Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon
Olhava para o panfleto que estava em cima da mesa de vidro na sala. O papel couchê brilhava e exibia as letras garrafais num tom contrastante e saturado, brilhava ao seu olhar precavido. Era mais uma das propagandas que muitos garotos entregavam nas ruas e esse em específico foi deixado na caixa de correio.
Anahi pensava se era o destino pedindo para que se mexesse. Sentia-se incapaz de conseguir decidir as coisas sozinha. Para onde havia ido toda sua força de vontade? Talvez só tivesse essa garra quando se tratava em ajudar alguém ou então quando pensava em fazer por outra pessoa, contudo estava desanimada para conseguir a agradar a ela mesmo. O aparelho celular vibrou, pegou do bolso do jeans e atentou a quinta mensagem que seu pai havia enviado e dessa vez tinha a foto da sua meia irmã menor, ali ela brincava com uma boneca. Sorriu, passou os dedos pelo contorno da fotografia e se jogou no sofá, depois olhou para o horário.
Naquela noite iriam a um barzinho com música ao vivo. Seria algo simples se Dulce não fizesse questão de chamar Juliana e Kirias. Anahi pensou se poderia ser um grande encontro para reconciliação e então resolveu chamar todas suas amigas, incentivando-as a ir. Fazia tempo que não encontravam algumas delas.
A mais resistente aquele convite foi sua amiga Carei ao qual apenas conversava por mensagens ou através das redes sociais. Sabia que a amiga estava em depressão, que havia saído com uma pessoa atraente e traído a namorada, também sabia que ela queria a reconciliação e o gênio de Viviane nunca foi muito favorável a indultos e reconciliações.
Ainda era cedo, Nero estava brincando no quintal e era ouvido os seus passos e o som de determinada coisa sendo arrastada pela casa, provavelmente era um dos brinquedinhos que Dulce havia comprado para a bolotinha de pelo. Pelo menos Anahi esperava que fosse um brinquedo, sendo que da última vez acabou encontrando o controle remoto da televisão espalhado pelo chão da cozinha e dos corredores. Um suspiro e uma brisa submergiu pelas janelas, voltou a olhar o horário. Dulce havia saído para realizar um dos seus diversos trabalhos, ao todo, Anahi mal sabia quais eram as rotinas da namorada. Até tentou pegar a sua agenda para ajudá-la a se programar e não se atrasar, contudo se viu mais enredada e perdida que a própria amada e decidiu deixar que o agente dela resolvesse tudo.
A televisão deu um “start” para que pudesse desempenhar diversos ofícios publicitários e até era chamada para aparecer como convidada em alguns seriados e nesse caso Dulce aceitava, contudo nada que pudesse comprometer completamente seu tempo. A sua prioridade era sua família, que no caso se tratava de Anahi e Nero numa casa amarela.
O corpo foi acomodado no sofá e ali ficou olhando para o reflexo que fazia na prateleira de vidro a frente, o espelho ao fundo podia lhe despontar a própria face, os cabelos ligeiramente mais compridos, o rosto sadio e o pouco músculo. A academia havia sido uma utopia, acabou indo alguns dias e desistiu pelo esfalfamento, contudo sempre via a namorada partir para os equipamentos mais pesados, enquanto seu único destino eram as duas aulas de natação semanais. Desistiu da arte marcial assim que sentiu que não conseguia mais andar e se sentar, seus músculos não lhe obedeciam e ainda tinha Dulce para lhe repreender em casa, aparentando estar enciumada com o seu professor.
Alguns minutos fez Anahi sair daquele sofá, pegou sua jaqueta jeans, fechou toda a casa e então se lançou a rua. Estava entediada, seus cursos livres eram de apenas alguns dias e não lhe pediam o devido compromisso, até mesmo o de fotografia havia passado rapidamente. Fez alguns amigos que Dulce fez questão que perdesse o contato assim que saíram em grupo, segundo a namorada, eles estavam com segundas intenções. Claro, o olhar mais perspicaz e possessivo da outra não havia esvaecido.
Pegou um táxi, pediu para que a deixasse no shopping mais próximo. Mandou uma mensagem para todas suas amigas, perguntando quem teria algum tempo livre para encontra-la. Contudo nada recebeu de volta, Leona devia estar trabalhando mesmo sendo ao final de semana, porque os negócios da família nunca tinham hora para acabar ou estava ocupada demais com a futura médica maluca; Miles e Hudi também trabalhavam, mas no momento deviam estar ocupadas. A sua única esperança era Corei, pois não tinha namorada e trabalho. Assim que foi deixada no grande complexo comercial, acabou passando por algumas lojas, sentindo a necessidade de descontar suas frustrações e cobiças pessoais nas compras, como se pudesse preencher algum vácuo. Saiu de algumas lojas com sacolas, havia comprado roupas, tentou sair um pouco da cor preta e também comprou presentes para sua namorada.
Algum tempo e recebeu uma mensagem, sorriu ao ver que era da namorada perguntando sobre seu paradeiro. O olhar de Anahi parou numa loja de acessórios femininos, logo lhe veio à cabeça sua relação sexual e isso a desanimou. Tinha que admitir que se encontrava sem ânimo recentemente, mas isso não era culpa de Dulce, talvez estivesse ociosa demais e com preguiça até mesmo para amar e ser amada.
Talvez naquela noite no barzinho...
Sorriu com o pensamento que teve e mordeu o lábio inferior. Beberia, dançaria e teria os beijos da namorada, ignoraria qualquer conflito alheio, qualquer briga e intriga e daria mais atenção a sua vida. Pensava tanto nos outros que se via parada no mesmo lugar. Deu mais alguns passos e parou na frente de uma loja de brinquedos. Olhou para uma bela boneca e sorriu. Heimel havia lhe convidado para lhe visitar e conhecer a sua irmã mais nova e isso fez uma chama se ascender. Ainda tinha uma família biológica! Não que isso fosse algo com que sonhasse todos os dias, mas ao saber disso, sentiu-se mais parte do mundo, mais um integrante de uma família com almoço de domingo para ser servido. Não demorou ou pensou duas vezes, enquanto adentrava na loja avisava a namorada que comprava algo para sua irmãzinha mais nova. Gostou de escrever “minha irmãzinha”, aquilo era novo e saudável. Em poucos minutos saiu do complexo com tudo que havia adquirido.
O céu estava mais escuro, a atmosfera mais fria e a jaqueta jeans vestiu o tronco. Recusou o convite de Dulce para lhe buscar e pegou um táxi, pedindo para ir diretamente para sua residência, podia não parecer, mas acabou ficando por volta de três horas naquele lugar. Assim que chegou, adentrou e foi recebida por Nero, sorriu e lhe acariciou para prontamente ir ao interior do quarto. Ali encontrou as roupas da sua namorada empilhadas na cadeira e o som do chuveiro ligado. Suspirou e abriu o guarda-roupa, pegou algumas peças de roupa juntamente com os itens novos e dobrou, vestir-se-ia assim que saísse do banho. Jogou-se na cama e ficou esperando que ela saísse, enquanto pensava sobre tudo que acontecia.
Horas mais tarde, a chuva começou a cair pela cidade junto com um vento mais frio. As pessoas corriam pelos cantos, adentravam com pressa no carro, tudo para não desarrumar os penteados ou então estragar a roupa bem passada para aquela noite de balada e barzinhos. A casa que estavam desejando frequentar naquela noite estava com as paredes mais escuras, a tinta preta estava ali, longe de qualquer cartaz ou pichação, no mais puro ébano, liso e refletia a luz dos carros e dos postes de iluminação. Na entrada dois homens altos, gordos e com ombros largos pegavam os documentos de identidade e uma mulher de traços elegantes anotava o nome e o telefone de cada cliente que desejava adentrar. Havia uma pequena fila que reclamava para adentrarem o quanto antes, porque estavam se molhando e o toldo de plástico não era extenso o suficiente para abrigar a todos. Era um lugar reservado para homossexuais ou simpatizantes. Em principal, naquela noite havia muitas mulheres ali, com seus vestidos, saias, jeans, misturando os saltos altos com tênis baixos e quadriculados. Mulheres eram bem diversificadas e traziam maquiagens, penteados e acessórios interessantes, havia até mesmo travestis ali, contudo não era um público grande para aquele horário.
Dulce e Anahi estavam na fila, ficaram com os braços cruzados, andando na fileira, sentindo as gotas da chuva. A mais nova se irritava com a demora, pensava se ficaria encharcada daquele jeito e já sentia a sua franja começar a escorregar pela testa, olhou de soslaio para a namorada que estava brincando com o piercing que tinha na língua, distraída com o nada, olhando para o chão.
Alguns passos, e, Anahi suspirou aliviado ao se sentir protegida pelo toldo improvisado. Esticou a mão e tocou no braço da maior, recebendo o seu olhar atencioso e nenhum sorriso ou expressão. Dulce conseguia ser inexpressiva sempre, não que fizesse de propósito, mas isso era algo característico seu; algo que havia adquirido na infância e adolescência por motivos que lhe obrigaram a criar aquela carcaça mais rígida.
Os dedos apertaram a carne, acariciou e desceu até a mão, retirando-a do bolso do jeans e puxando para entrelaçar os dedos. Ficou assim até Dulce resolver olhar para frente e voltar a mexer na língua, assim que foram se aproximando e chegaram até os seguranças, elas entregaram os documentos e se dirigiram até as comandas de papel e foram para o interior do lugar, recebendo o salão vazio e a música alta.
– Se o salão estava tão vazio, por que ficaram nos segurando naquela fila ridícula lá fora? – Anahi perguntou com um tom invocado, vendo que havia mesas para sentar, algumas pessoas estavam em cima do palco carregando os aparelhos para o show e ainda havia alguns garçons arrumando o avental.
– Para que pensem que a casa esteja cheia e entre mais pessoas. Pessoas atraem pessoas. – Dulce respondeu o óbvio e andou até um ponto, puxando a mais nova. Apontou para uma mesa e perguntou se aquela estava boa para a namorada que confirmou.
Anahi se sentou, o assento era de madeira, encostou-se e ficou olhando para o relógio de pulso vendo que ainda eram nove horas da noite, havia duas mesas ocupadas por mulheres animadas que aproximadamente uns quarenta anos, elas usavam colares de plumas rosa e pareciam estar comemorando alguma coisa.
– Acho que aqui é uma casa voltada para as mulheres, Dulce. Quando você veio aqui?
– Eu nunca vim aqui antes, eu só vi o lugar no site e resolvi marcar. – Disse, sentindo falta de fumar um cigarro. Estava tentando parar com o vício, até havia diminuído, contudo estava estressada com o trabalho e com a falta de sexo, acabou se sentando também, ficou com as pernas abertas e puxou o cardápio que estava em cima da mesa.
O olhar em resposta trazia incredulidade, negou com a cabeça e passou a mão pela testa.
– Imagina se isso fica vazio? Como Juliana e Kirias vão conseguir ficar aqui?
Dulce deu de ombros, não pensava muito nelas. Queria sair com todas e inclusive com a namorada, beber e tirar o estresse. Até havia vindo de táxi para que não tivesse preocupação.
– O que vai querer beber, Any? Eu vou buscar no bar, – e apontou para o cardápio.
– O mesmo que você, – respondeu com um meio sorriso. Os cotovelos foram apoiados à mesa, observando a musculatura que estava presente no braço, seduzindo-se apenas com o visual de Dulce que era sua, todo sua, sua namorada, a única que podia tocá-la e olhá-la daquele jeito, apesar de estar ignorando-a durante meses.
Claro que uma vez ou outra fizeram sexo, mas tudo de forma rápida, sem envolvimento, sem motéis, sem fantasias ou palavras mais quentes. Nada que as fizesse suspirar e andarem abraçados pela casa toda. Nada novo.
– Você não gosta de uísque, – argumentou, estranhando aquele pedido. – Quer uma batida de frutas?
– Eu quero uísque mesmo.
Meneou com a cabeça e concordou, indo até o balcão do bar, onde trocou algumas palavras com a mulher que lhe reconheceu como um artista da televisão. Acabou dando um autografo no guardanapo e saiu com dois copos recheados de uísque. Pelo menos tinha um favoritismo com o serviço público e também privado, sempre que as pessoas lhe reconheciam, acabava ganhando alguns brindes ou um serviço mais atencioso e Dulce apreciava isso.
Assim que os dois copos chegaram à mesa, o cheiro forte do uísque fez Anahi morder o lábio inferior. Não gostava definitivamente, achava forte, mas queria provar mais dos gostos da namorada naquela noite. Parecia que estava dormindo, que havia esquecido como era namorar, como era conhecer e manipular a vontade da namorada. Conhecer seus bel-prazeres... provocar e seduzir.
Continua...
Autor(a): lunaticas
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Dulce começou a beber, observando a namorada que bebericava o copo que estava com pelo menos três doses da bebida. Olhou para o aparelho celular recebendo uma resposta malcriada de Juliana que reclamava que estava chovendo e não queria sair de casa. Negou com a cabeça e respondeu para que a outra deixasse de ser tão preguiçosa e depoi ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 61
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tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38
Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.
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ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27
kd vc? volta apostar please
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cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55
adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)
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cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20
O Capitulo ta bugado Ç.Ç
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anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48
Deu bug no cap
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rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12
E essa fic aqui, como fica??
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rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29
cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!
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luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20
Postaaa maiss...
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rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03
POSTA MAIS!!!!!
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maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19
posta mais.....bjaum lu