Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   As semanas passaram-se tranquilamente e tudo ia bem na cidade. Dul recebia notícias de Ucker sempre que podia, ele lhe mandava cartas todo dia e agora, o soldado estava fora de combate, ficava apenas tomando conta da base para poder cuidar da saúde. Ela ficava mais tranquila ao saber disso e respondia as cartas dele com muito carinho, contando cada dia da gestação, cada ida ao médico, cada coisinha pequena e leves detalhes que podiam ser percebidos no ultrassom. Annie tratava de ajudar a amiga, dando dicas, conselhos, fazendo-a seguir a risca a dieta receitada pelo médico e tomar todas as vitaminas necessárias naquele período de gestação.

   Agora Dulce estava com dez semanas, o que seriam dois meses e meio, mas sua barriga redondinha já estava bem formada e até maior do que o normal. Ela conversava com seu bebê com frequência e num ultrassom, tinha tido o privilégio de vê-lo chupar o dedo e flexionar uma mãozinha. Foi o momento mais emocionante de sua vida, não imaginava que uma pessoa pudesse se sentir tão feliz como ela estava. Tinha uma pessoinha dentro de si, crescendo a cada dia, que dependia dela, exatamente como Ucker havia falado. Os batimentos leves de seu filho davam sentido a vida de Dulce.

- Bom, Dulce. – Disse o doutor Carlos, sentando-se na frente dela com umas folhas. – Tenho notícias.

   Ela olhou para Anahí e apertou a mão da amiga.

- Diga, por favor, não me deixe imaginar coisas. – Pediu, suspirando.

- Estávamos enganados. – Ele folheou os papéis a sua frente.

- Como assim? – Dul perguntou.

- Pelo amor de Deus, homem, fala! – Annie bateu uma das mãos na mesa.

- Até agora o que tínhamos vistos nos seus ultrassons era apenas um feto. – Ele comentou e depois sorriu. – Mas na verdade, sua gestação é gemelar.

- Isso significa... – Annie arregalou os olhos e a boca.

- Que são gêmos. – O doutor sorriu, assentindo.

- Gêmeos? – Anahí riu e olhou para a amiga, rindo, comemorando. – Gêmeos, Dul!

   Dulce arregalou a boca e ficou em total choque, automaticamente as lágrimas começaram a cair pelo seu rosto e a emoção dominou seu corpo de uma forma possessiva. Com aquela notícia, a alegria foi geral e Dulce mal esperava para contar para Ucker, o soldado ia ficar tão feliz quando soubesse. Dul escreveu uma carta pra ele na mesma tarde e tratou de colocar a notícia em letras garrafais no centro da folha, com um grande destaque. Imaginou o sorriso bobo que nasceria no rosto dele e caiu na cama, suspirando. Acariciou o volume por baixo do vestido soltinho e fechou os olhos, foi quando a vontade veio.

- Pai! – Dul chamou.

   Juan não demorou cinco segundos para estar entrando no quarto dela.

- O que foi, querida? – Ele perguntou, aproximando-se.

- Quero um sorvete de creme. – Ela fez bico enquanto o pai respirava aliviado.

- Que susto, Dulce, pensei que estivesse passando mal.

- Não pai, eles estão bem. – Ela riu e acariciou a barriga. – Só estou com desejo.

- De novo? – Juan ergueu as sobrancelhas de leve. – Me fez sair de madrugada para achar um lugar aonde vendessem melancias. Eram quatro da manhã, Dulce, você não sabe o que eu fiz para encontrar. Está na hora do Christopher voltar pra casa e te ajudar nessas partes, eu estou muito velho pra isso.

- Papai... – Dul fez aqueles olhinhos pidões, com aquela carinha de menina doce. As vezes, parecia uma menininha.

- Eu não posso, querida. Tenho que estar no hospital em quinze minutos. Por que não pede a Annie companhia até a sorveteria?

- Ela tá cuidando da Aninha, pai. O Poncho tá trabalhando. – Dulce fez bico.

- Por isso mesmo, elas devem estar sozinhas. Chame-as para dar uma volta, doce. – Juan beijou a testa de Dul e saiu.

   Dul deixou seu rosto se iluminar com um sorriso espalhado e levantou-se da cama, pegando o celular de cima da mesa. Mas por sua surpresa, assim que começou a discar os números de Annie, recebeu uma chamada da mesma. A loira a convidou para irem até a pracinha e ela aceitou, contanto que as duas comprassem um pote gigantesco de sorvete de creme para matar o desejo que os gêmeos estavam lhe causando. Annie foi buscá-la com a pequena Anabella, a menina estava uma graça, já caminhava de mãos dadas com a mãe em seu passinhos lentos. Estava loira e tinha os olhos claros, mas conseguia ser a cópia de Poncho.

- Tenho uma surpresa pra você, amiga. – Annie olhou por cima do ombro de Dul e sorriu, mas quando Dul foi olhar pra trás, a loira segurou seu rosto, impedindo. Elas estavam sentadas em um banco na pracinha e Anabella estava brincando com seus brinquedinhos de plástico, sentada na grama.

- Annie... – Sussurrou Dul. – O que foi?

- Finalmente, Dulce. Finalmente. – A loira sorriu.

- Finalmente o que, Annie?

- Paz. – Anahí respondeu, segurando as mãos de Dul. – Lembra quando éramos crianças e ficávamos inventando nossos finais felizes, com nossos príncipes perfeitos, nossos filhos a nossa volta, com tudo o que merecíamos? Como as princesas da Disney... Lembra?

   Dul assentiu, ainda confusa.

- Levante-se. – Annie a puxou pela mão e as duas se levantaram. – Eu quero dizer isso, eu esperei tanto pra dizer isso pra você, amiga. Hoje começa o seu “e eles viveram felizes para sempre...”. Hoje, Dulce.

- Do que você tá...? – Dul não terminou a frase porque sentiu braços fortes abraçando-a por trás e aquele perfume masculino maravilhoso invadiu seus pulmões, ela arfou enquanto sentia alguém acariciar-lhe a barriga.

- Tio Ucker! – Gritou Aninha, olhando para cima e rindo e Anahí sorriu mais ainda.

- Adivinha quem é a grávida mais linda do mundo? – Sussurrou aquela voz rouca em seu ouvido, os olhos de Dul marejaram imediatamente, ela não conseguia acreditar. – Oi, meu amor. Senti sua falta.

   Ele depositou um beijo no pescoço dela e depois a virou lentamente. Quando Dul olhou para o rosto de Ucker, sentiu o coração acelerar de uma foma apaixonante e deixou a primeira lágrima cair.

- Acabou, Dulce. Vencemos a missão. – Ele deu um leve sorriso e passou o polergar na bochecha dela, secando a lágrima que caía, depois o polegar separou os lábios perfeitos da namorada. – É agora que os nossos sonhos começam.

   Dul mordeu os lábios e abraçou Ucker, enterrando o rosto no peito dele enquanto chorava de emoção. Acabou. Ela não podia acreditar, sequer conseguia imaginar, mas nunca mais teria que se despedir de Ucker. Ele acariciava os cabelos dela enquanto imaginava com uma felicidade absurda a sorte que tivera em passar por tudo aquilo e agora, ter o amor da sua vida em seus braços. Era mais do que sorte, era destino. Era merecimento. Era um sonho sendo realizado.

Comentem, beijos amores ;*