Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   Dulce ficou com o olhar distante, pensando durante um bom tempo. Instintivamente, suas mãos passavam na barriga e o general aguardava pacientemente até que ela dissesse algo.

- Saviñon? – Chamou Holmes.

- Sim, senhor. – Ela engoliu em seco.

- Há mais alguma coisa em que eu possa ajudar?

- Eu... – Dul abaixou o rosto. – Eu posso vê-lo?

- Eu não sei se ele está acordado. – O general murmurou.

- Não importa, eu só preciso... ver ele. Antes de ir. – Ela pediu e imediatamente, o general assentiu. Holmes acompanhou Dulce até o médico e pediu que o mesmo liberasse a entrada da ruiva, mas eles tiveram que aguardar por quase uma hora até que fosse liberada a visita.

- Seja breve, ele acabou de se recuperar da anestesia. – O médico advertiu enquanto indicava a sala de recuperação anestésica para Dul. Ela caminhou com passos pequenos até a sala, estava sentindo uma forte tontura, mas não podia estragar aquele momento por causa de seus sintomas de gravidez, então ela apenas respirou fundo e entrou, apoiada na parede. Estava gelado, quieto, calmo demais para um hospital no meio de guerra. Ali, até dava pra se iludir achando que havia paz e silêncio lá fora também.

   Dulce aproximou-se da maca em que Ucker estava, o soldado estava deitado com os olhos levemente abertos e sorriu de leve ao vê-la.

- Oi, amor. – A ruiva sorriu e segurou na mão dele, havia uma agulha ligada a um tubo presa na veia dele, então ela suspirou ao olhar e o sorriso sumiu. – Como você tá?

- Me sinto meio estranho, meio dopado. Mas estou bem. – Ele assentiu, sua voz estava fraca. – Minha garganta tá doendo, o médico disse que é por causa da entubação durante a retirada do rim.

- Pensei que tivesse te perdido. Nunca senti tanto medo na minha vida. – Dul acariciou o cabelo dele de leve. – Quando encostei o rosto no seu peito e não ouvi seu coração bater, eu pensei que minha vida tinha acabado. Eu quis morrer, Ucker, porque eu não conseguiria...

- Shii. – Ele a interrompeu, vendo as primeiras lágrimas descerem pelo rosto da namorada. – Não vamos falar disso, eu quero falar de outra coisa. – Ucker sorriu como bobo e olhou pra barriga dela, automaticamente ela passou a mão na barriga e também sorriu. – Vem aqui, amor.

   Dul se aproximou dele e Ucker levantou sua mão com um certo esforço, passou a mão por cima de onde estava seu futuro filho.

- Então, tem uma pessoinha aí? – Os olhos do soldado já estavam cheios de lágrimas. – Uma pessoinha que vai parecer com a gente?

- Tomara que ele se pareça só com você. – Dul deixou outra lágrima cair, mas essa era de muita felicidade.

- Ele? Então, você acha que é um menino? – Ucker perguntou e ela assentiu. – Pois eu acho que vem uma princesa, parecida com a mãe. Vai ser uma graça, você e uma miniatura sua deitadas ao meu lado, me acordando, correndo pela casa. – Ele suspirou.

- Você só quer que seja uma menina pra ela não ter que se alistar no exército. – Dul ergueu a sobrancelha.

- E se ela for uma garota doidinha a ponto de ser enfermeira e ir atrás de um soldado? – Ucker brincou e puxou Dul mais pra perto, encostando o rosto na barriga dela.

- Eu não vou deixá-la namorar um soldado. – Dul murmurou, fazendo um bico bem bonitinho.

   Ucker riu e encheu a barriga de Dulce de beijos e depois a olhou.

- Eu te amo, Dul. Eu sou o homem mais sortudo e mais feliz do mundo. Nós vamos ter um filho e vamos nos casar... A nossa vida perfeita vai acontecer.

- Vai. – Ela soluçou e deixou mais lágrimas caírem. – Eu nem acredito nisso, mas nós finalmente vamos ter paz. – Dul estava extremamente emocionada.

- A gente merece. – Ucker sorriu e lágrimas também caíram do rosto dele.

   Os dois ficaram alguns minutos abraçados, sem dizer nenhuma palavra, apenas deixando algumas lágrimas caírem e sorrindo um para o outro com muita alegria.

- E o que vai acontecer agora? – Ucker peguntou, olhando pra cima. – Quero dizer, você não pode...

- O general me liberou. Vou voltar pra casa, amor.

- Graças a Deus. – Ele respirou aliviado e depois a olhou com cautela. – Mas você não parece muito feliz.

- Porque não estou. – Ela deu de ombros e fungou o nariz, passando o dedo no nariz.

- E por que não? – Ucker sentou-se com cuidado na cama.

- Porque eu não quero deixar você aqui. – Dul fez um bico.

- Você tá louca, Dul? – Ele ficou sério. – O nosso filho vem em primeiro lugar. Você precisa se cuidar, cuidar dele... É nosso bebezinho, Dul. É um ser pequenininho e ele só tem a gente. Dul, nosso filho depende de você.

- Eu seu, mas você... tá aí, nessa cama. Você passou por uma operação.

- Não interessa, Dul. Eu me viro, eu sempre me virei. Mas ele é apenas um bebezinho. – Ucker murmurou, mais calmo. – Meu amor, me escuta, você é mãe agora. O instinto de mãe é proteger o filho.

   Dul assentiu, é claro que Ucker estava certo. Agora seu bebê tinha que ser tudo em primeiro lugar, então, ela iria embora e cuidaria de sua gestação, ela e seu filho esperariam o soldado voltar pra casa para finalmente serem uma família completamente feliz e cheia de paz. Finalmente, depois de toda aquela luta, eles teriam paz.

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