Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   Os dias se passaram, rápidos e tranquilos. As festas de fim de ano chegaram e o natal passou, lindamente, com todas as famílias reunidas e felizes, o espírito natalino de fraternidade habitou a véspera e o dia vinte e cinco e depois que se foi, as preparações focaram-se no ano novo. Tudo estava perfeito, como deveria ser, mais do que isso, estava em seu encaixe sob medida. Dul e Ucker aproveitavam os dias de sol pra passear pelas florestas e quase sempre se amavam loucamente e irracionalmente, no meio do nada. Nos dias de chuva ficavam deitados na cama ou no sofá, vendo filmes e comendo doces, até sentirem vontade de tirar a roupa e começarem a se amar. Várias vezes passavam o dia no hospital com as crianças ou indo visitar os pequenos pássaros que moravam na proteção dos animais. Foi uma emoção só quando aqueles ovinhos quebraram, agora eles já estavam quase aprendendo a voar. Quando não estavam perto um do outro, coisa rara, trocavam mensagens fofas e ligações apaixonadas, causando suspiros e inveja. Nos banhos de banheira, Ucker mordia as pernas de Dul e eles se afovagam juntos e trocavam beijos entre a espuma, risadas envolvidos na toalha. Uma das novidades pra Dul, era que quando ela dormia ao lado de Ucker, não tinha pesadelos, nos braços dele sempre tinha uma noite tranquila. Em anos acordando no meio da noite, com barulhos de tiro ecoando em sua cabeça, agora ela dormia bem. Mas só ao lado dele. Também descobrira a tatuagem de Ucker, que dizia: “Blessed by God and beautiful by nature”, que traduzindo significa: “Abençoado por Deus e bonito por natureza”. Ela riu ao ver aquela escritura um pouco abaixo da barriga de seu namorado, onde o short escondia, perto de seu osso direito, quase na virilha.

  Evitavam ao máximo conversar sobre o fato do dia de Ucker ir embora estar se aproximando, mas Dul lembrava-se cada dia quando acordava e olhava pro calendário. A passagem dos dias só trouxe isso mais pra perto da sua realidade e eles tinham que tocar nesse assunto: dali a poucos dias, ele estaria na França e ela estaria acabada.

   Era véspera de ano novo, dia trinta e um, por volta das três da tarde e estavam todos na casa de Poncho: Anahí estava linda e natural, sentada no chão da sala diante da árvore de natal, arrumando os laços vermelhos presos nas pontas dos galhos. Mai e Chris, agora de namoro reatado, sentados no sofá abraçados, a morena com as pernas sob a do namorado, rindo do filme de comédia que passava na TV. Dul estava deitada no colo de Ucker enquanto ele mexia em seu cabelo, fazendo-lhe um cafuné gostoso. Poncho abriu a porta, chegando com as caixas de pizza, realizando a missão que tinham lhe passado. O cheiro delicioso invadiu o ambiente e o moreno riu, passando pela namorada e lhe beijando o alto da cabeça.

- Amor, para de mexer nessa árvore. Você já mudou esses enfeites de lugar umas trintas vezes. – Poncho passou para a cozinha. – Aliás, o natal já passou. – Gritou de lá.

- Não fica do jeito que eu quero. – Annie fez um biquinho.

- Já está perfeita. – Ele a levantou, abraçando-a. – Como é que tá a Anabella?

-O Henry está muito bem. – Anahí reforçou o nome. Casais quase sempre discordam na intuição sobre o sexo do bebê.

   Depois que todos comeram, entre risos, brincadeiras, apostas sobre ser menino ou menina e principalmente, guerrinhas para decidirem o padrinho e a madrinha, Dul e Ucker saíram para conversar e caminharam por uns cinco minutos até estarem no meio da floresta que tanto gostavam. Ela estendeu o lençol que trouxera, depois o casal sentou-se e se olharam por longos segundos.

- Você quer me dizer alguma coisa? – Ucker perguntou.

- Eu tenho que te dizer alguma coisa. Mas não sei qual o caminho certo de começar a dizer isso. – Ela suspirou, frustrada.

- Todo dia eu penso sobre como vai ser quando eu for embora. Porque sinceramente, amor, eu não sei se vou conseguir. Não sei se aguento ficar longe de você.

- Eu sabia que seria muito difícil, mas não sabia que sentiria essa coisa de querer ir com você. – Dul olhou pra ele. – O que eu vou fazer sem você aqui? Quem vai me acordar e me colocar pra dormir? Quem vai me olhar nos momentos difícies e transformar minhas lágrimas em sorrisos? Quem vai suspirar um “eu te amo” no pé do ouvido no meio da noite e dançar lento comigo no meio de uma festa eletrônica? Quem vai me proteger e afastar os meus pesadelos, me chamar de princesa, sentir ciúmes? – As lágrimas começaram a cair pelo rosto da ruiva. – E quem vai ser meu anjo, meu príncipe, meu amor?

- Não fica assim, minha princesa. – Ele a abraçou. – Eu tenho certeza que vai dar tudo certo. Se você soubesse o quanto eu não queria ser um soldado agora e ficar aqui pra sempre contigo... É o que eu mais quero, Dul.

- Mas a nossa vontade não é o suficiente. – Ela começou a soluçar. – Como eu irei dormir sem saber onde você está ou como está? Imaginando as piores coisas, sabendo que você está correndo risco. Sem poder fazer nada pra mudar isso.

- Você vai está me protegendo lá também. – Ucker ergueu o rosto da namorada com as mãos e olhou nos olhos vermelhos de Dulce. – Ei, ei, que história é essa? Não haja como se isso fosse uma despedida, porque não é. Não uma despedida eterna. Eu vejo meu futuro quando olho em seus olhos e acredite, é maravilhoso.

- Promete? – Pediu Dulce.

- Prometo.

- Eu te amo, Ucker.

- Je t’aime. – Respondeu ele, num bom frânces.

   Ela deitou a cabeça no peito dele e se acalmou as poucos, suspirando alto. Depois de um tempo, eles se deitaram sobre o tecido espalhado na grama e ficaram olhando para o céu nublado, de mãos dadas.

- Eu vou te esperar pra sempre. – Murmurou ela.

- E se eu não voltar? – Perguntou Ucker, a voz fraca.

- Então, eu irei buscá-lo. – Prometeu Dul e depois ele beijou a mão dela, suavemente, respirando fundo e querendo que aquele momento se eternizasse, querendo que a maior distância que tivessem na vida, fossem aqueles poucos centímetros que estavam separando seus lábios agora.

Ai, tô toda boba com os elogios de vocês... Obrigada, gente ! Comentem.