Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   No dia seguinte, Dulce acordou muito bem-humorada. Não costumava acordar assim, ainda mais numa segunda-feira, mas não teria aula na faculdade e ela poderia passar o dia todo com Ucker e aproveitar antes que ele fosse embora. Fora da sua janela, Dul viu um sol perfeito e um céu completamente azul, sem nenhum rastro de nuvens e aquilo a animou. Aproveitar um dia de sol com Ucker era como a realização do que havia sonhado durante todos os meses em que estivera distante dele.

   Depois do banho matinal, desceu a escada penteando os fios vermelhos e molhados e sentou-se ao lado do pai, dando um beijo no rosto de Juan, que estava sentado na mesa, deliciando-se com seu café preto e com seu jornal dobrado nas mãos.

- Eu pensei que tivesse esquecido de mim. – Disse o pai, levantando o olhar pra Dulce.

- Oh, claro que não, deixe de ciúmes bobo. – Ela riu.

- Teve pesadelos essa noite. – Comentou ele.

- Hum, tive? Não me lembro. – A ruiva deu de ombros. – Tive pesadelos a vida toda, papai.

- Não eram os mesmos. Quero dizer, não eram com a sua mãe. Você temia pelo Christopher.

   Dul deu um longo suspiro e abaixou o olhar. É claro que ela temia pela vida dele, porque ele era um legionário, não tinha como não alimentar o medo de perdê-lo. Todos os dias ela rezava, pedia pela proteção dele, queria que seu namorado voltasse são e salvo, sem nenhum arranhão quando aqueles malditos anos obrigatórios acabassem. E aí sim, eles seriam felizes por completo.

   Quando Ucker passou pra buscá-la em casa, até pensou por alguns segundos em contar a verdade pra Dulce. Mas sabia que estava sendo tolo. Dul não iria aceitar aquilo, iria provavelmente terminar com ele, porque ele tinha beijado outra garota e estado na mesma cama seminu. Tudo bem, ele pensara que era Dulce, mas isso não mudava muito as coisas. Não na cabeça de uma mulher, aquilo era inaceitável. Ele tinha ficado excitado, mesmo pensando que era Dul, Ucker tinha ficado excitado e esse era o fato relevante. Mas o pior de tudo era que ele sabia que Dul estaria certa se fizesse isso, era totalmente aceitável que ela não fosse capaz de suportar algo como aquilo. Ele também talvez não suportasse. Então, era melhor ele esconder aquilo, porque de certa forma, não tinha significado nada e seria uma página virada, arrancada e rasgada.

- Tenho uma surpresa pra você. – Murmurou Dul, assim que ele a beijou seus lábios, abraçando-a ternamente.

- Hum, logo você que não gosta de surpresas...

- Quem disse que eu não gosto de surpresas? Eu adoro surpresas, mas não desagradáveis. – Ela disse, passando a mão no rosto dele. – Eu só não gosto de festas, nem de presentes.

- Eu percebi, você deixou o cachorro que eu te dei de aniversário com a Annie. – Ucker fez um beicinho, mas estava realmente chateado com aquilo.

- Ora, ela pediu, eu não podia negar. Além do mais, ela passa muito tempo sozinha, o Topher faz companhia pra ela. Aliás, ele está enorme... – O nome do cachorro de Dulce era apenas a metade do nome de Ucker, tirando o Chris. Ele ainda não entendia de onde tinha surgido aquela ideia, mas ela dizia que sempre que estive com Topher, estaria com uma parte dele. É claro que estaria incompleta, mas poderia lembrar-se dele e se sentir mais feliz. Era bonitinho.

   Eles foram caminhando de mãos dadas por um lado diferente da floresta, onde Ucker nunca estivera antes. Dul parecia conhecer o caminho como a palma da sua mão e andava com facilidade por meio dos galhos e folhas secas espalhados pelo chão úmido. Eles conversavam animadamente como sempre e Ucker reforçou mais ainda em sua mente que não devia, nem podia, contar nada sobre a noite anterior pra Dulce.

   O casal chegou a um ponto em que ela puxou um lenço florido da roupa e colocou nos olhos dele. Ucker reclamou, achando que ela estava exagerando um pouquinho, mas entrou na brincadeira com namorada.

- Vem comigo. – Dul foi guiando Ucker com as mãos na cintura dele.

- Eu sei que você quer colocar a mão na minha bun/da, hein. Eu tô sentindo isso. – Brincou ele, arrancando uma gargalhada dela.

- Eu posso a hora que eu quiser. – Murmurou Dul, escorregando uma das mãos.

- Ei! – Ucker protestou. – Vamos acabar logo com todo esse mistério, está me deixando curioso. Aliás, tá escuro aqui.

- Calma, nós já chegamos. – Ela ficou na ponta dos pés e desamarrou com cuidado o nó realizado no lenço, deixando que Ucker abrisse os olhos e deparasse com uma paisagem maravilhosa, um lago imenso desenhado na forma que lembrava um coração. Ele achou lindo ela pensar em trazê-lo ali e virou-se, abraçando a namorada.

- Eu te amo tanto, minha princesa. – Ucker sorriu e beijou a ponta do nariz dela.

- Eu te amo muito mais. – Dul sorriu. – Mas você acha que viemos só pra ficar abraçadinho?

   Ela se soltou dele e caminhou até a beira do lado.

- Ué, se tivesse me dito, eu teria trago um calção. – Ele deu de ombros.

- Aí não teria graça. – A ruiva tirou a camiseta, jogou os chinelos na grama verde e desabotoou o short jeans, ficando só de calcinha e sutiã, ambos rosa-claro e com um jeito muito meigo. Ela riu enquanto Ucker a observava correr em direção à água.

- Obrigado, Deus. – Disse ele, olhando para o céu enquanto desabotoava a camisa.

   Logo depois, Ucker pulou atrás da namorada e a abraçou no meio do lago, na parte mais funda. Ela subiu nas costas dele, enquanto Ucker a carregava. Os dois riam sem parar e implicavam um com o outro e quando saíram da água, caíram de costas na grama, ofegantes. Ela só queria ter aquele momento para sempre, que aquilo se eternizasse.

- Se eu pudesse, passava todos os dias assim com você. – Ela apoiou a cabeça na mão, o cotovelo na grama, deitando de lado.

- É só você se alistar na Legião Estrangeira. – Zombou Ucker, vendo as gotas que pingavam do cabelo dela diretamente em seu rosto. – Podia ser... sei lá, uma enfermeira.

- Hum, você sabia que eu fiz o ensino médio técnico em enfermagem? – Dul pareceu acreditar no que ele tinha dito. – Tá aí, uma boa ideia.

- Você é louca? – Ucker sentou-se na grama rapidamente. – Eu estava só brincando, nem pense nisso.

- E por que não? Ficaríamos juntos.

- Você acha que é assim? – Ele deitou-se novamente.

   Dul passou um dedo por seu peito e ele murmurou:

- Você tem cada ideia maluca...

- E você descobriu isso agora? – Ela riu e arrumou o cabelo na testa dele.

- Para, Dul, você me entendeu perfeitamente.

- Porque é diferente comigo? – Dul murmurou, sentindo o dedo dele fazendo pequenos círculos em sua coxa. – Eu posso me acostumar com você em perigo e você não pode?

- Hum, você descobriu isso agora? – Ele sussurrou. – Todos sabemos que você é a mais forte aqui. Eu não suportaria ver você numa situação de perigo. Nem imaginar que você estivesse no meio de uma guerra. Mas você, você sabe que eu voltarei pra você, porque tem uma fé inacreditável nisso.

- É a melhor coisa em que posso acreditar. A única que me mantém viva.

- Garota, venha aqui. – Ucker pressionou o rosto no pescoço dela, abraçando-a. – Eu vou cuidar de você até o nosso último suspiro. E isso é uma promessa.

   Dul beijou o ponto exato sobre o coração dele, sentindo que nunca mais na vida, seria tão feliz. E o que mais desejava naquele momento, era tornar aquela cena, aquelas palavras, aquele contato, algo eterno. Mas não tinha esse poder e sabia que ainda sofreria muito nessa vida, sem ele.

- Faça amor comigo, Ucker. – Sussurrou ela, contra a pele dele.

   E ele ergueu o rosto de Dulce para beijá-la, murmurando o nome dela num suspiro.

Deixe-me explicar uma coisinha: o que dá a entender no capítulo anterior é que a Angelina vê a tatuagem quando ele já levantou, acendeu a luz e ainda está com a cueca um pouco abaixada... Não quando ela agarra ele no escuro.

Obrigada a todas que comentaram e favoritaram, que vocês sonhem com o Ucker essa noite <3