Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   Dul prendeu o cabelo novamente e atendeu mais alguns soldados, quando ouviu uma movimentação diferente. Barulhos de pneus e vozes elevadas, caminhões pareciam ter chego com mais e mais soldados feridos. A enfermaria estava calma e de repente, encheu. Luna e outras enfermeiras entraram correndo, homens fardados e sangrando eram carregados em macas e outros entravam de pé, o lugar encheu com muita facilidade. Dulce calçou suas luvas e olhou para a amiga.

- Aquele ali, Dulce. Aquele ali, atende ele, urgente! – Luna gesticulou para um homem que havia sido colocado numa maca atrás de si.

   Estava fardado, o rosto coberto com o capacete, sua calça estava rasgada até a altura do joelho e naquela área, havia um grande corte com uma inflamação grave. Dul respirou fundo, tentando manter a calma mesmo na hora da urgência. Ela pegou uma gaze e o vidro de soro fisiológico, limpando primeiramente em volta do corte. O soldado puxou a perna de leve, então Dul decidiu lhe aplicar um medicamento intravenoso, para evitar que a infecção causasse um choque séptico nele e aliviar a dor. A ruiva procurou o elástico para aplicação de medicamentos e virou-se, tendo que tirar a farda dele para poder deixar o braço livre. Ela desabotoou os botões, sem olhar para o rosto do soldado, mas suas mãos paralisaram quando leu o nome escrito na identificação.

- Uckermann. – Sussurrou ela, arfando. Rapidamente, Dul olhou pra cima e viu o rosto do namorado, ele estava suando, o rosto molhado, olhos fechados e unidos devido a dor, mas não parecia insconsciente. A ruiva piscou os olhos antes de perceber que estava perdendo tempo, então apressou seus dedos e abriu todos os botões, tirando o tecido pesado e deixando Ucker sem camisa. Ele não abriu os olhos, apenas levantou as costas de leve pra que ela tirasse a farda molhada de suór.

   Dul prendeu o elástico no braço direito dele, com o indicador encontrou a veia pulsando e pegou a injeção. Suas mãos tremiam demais para que ela conseguisse acertar a agulha no pequeno vidro do remédio e seus olhos começaram a embaçar, lágrimas malditas queriam cair exatamente naquele momento.

- Dulce, o que você está fazendo? – Luna segurou as mãos dela e Dul a olhou, pasma. A ruiva estava paralisada, entrando em algum tipo de transe, de choque, de paralisia. Luna tomou o lugar dela e pegou a injeção, tirou o remédio do vidro pela agulha e depois aplicou na veia dele, colando um algodão por cima.

   Ucker começou a ter calafrios por causa da altíssima febre. Ele se revirou na maca de metal, dura contra suas costas, mas alguém impediu que ele saísse daquela posição. Ucker então, abriu os olhos, bem lentamente, fazendo um grande esforço para enxergar. Não fazia ideia de como havia parado naquele lugar, só sabia que havia sido carregado de um lado pro outro, disso lembrava-se com certa clareza. Haviam duas enfermeiras e uma estava passando uma gaze na perna dele, limpando sua ferida. A outra parecia assustada, encostada na mesa, sem reação, olhando para o que a outra fazia. Ele fechou os olhos novamente, incapaz de manter-se consciente.

- Ucker... – Uma voz disse e foi como se aquela voz o trouxesse de volta da escuridão que era estar insconsciente. – Ucker, meu amor...

   Não podia ser. Ele estava alucinando, claro que estava.

- Dul? – Sussurrou ele, mas não teve forças para abrir os olhos ou fazer qualquer outra coisa, apenas moveu os lábios.

- Estou aqui, meu amor. – A voz dela estava chorosa, uma mão fria pegou na sua.

- Dul. – Ele respirou, aliviado. – É tão bom alucinar, é tão bom... Meu Deus, você tá aqui. – Disse Ucker, mexendo a cabeça de um lado para o outro.

- Shii, shii, fica quietinho. Vou cuidar de você. – Ele ouviu a voz dela dizer com clareza e depois sentiu seus lábios encostando em sua testa.

- Paraíso. – Suspirou Ucker.

   Dul beijou a testa dele e depois tomou o lugar de Luna, sentindo-se menos descontrolada. Era seu papel, tinha vindo ali pra isso, tinha que cuidar dele. Não podia fraquejar naquele momento, naquele momento decisivo, tinha sido forte durante todo aquele tempo e agora estava tremendo na base bem no momento que ele mais precisava dela? A vida dele estava nas mãos de Dul, então ela disse a Luna que podia assumir e limpou a ferida dele, tirando todo o pûs e sangue que nela continha. Ucker manteve os olhos fechados durante todo o tempo e parou de tremer, os calafrios tinham passado quando o efeito do medicamento chegou. Logo a febre foi baixando enquanto ela suturava, fechando a ferida com a agulha, dando os pontos nos lugares certos. Ele gemeu algumas vezes, reclamando de dor, mas manteve-se na mesma posição, disciplinadamente. Quando acabou, Dul passou uma pomada e envolveu a perna de Ucker com uma gaze comprida, o soldado já podia sentir o quanto tinha melhorado e como a dor já cessava, agora só havia uma ardência e um latejar incessante.

- Obrigado. – Suspirou ele, enquanto ela tirava as luvas sujas de sangue e jogava dentro da lata de lixo, junto com os outros descartáveis.

   Ela virou-se e olhou para ele, Ucker estava de olhos fechados, dopado pelo efeito do remédio, exausto pelo procedimento.

- Descansa, meu amor. – Dul se aproximou e respirou aliviada ao perceber que a febre tinha ido embora.

- Eu te amo, Dul. – Murmurou ele, seu corpo estava mole e tudo estava escuro.

- Eu te amo muito, Ucker. – Ela secou a lágrima que caiu e se inclinou para beijá-lo, os lábios dele estavam quentes e rachados por causa da febre, mas foi um dos melhores beijos que eles já tinham dado, por que agora, ela sabia que ele estava bem. Não havia melhor sensação no mundo do que vê-lo ali, levemente seguro. Vê-lo ali, diante de si, causava um alívio tão bom em Dul que ela sorriu de lado e deixou as lágrimas caírem. A emoção de encontrá-lo fazia seu coração palpitar, ele estava vivo. Então, ela estava viva também. 

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Beijos, los amo <3