Fanfics Brasil - Capitulo 8 Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon

Fanfic: Iпtεrпαto Fεmiпiпo- Continuação - Portiñon | Tema: Rebelde, Portiñon


Capítulo: Capitulo 8

491 visualizações Denunciar


Era o final do terceiro dia, as garotas estavam no bar enchendo a cara. Ninguém perguntou se havia alguma menor de idade na mesa, sorte para Alexia, pois conseguiu beber a vontade. As garotas riam alto e comiam algumas coisas.


 Na outra mesa, Dulce olhava para sua namorada com um pouco de irritação, no final Any estava se divertindo também, e ainda por cima nem veio lhe dizer nada. Kirias olhava para sua irmã, entretanto estava mais preocupada em deixar Juliana bêbada.


 Uma música alta começou a ser tocada, e algumas pessoas levantaram e começaram a dançar numa pequena pista de madeira. O teto do lugar era cheio de enfeites aquáticos, assim como as paredes, deixando o clima mais tropical.


 Any estava virando sua segunda tequila, abaixou sua cabeça e sentiu o gosto do limão e o sal, depois soltou sua respiração, e voltou a tomar sua cerveja. Carei estava ao seu lado, olhava para a tequila a sua frente, sem saber como tomar.


 – Any! – a chamou, puxando se braço.


 – Hum?


 – Como eu bebo?


 Any riu baixinho e disse:


 – Passe um pouco de sal na língua, depois chupe o limão e depois você vira de uma vez, prendendo a respiração, não solte a respiração antes... aí você sentirá um bom gosto.


 Carei ouviu atentamente o jeito manso e mole de Any falar e depois seguiu os passos, sorvendo o pequeno copo de uma vez, sentindo seu corpo se arrepiar quando soltou sua respiração.


 – Gostou? – Any indagou.


 – Não muito. – respondeu com as faces vermelhas.


Any riu baixinho com a careta que Carei acabou fazendo, olhou discretamente para a mesa de sua namorada e a viu lhe direcionar o olhar. A loira deu uma piscada para Dulce, e depois moveu seus lábios, mandando um beijinho para ela.


 De repente, a loira gemeu olhando com surpresa para Alexia, a loura parecia estar excitada, ela apontou para a entrada do bar, revelando Haziel que estava entrando.


 – “É hoje que isso vai pegar fogo.” – Any pensou.


 – Ótimo, é hoje que eu pego essa aí. – Alexia falou, virando a sua caipirinha num único gole.


 – Hein? A Haziel? – Hudi indagou, olhando para Alexia.


 – Sim, – sorriu – essa mesmo!


 A ruiva olhou para any que deu de ombros, não tinha como dialogar com uma garota bêbada e excitada. Carei revirou os olhos e depois viu sua meia irmã adentrar no bar, aproximando-se da mesa.


 – Carei. – Haziel a chamou.


 – O que foi? – indagou a loirinha.


 – Viu Amín? – indagou, correndo seu olhar por todo o ambiente.


 – Não, – disse – por quê?


 Haziel não respondeu, virou-se a fim de ir embora, contudo seu braço foi agarrado por uma mão energética. Alexia exibia um largo sorriso ao encontrar o olho azul que lhe seduzia.


 – Solta! – pediu.


 – Sente-se aqui, beba com a gente. – ofereceu.


 – Não! – disse.


 – Por favor!


 E do outro lado do bar, Kirias estava olhando para a sua irmã, Juliana estava ficando bêbada e começava a desabafar, contudo ela nem sequer deu atenção. Dulce desviou seu olhar para Kirias, vendo que a tensão estava começando a surgir, e isso era visível pelas veias saltadas no seu pescoço.


 – Kirias... – Dulce a chamou.


 – O que minha irmã está fazendo?


 – Ela está querendo se divertir, – respondeu, bebendo um pouco de cerveja na sua long neck – assim como a Any.


 – Por que está com essa greve ridícula ainda? Você é mais forte, vai logo fazer o seu papel. – disse com irritação.


 Dulce não respondeu, a sua amiga estava demasiada irritada, contudo se levantou da mesa e caminhou até sua namorada que bebia em silêncio, observando o diálogo dificultoso que Alexia estava tentando manter com Haziel.


 – Any. – Dulce a chamou.


 – Oi, Dul! – sorriu.


 – Você está bêbada? – sorriu.


 – Hum... não muito. – disse baixinho, olhando para o copo de cerveja que estava quase vazio.


 


A mais velha passou a mão pelos ombros de Any, apertando numa leve massagem. A loira fechou os olhos e relaxou um pouco. Dulce começou a levantá-la calmamente, até deixá-la de pé.


 – Vamos ali comigo um pouquinho? – pediu.


 – Onde? – indagou, olhando para o barzinho que pareceu rodar duas vezes.


 – Vem comigo. – sorriu.


 Dulce saiu de mãos dadas com Any, que tropeçava nos seus próprios pés, batendo com o joelho nas cadeiras. A karateca ria divertida, mas parou ao ver que nunca sairiam dali se não a ajudasse verdadeiramente a andar. E quando o casal saiu do barzinho, Dulce começou a puxá-la pela praia com mais pressa.


 – Ah, Dul... eu não quero andar. – resmungou, tentando parar de andar.


 – Você não vai andar muito, – Dulce disse – só um pouquinho.


 Alguns minutos se passaram e Dulce abriu um largo sorriso, caminhou próximo às rochas e puxou Any, fazendo-a encostar-se à rocha fria e um pouco úmida. A loira fechou os olhos e colocou a mão na sua testa.


 – Eu estou enjoada. – disse.


Dulce abraçou sua cintura e começou a beijar-lhe no pescoço, enquanto suas mãos abriam o zíper do short de Any. Ela agia com afobação, pois precisava se aliviar e acabar com aquela greve ridícula, antes que Any ficasse consciente e racional.


Elas vão se beijando e se acariciando, Dulce vai tirando toda sua roupa e faz o mesmo com Any, ouvindo uma reclamação manhosa de sua namorada.


 – Ah... você me enganou...


 – To muito afim de te comer e te lamber todinha. – disse encarando a mais nova... -  Eu adoro quando você está bêbada, – Dulce riu baixinho, beijando os lábios da outra – fica tão ingênua.


 Dulce puxou Any pela mão até uma pedra baixa, com poucos centímetros de altura, a sua extensão era ridícula, sendo um círculo rachado ao meio, contudo era o suficiente. Sentou-se na pedra fria, sentindo um calafrio correr por sua espinha.


 Any ajoelhou-se na areia, sentindo seus joelhos formigarem um pouco, olhou para sua namorada que começou a afagar seu couro cabeludo. A loira começou a fechar os olhos, inclinando a cabeça para o lado, sentindo o cansaço lhe abater.


 – Eu te amo, mesmo quando você me trata friamente. – Dulce confessou.


 – Dul... eu to muito bêbada, mas... eu sei que eu não faço isso. – disse, abrindo suas pálpebras.


 – Às vezes você faz, – falou – mas eu sempre estou correndo atrás de você. Por isso, você sempre faz isso.


 – Dul... melhor voltarmos. – sugeriu, abaixando a cabeça.


 A karateca sorriu docilmente, erguendo o rosto pelo qual era apaixonada, a puxou na sua direção, capturando os lábios avermelhados, dando um beijo cálido e singelo.


 – Eu te amo, sua idiota. – Any falou.


 – É bom saber disso, pena que fala isso raramente, – sussurrou – mas tudo bem, é o seu jeito.


  O corpo de Any foi puxado para um lado, virado para o outro, empurrando para cá e para lá, à medida que Dulce desejasse. Suas mãos passeavam com destreza e quando se deu por satisfeita, puxou a menor para que se sentasse em seu colo colocando uma perna de cada lado.


Elas vão se beijando, Dulce apertava as pernas e a nadegas da mais nova, que gemia, reclamando dos beliscões, Any por sua vez estava com a cabeça enterrada nos seios de Dulce.


 A loira passou seus braços em volta do pescoço da outra, afundando seus lábios no rosto, começando a beijá-la suavemente, diferentemente do ataque que acabou de receber, Any era carinhosa e cautelosa. Ela mesma não queria parar aquele amasso, por causa da greve que acabou inventando.


 Seus corpos estavam quentes, sentindo a brisa fresca que provinha do mar. O som das águas era relaxante, contudo os seus corpos estavam quentes e entretidos demais para apreciar a natureza daquele lugar. Os pequenos insetos brilhantes espiavam furtivamente o casal.


Elas rebolavam, esfregando suas intimidades, os movimentos do casal pareciam combinados, talvez fosse pelo tempo que já ficaram juntas. Elas sabiam onde ficava cada parte, cada prazer da outra e buscavam isso através de suas mãos, ansiando proporcionar o melhor para a ambas.


 Os lábios apaixonados encostaram-se, batendo suas línguas de frente, ansiosas pelo gosto da outra. A saliva cálida escorria juntando-se ao suor. Dulce vai mordendo seu pescoço indo em direção aos seios de Any apertando, chupando e dando leves mordidas nos bicos rígidos, Any gemia baixinho no ouvido de Dulce que desceu suas mãos na perna da mesma, apertando indo para a intimidade que já estava molhada. Any gemeu e suspirou ao sentir os dedos de Dulce tocar sua intimidade, agarrou os cabelos castanhos avermelhados de sua namorada, deixando seus lábios escorrer pela pele suada.


- Dul... enfia logo – disse Any gemendo em seu ouvido.


- Assim amor? – falou Dulce enfiando dois dedos mexendo com eles lá dentro dando trancos cada vez mais fortes.


- Isso... Humm!... Vai Dul!


          O balançar de seus corpos era ritmado, numa frenética subida e descida. Dulce continua com os movimentos e agora enfia mais um dedo.


 – Ah... Dul! – suspirou, abrindo mais sua boca, esperançosa pelo oxigênio que tanto desejava.


 Contudo parecia não conseguir respirar, pensar ou então se mover como queria. A bebida deixou sua mente funcionar como se fosse uma fábrica velha e com peças enferrujadas, tudo era visto em pequenos flashes de imagens.


 O seu corpo estava aceso, apesar da lentidão de seus pensamentos. Os dedos de Dul estavam deixando-a louca, aliás, não era somente os dedos, mas sim todo o jogo de beijos, toques e abraços que ela dava de graça para sua namorada. Alguns sussurros provocantes também eram expelidos daquele corpo que tanto lhe acariciava.


Depois de tanta tortura, a mão de Dulce recebeu de bom grado um maravilhoso e intenso gozo. Dulce tira seus dedos lentamente e os lambe segurando Any que estava entrelaçada sem seu pescoço.


 – Já está cansada? – Dulce indagou de repente.


 Any havia caído com a cabeça no ombro de Dulce, ela suspirou e gemeu baixo, aquela havia sido sua resposta, não conseguia falar nada plausível no momento. E Dulce não procurou ouvir nada, abraçou a cintura fina de sua namorada, procurando o seu prazer, apesar de já estar satisfeita de ter quebrado a greve.


 Enquanto o casal estava se divertindo na ponta da praia, no barzinho o clima estava mais sombrio. Na mesa que Any estava, Hudi acabou levantando-se e afastando-se das demais, não queria participar da futura briga que viria a seguir e a sua namorada havia aparecido com cara de cão sem dono no lugar, isso é, a visão que a ruiva teve de Miles.


 A ruiva deu a mão para sua namorada, elas saíram do lugar em passos lentos, pois Hudi parecia estar um pouco tonta por causa da bebida.


 – O que está fazendo aqui? – indagou a ruiva.


 – Estava entediada. – respondeu.


 – Quer fazer alguma coisa? – indagou, com um sorriso encantador.


 Miles não disse nada, apenas sorriu com leveza e começou a caminhar com sua namorada pela praia. E como sempre, Hudi começou a falar um monte de coisas, e dessa vez falava mais enrolada, não encaixando os assuntos, enquanto a morena ouvia pacientemente, amando ver as expressões que sua namorada fazia a cada comentário.


 Mas voltando as ações que estavam acontecendo no barzinho, mais especificamente na mesa onde as garotas mais novas resolveram ficar. Três garotas louras estavam se olhando, Carei era uma delas, sentia arrepios correr por sua espinha ao ver o olhar fulminante de Kirias do outro lado do salão.


 A loura de moicano batia seus dedos pela mesa de madeira, ela balançava sua perna inquieta. Juliana estava ao seu lado, bebendo em silêncio, pensando na sua vida amorosa, sendo ignorada por sua parceira.


 – Eu vou andar. – disse Juliana de repente.


 Kirias a olhou de canto, vendo o estado lastimável de sua amiga, puxou algumas notas de dinheiro e jogou em cima da mesa, saindo do lugar com passos cambaleantes.


 – Juliana. – Kirias a chamou.


 – O que foi? – indagou, virando parte de seu rosto.


 – Pense bastante na sua prima, enquanto estiver bêbada – sorriu de jeito maldoso – e pense que ela não vai te querer mais.


 – Cala boca, filha da put*a. – resmungou com agressividade, saindo em seguida.


– Pelo menos ela vai pensar. – Kirias falou consigo mesmo – “Agora vamos resolver as coisas aqui.” – pensou em seguida.


 A loura ergueu-se lentamente, afastando a cadeira que caiu no chão pelo empurrão brusco, caminhou até a mesa onde sua irmã estava sentada, e quando se aproximou, as três olharam para Kirias.


 – Vamos embora. – disse Kirias, olhando diretamente para a sua irmã.


 – Não mesmo. – respondeu com irritação.


 A loura não disse duas vezes, não tinha intenção de conversar, fechou sua mão no braço da caçula e a arrancou da mesa, começando a arrastá-la para fora daquele barzinho, ignorando o escândalo da sua irmã e os olhares dos outros clientes.


 Haziel e Carei se entreolharam e deram de ombros, felizmente não havia acontecido nada com elas. A mais velha suspirou e saiu do bar a fim de procurar a sua irmã gêmea, deixando Carei que acabou se encontrando sozinha.


 – “Eu preciso de um namorado.” – pensou de repente, olhando ao seu redor com certa solidão.


 E do lado de fora Kirias puxava Alexia que lhe chutava nas pernas e arranhava seus braços, tentando fugir. Somente ela sabia quando sua irmã estava realmente brava, mas ignorou isso, pois queria mesmo era estar longe de sua presença.


 – Onde está me levando? – indagou a menor.


 A mais velha não respondeu, começando a arrastá-la pela beira do mar. Os minutos foram passando e Alexia começou a ficar cansada de xingar e bater na outra, estava sendo puxada com menos dificuldade agora. De repente, Kirias parou e começou a andar até um ponto sem nada aparente, sentou-se, puxando sua irmã para baixo.


 – O que estava fazendo? – Kirias indagou com a voz rouca.


 – Eu estava tentando me divertir. – respondeu – Por que fez isso, Kirias?


 – Com aquela idiota? Você só pode estar me provocando. – riu baixinho.


 – E agora você que vai escolher alguém para mim? – indagou com revolta.


 – Você sabe que eu a detesto, – falou baixinho – pare de querer fazer ciúme em mim.


 – E você pode fazer, não é mesmo?


 – Também não, – disse – eu já conversei com você.


 Alexia revirou os olhos e acalmou sua respiração, passou a mão por sua testa suada, retirando algumas mechas que caíram por seu rosto. Jogou seu tronco para trás, caindo na areia fria, olhando para o céu cheio de nuvens.


 – Eu acho que te odeio. – Alexia sussurrou baixinho.


 Kirias virou seu rosto na direção da irmã, olhando-a com surpresa. No início se incomodou com aquela revelação, mas com o passar dos segundos sua irritação foi mais crescente que uma possível mágoa.


 – Você está perdendo o respeito por mim, – Kirias falou – eu não vou admitir isso.


 – Você não admite nada, sempre fala isso. – resmungou – Está me irritando cada vez mais, se eu não fosse sua irmã, eu já teria me livrado de você.


 A última frase foi um baque para a mais velha, ela suspirou e olhou para suas mãos que tremiam levemente. Certamente seu coração pertencia a duas pessoas com sentimentos diferentes para cada uma, mas uma coisa era óbvia, o amor por sua irmã era obsessivo.


 A franja de Alexia foi puxada pela mão forte e pesada da mais velha, deixou a cabeça do menor contra o chão de areia, enquanto alguns fios louros eram arrancados de seu couro cabeludo. Kirias inclinou seu tronco e encostou seus lábios no da irmã, forçando a passagem com sua língua, começando um beijo forte e sufocante.


 As mãos de Alexia estavam espalmadas no peito da mais velha, tentando empurrá-lo para trás, buscando abrir sua boca para aspirar um pouco de oxigênio, entretanto estava tendo dificuldades por motivos óbvios, sua irmã era fisicamente mais forte, e um pouco insana também.


 Os lábios de Kirias desceram pela pele da menor, resvalando por seu pescoço, dando longas lambidas para depois chupar energeticamente. A camiseta da outra começou a ser puxada para cima até que saiu num puxão mais agressivo.


 – Por que não vai atrás da sua lesma? – indagou a menor, enfurecida.


 – Só tem você aqui. – respondeu seca.


 Alexia engoliu em seco, fechando os olhos marejados de lágrimas, agora sentia os dentes de sua irmã lhe arranharem a pele, mordendo em certos pontos, causando arrepios e momentos de dor e aflição.


 Kirias ficou em cima do corpo menor, com os joelhos afundados na areia. Sentou-se nas coxas de Alexia e puxou o seu dorso para cima, fazendo-o ficar sentada, assim beijavam-se com o tronco ereto.


 – Ah! Você está me sufocando. – reclamou, quando os lábios de sua irmã lhe deram sossego.


 – Não era isso que você queria?


 – Não desse jeito. Você está com raiva de mim, não me ama mais, não me toca com amor. – falou baixinho.


 – Pare de falar feito criança. – pediu, dando um tapa na cabeça da mais nova.


 – Não me bata! – gritou.


 – Bato se quiser.


 – Você não tem direito. – disse, recebendo outro tapa forte na cabeça – Eu vou contar para nossos pais sobre o que você faz comigo.


 – Pode contar. – disse sem se abalar com a ameaça.


 Alexia começou a se debater dando joelhadas e tapas na sua irmã, tentando se livrar do abraço apertado, desejando que Kirias saísse de cima de seu corpo. Virou a cabeça para o outro lado, encostando sua bochecha na areia, não desejando mais olhar para a sua irmã ou então receber algum beijo nos lábios.


 – Por que me ignora? Não queria isso? Olhe para mim agora! – mandou, puxando a franja da menor, a fim de virar seu rosto novamente. E conseguiu, encarando aquele par de olhos esverdeados que estavam tão magoados e obscuros como as nuvens que cobriam o céu daquela noite.


 – Solta, Kirias... – pediu com a voz fraca, pelo choro que começava a se iniciar.


 Kirias riu baixinho e se afastou, sentando ao lado de sua irmã. Alexia respirou bem fundo e sentou-se na areia, passando a mão por sua franja que estava dolorida, fez menção de se levantar, mas deteve, sua irmã começou a falar.


 – Pode ficar sentada. – disse Kirias.


 – O que raios você quer agora? – indagou.


 – Quer que eu continue? – indagou, exibindo um olhar febril.


 – Não! – respondeu, puxando a sua camiseta, vestindo-a rapidamente em seguida.


 – As férias acabam daqui a pouco, – Kirias falou – vamos nos separar.


 – Está falando daquela lá? – indagou.


 – Sim! – respondeu – Ela vai continuar no colégio, eu temo isso.


 Alexia não sabia o que falar, ela não queria conversar sobre Madona, mas também não ia discutir, ou poderia ser atacada novamente e se permitisse que isso acontecesse, certamente não ia conseguir levantar da cama no dia seguinte.


 – More perto do colégio então. – Alexia sugeriu, sentindo seu peito apertar.


 Kirias a olhou de esgueira e voltou sua atenção para o mar, passou a mão por seu moicano e abraçou seus joelhos, afundando o seu queixo entre suas pernas.


 – Você quer que eu more perto do colégio? – Kirias indagou.


 – Que pergunta estúpida, Kirias. – respondeu.


 – Por quê? – indagou a mais velha – Você está sugerindo que eu fique perto do colégio mesmo pedindo para eu largá-la, eu não te entendo.


 – Eu não sei o que você não entende. – desabafou – Já disse meus sentimentos, você não aceita. Então que fique feliz, pelo menos.


 – Que bonitinha, minha irmã está querendo me ver feliz. – zombou.


 – Conversar com você nesses últimos tempos não está sendo fácil. – irritou-se – Se me acha tão infantil e mimada, por que ainda continua a me procurar?


 – Porque você é minha irmã, oras. – respondeu o óbvio.


 Alexia ergueu-se de repente, batendo a mão por suas roupas, retirando a areia que havia lhe agarrado. Kirias ficou olhando-a de canto, observando os traços de sua irmã, que eram tão parecidos com os seus. De longe era visível que eram irmãs.


 – Aonde vai? – Kirias indagou.


 – Dormir. – respondeu.


 A mais nova foi se afastando, com a cabeça baixa e passos lentos, deixando seus dedos do pé se arrastarem a cada passo. Estava arrasada, havia sido humilhada na frente da garota que estava querendo se envolver, sua irmã havia lhe atacado e ainda por cima tinha revelado que estava triste com a futura ausência de sua rival amorosa.


 Quando chegou ao hotel, caminhou lentamente pelo corredor, passando a mão pela parede lisa e fria para conseguir se equilibrar. Ao longe, sentada perto da janela estava Juliana, com a cabeça afundada no meio de suas pernas flexionadas. Alexia sentou-se ao seu lado, em silêncio.


 – O que foi? – indagou Juliana com a voz arrastada, deixando o seu hálito envolver a região.


 – Nada. – respondeu.


 Alexia escorou no corpo da maior, deixando sua cabeça pender no ombro da ruiva que estranhou aquela proximidade, contudo não se afastou. Passou o braço pelo ombro da menor e continuou perdida nos seus devaneios, ficaram assim até que o sono as socorresse.


 


OoO


 


Na manhã seguinte, um temporal atingiu a ilha, os hóspedes ficaram amuados dentro do hotel. O som do trovão era aterrorizante, algumas pessoas evitaram ficar próximas a entrada do hotel, onde havia muitos coqueiros.


 Dentro do quarto, as garotas estavam conversando e jogando baralho, elas bebiam e riam alto, alguns estavam abraçadas numa das camas, obviamente a porta foi fechada para que ninguém as visse pelo corredor. Seria um escândalo para os outros hóspedes.


 Any e Dulce estavam deitadas numa cama de solteiro. A mais velha estava abraçado ao corpo magro de sua namorada, aproveitando o calor humano, adorando sentir o hálito de Any bater contra seu rosto. Havia sido convidada a jogar carta com suas amigas, mas não podia cometer o sacrilégio de se afastar daquela mulher que tanto lhe seduzia.


 – Parece que ninguém vai à praia hoje, – Any murmurou – ainda bem.


 – Por que ainda bem? – indagou sem entender.


 – Minhas costas estão queimadas. – disse, dando um beijo na bochecha de Dulce.


 – Era só você não sair no sol. – disse.


 – E quem disse que eu ia ficar presa nesse quarto com um sol lindo lá fora? – comentou, rindo baixinho – Me queimo, mas não deixo de me divertir.


 – Hum... essa sua frase teve duplo sentido. – sorriu, beijando os lábios de Any.


 De repente, Dulce recebeu uma travesseirada na cara, olhou para o chão vendo que Kirias lhe olhava com um péssimo humor. A karateca se sentou lentamente e encarou a loura.


 – Deixe de ser melosa e vem jogar. – disse Kirias.


 Any sentou-se também, olhando para a loura. O casal se encarou e ergueu as sobrancelhas, certamente Kirias estava de mal humor.


 – Melhor você ir conversar com ela. – Any sussurrou.


 – Ela deve ter brigado com a irmã. – Dulce cochichou.


 – Ela está olhando com ódio para mim. Vai logo, Dul. – Any disse, sentindo o olhar fulminante da loura.


 Dulce resmungou algum palavrão deu um selinho em Any e saiu da cama, sentindo o ar frio que vinha da janela. Sentou-se no chão, ao lado de Kirias que bufou, começando a entregar um jogo de cartaz para a karateca. Any acomodou-se na cama a fim de ver o jogo.


 – “Kirias está soltando fogo pelos olhos,” – Any pensou – “perdi minha namorada.” – suspirou, jogando seu tronco na cama, deixando seus braços estendidos até a cabeceira de madeira.


 Any olhou para a porta do quarto, ficando com o olhar perdido, de repente Madona adentrou no aposento, bocejando. O olhar de Any foi direcionado para Kirias, que apenas ignorou a entrada da mais nova.


 Dulce olhou para Madona discretamente, vendo que ela sentou-se na mesma cama que Any, ficando a observar o jogo das garotas em silêncio. A karateca olhou para Kirias, vendo que ela estava entretida nas cartas.


 – Você está bem? – Dulce indagou num sussurro.


 – Por que não estaria? – indagou num tom alto e mal humorado.


 Any acabou rindo baixinho ao ouvir a resposta mal criada da loura, se ergueu e colocou um casaco de pano fino da cor preta, calçou seu par de chinelos e saiu do quarto com os braços cruzados.


 – Any? Onde está indo? – Dulce indagou.


 – Vou tomar um pouco de café. – respondeu.


 – Ah, eu vou junto! – disse com impaciência, jogando as cartas no chão.


 Kirias xingou a karateca que simplesmente a ignorou. Dulce não estava a fim de ficar longe de sua namorada agora que estavam se dando bem, e ainda por cima, estava recebendo patadas da sua amiga.


 O casal saiu do quarto, passando pelo corredor frio do hotel. E quando chegaram ao restaurante, tiveram um pouco de dificuldade para achar uma mesa vazia. Felizmente acharam uma mesa com apenas dois lugares.


 – O humor do pessoal está terrível, – Any comentou – que bom que amanhã já arrumaremos nossas coisas.


 – Kirias brigou com a irmã e deve estar irritada com Madona, essa aí vai ficar é sozinha. – Dulce falou – Juliana está se remoendo pelos cantos, por causa da sua prima. Mas...


 – Mas? – Any indagou, erguendo seu olhar do cardápio.


 – Mas nós estamos muito bem. – sorriu para a mais nova, que retribuiu o sorriso.


 – Dul... promete que se brigarmos, nós vamos conversar sempre? E nunca nos ignorarmos ou nos agredirmos? – Any pediu de repente.


 – Por que isso de repente? – indagou curiosa.


 – Vendo os desentendimentos das outras, eu sinto que isso pode acontecer conosco. Eu tenho medo disso, – confessou – medo de brigarmos e você parar de falar comigo, me ignorar como Kirias ignorou Madona... ou me agredir como Juliana fez ao...


 – Eu nunca vou te agredir – falou rapidamente, interrompendo a menor.


 Any sorriu e passou seus dedos pela mão quente de Dulce.


 – Dul, quer morar comigo? – convidou.


 – Como? – indagou com surpresa.


 – Eu vou ter que sair da casa dos meus tios. Eu quero me mudar para próximo da faculdade e queria que você viesse comigo. – disse.


 – Eu adoraria, – sorriu – mas preciso conversar com minha mãe antes, eu devo satisfação de tudo que eu faço a ela, afinal ela me criou muito bem.


 – Você reclama, mas adora ficar com sua mãe – Any riu baixinho – e seu irmão é uma graça também.


 As palavras de Any eram tristes ao olhar de Dulce, afinal a mais nova não tinha família, ou então não tinha carinho dos seus parentes ainda vivos. Dulce fechou sua mão nos dedos finos de Any como se pudesse passar sua energia a ela.


 – Eu prometo que vou fazer de tudo para que possamos ficar juntas. – falou.


 – Eu vou cobrar, hein! – disse.


 As duas continuaram conversando até que um garçom se aproximou para anotar os pedidos do casal.


 – Hei, não é a Madona e a Kirias ali? – Any indagou de repente, dando um gole no seu capuccino.


 – Sim, e estão conversando. – falou, observando o casal.


 – Tomara que se entendam. Mas o que você acha dessa relação, Dul? – Any indagou.


 – Eu acho que a Kirias gosta da irmã – respondeu – e você?


 – Eu acho que a Kirias quer ficar com a Madona. – disse – Ela não ama mais Alexia, está cansada, gosta da irmã e nada mais.


 – Você acha? – Dulce indagou – Eu não sei, Kirias é um mistério, eu acho que nem ela se entende.


 Any olhou para todo o restaurante, vendo muitos rostos parecidos. Em uma mesa viu a família Honoi conversando, as três irmãs pareciam estar se dando bem. A loira sorriu ternamente, vendo que Carei estava bem. Sentia-se mal por não ter dado atenção a ela nessas férias, mas não conseguiu desgrudar de Dulce por muito tempo.


 – Alguém está sorrindo finalmente. – Any falou – Juliana está sentada com Cássia e Marcy.


 – Hum... ontem ela estava arrasada, – Dulce falou – eu a vi jogada no chão do corredor, tive que levá-la para o quarto.


 – Sério? Você não me contou isso!


Dulce balançou a cabeça positivamente.


 – Any, eu tenho um desejo, na verdade um sonho... no ano que vem, eu quero lutar profissional. – falou.


 – Mesmo? Lutar o quê? – indagou.


 – Eu quero participar de vale-tudo, – disse – vou lutar Boxe e Muay Thai.


 – Hum... só o karate não está bom? – indagou, sorvendo um pouco do café.


 – Não, – respondeu rapidamente – claro que não. Se eu for num vale-tudo somente com karate, eu vou sair quebrada.


 – Mesmo? – indagou com surpresa.


 – Sim, eu vou te passar uns vídeos de lutas vale-tudo, para você ver como é, – comentou – vou treinar muito ano que vem. O meu sonho é participar do K-1 World Max.


 – Hein? – ergueu as sobrancelhas sem entender.


 – Depois te mostro o que é isso. – falou, comendo um pedaço do seu pão de queijo que já estava frio.


 O casal ficou conversando por horas, divertindo-se, comentando alguma coisa sobre alguns casais, observando o falatório das garotas do Saint Rosre. Por um momento viram algumas se beijando, outras discutindo, rindo, e nesse clima frio e aconchegante o tempo foi passando.


 As garotas estavam de certo modo entediadas por terem que ficar presas a um hotel a uma praia, infelizmente a cidade era longe e não podiam se afastar da monitoria. Contudo tudo teve um final no último dia, onde elas arrumaram suas coisas com um sorriso de felicidade no rosto.


 E infelizmente, o dia estava quente, o sol parecia uma bola de fogo que os torturava no céu. O Jipe estava cheio de malas e as garotas começavam a acertar as contas no restaurante.


 Any e Dulce sentaram-se no banco do jipe e ficaram olhando para o céu azul e límpido, ambas estavam usando bonés, pois seus couros cabeludos estavam implorando por descanso.


 – Eu vou sentir saudade desse lugar. – Any falou de repente.


 – Podemos voltar se quiser, – Dulce falou – mas existem outros lugares que eu gostaria de conhecer.


 – Sim, sim, eu quero viajar muito, – falou – contudo preciso administrar meu dinheiro também.


 – Isso seria bom. Apenas aplique numa poupança e depois deixe uma conta aberta, onde você irá movimentar mais do seu dinheiro, como para pagar a faculdade, e seus gastos normais. Assim seu dinheiro vai render.


 – Dul, eu não sei nada disso, – suspirou – você vai me ajudar.


 – Sim, eu te ajudo. – sorriu.


 Ao lado de Any sentou-se Juliana que foi jogada naquele carro pela monitoria. Dulce e a ruiva começaram a conversar animadamente, sobre assuntos que Any nem fazia idéia de como participar, ficando amuada no meio delas.


 No jipe à frente, Kirias estava sentada com Madona ao seu lado, ambas conversavam normalmente. A monitora havia passado pelo jipe apenas para pedir discrição e paz para Kirias, que simplesmente a ignorou.


 – Eu não sou encrenqueira. – Kirias reclamou.


 – Não? – Madona indagou com um largo sorriso – Sempre que eu ia ver as brigas no colégio, você estava no meio.


 – Sinceramente, não fui eu que provoquei, – disse, cruzando os braços – as pessoas que arrumam encrenca comigo.


 – Aham! – sorriu, passando a mão por seus longos cabelos negros – Então você é calma e da paz?


 – Sim! – respondeu – É só não me irritar que eu fico tranqüila.


 – Quem ver pensa! – Madona riu baixinho – Vamos Kirias, você tem que admitir que é explosiva.


 – Hei, eu não disse que era santa. Eu sou explosiva, eu só não sou encrenqueira. – falou – Isso é bem diferente.


 O ânimo do casal estava melhor depois da conversa do dia anterior, riam e comentavam coisas banais, felizmente estavam terminando as férias com um bom humor, pois não haviam conseguido ter um momento de amor naquele paraíso tropical.


 As garotas se ajeitaram, a monitoria contou todas as alunas com atenção. Na frente do hotel havia alguns garotos que sorriam para as meninas, algumas como Carei acenava para eles, mas a maioria a ignorava, dando atenção as garotas que estavam ao seus lado.


 E assim elas partiram, despedindo-se daquela praia que trazia um clima de romance e intrigas. Certamente era uma ilha bastante misteriosa, pois seus humores ficaram elevados, assim como ficaram baixos de uma hora para outra, e um clima de pura luxúria estava sempre presente.


 Foram recebidas com um dia maravilhoso e agora estavam se despedindo com o sol nas costas, sentindo vontade de parar o jipe e pular novamente naquele mar limpo e com poucas ondas. Contudo, a vida não era apenas férias, elas precisavam trabalhar, estudar, crescer como pessoa para depois merecerem descanso.


 


OoO


 


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): lunaticas

Este autor(a) escreve mais 6 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

 E chegou o final do Especial de Férias de Verão. E espero que tenham gostado, ele não foi extenso, pois não teria cabimento dar soluções às vidas amorosas das personagens em sete dias.     Agora começa a Segunda Temporada. 


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 61



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • tammyuckermann Postado em 15/09/2015 - 20:47:38

    Leitora nova... Posta mais pf, to amando a fanfic, se vc não for postar mais aq entre em contato cmgo parae passar os capítulos pra mim ler. Bjoos.

  • ponnyaya Postado em 27/12/2014 - 18:21:27

    kd vc? volta apostar please

  • cmilla Postado em 08/03/2014 - 15:30:55

    adoro sua fanfic , ainda estou na metade mas tou adorando ;-)

  • cherry Postado em 04/03/2014 - 12:54:20

    O Capitulo ta bugado Ç.Ç

  • anyusca Postado em 27/02/2014 - 10:15:48

    Deu bug no cap

  • rafavorita Postado em 22/01/2014 - 09:49:12

    E essa fic aqui, como fica??

  • rafavorita Postado em 07/01/2014 - 18:28:29

    cadê Kirias, cadê?? POSTA POSTA!!

  • luanaaguiar Postado em 07/01/2014 - 10:20:20

    Postaaa maiss...

  • rafavorita Postado em 05/01/2014 - 09:35:03

    POSTA MAIS!!!!!

  • maralopes Postado em 23/12/2013 - 17:42:19

    posta mais.....bjaum lu


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais