Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon

E a loirinha estava realmente cansada. Oras, só porque não sabia ao certo o que queria no passado com relação a sua sexualidade, isso não queria dizer que era uma idiota e que deveria ser tratada como uma criança pelos demais. Ela era muito decidida nos estudos, em gostos pessoais, mas só porque teve problemas em se aceitar, isso não queria dizer que deveria permitir ser motivo de gozação para sempre. Com o final de tarde se aproximando, ela olhou para a academia que ficava próxima a sua casa e entrou no lugar, sem perguntar muito sobre os cursos, ela acabou se matriculando na aula de natação e musculação. Queria deixar de ter aquele corpo tão pequeno e magro. Depois passou num cabeleireiro que havia na mesma avenida, ficando na fila de espera, enquanto olhava alguns cortes de cabelo na revista. Ela precisava mudar, e tinha que fazer isso antes que sua auto estima decaísse. Viviane não lhe dava a atenção que desejava e tinha medo de impor suas vontades e ser motivo de piada para a mais velha.  Momentos depois, lá estava ela sentada na cadeira vermelha giratória, olhando para a mulher que tinha um sorriso dócil. Ela falava sobre o formato oval de seu rosto e qual deveria ser o corte apropriado. A loirinha apenas concordava, disse que queria mudar o visual e deixou nas mãos daquela mulher. O resultado foi um corte pelas laterais do cabelo deixando um pouco acima dos ombros, deixando alguns dos fios caírem por seu rosto. Era um corte moderno, mas que muitas garotas usavam. O seu rosto ficou mais a mostra.

– Prontinho, gracinha! - Ela disse, retirando o avental, permitindo que os fios louros caíssem pelo chão. Carei agradeceu, passando a mão pelos cabelos, sentindo falta de seu comprimento, mas acabou gostando do novo visual. Nada como cortar o cabelo para se sentir renovada!

E ela pagou e saiu, sem dizer mais nada, saindo pelas ruas, sentindo o vento bater, tocando o todo tempo nos seus cabelos levemente oleosos, sentindo o cheiro forte do xampu.

– "Amanhã eu tenho prova, eu preciso estudar!" - Refletia, pensando em como estava sendo relapso com sua faculdade. Ela pegou um ônibus e foi para casa, indo diretamente para seu quarto, onde se afundou nos seus livros e nas pesquisas pela internet, todavia não estava conseguindo estudar direito.

As horas começaram a se passar, Carei se cansou, ela retirou o seu par de óculos que usava para leitura e massageou seu cenho e olhos. Ela saiu do seu quarto e foi comer alguma coisa na cozinha, encontrando sua irmã Amín, que bebia um pouco de café.

– Você em casa. - Carei comentou, abrindo a geladeira.

– Eu já estou de saída. Quer sair comigo? - Perguntou a mais velha, observando sua irmã com surpresa. - Gostei do cabelo.

– Ah, obrigado, - sorriu tímida. - Aonde você vai?

– Eu vou num barzinho com uns colegas. Vamos?

– Acho melhor não, eu tenho que estudar.

– Só algumas horas, não precisa ficar muito tempo. Você precisa conhecer pessoas novas, - comentou. - Como está indo seu namoro?

– Uma merda! - respondeu com irritação, fechando a porta da geladeira com certa força, surpreendendo sua irmã.

– Conta para a sua irmã. O que está acontecendo?

– Ah, Amín... ela vive dizendo como eu sou infantil, sabe? Fala que eu não sou independente e sempre me troca por causa daquele livro dela, - dizia, enquanto passava geleia em um pedaço de pão integral.

A mais velha ouvia as reclamações atentamente, comentando sobre alguns pontos, apoiando sua irmã em outros, criticando em certos momentos. No final ficaram um tempo dialogando sobre o assunto.

– E você Amín? Não está saindo com ninguém.

– Ah... Você sabe de quem eu gosto. Eu saio com algumas pessoas, mas não quero compromisso. - Disse com certa tristeza.

Carei não disse nada, ela se lembrou de Leona e da vida conturbada da morena, isso porque haviam morado juntas. Também teve que conviver mais com Juliana, quando esta queria ficar no apartamento. Leona até era legal e sociável, e havia grudado um pouco em Carei quando ficou transtornada com o sequestro e tinha medo de ficar sozinha em casa.

– Você já conversou com ela abertamente sobre isso? Er... já disse que gosta dela?

– Ela sabe, Carei.

– Mas você foi direta?

– Claro, eu sou bem direta. Eu já disse várias vezes que queria ficar com ela, mas ela não larga aquela prima dela e agora que largou, também não quer nada comigo. - Bufou, gesticulando, enquanto falava, irritando-se com o jeito escorregadio de Leona.

– Por que não tenta ser mais invasiva?

Amín riu baixinho com a pergunta da mais nova. Na verdade ela já foi bem invasiva várias vezes, mas Leona parecia ser feito de água, porque sempre que achava que estava capturando-a, ela escorria por seus dedos facilmente e desaparecia.

– Ela está solteira, pelo o que Any comentou comigo. Tenta chamar ela para sair.

– Eu já chamei, ela não me respondeu.

– Tenta de novo, aparece na casa dela, manda mensagem, e-mail. Eu não sei. - Carei dizia, pensando em todas as possibilidades, encarando sua irmã que apenas ria baixinho. - Eu não sei o que você vê nela.

– Você não gosta da Leona?

– Ah, ela sempre me desprezava naquele colégio. E eu não entendo nada que ela está falando, ela vive em outro mundo, ela só conversava mesmo com a Any.

– Como assim? Ela não te tratava bem? E você sabe que no colégio, ela ficava ao nosso lado no grupo, mas sempre se afastava quando aquela imbecil da prima mandava.

– E também acho ela muito pau mandado da prima dela.

– Isso é verdade mesmo, mas ela gostava de andar com a gente no colégio, ela sempre tentava nos proteger ou ajudar quando Haziel causava brigas. Mas... nem sempre ela podia.

– Claro que ela podia, era só falar que estava do lado das amigas.

Amín balançou a cabeça negativamente, rindo baixinho da ingenuidade de sua irmã. No final, Carei era bastante imatura com alguns pontos. A mais velha fechou os olhos por um momento, lembrando-se do colégio.

OoO

(Flash Back)

Saint Rosre. Mais ou menos três anos atrás.

O quarto estava uma bagunça, havia duas garrafas de uísque jogadas no chão e um pouco de vinho derramado no carpete. Amín tocou na sua testa, sentindo sua cabeça latejar, depois olhou para o quarto que estava uma bagunça. Hudi estava jogada no chão, cantarolando alguma coisa, ela simplesmente não conseguia calar sua boca, mesmo estando quase inconsciente. Haziel estava sentada perto da porta do banheiro e Leona estava jogada em cima da cama de barriga para baixo e com a cabeça pendendo para baixo, quase batendo no chão, logo ela iria escorregar e cair.

– "Acho que bebemos demais" - Refletiu, erguendo-se com dificuldade, desviando-se da ruivinha do chão e indo até o banheiro, passando por cima do corpo da sua irmã gêmea.

Ela girou a torneira do banheiro e começou a lavar o rosto, logo ouviu algum gemido e Leona entrou, exibindo um olhar cansado. Ela desabotoou seu jeans, abaixando ligeiramente sua calça para começar a urinar no vaso, sendo observada pela loura. Leona terminou de urinar puxou a descarga e foi até a pia do banheiro, onde Amín lhe deu um espaço para que lavasse as mãos.

– Ainda está bêbada?

Leona apenas balançou a cabeça positivamente, sentindo seu estômago embrulhar. Amín olhou para o seu relógio de pulso, vendo que ainda eram quatro horas da manhã.

– Eu vou sair para comer alguma coisa, - Leona resmungou, saindo do banheiro sendo observada. Amín olhava para todo seu corpo, ela estava com a camisa um pouco aberta, descalça, usando um jeans preto que caia por seu quadril, deixando a barra de sua calcinha azul aparecendo.

– Fiquei surpresa que tenha ficado com a gente hoje. Juliana nem veio lhe encher a paciência.

Leona parou de andar e virou seu corpo para a amiga com um sorriso nos lábios.

– Ela me enche o saco, porque ando com vocês. Mas eu não gosto de ficar com a Kirias e a Dulce. Minha prima é um saco... - reclamou, voltando a andar, destrancando a porta do quarto.

– Aquelas duas me dão arrepios...

– Dulce e Kirias?

– Bom, a Dulce é só não mexer com ela, que ela não mexe com você. Mas a Kirias... ela é insuportável e está pegando no nosso pé ultimamente.

– Ela é estranha mesmo, mas são legais, quando não estão te zoando, - Leona resmungou.

– Kirias legal? Só se for com você.

– Elas nunca me fizeram mal.

– Por causa da sua prima, da influência dela.

– Pode ser, mas mesmo sem a Juliana por perto, eu me dou bem com elas.

– Sorte sua, - disse enciumada, vendo a morena voltar a se afastar.

– Aonde você vai, Leona!? - Perguntou com surpresa, caminhando até a amiga, puxando-a pelo braço. - Vai sair desse jeito? Feche a camisa.

– Eu estou com calor, eu quero andar um pouco. - Disse embriagada, afastando-se daquela mão fria, girando a chave, destrancado a porta e saindo.

A loura ficou um tempo pensando, ela estava no mesmo estado alcoólico e resolveu seguir a sua amiga. Leona andava a frente, descabelada, descalço e cambaleante. Algumas garotas do segundo ano encontravam-se no mesmo estado. Com o passar dos minutos as garotas estavam no jardim do campus. Era um feriado prolongado, estava uma zona no colégio. Leona se jogou no gramado sendo seguida por Amín.

– Hei, Leona... Melhor nem ficarmos aqui, tem várias garotas do quarto ano ali olhando para gente.

A morena resmungou alguma coisa e jogou seu tronco para trás, ficando deitado com os braços abertos. Amín a olhou, mordendo o lábio inferior, não resistindo aquela cena. Ela se inclinou para baixo e tocou nos lábios macios.

– Amín, o que está fazendo?

– Beijando você, - respondeu, inserindo a língua naquela cavidade lentamente, para depois aspirar todo o ar a sua volta e segurar o rosto de Leona, beijando-a com mais afinco e energia. - O que acha da gente ficar juntas hoje? - Perguntou próximo aos lábios.

– Quer ficar junto dela hoje?!?! Que patético!!!

Amín e Leona arregalaram os olhos ao ouvir aquela voz grave a alta se aproximarem, a loura se ergueu e olhou para trás e antes que pudesse ver quem era a intrometida, ela levou um chute no estômago e caiu deitada na grama, abraçando-se na região para logo receber um puxão de cabelo de uma ruiva zangada que estava acompanhada de sua dupla de amigas. Dulce estava com uma garrafa de bebida na mão e Kirias estava logo atrás, cantarolando alguma coisa. Antes que Amín recebesse outro chute, Leona se ergueu com movimentos lentos e foi até sua prima, puxando-a pelo braço.

– Deixe-a em paz, Juliana! - Pediu num tom alto, começando a puxar a maior para longe, mas foi inútil, o orbes acinzentados de Juliana estavam possuídos pela raiva e o ciúme. Leona tentou puxá-la novamente, mas sentiu um par de braços fechar na sua cintura, era Kirias que a puxava para trás começando a arrastá-la para longe. A morena começou a se debater e dar algumas cotoveladas na mais velha, mas foi inútil, ela não tinha força para se soltar e para piorar, Dulce se aproximou e ergueu suas pernas, erguendo-a do chão, caminhando para longe com Kirias.

– Me soltem! - Leona gritou, remexendo-se.

– Se ficar se mexendo assim, a gente vai te jogar na piscina, Leona. - Dulce falou com maldade, rindo baixinho. - O que você bebeu para sair desse jeito e ficar beijando outra pessoa na grama?

– Juliana ficou irada quando viu. - Kirias comentou. - Você gosta de provocar a sua prima e as outras, não é mesmo? Está precisando de mulher? Se estiver, tem nós duas aqui para nos divertir com você, não é mesmo Dul?

Dulce ouvia a sua amiga provocar Leona, sabendo das intenções da loura com a menor. Afinal, Kirias deixava bem explícito seu desejo e sua atração pela mais nova. Mas qualquer garota bonita deixava Kirias naquele estado, ainda mais quando se tratava de alguém que não poderia ter facilmente, isso aumentava sua excitação. O trio andou para trás do prédio e ali jogaram Leona no chão e se sentaram ao seu lado, voltando a beber do conteúdo da garrafa. A mais nova tentou se levantar, mas foi empurrada por Kirias para continuar deitada.

– Fica quietinha, logo Juliana vai voltar.

E não demorou para que a ruiva aparecesse, com um olhar zangado, ela se sentou atrás de Leona e a puxou para que ficasse sentado no meio das suas pernas, abraçando sua cintura por trás.

– O que pensa que está fazendo? - Juliana perguntou, mordendo o ombro da menor. - Você sumiu, eu mandei você ir para o nosso quarto à noite. Por que não foi? Aonde estava?

– Eu estava no meu quarto, acabei bebendo com o pessoal, - falou, tocando na sua testa. - Eu estou bêbada...

O trio riu ao ouvir aquilo. Sim, ela devia estar muito bêbada para sair daquele estado por aquele colégio. Felizmente Juliana havia sido informada que sua prima estava jogada no gramado beijando alguém e ela logo apareceu.

– E... Amín?

– Eu já dei um jeito nela. Vocês estavam bebendo juntas?

– Hummmm... O que vocês fizeram, Leona? - Kirias perguntou com um sorriso malicioso, passando a mão pelos seios desnudo da menor, mas logo teve a mão afastada por um tapa da ruiva.

O trio ficou um tempo enchendo o saco da mais nova até que finalmente a ruiva a soltou, permitindo que ela se erguesse, mas Leona deu apenas alguns passos e ajoelhou na grama, voltando a deitar.

– Ela não consegue se mexer, Juliana. - Dulce comentou, - se deixá-la por aí, talvez seja perigoso. Você não vai querer ver sua namorada sendo comida por metade do quarto ano e eu conheço algumas garotas que estão loucas atrás da sua prima.

– Ah, verdade Juliana. E eu sou uma dessas garotas, hein! - Kirias comentou com uma risada insana.

A ruiva voltou a se irritar com os comentários das suas amigas, ela se levantou e puxou Leona para cima, ajudando a andar.

– Vamos para o meu quarto, Leona. Eu vou te dar um banho frio, - comentou próximo a sua orelha.

– Eu vou junto! - Kirias disse com animação, sendo acompanhada por Dulce. A dupla estava embriagada.

Ao longe estava Amín, observando o quarteto, sentindo todo seu corpo dolorido, sentindo inveja e ciúme de Juliana. Queria ter força para conseguir bater nela, mas ela era forte e quando o assunto era a sua prima menor, ela virava um demônio. Ela deixou suas costas baterem contra a árvore e algumas lágrimas escorreram por seu rosto, não contendo o soluço. Ela aos poucos, estava cada vez mais apaixonada.

(Fim do Flash Back)

oOo

E voltando a realidade, Amín suspirou. Na verdade se Leona não fugia com suas próprias pernas, ela era simplesmente arrastada por outras pessoas. Juliana sempre foi um grande obstáculo. Mas quem sabe agora poderia ter a chance de pegar quem sempre desejou?

– Amín? Amín? - Carei a chamava, até que sua irmã lhe deu atenção.

– Ah, sim! - Sorriu para a menor, - Vamos no barzinho comigo?

– Vamos, - Carei se permitiu sorrir, enfiando o último pedaço de pão na boca. - Eu vou me arrumar.

A loirinha correu até seu quarto, vestindo jeans e uma camiseta xadrez, se perfumou, indo até sua irmã que já saía com a chave do carro. E no caminho ficaram conversando animadamente sobre filmes, livros e outros assuntos até chegarem um barzinho, que parecia mais um café chique, elas foram até uma mesa onde havia um casal de um homem e uma mulher e uma moça solteira. Eram os amigos de Amín. Elas sentaram e lá começaram a conversar. Carei gostou do ambiente, havia um diálogo normal, sobre diversas coisas e ninguém a chamava de infantil ou lhe zuava, era um ambiente diferente. Talvez precisasse de novas amizades. Por fim o casal heterossexual foi embora, deixando apenas o trio. A amiga de Amín era muito atraente, mas era o tipo de mulher que Carei passava longe, porque lembrava muito a Dulce ou Kirias. Ela era alta, forte, pois parecia cuidar de seu corpo. Seus cabelos eram negros, longos e um par de olhos cor de mel. Com o álcool nas veias, Carei estava mais sociável e tinha o apoio de sua irmã que sempre lhe ajudava nos assuntos e sempre falava como ela era inteligente e esforçada. Era muito bom ter alguém ao seu lado lhe apoiando o tempo todo. De repente, no meio daquele diálogo, o celular da loirinha vibrou, ela olhou para a mensagem que havia recebido.

"Só passando para lhe mandar um beijo, já que você some e me esquece. Dá próxima vez que sair de casa, me avise!".

Os orbes esverdeados pareceram ficar tristes, ela havia se despedido de sua namorada, mas apenas havia ouvido uma resposta atravessada e no final saiu da casa da escritora, ela respondeu a mensagem e voltou a prestar atenção na mesa.

– Sua namorada te enchendo o saco? - Amín indagou, bebendo do seu chope escuro. - Por que não a manda pastar e arranja outra pessoa? Você não precisa ficar com ela para sempre por ser sua primeira namorada.

A amiga de Amín apenas ouvia a conversa em silêncio, o seu nome era Pietra, ela era um pouco mais velha, e era nova na cidade. Havia conhecido Amín, com o casal de amigos que estava agora pouco na mesa e aos poucos ia se acostumando com o ritmo pacato daquela cidade.

– Eu não sei Amín, eu gosto dela.

– Gosta porque se apegou a sua primeira namorada.

– Posso entender o assunto? - Perguntou Pietra de repente.

Amín sorriu e explicou rapidamente que sua irmã mais nova namorava uma garota que escrevia e que não lhe dedicava tanto tempo.

– Por que não conversa com ela sobre isso? - Pietra indagou, achando a solução mais óbvia.

– Eu já conversei, mas ela diz que eu sou imatura e dependente demais dos meus pais, - Carei desabafou, apoiando os cotovelos na mesa, deixando a cabeça pender nas palmas das mãos.

– E como consegue namorar uma pessoa que em qualquer situação diz que você é imatura e dependente? - Pietra perguntou, chamando a atenção das duas Honoi.

Corei balançou a cabeça negativa, sentindo suas bochechas corarem e deixando as mechas cobrirem seu rosto.

– Minha irmã é muito tímida e insegura Pietra e sempre se relaciona com pessoas difíceis, - Amín falou, vendo que sua irmã havia simplesmente travado.

Pietra sorriu, continuando a falar, só que dessa vez foi menos invasiva, comentando sobre seus relacionamentos passados, dando alguns exemplos e deixando a loirinha um pouco mais confortável.

– "Ah, essa garota é tão bonita... Dificilmente eu conseguiria ficar com outra pessoa se Viviane me deixar" - Pensava, com certa tristeza, por ter uma auto estima tão baixa. - "Com certeza daria em cima de Leona ou Any, mas de mim... eu sou tão sem graça, tão chata...".

E o tempo foi passando, Amín estava impressionada por sua amiga estar assediando sua irmã, mas apenas permitiu que isso acontecesse, sabendo que Carei jamais perceberia as intenções da mais velha e apenas se permitiu sorrir e num momento avistou uma colega no balcão do bar e se afastou, permitindo que as duas ficassem conversando. Quando Carei estava distraída, envolvida num assunto, sem ficar pensando em suas ações ou o quão chata e insegura ela era, no momento ela não percebia, mas seu sorriso era encantador, seu olhar era atencioso e seus gestos muito elegantes. Ao longe era uma garota gentil, bonita e charmosa, mas infelizmente, não se via assim.

Apesar do papo ser interessante, Carei teve que voltar para sua casa, trocando contato de facebook com sua mais nova amiga. Ela se despediu com um aperto de mão e foi embora junto de Amín, que comentava como Pietra era bonita e interessante e que talvez pudesse dar alguma chance para ela.

– "Até parece que uma garota como aquela olharia para mim". - Bufou, entristecendo-se com seu pensamento, olhando para seu aparelho celular, vendo que não havia nenhuma mensagem de sua namorada. - "Ela deve estar brava comigo".

Ao chegar em casa, Carei pensou que conseguiria estudar, mas acabou desmaiando de cansaço na cama, acordando na manhã seguinte com o despertador. Ela se ergueu, tomou seu banho, um café rápido e foi para a faculdade. E sem muita demora, acabou sua prova, sentindo-se aliviada por ter sabido responder sabiamente as questões dissertativas.

A loirinha tocou no seu estômago que reclamava de fome, ela nem havia conseguido comer nada, apenas tomou aquele café puro e velho e agora sentia um pouco de enjoo. A loirinha pegou um ônibus circular e desceu num bairro próximo, todo arborizado, olhando para uma doceria que lhe chamou a atenção. Parecia que aquele prédio de tijolinhos brancos havia saído de algum cenário de filme, porque era muito bonito e tinha um cheiro maravilhoso que exalava por toda rua.

– Hei! - Ouviu uma voz conhecida atrás dela, ela se virou e ficou surpresa com quem deparava.

OoO

Continua...