Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   Três dias passaram-se com muita tranquilidade e as coisas estavam normais na base. Os soldados estavam em dias de descanso e reabastecimento, mas sairíam pela tarde de volta para o combate, no meio do deserto. O sol estava escaldante naquele dia, era difícil não suar com aquela farda e Dul estava sentindo-se um pouco mal diante do pequeno ventilador de teto da enfermaria. Estava calmo ali, apenas algumas enfermeiras cuidando de escoriações dos soldados, mas a ruiva estava apoiada numa maca que ficava bem embaixo do ventilador. Não estava nem um pouco acostumada com aquela temperatura, tudo bem que em sua cidade fazia calor, mas não se comparava aquele deserto.

   Desde aquela vez no banheiro, Ucker e Dul não se falavam. Não tinham trocado nem uma palavra e ele quase não a via. Nos três dias, quando havia ido trocar seu curativo, uma outra enfermeira o atendia porque Dul estava ocupada sempre. Ela era muito requisitada, a maioria dos soldados queria ser tratado por ela, chamavam-na de anjo e coisas do gênero e isso estava irritando Ucker. Apenas Johnny e Christian sabiam do relacionamento dos dois, o sigilo era importante para que os dois não fossem presos e expulsos. Mas isso tinha sua parte ruim, os outros soldados e cabos queriam Dul como enfermeira e usavam a desculpa que ela era cuidadosa demais, atenciosa, sempre bem educada e tinha mãos de fada, bem leves. Mas o soldado tinha certeza que o motivo era o sorriso e a beleza de Dul.

   Naquele dia, o sol estava forte e Ucker e Chris estavam na parte de trás da base, limpando seus fuzis. Foi quando aquela ideia maluca surgiu na cabeça de Ucker.

- Não vou fazer isso. – Chris recusou-se assim que Ucker lhe contou o que estava planejando. – Cara/lho, cara. Para com essas ideias de girico.

- Eu preciso falar com ela, daqui a pouco nós vamos sair em combate.

- E precisa pedir pra mim te dar um soco na cara? – O loiro arregalou os olhos. – Fala que o teu machucado tá doendo, se corta, faz o que tu quiser. Mas não me pede isso, mano.

- Chris, eu não posso falar que meu machucado tá doendo, se não eu não vou pra missão hoje. – Ucker disse, entredentes limpando os dedos sujos numa toalhinha branca.

- Melhor ainda! Aí, eis a solução dos seus problemas. – Ele disse, sério.

- Eu quero ir embora desse inferno e o único jeito é indo lutar e ganhar aquela porcaria de medalha!

- Ou morrendo, seu imbecil.

   Ucker levantou-se do toco de árvore em que estavam sentados e chamou Chris com a mão.

- Faz isso por mim, cara. Seu soco é fraco mesmo, nem vai me machucar tanto. – Ucker deu de ombros e riu.

- Não adianta me provocar, cara. – Chris riu e passou a mão na testa, limpando o suór. Depois se levantou, parando na frente de Ucker com os braços cruzados.

- Ah, é? Então por acaso, você lembra quando estávamos brincando de lutinha no alojamento e eu acertei um soco no seu nariz e ele ficou sangrando muito?

- Você disse que tinha sido sem querer. – Chris fechou o sorriso.

- E foi. É aí que está a graça, com um soquinho fraco e não proposital, eu fiz muito mais estrago do que você me faria com um soco pra valer.

- Ucker, você tá pedindo. – Chris disse, sério.

- Você chorou também, lembra? – Ucker gargalhou e Chris sentiu um pouco de raiva.

- Não foram lágrimas! Foram gotas de suór! Gotas de suór. – Chris disse, aumentando um pouco o tom da voz. – E nem dava pra ver com todo aquele sangue.

- Eu conheço crianças muito bem e sei quando vejo uma menininha chorando. – Ucker passou a língua nos lábios e cruzou os braços, com uma cara de debochado que só ele sabia fazer.

- É isso que você quer? Tudo bem. – Chris puxou o braço pra trás e acertou em cheio o olho direito de Ucker, lhe dando um soco e fazendo o soldado arquear pra trás. Ucker não caiu, mas a mão foi direto pra onde tinha sido acertado e quando Chris viu o sangue escorrer pelos dedos do amigo, percebeu o que tinha feito e correu até ele. – Ai, meu Deus! Que besteira que eu fiz, que merda, que merda. Você tá sagrando, caramba.

- É, eu tô. – Ucker afastou a mão do olho e olhou o sangue. – Mas você deu um belo soco, tá melhorando nisso. – Ele riu e deu alguns passou. – Valeu, cara, fico te devendo uma.

- Quer saber? – Chris disse, apontando para ele. – Você é maluco! Eu vou parar de andar com você, porque você não pode ser normal! – Ele gritou, vendo o amigo se afastar.

   Ucker riu ao ouvir Chris e ficou mantendo a mão pressionada sobre o machucado, que já tinha parado de sangrar. Ele passou pelo general e caminhou até a porta da enfermaria, mas quando entrou viu algo que não gostaria de ver nunca em toda a sua vida. Dul estava parada de frente para uma maca onde um soldado, um tal de Smith, um britânico que se sentia por ser de uma família rica. Ela estava concentrada limpando um corte que ele tinha na testa, em cima da sobrancelha, com uma gaze. O único problema que Ucker via, era que parecia muito íntimo como os dois estavam. Smith estava com as pernas abertas, balançando no ar e Dul estava no meio, não exatamente encaixada, mas na direção, para que pudesse alcançar o ferimento dele, o cara era bem alto. O nojento olhava para o rosto de Dul, para a boca e depois para o decote, mordendo o lábio, mas ela nem percebia, inocentemente fazendo seu trabalho, super centrada. Com certeza o corte de Ucker começou a sangrar novamente, porque uma veia pulou na sua testa enquanto ele sentia uma raiva descontrolada o dominando. 

Happy New Year *-*

Felicidades, amores e só pra avisar, essa web tá muito carente de comentários, hein ...