada. Pelo menos poderia correr para dentro do banheiro, caso ela ameaçasse lhe prender novamente. A ruiva ficou parada por um bom tempo, nem sabia quanto tempo havia se passado, apenas olhava para a sala até que o piano desafinou e sua namorada parou de tocar. Um minuto de tensão e silêncio.


 


– Desculpe-me... eu me excedi. – A voz de Miles ecoou, ela se ergueu e foi caminhando até o corredor com passos lentos.


 


Hudi sentiu vontade de correr para dentro do banheiro de novo, mas suas pernas estavam paralisadas, e sua namorada se aproximou tocando uma mecha ruiva de seu couro cabeludo para depois se aproximar, abraçando sua cabeça contra o peito com cuidado.


 


– Perdão, eu não queria te machucar.


– Nem eu, Miles.


– Eu te prendi, eu sei que odeia isso. Eu queria ver você com raiva, porque eu estava triste.


 


Os braços menores e trêmulos circundaram a cintura fina, abraçando-a com carinho. Permitindo-se voltar a chorar no peito da maior que apenas lhe acarinhava a cabeça. Miles foi andando de volta ao quarto e caiu de costas na cama com sua namorada em cima de seu tronco que dessa vez lhe abraçava, soluçando.


 


– Eu vou falar com meu pai, eu vou ter um horário melhor. A empresa é minha afinal, eu vou conversar com ele.


– Certo... – disse a ruivinha com a voz chorosa.


– Eu vou folgar todos os finais de semana, e vou pensar em me divertir com você.


– Desculpe-me também, eu fiquei com medo da gente terminar.


– Não quer terminar comigo, então?


– Claro que não. Eu te amo apesar de você ser louca.


 


Miles se permitiu rir baixinho, beijando aquela bochecha úmida, recriminando-se por ser a responsável por aquelas lágrimas salgadas e solitárias. E assim ficaram abraçadas por um longo tempo, aspirando o cheiro doce de suas peles, sentindo o coração palpitar. E se havia um casal que realmente foi feito uma para a outra em toda essa história, certamente eram as duas.


 


OoO


 


Continua...



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): lunaticas

Este autor(a) escreve mais 6 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Leona abriu o armário da cozinha e pegou um comprimido para a cabeça, ela se apoiou na pia e ficou bebendo a água para ajudá-la a engolir a pílula. Depois ficou olhando para os pés descalços, sentindo uma angústia no seu âmago. Juliana não havia mais ligado e muito menos mandado mensagem, sem contar que no ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 61



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38

    Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.

  • ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27

    kd vc? volta apostar please

  • cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55

    adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)

  • cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20

    O Capitulo ta bugado Ç.Ç

  • anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48

    Deu bug no cap

  • rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12

    E essa fic aqui, como fica??

  • rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29

    cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!

  • luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20

    Postaaa maiss...

  • rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03

    POSTA MAIS!!!!!

  • maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19

    posta mais.....bjaum lu


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais