Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   Christopher e Christian estavam pintando a sala da casa. Os dois estavam parados com o rolo de tinta nas mãos, ambos sem camisa e com respingos de tinta branca por todo o corpo. Ucker estava contente, cada dia sua nova casa estava mais arrumada e a sala era a única que precisava ser pintada, o quarto do casal tinha um tom perfeito de verde claro, a cozinha toda branca, o quarto de hóspedes azul e o quarto dos bebês com cores divididas. Aliás, o único cômodo que já estava terminado era o quarto de Alícia e Alonso e era de longe a parte mais linda e meiga da casa, Dul tinha enlouquecido o decorador com suas escolhas bipolares, mas por fim, o resultado ficou ótimo.

   Adriana entrou correndo na casa, ofegante. Ucker e Chris assustaram-se e olharam para ela, que se apoiou nos joelhos e ficou tentando puxar algum ar para os pulmões.

- Mãe, eu falei pra senhora pegar leve, dona Drica. – Ucker brincou, soltando o rolo de tinta e rindo dela. Quando Adriana levantou o rosto e o encarou, a expressão da mãe fez o sorriso de Ucker sumir imediatamente. – O que foi? Que cara é essa?

- Dona Adriana, o que aconteceu? – Chris a segurou, mas ela não conseguia falar. – Cadê a Dulce? Ela... entrou em trabalho de parto? – Chutou Chris, mas Adriana negou com a cabeça.

- Então o que houve, mãe? – Ucker já estava assustado. – Cadê a Dul, pelo amor de Deus?

- Filho... – Ela respirava fundo, tentando falar. – A Dulce... Ela... Ela sumiu.

- Sumiu? – Chris arregalou os olhos junto com Ucker.

- Como assim? – Ucker questionou.

- Sumiu, simplesmente sumiu, sumindo. – Adriana já estava melhor, mas isso não diminuía seu desespero. – Eu me virei por dois minutos pra comprar uma água pra ela e quando voltei, ela tinha sumido. Eu perguntei, procurei, mas não a encontrei de jeito nenhum.

- Liga pra ela. – Chris ordenou para Ucker.

- Ela não levou o celular. – Ucker passou a mão pelos cabelos e sentiu-se sufocar. – Ai, meu Deus, vamos pra delegacia.

   Em menos de minutos, estavam os três na delegacia, falando diretamente com o delegado da cidade. O homem se assustou ao ver o rapaz alto que passou pela porta, sem camisa, todo respingado de tinra branca e com o rosto vermelho de despespero. O delegado conhecia Dulce, era muito amigo de Juan e arregalou os olhos imediatamente quando ouviu Ucker dizer. Ele o acalmou e pediu que Ucker seguisse as instruções: ligasse para todas as pessoas com que Dulce poderia estar, procurar saber quem foi a última pessoa a vê-la e depois, eles começariam as buscas, afinal, ela estava gestante de quase oito meses e ainda por cima, era uma gestação gemelar. Chris fez isso, primeiro ligou pra Poncho e o moreno disse o óbvio, nem ele nem Annie tinha visto Dulce naquele dia, mas quando souberam do desaparecimento da mesma, vestiram-se, deixando Aninha com os avós e correndo para a delegacia. Enquanto isso, Ucker ligava para Juan para avisar sobre o desaparecimento da filha e o médico largou o plantão em que estava e correu desesperado para lá. Chris ligou pra Maite, a morena estava na faculdade e saiu, tendo uma sensação estranha no peito.

- A Mai também não a viu. – Chris murmurou, desligando o aparelho. – Está vindo pra cá.

- Meu filho, bebe um copo d’água, você está tremendo. – Adriana ofereceu um copo para Ucker, mas ele não aceitou, nada passava na sua garganta. Seus três pequenos, as coisas mais importantes de sua vida estavam desaparecidos.

- Ucker. – Chamou uma voz na porta e ele virou-se. Seu irmão estava lá, de mãos dadas com Angelina e entrou na sala da delegacia, que já estava ficando pequena para aquele monte de gente desesperada. – A Angelina tem algo pra te falar.

   Angelina arregalou os olhos e encarou Samuel.

- Sam, não. – Sussurrou entredentes.

- Você vai contar, Angel, agora.

- Contar o que? – Ucker insistiu, olhando para o casal. – Pelo amor de Deus, Angelina, fala.

- Ela sabe quem sequestrou a Dulce. – Sam respondeu por ela.

- Quem? – Ucker agarrou nos ombros dela, alterando sua voz. – Quem? Fala logo!

- Melina. – Sussurrou a garota, com um pouco de medo. A voz saiu fraca e Angel gaguejou.

   Todos arregalaram os olhos, assustados.

- Aquela vadia! – Annie gritou, batendo as mãos na mesa e quebrando o silêncio. – Quando eu pegar aquela japonesa, vou acabar com a raça dela.

- Nós vamos. – Chris rebateu, cerrando os olhos.

- O que ela quer com a Dulce? – Ucker insistiu.

- Eu... eu não sei. Ela só em perguntou se eu queria participar de um plano... de um plano contra vocês. Eu disse que não, então ela falou que não precisava de mim. Eu perguntei o que ela iria fazer, mas ela não me disse nada, então eu achei que ela estivesse blefando, afinal, ela sempre falou mas nunca fez nada contra ninguém. Só que hoje eu a vi saindo de casa meio a espreita e entrando num carro escuro, com o vidro fumê. – Angelina estava nervosa como todos.

- Quem é Melina? – Adriana sussurrou para Sam.

- Uma mulher morta, mãe. – Ucker bateu com os punhos nas mesas e rosnou.

   As horas se passaram e eles continuavam naquela ansiedade, as buscas já tinham começado pela região e nos noticiários locais já exibiam as notícias do desaparecimento de Dulce, pedindo que ligassem caso houvessem informações.

- Ela é mesmo querida. Já estão a caça dela. – Melina desligou a TV com o controle, vendo o rosto da ruiva estampado na tela. – Christopher deve estar louco, atrás dela e das suas coisinhas. – Dito isso, ela acariciou a barriga de Dulce.

   Dul estava deitada numa cama branca, num pequeno quartinho de um hotel, numa cidade quilômetros de distância. Ela dormia, com os punhos amarrados e ainda nem fazia ideia do que tinha lhe acontecido.

- Tem certeza que ninguém do hotel viu o rosto dela? – Melina perguntou ao homem ao seu lado.

- Tenho. – Respondeu ele. – A atendente quase nem viu nosso rosto, ela estava mais concentrada no joguinho do celular e entregou as chaves com uma má vontade... Eu disfarcei, disse que minha esposa estava cansada por causa da gravidez e por isso, estava a carregando no colo. Ela deu de ombros e nem olhou pra cima. Tem certeza que isso que você deu pra ela dormir não vai prejudicar os bebês?

- Tenho, já falei dez vezes. É seguro. – Melina revirou os olhos. – Por que está tão preocupado? Esses enrugadinhos vão pra adoção mesmo.

- Eu sei, mas você prometeu que eles íam nascer bem e que não faria nada contra os bebês.

- Eu prometi. E farei. – Mel sorriu, mentindo. “Depois que eles nasceram, eu os amarro num pano e jogo dentro de um rio”, planejou ela, mentalmente. – Não faça essa carinha, tudo vai dar certo. Eu terei minha vingança, tirando essas “coisas” dos pais e você vai ter sua princesa, vai poder levá-la pra Europa com você e convencer Dulce que é você quem ela ama e que ela nunca deveria ter feito você passar por aquela humilhação pública ao te abandonar no altar.

   Então, Fernando sorriu, finalmente seus sonhos se realizariam e ele teria a mulher que amava, a mulher que pertencia a ela e que seria sua esposa se aquele idiota fardado não tivesse entrado no altar e a raptado. Agora, era diferente, era o soldadinho que estava atrás dela, Fernando estava apenas dando o troco. Ele e Melina chocaram as mãos e sorriram.

 Comentem, beijinhos ;)

Gostaram do quartinho? E essa Melina e esse Fernando, hein? Beijos, até ...