Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   A ruiva teve que respirar fundo e se controlar para lembrar o número e discar. Não foram precisos mais de um toque e meio para que a voz de Ucker soasse desesperado do outro lado da linha, enquanto Dul suspirava aliviada.

- Amor... – Ela disse, com a voz embargada.

- Dulce? – Ele disse e dezenas de vozes se elevaram do outro lado da linha. – Shii, silêncio. – Ele pediu. – Dul, você tá bem? Onde você está? Dul?

- Oi, oi. – Ela sussurrou bem baixinho. – Calma, amor, eu tô bem. Eu... não sei onde estou, bom, eu tô num quarto de hotel e o Fernando está me vigiando...

- Aquele maldito tá metido nessa? – Ucker gritou. – Machucaram você?

- Não. – Dul respondeu e depois ouviu instruções de alguém no outro lado da linha, parecia um policial ou algo do tipo falando, então Ucker assentiu.

- Olha, amor, presta bem atenção em mim.

- Uhum. – Ela concordou e olhou pra porta, Fernando parecia ter derrubado uma panela no outro cômodo.

- Está amarrada a alguma coisa? – Perguntou ele.

- Não.

- Tem alguma janela em que possa chegar? Tem alguma aí nesse quarto?

   Dul percorreu os olhos pelo quarto e encontrou a única janela do ambiente, coberta com uma cortina preta.

- Sim. – Ela sussurrou.

- Você precisa ir até essa janela e dizer alguma coisa sobre o que tem do lado de fora. Qualquer coisa, tudo que puder ver. Todo detalhe é importante. – Murmurou Ucker, respirando fundo.

   Dul colocou os pés no chão e caminhou devagar até a janela, colocando uma mão na barriga. O dia estava ensolarado e demorou alguns segundos para que ela se acostumasse com a claridade do sol, depois começou a definir a paisagem.

- Do outro lado da rua tem um restaurante, um bar, eu não sei. Se chama... – Dul forçou a vista, com a mão no vidro fechado da janela. – Acho que alguma coisa como Laurie... Laune... Laurence! É isso, o nome é Laurence.

- Mais o que? – Perguntou ele, ansioso.

- Tem uma estrada de terra, parece meio deserto, eu não sei. A janela tá trancada, eu não consigo ver o lado do hotel. – Dul tentou abrir o vidro, mas estava travado. – Tem alguns carros passando. Poucos.

- É só isso que consegueu ver, querida? – Perguntou ele.

- Sim. – Dul suspirou, frustrada, colando a testa na janela. No mesmo momento, a luz do sol atingiu algum ponto e uma luz brilhou, fazendo Dulce erguer o olhar. Ela viu o topo de um prédio, onde havia uma cruz na ponta. Na cruz prateada, haviam letras pretas que destacam uma escrita antiga: “Santa Dulce”. Ela sorriu e seus olhos encheram-se de esperança. – Santa Dulce! - Disse ela.

- Que?

- Santa Dulce, Ucker. A cidade em que minha mãe conheceu meu pai, a cidade que inspirou meu nome. – Ela explicou, sussurrando. – É a cidade em que estou.

   Ucker arfou e parecia emocionado, desesperado, aliviado, todas as coisas ao mesmo tempo. Ela ouviu um barulho de prato e olhou pra trás.

- Preciso desligar. Fernando está voltando.

- Estou indo buscá-la, meu amor. Estou indo. – Ele prometeu baixinho.

- Estou te esperando. Eu te amo, querido. – Dul suspirou e ouviu a resposta dele antes de ligar.

- Eu te amo mais que tudo, meu amor.

   Dul apagou a ligação do registro de chamada e depois voltou para a cama, colocando o celular no chão e o chutando para um canto do quarto, o aparelho sumiu num monte de roupas empilhadas no cantinho. Ela deitou no mesmo instante em que Fernando entrou no quarto com um prato em mãos. Ele sorria e ela sorriu de volta, pela primeira vez com sinceridade e fechou os olhos antes de afirmar pra si mesma que seu soldado estava a caminho, que logo aquilo acabaria. 

Opa, tá chegando, hein ... Não quero que tenha final, gosto tanto de escrever :(

Mais obrigada por tudo hein, comentem, meus amores <3