Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   Chris e Johnny andavam de um lado pro outro dentro da enfermaria, olhando para o chão. Ucker estava de braços cruzados, encostado na maca, aguardando a resposta dos amigos.

- Não dá, cara. – Chris olhou para Ucker e cruzou os braços. – Missão impossível.

- E nós não somos o Tom Cruise, só pra lembrar. – Johnny completou, rindo.

- Não é tão difícil assim, ela tá naquele alojamento improvisado, só fica um soldado tomando conta. E é um novato, o garoto tem dois meses de Legião e nem vinte anos na cara. – Ucker rebateu a indecisão dos amigos.

- É muito arriscado. Você sabe que se descobrirem que você quer invadir o alojamento das enfermeiras na calada da noite pra falar com a Dulce você pode ir preso e expulso! – Jonathan abriu os olhos verdes, lembrando o amigo do perigo.

- Eu não me importo. – Ele concluiu, determinado.

- Aliás, todos nós somos expulsos se você é pego lá, né? – Chris riu, irônico. – Para e pensa, seja em pouco racional, vai estragar com tudo.

- Eu não me importo. – Repetiu Ucker. – E nós não vamos ser pegos, só pra constar.

- Uckermann, por favor, não pede isso pra gente. – Johnny suspirou.

- Se vocês não me ajudarem, eu vou sozinho. Já tá decidido.

   Johnny e Chris se olharam, apreensivos e não sabiam o que dizer.

- Não, de jeito nenhum, não me olha com essa cara. – Christian fuzilou Johnny, que já estava praticamente aceitando.

- Ah, moleque. – Ucker riu e abraçou Jonathan.

- Cara, a gente não pode deixar um amigo na mão nesse momento. - Johnny sorriu.

- Mas é loucura! – Concluiu Chris.

- O mundo é dos loucos, mano. – Johnny deu de ombros e bateu a mão com Ucker.

- Tudo bem, eu sei que sem a nossa cobertura vai ser muito mais fácil de você ser pego, então... – Chris suspirou e logo em seguida, Ucker apertou ele num abraço, comemorando. – Ai, não começa com a viadagem, cabo!

- Shii. – Disse uma enfermeira mais velha, abrindo a cortina branca que separava a maca de Ucker dos outros soldados, com o dedo indicador sobre a boca.

- Desculpa. – Disseram os três, em coro, e logo em seguida riram com a mão na boca.

   No meio da madrugada, estava um silêncio assustador na base instalada em Tessalit, montada às pressas para a realização da operação. Haviam grandes alojamentos de metal, que era containeres enormes e bem confortáveis por dentro. Diferenciavam a instalação feminina e masculina e no alojamento de enfermeiras, bem próxima a enfermaria, haviam umas dez beliches. E apenas um único soldado, que ainda sentia a adrenalina de ser novo na Legião, tomando conta do alojamento, em frente a porta. Ucker, Chris e Johnny surgiram na escuridão, fardados e equipados, com exceção de Ucker, que ainda não tinha sido liberdado para o combate por ainda estar mancando, mas na cintura estava com sua pistola. A ferida não doía nem nada, mas era difícil firmar o pé direito no chão. Eles se aproximaram do soldado novado, um moreno com a pele avermelhada, provavelmente descendente de indígenas, que por sorte falava a língua deles, na inscrição colada no peito, havia o nome Cauã.

- Tudo bem por aí, soldado? – Perguntou Johnny, acenando com a cabeça.

- Tudo certo, senhor. – O jovem fez continência e atingiu uma postura bem formal.

- Relaxa, tudo tranquilo. – Chris encostou no ombro dele. – Quer um cigarro? – Chris pegou um maço do bolso.

- Ah... não, obrigado, senhor. Eu não fumo. – Cauã parecia confuso.

- Eu também não, mas isso é como ouro por aqui. Moeda de troca. – O loiro deu de ombros e riu. – E ás vezes, relaxa.

- Eu vou dar um ronda, uma volta por aí pra ver se tá tudo bem. Volto em quinze minutos, no máximo. – Ucker acenou com a cabeça, Chris piscou entendendo o sinal.

- Com todo o respeito, o senhor não está fora de combate? – Cauã uniu as sobrancelhas e abaixou seu fuzil.

- Um legionário nunca está fora de combate. – Ucker piscou, riu e saiu caminhando e sumindo na escuridão, enquanto Chris e Johnny distraíam o jovem soldado. Ele deu a volta no alojamento e entrou pela janela na parte de trás, sem fazer nenhum barulho. Quando seus pés tocaram um chão dentro do alojamento, ele mordeu a mão e xingou baixinho:

- Puta que pa/riu.

   Ucker podia jurar que um de seus pontos na perna tinha rompido, mas quando olhou, não havia nada além do corte quase sarando. Ele olhou a sua volta, o alojamento estava vazio, dava pra ver várias camas perfeitamente arrumadas, haviam muitas enfermeiras trabalhando na enfermaria naquela noite. Dormindo ali, só haviam cinco, mais ou menos e ele começou a caminhar sorrateiramente para não acordar nenhuma delas, o que menos queria e o que menos lhe ajudaria naquele momento era uma mulher assustada gritando, fazendo um alarde sobre a presença de Ucker ali. Ele a viu de longe e sabia que era ela. Dul dormia na cama de baixo de uma beliche, que em cima estava vazia, aos lados também. Ela provavelmente não tinha feito muitas amigas, ou então não falava a mesma língua que as outras, por que o restante estava bem distante de Dul. Ela estava com o cabelo vermelho solto e parecia um pouco mais curto do que Ucker se lembrava, com uma camiseta branca e um short verde. Estava descoberta, suas pernas enroladas no cobertor verde, parecia suar levemente na testa.

   O soldado se aproximou dela e se ajoelhou ao lado de Dul, depois acariciou o rosto dela. Ela cerrou os olhos e depois abriu, se assustando de imediato. Ucker colocou a mão em cima da boca de Dul e ela estava com os olhos arregalados.

- Shii. – Disse ele, bem baixo e tirou a mão da boca dela.

- O que você tá fazendo aqui? – Dul sussurrou, quase inaudível, somente um ouvido bem treinado tinha captado aquele som.

- Vim te ver. – Respondeu ele, no mesmo tom de sussurro.

- Você é louco? – Perguntou Dul, arqueando as sobrancelhas.

- Nem digo por quem. – Ucker sussurrou e sorriu, depois pegou Dul pela nuca, envolvendo a mão no cabelo dela e a beijou. Tanto tempo sonhando com aquele beijo, desejando aquele momento, querendo matar aquela vontade que ambos se beijaram com desejo e Dul ergueu-se um pouco na cama, envolvendo os braços no pescoço dele e se entregando por completo. Ele sentia língua da namorada deslizando pela sua com malícia e saudade e segurou na cintura dela, apertando.

- Temos dez minutos. – Sussurrou Ucker, ofegante, quando eles se afastaram de leve, encostando a testa na dela.

- É o suficiente. – Ela sorriu, olhando nos olhos dele e em seguida levantou-se, pegando Ucker pela mão e caminhando na ponta dos pés descalços com o namorado até o banheiro do alojamento.

Comentem, meus amorezinhos <3

Não estão gostando? Só falar que eu paro :(