Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   Passaram-se dois dias e as buscas por Dulce continuavam. O caso tornava-se vada vez mais conhecido e fotos da ruiva estavam coladas pelas cidades vizinhas. Ucker não dormia desde a última vez que tinha visto a namorada, os pequenos cochilos que dava sempre eram interrompidos por pesadelos onde coisas terríveis aconteciam a Dul, por isso, ele estava perferindo não dormir. Todos ainda estavam preocupados, desanimados, sem sorrisos e Adriana morria de preocupação ao ver as olheiras enormes embaixo dos olhos do filho e ao perceber que ele quase não comia nada.

   A tarde estava ensolarada e Melina tinha saído pra fazer umas comprinhas, deixando Dul sobre a vigilância de Fernando. A ruiva mantinha os olhos bem atentos, fingindo-se de desentendida, percebendo onde ele colocava as chaves, o celular, tudo que pudesse salvá-la e tirá-la daquele inferno. Fernando sentou-se na beira da cama e Dul lhe estendeu os pulsos.

- Me solta, Fernando. Por favor. – Ela pediu com aquela carinha. – Meus pulsos doem.

   Ele olhou para os braços dela e sentiu pena, realmente. Estavam roxos, marcados, pareciam doloridos. Fernando não pensou duas vezes e desfez o nó forte de Melina, Dul suspirou aliviada ao sentir os braços livres e depois de rodar os pulsos por alguns segundos, olhou para ele.

- Obrigada. – Dul sorriu de leve, abaixando o olhar.

- Ah, meu Deus, você sorriu pra mim. – Ele riu e segurou-a pelo queixo. – Que coisa linda.

   Dul ergueu o olhar e encarou Fernando.

- Você tá cuidando de mim, dos meus filhos... Eu te agradeço por isso. – Ela correu as mãos pela barriga enorme.

- É claro, princesa, claro que vou cuidar de você. – Fernando sentiu-se bem por ouvir aquilo. – Que bom que agora percebe. Eu te amo, Dulce. E você também me ama, só que ainda não sabe, esse Christopher está confundindo sua mente.

   Dul abaixou o olhar, encarando a barriga. Fernando passou a mão na testa dela, limpando o suór que gotejava.

- Por que não toma um banho? Eu te ajudo. – Ele sugeriu e Dul assentiu com a cabeça. As costas dela doíam, as pernas e os pés também e já estavam levemente inchados. Dul se ergueu com o apoio de Fernando e ele foi segurando o braço dela até o banheiro, havia uma banheira branca ali, mesmo o espaço sendo bem pequeno. Enquanto Dul despia-se calmamente, morrendo de vergonha, Fernando encheu a banheira com uma água fresca. Depois, completamente nua, ela entrou na banheira com a ajuda dele, enquanto ele olhava fascinado a mulher diante de si.

   Dulce sentiu cada parte do corpo se arrepiando ao sentir a água tocando-lhe a pele. Ela encostou os ombros na beirada e fechou os olhos, sentindo Fernando puxando o elástico do cabelo dela e o penteando com uma escova. Ele parecia admirado com a beleza de Dulce diante de si e ela parecia cada vez mais assustada, Fernando estava doente, era a única explicação. Ele estava obcecado, fascinado por Dul. Ela deixou algumas lágrimas caírem e ficou pensando em Ucker, pensando onde ele estaria e como estaria naquele momento. Não podia passar por aquilo, não merecia, nenhum dos dois merecia todo aquele sofrimento. Eles tinham que ser felizes, só isso. Era um final perfeito pra história dos dois, mas como sempre, alguma coisa ruim acontecia.

- Por que está chorando, meu amor? – Fernando perguntou ao ouvir Dul soluçar.

- Não é nada. Eu estou sensível, só isso. – Ela secou as lágrimas com as pontas dos dedos e ele pegou o roupão branco para Dulce.

- Não vou deixar a Melina machucar você. – Ele murmurou quando Dulce ficou de pé, do lado de fora da banheira. – Nem eles, tá bom? Vai ficar tudo bem, Dulce.

- Eu sei. – Ela suspirou e girou para que o roupão fosse enrolado em seu corpo. Ficando de costas para Fernando, sentiu ele envolvendo os ombros dela com os braços e beijando-lhe a nuca.

   Dul fechou os olhos e suspirou, mantendo a calma. Seus pequenos em sua barriga pareceram não gostar da carícia que não fosse do pai e houve um chute fraco, depois um mais forte. Eles caminharam até o quarto novamente e Dul sentia um grande aperto no peito, incapaz de abrir os olhos e não chorar. Ficou com eles fechados durante todo o tempo em que Fernando ajudava-lhe a se vestir. Depois sentou-se na cama e ele depositou-lhe um beijo na testa.

- Está com fome? – Ele perguntou e Dulce assentiu. – Vou preparar alguma coisa pra você comer. Algum desejo?

- Almôndegas. – Ela sussurrou e ele sorriu. Quando Fernando estava saindo, Dulce o puxou pelo braço e o abraçou apertado, envolvendo os braços no tronco dele, sem conseguir chegar mais perto por causa da barriga entre eles. Fernando suspirou e quando se afastou, seu sorriso estava estampado bem grande no rosto. Ele segurou o rosto dela por breves segundos e tocou de leve os lábios nos de Dulce, depois ergueu-se e saiu do quarto.

   Assim que Dulce ouviu a porta sendo fechada, passou as costas da mão na boca e fez uma careta. Depois, abriu a mão agarrada ao lençol e viu o aparelho celular de Fernando. Quem diria que seu vício em séries policias e seus dias dedicados a assistir maratonas na companhia do pai tinham lhe redindo algo de útil. Ela tinha usado a tática do abraço e o distraído por completo enquanto o celular era puxado do bolso de trás, com muita calma e precisão.