Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

  O caminho até o hospital foi o mais longo que Dul já fizera em toda a sua vida. As contrações estavam tão fortes que ela pensava que os gêmeos fossem nascer a qualquer momento, ali mesmo. Ela apertava a mão de Ucker com força, enquanto ele incentivava Dulce a respirar fundo, como a médica havia lhe ensinado. As dores estavam fortes, ela podia sentir seu ventre em contrações desordenadas e bem doloridas. Dul estava tentando manter ao máximo a calma, mas estava muito preocupada de ter alguma complicação no parto dos seus filhos. Ucker limpou o suór da testa dela e sorriu, com nervoso de ver sua namorada sentindo tanta dor.

- Calma, vai dar tudo certo. – Ele beijou-lhe a testa com carinho e ela assentiu, nervosa demais pra acreditar plenamente naquilo. Quando ouviu umas das enfermeiras dizendo “chegamos”, respirou um pouco mais aliviada. Foi levada numa cadeira-de-rodas pra dentro do hospital e depois disso, Chris ficou na recepção enquanto Dul era empurrada em direção a algum lugar. As enfermeiras a levaram para um quarto e quando Dulce percebeu que estava sozinha com as duas mulheres, arregalou os olhos.

- Cadê o Ucker? – Perguntou, desesperada, elas perceberam que Dul se referia ao pai.

- Calma, ele foi se vestir. – Uma enfermeira disse, entrando com Dul em um banheiro. Depois de tomar um banho, fazer depilação e lavagem, Dul foi vestida e levada de volta para um quarto e deitada numa maca. As enfermeiras tiraram o cordão e a aliança. Ela ficava com os olhos arregalados, esperando Ucker entrar, mas nada dele. Estava agoniada de estar ali sem ele, queria morder alguma coisa, apertar, queria que aquela dor fosse descontada em alguma coisa. O médico de Dul entrou sorrindo, ele beijou a testa dela e lhe disse “parabéns”, ela fez um grande esforço pra sorrir com toda aquela dor. Doutor Carlos colocou a luva e a examinou.

- Cinco centímetros de dilatação, já está em trabalho de parto. – Ele olhou para a enfermeira. – Vamos levá-la para o centro cirúrgico.

   Dulce foi levada para lá e sorriu ao ver que Ucker já podia acompanhá-la com a autorização do médico. Ele estava vestido como um dos médicos e estava tão nervoso quanto ela. Quando Dulce foi colocada na maca da sala de partos, viu a equipe que estava ali, havia mais de um obstetra, além de dois pediatras neonatologistas, o anestesista e enfermeiras. O médico examinou novamente e se surpreendeu, sete centímetros de dilatação.

- A dilatação está acontecendo muito rápido, ela está no estágio avançado. Anestesista, dê uma raquidiana.

   Ucker arregalou os olhos e se afastou um pouco, dando espaço para o anestesista. Ele estremeceu ao ver a agulha enorme na mão do anestesista e sentiu a dor pela noiva. As enfermeiras ajudaram Dul a se deitar de lado e ela sentiu mais uma contração, bem mais dolorosa e intensa, agora vinha uma atrás da outra.

- Olha, a posição é meio desconfortável para que o procedimento seja realizado. – O anestesista tentava manter Dulce calma, ela assentiu com a cabeça enquanto ele aplicava o anestésico local. – Fique completamente imóvel para que eu possa aplicar o líquido. Eu sei que é difícil por causa do barrigão, mas curve suas costas ao máximo e capricha na corcunda, você aumentará o espaço entre as vértebras e facilitará as coisas. Concentre-se na sua respiração, respire fundo pelo nariz e expire devagar pela boca, e mantenha a calma. – Dul assentiu novamente e fez o que ele mandou.

- Dói muito? – Ucker perguntou, os olhos lamentosos. Ele prometeu ali que nunca mais queria deixar Dulce passar por aquilo.

- Não, é mais a pressão. – Ele respondeu a pergunta insegura do pai. – Mamãe, uma formiguinha vai morder suas costas agora.

   Para Dul, foi um formigão, pois o que ela sentiu foi longe de uma leve picadinha. Doeu e depois ardeu o lugar, no final, uma sensação de queimação. No mesmo momento o efeito surgiu, as pernas de Dulce começaram a formigar e isso trouxe um certo alívio pra ela, que deixou de sentir da cintura pra baixo. Ela ficou naquela posição por mais de cinco minutos, evitando que o líquido escorresse e depois a colocaram na posição correta. Uma das enfermeiras aplicou o soro no braço de Dulce, ela nem sentiu a agulha, só uma picada.

   Ucker já estava ao lado dela de novo, segurando sua mão e ela deu um sorriso fraco pra ele, em seguida, mais uma contração. Os intervalos estavam curtos e Dul podia sentir que a hora do parto estava se aproximando. O dedo do médico mais uma vez invadiu Dulce e ele arregalou os olhos.

- Está na hora, dez centímetros de dilatação. – O médico arrumou a máscara no rosto e as pernas de Dulce foram posicionas. Ela fechou os olhos sentindo uma dor. – O primeiro bebê está de cabeça pra baixo, a posição é muito favorável. Eu sei que você não tá sentindo da cintura pra baixo e isso pode dificultar que você faça força, mas eu preciso da sua ajuda, Dulce.

   Ela concordou com a cabeça e apertou a mão de Ucker, fechando os olhos.

- Vamos lá, empurra. – O médico incentivou, assim Dul fez e apertou mais ainda a mão de Ucker. – Ele está nascendo, vamos lá, força, Dulce! – Ela fez mais força ainda, mordendo o lábio e sentindo uma carícia de Ucker em sua testa. Depois de mais força e mais força, os dedos de Ucker já estavam dormentes e ele pensou que fosse demorar mais, porém, segundo depois, um choro lindo tomou conta da sala e ele ergueu os olhos, vendo seu filho nas mãos do médico. Alonso era tão pequenino, estava com seus olhinhos fechados, movendo as perninhas, coberto de sangue e de vérnix carneoso, uma espécie de gordura branca. Era de longe o bebê mais lindo que Ucker já tinha visto.

   O cordão umbilical foi cortado e Alonso foi levado para a maca, onde as enfermeiras começaram a limpá-lo, Ucker não conseguia tirar os olhos de seu filho, ele era tão lindo. O chorinho dele ainda ecoava pela sala e Dul sorriu, esticando os olhos querendo vê-lo também. O pediatra chegou perto dele, examinando o bebê, aspirando as secreções da boca e das narinas e disse segundos depois:

- Ele é perfeito.

   Ucker sorriu, tinha certeza disso. Dul olhou pra ele com os olhos cheios de lágrimas, vendo o pediatra tomar os cuidados pós-parto com seu filho.

- Agora é a vez da Alícia. – O médico murmurou, olhando para Dulce, mas ela estava exausta. – Eu vou precisar do auxílio da ventosa para o segundo bebê. – Ele disse a enfermeira, Ucker arregalou os olhos.

- Algum problema? – Perguntou, assustado.

- Não há nada demais, só temo que Dulce não possa mais fazer tanta força. – O médico os tranquilizou e pegou o instrumento nas mãos, era algo bem estranho. A ventosa foi conectada na cabeça de Alícia e depois o ar foi retirado. O procedimento era um pouco barulhento e isso assutou Dul, ela estava temendo que alguma coisa desse errado.

   Não demoraram três minutos e Alícia nasceu, ela não estava chorando, então recebeu uma leve palmadinha do obstetra, fazendo a menina chorar indefesa. Ucker quis segurá-la e portegê-la no mesmo instante, mas seu cordão foi cortado e ela foi entregue para o outro pediatra, para que fossem realizados todos os procedimentos que estavam sendo realizados com Alonso. O pediatra examinou a pequena que chorava com muita força para pulmões tão pequeninos e disse que ela também era perfeita. Depois os bebês foram levados e o médico sorriu para Dulce.

- Fez um ótimo trabalho, mamãe. Parabéns. – Ele desejou-lhe felicidades, ela sorriu exausta.

- Obrigada. – Sussurrou, depois olhou para Ucker.

- Eles são tão lindos, tão perfeitos. – Ucker estava com os olhos cheios de lágrimas e um sorriso tão bobo no rosto.

- Claro que são. São nossos filhos. – Dul sussurrou, ele beijou os lábios dela com delicadeza.

- Ainda dói muito? – Ele perguntou, acariciando o cabelo dela.

- Valeu cada dor, amor.

- Agora sim eu posso dizer que conheço o amor infinito... – Ucker suspirou, deixando as primeiras lágrimas caírem. – Eu te amo, amo vocês três. Sou um homem completamente realizado. Tudo pelo que eu passei, toda a luta, tudo foi pra ter vocês um dia, agora entendo. Você, Alonso e Alícia são minha vida.

   Ela sorriu e deixou que suas lágrimas caíssem, tudo tinha dado certo, era uma bênção.

Ahhh, tá acabando... Comentem, beijinhos ;)