Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon

Um resmungo foi ouvido e Anahi virou a cabeça pausadamente para o lado da namorada, abrindo parcialmente os olhos, deixando aqueles azuis claros ser apenas um feixe de luz.

– Fiz uma vitamina para a gente.

A resposta foi outro resmungo e as pálpebras se fecharam, deixando as mechas loiras encobrirem parcialmente o rosto. Dulce apenas sorriu e continuou a distribuir beijos pela pele desnuda, pegando do cheiro, sentindo a textura e descendo até a linha da espinha, dando poucas mordidinhas pela região para logo voltar a beijar com os lábios molhados.

– Dul... Eu quero dormir.

A resposta fez os pelos da maior se arrepiarem. Por que estava sempre sendo repelida pela namorada? Não era a primeira vez. Pensava se era o estresse do dia-a-dia, contudo Anahi não trabalhava, não estudava e não tinha grandes problemas na sua vida.

– Não quer uma massagem?

– Hummm... Não sei, quero dormir.

– Eu faço bem de leve, não vai te machucar. – E dizendo isso se posicionou melhor na cama e começou a passar os dedos com firmeza pelos pontos de tensão, apertando toda a musculatura magra, rodeando os polegares pela região do pescoço e foi descendo pela coluna dorsal. – Está bom assim?

– Está... - a resposta veio baixa, entre um gemido de prazer, aos poucos o corpo ia relaxando ainda mais, foi abrindo os braços e começou a emitir sons baixinhos de prazer a cada ponto que aqueles dedos lhe marcavam.

Dulce parou por um instante e se moveu rapidamente até a cômoda. Abriu a primeira gaveta e os olhos nada acharam. Abriu a segunda e sorriu ao ver a bisnaga azul, puxou-a e voltou para o corpo branco que estava a sua mercê. Colocou um pouco do creme gelado nas mãos, esfregou para aquecer depois foi até o dorso desejado, continuando com a massagem, enquanto os olhos não se contentavam somente com aquela visão. Aos poucos foi descendo a calcinha escura da outra até que ouviu uma reclamação, contudo continuou até que conseguiu puxar até o joelho e arrancou daquele corpo, deixando completamente nua. As nádegas redondas não conseguiram ser ignoradas. Logo uma boa dose de creme foi jogada e as mãos iniciaram movimentos circulares, descendo para o início das coxas e subiu novamente para aquele grande pedaço de carne.

– Bun*da gostosa, Any...

Não houve resposta e Dulce alargou mais seu sorriso. Abaixou e tocou a região com os lábios, distribuiu beijos, mordendo a parte mais alta e voltou a ouvir outro resmungo da namorada, achou que não era nada demais e continuou com as carícias por toda a perna, enquanto os lábios trabalhavam.

– Eu vou te fazer relaxar... – aos poucos as mãos fortes foram virando o corpo magro, ouvindo uma reclamação baixa até que deixasse a outra de frente. Sorriu ao ver os olhos azulados lhe observando e pegou mais do creme, jogou no peito e começou a massagear os seios também.

O tronco maior foi erguido, aos poucos foi se aproximando até que sentou em cima do quadril da namorada, deixando todo seu peso na região.

– Você é pesada, sabia?

– Me chamando de gorda?

Uma das sobrancelhas de Anahi se ergueu e ela negou com a cabeça.

– Seu corpo é pesado e você é alta, sabia? Parece que cresceu mais desde que saímos do colégio.

– Acha mesmo, Any? E gosta de como sou agora?

– Claro que sim, - sorriu e esticou o braço até os dedos alcançarem o queixo, sentiu a maciez da pele e desceu pelo pescoço com dificuldade, porque a sua posição não lhe permitia alcançar a mais velha.

Dulce agarrou aquelas mãos, deslizou os dedos que se fecharam nos pulsos e os levou lado a lado com a cabeça da mais nova, prendendo no travesseiro, enquanto inclinava por completo o seu corpo e deixou os lábios tocarem na testa cândida. Desceu até a ponta do nariz e chegou à boca, acomodando os lábios ali, saboreando em silêncio e sem qualquer outro movimento a textura dos lábios rosados.

– Hei, Dul... – a chamou, mas não houve resposta, logo viu a namorada continuar os beijos por seu pescoço, sentiu a região ficar molhada e as leves mordidas. – Queria te contar que decidi o que vou estudar.

Sem resposta, Anahi se remexeu, contudo os braços continuavam presos e tinha o corpo da maior lhe pressionando.

– Não quer me ouvir? Eu estava conversando com a Leona a respeito e decidi que... Ai... Não me morde assim! – Reclamou de repente, interrompendo a linha de pensamento. – Dul... Hei... Me ouve!

Dulce soltou a respiração num tom impaciente e voltou a se erguer, soltou os braços e se sentou novamente, dando toda a atenção a namorada.

– Como eu estava falando. Eu vou fazer um curso de pintura e ilustração, eu até me inscrevi.

– Ótimo, Any... Assim vai aprender a depositar sua energia em outras atividades, - comentou num tom baixo, com a voz rouca. Logo voltou a baixar o tronco e afundou o rosto na curva do pescoço, continuando com o que fazia.

– Dul...

Dulce parou, ergueu-se e voltou a olhar para a namorada com irritação.

– O que foi agora? Quer discutir sobre o que?

– Por que está tão mal humorada?

– Eu só queria tran*sar com você e está difícil fazer isso ultimamente!

– Claro que não. Você sempre quer transar nos momentos mais improváveis!

– Improváveis? Só fazemos em casa! Nem mesmo no escritório da agência fazemos mais, ou no cinema, ou então em lugares públicos.

– Eu não gosto de fazer em lugares que podemos ser pegos e você tem uma imagem a zelar, Dul! Lembre-se que seu empresário disse isso para você na reunião passada e...

– Fo*da-se meu empresário, eu estou falando da nossa vida sexual. Agora mesmo eu estou louca de te*são e você está fugindo! Não quer fazer sexo? Já entendi!

Dulce foi aos poucos saindo de cima da menor, sentou-se na cama e passou a mão direta pelos cabelos castanhos avermelhados. Ergueu-se, exibindo o corpo tatuado e então se afastou, sumindo pela porta do banheiro. Na cama restou um par de olhos confusos e um corpo melecado de creme. Anahi se sentou, puxou a calcinha e então foi até seu armário, pegou uma camiseta e um jeans e saiu batendo a porta, calçando o par de chinelos que estava no corredor. No meio do caminho estava o filhote de cachorro que apareceu pulando na sua frente para receber carinho e atenção, mas naquele momento Anahi nada fez e passou direto, indo até a porta principal da casa. A mão girou a maçaneta, abriu e olhou o ar exterior. O céu ia ficando escuro, ainda estava quente, mas provavelmente choveria no início da noite.

– “Mas que merda! O que eu estou fazendo?” – Pensou de repente, passando o dedão pelo cenho, massageando a região.  

Fechou a porta e voltou para o interior da casa, jogando os chinelos em qualquer lugar, voltando ao quarto que continuava vazio. Olhou para o banheiro e ouviu o som do chuveiro, se aproximou e tocou na maçaneta, abriu e adentrou. Atrás do box de vidro estava a namorada, foi observada pela mesma e depois viu que ela voltou a atenção ao banho, com os olhos fechados, ficando de costas para a porta.

– “Ela está chateada... Claro que está. Pensando bem, faz tempo que não fazemos nada. Na última vez ela me Chu*pou e eu dormi... Droga!”, - ponderava, enquanto levava a mão à barra da camiseta, retirou e fez o mesmo com o restante, jogando tudo no chão, ficando com o corpo liso e então foi até o box, abriu o vidro e esticou os braços, envolvendo a cintura dela num abraço. Beijou as costas, contornou os músculos, os dedos acariciavam o abdômen a frente. – Desculpa Dul. Eu estou com a cabeça em outro lugar ultimamente.

Dulce abraçou os braços que lhe rodeavam, os olhos mantinham-se fechados, enquanto recebia da água quente que provinha do aparelho cor de alumínio.

– Não tem mais vontade de fazer sexo comigo?

– Claro que tenho.

– Por que fica se esquivando?

– Estou pensando em outras coisas. Eu esqueci da gente.

– Pensei que morando juntas, nós teríamos mais envolvimento, Any. Eu estou me esforçando para ficar em casa, com você. Mas... Eu não sei se o problema era distância ou se... Se... Você realmente quer ficar comigo.

– Olha a besteira que está me dizendo, Dulce. Não fale mais isso, eu te amo, eu quero ficar com você e é isso que estamos fazendo.

– Acha que eu mudei muito, Any? Não gosta mais de como eu sou?

– Você mudou muito, sim. Mas para melhor, Dul. Acho que melhorou com seu ciúme, com seu jeito possessivo. Você me sufocava antes, eu não podia sair com ninguém.

– Você ficou mais fria do que era, em compensação. Nem sei mais o que fazer... Você parece não estar satisfeita com nada, - desabafou, esticando os braços para se apoiar no azulejo a frente, espalmando as mãos ali.

– Isso não é verdade, eu estou feliz aqui. Eu sempre quis morar numa casa assim e você não está fora dos meus sonhos.

– Você pode estar satisfeita com a casa, com sua vida atual, mas às vezes eu me sinto uma intrusa aqui, - e ao dizer isso foi virando o corpo, passando a mão pela torneira e a fechou, fazendo com que a água parasse.

– Não se sinta assim, por favor. Você me dizendo isso... Faz com que eu me sinta horrível.

Com um meio sorriso nos lábios esticou a mão e tocou no rosto de Anahi, inclinou-se e beijou a sua bochecha. Puxou a toalha e colocou em cima do ombro dela e depois puxou outra para si, enrolou no corpo e saiu, sentindo o ar fresco exterior, caminhando até o quarto, enquanto se enxugava. No banheiro, Anahi sentiu o seu sangue ferver. Não estava com vontade de chorar de tristeza, em se deprimir e ficar reclamando da vida amorosa para os sete ventos. Enrolou a tolha no corpo também e saiu com passos rápidos, no quarto já encontrou a namorada procurando o que vestir.

– Vamos conversar!

– Sobre? – Indagou sem interesse, puxando a gaveta da cômoda, vendo qual camiseta colocaria.

– Sobre esse negócio de você se sentir uma intrusa na minha vida.

Sem resposta, Anahi foi até ela, a puxou pelo braço e empurrou a gaveta num tranco para se fechar.

– Pare de me ignorar, Dul!

– Eu não estou te ignorando, eu só estou procurando uma camiseta.

– Eu não quero brigar.

– Não vamos brigar, então.

– Claro que já estamos brigando, Dul!

Dulce revirou os olhos e pegou na mão da namorada, beijou a sua palma e caminhou até o colchão, sentou-se ali e puxou-a pela cintura e a fez se sentar na sua coxa direita.

– Vem aqui, - chamou, abraçando-a. – Não quero que fique estressada hoje, eu sei que teve uma manhã difícil e nem conseguiu dormir de noite. – Encostou os lábios no ombro nu e beijou.

– Não quero brigar com você, - sussurrou com uma voz baixa, abraçando-a pelo pescoço. – Desculpe-me, eu não quero que se sinta uma intrusa. Eu te amo, Dul. E, nesses dias, admito que estive com a cabeça em outro lugar... Não pensei na gente. Não te procurei.

– Acha que nosso sexo está monótono?

– Não, não, eu acho que está ótimo.

– Quer que eu faça algo novo? Eu fico pensando nisso.

– Acho que está bom como está, Dul.

– Se quiser algo novo, apenas converse comigo. Você sabe que eu não tenho problema com nenhum assunto e acho que entre quatro paredes... Com a pessoa que amamos... Podemos fazer o que quisermos, - falou pausadamente, puxando o rosto para lhe encher de beijos molhados. – Agora deite e descanse um pouco, Any. Vou preparar algo para o jantar.

– Mas... Mas...

– Não quero mais transar, se é o que pensa. – Sorriu amarelo, - acho que te pressionei. Você só queria dormir e estava chateada com a reunião com seu pai.

– Não quero mais dormir.

– Pare de dificultar as coisas, hum? Eu vou preparar alguma gororoba ruim e trago aqui para comermos juntas.

– Não posso tentar fazer a gororoba com você?

– Não, não pode.

– Quer ficar longe de mim, sozinha na cozinha?

– Não, eu estarei com o Nero e ele vai me ajudar também, deixando a comida com pelos brancos. Toque especial!

Anahi reclamou mais um pouco e Dulce usou de sua força para pegá-la no colo e colocá-la na cama, cobrindo-o com um lençol. Beijou a boca algumas vezes, segurou-a para que não levantasse e ameaçou a não fazer mais nada se a outra insistisse em segui-la. O quarto ficou solitário para Anahi que deitou com a cabeça molhada no travesseiro. Os olhos se encheram de lágrimas e então fechou os olhos, pensando em tudo que estava acontecendo. Não era nada grandiosa. Não trabalhava, não estudava, às vezes fazia algum curso rápido de culinária pela internet ou então em algum lugar presencial, mas nada que realmente a deixasse estressada, já que não ocupava muito do seu tempo.

Suas amizades. Saía mais com Leona ultimamente e às vezes se encontrava com Carei que estava com sérios problemas amorosos, com o coração partido por causa de Viviane, enquanto tentava sair pela madrugada com a irmã para procurar uma pessoa nova em sua vida. E em outros casos, quando saía com a namorada, acabava encontrando Juliana e sua trupe de orgias ou então Kirias que continuava tão estranha quanto antes, só que agora estava próximo de ter um diploma de médico e isso lhe dava calafrios.

As horas se passaram e Dulce adentrou no quarto com dois pratos de lasanha, encontrando a namorada completamente derrotada na cama, dormindo de barriga para cima, deixando o corpo nu a mostra. Os pratos foram colocados em cima da cômoda, subiu na cama e ficou a observar a mulher que amava em silêncio, acariciava o rosto e beijou a testa, não obtendo a resposta. Sorriu e se afastou, levando os pratos para fora do quarto, apagando a luz e se recolhendo na sala, onde ligou a televisão e ficou assistindo ao UFC.

OoO