Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   Quando Dul surgiu na sala, Anahí e Maite logo perceberam que algo tinha acontecido com a amiga. Ela estava com aquela estranha de quem tinha sofrido algum tipo de injustiça. As três caminharam para um canto mais silencioso da sala, expulsando um casal que se beijava para poderem conversar sossegadas.

- O que houve? – Questionou Mai.

- Vocês estavam enganadas. – Murmurou ela e Annie franziu a testa.

- Sobre o quê?

- O Ucker não estava afim de mim. Também não vamos ter nada. – Respondeu Dulce.

- Como assim? O que aconteceu? – Annie parecia atônita. – O Poncho me disse que ele estava te procurando.

- Estava, sim. Só se for dentro da boca da Melina. – Resmungou a ruiva, enojada.

- Peraí, não entendi. O Ucker ficou com alguém? – Mai uniu as sobrancelhas.

- É a Melina, cara. – Anahí bateu no braço dela. – A japonesa bunduda que dava mole pro Poncho.

- Ah, agora eu entendi. – A morena lembrou. – A oferecida.

- A própria. – Confirmou Dul, assentindo.

- Mas até que da pra entender ele, o Ucker é homem, todas as garotas da cidade dão mole pra ele. Nós sabíamos que uma hora ou outra ele ia ficar com alguma delas e a atirada da Melina conseguiu. – Anahí defendeu.

- Aposto que a Melina deu tanto mole que ele pegou por educação. – Mai comentou, acidamente.

- Mesmo assim, ele pegou. – Disse Dul e deu de ombros em seguida.

- Ah, Dul. São homens, eles pegam qualquer coisa que ande e respire. – Zombou May.

- O meu Poncho não é assim.

- Você é um caso à parte, Annie. Sorte sua, encontrou a exceção da regra.

- Mas eu não entendi porque você ficou tão chateada com isso. – Anahí sorriu. – Você disse que não tinha nada a ver.

- E não tem mesmo. Agora ainda mais. Olha isso. – Dul apontou para a cena do outro lado da sala: Ucker e Melina dançavam agarrados, ela esfregando o bumbum no corpo dele enquanto Ucker beijava seu ombro.

- E você vai ficar nessa dor de cotovelo sem fazer nada, é? – Mai questionou. – Não parece a Dul que eu conheço.

- É mesmo, estou agindo como uma perfeita idiota. – Dulce pegou o copo de bebida na mão de Maite e bebeu tudo de uma vez só. – Vou dançar. Vocês vem, meninas?

   As duas bateram palminhas, felizes pela atitude animadora da amiga e a seguiram para a pista de dança. As três pararam para dançar no meio da festa e começaram a ser vítima de olhares quando pouco a pouco, começaram a rebolar e sensualizar, despertando a atenção de todos que ali estavam. Dançaram por bastante tempo, perdendo a noção da hora, envolventes e marcantes. Poncho veio logo depois acompanhar a namorada e causou inveja em muitos rapazes.

   Depois de mais de uma hora dançando, Dul parou para respirar. Estava suando, mas ainda tinha em si muita energia para continuar dançando por horas. Olhou a sua volta, sem conseguir se controlar de curiosidade, e Ucker estava dançando com Melina, a atenção toda focada nela. Ele nem sequer tinha se dado ao trabalho de olhar pra Dul, não tinha caído no envolvente modo de dançar dela. Só tinha olhos para a sua japonesa aquela noite, parecia disposto a passar a noite toda na companhia de Melina. E Dul teve certeza que não acabaria ali, pelo jeito de dançar deles, praticamente se “esfregando”, um homem de vinte e três, uma mulher de vinte... Não precisa ser um gênio pra ligar os pontos e saber pra onde eles iriam depois da festa. Aquela altura, Ucker devia estar com a bebida dominando seu corpo e uma vontade enlouquecedora de levá-la para a cama e mesmo que Melina estivesse sóbria, não diria não pra ele, era uma completa oferecida. O que ela mais queria era se envolver com um soldado que morava na França e naquele momento, era o homem mais desejado da cidade. Ela tinha seus quinze minutos de fama, de atenção, de satisfação e prazer. Era o suficiente pra uma garota daquelas.

   Dulce não conseguia mais, não dava pra ficar naquele ambiente, observando aqueles dois dançando com os corpos tão colados. Ela não tinha mais nenhum clima, nenhuma vontade de ficar naquela festa. Enxergou a verdade: não queria Ucker antes, mas ao perdê-lo antes mesmo de ter, não tinha sido bom. Só tinha feito Dul se sentir estranhamente mal por ele não estar mais afim dela. E ela decidiu ir embora e esquecer que tinha passado por aquilo.