Fanfics Brasil - Não aprendi dizer adeus A garota e o soldado (Vondy)

Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy


Capítulo: Não aprendi dizer adeus

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   No dia seguinte, bem cedo, o médico deu alta para Dulce. Ela sorriu, feliz, não aguentava mais ficar deitada naquela cama desconfortável e aquele clima de hospital sempre pesava em si. Aliás, só pra constar, aquele tinha sido o pior aniversário da sua vida.


   Ucker a ajudou a se vestir e quando Juan chegou para buscá-los, o pai estava contente de ver a filha melhor. A abraçou apertado, assinaram os papéis necessários e foram para o carro. Ucker e Dul se alinharam, indo abraçados no banco de trás, ela aspirava o perfume delicioso da camisa dele, perdida naquele cheiro dele. Como sentia saudades...


   Quando chegaram na casa de Dul, ele arrumou uma desculpa qualquer para ir pra casa, dizendo que ela precisava descansar, que estava muito cedo. Dul torceu o nariz e estranhou, mas não disse nada, só se despediu do namorado com um rápido beijo. Ela sabia que eles se veriam mais tarde, então deixaria para conversar depois. Dul achava que Ucker estava magoado com ela, mas não entendia o porquê. Lembrava-se de algumas palavras ressoando em sua cabeça, coisas que ele tinha dito na noite anterior, mas ela não conseguia entender, não conseguia lembrar e sua cabeça doeu quando ela forçou sua mente a recordar. Depois, desistindo, deitou-se no sofá e ligou a TV bem baixinho, fechando os olhos aos poucos. Ouviu seu pai se despedindo antes de ir trabalhar e ela dormiu profundamente.


 


   Dulce acordou antes das cinco da tarde e se desenrolou do cobertor que seu pai tinha lhe jogado em cima, levantou-se sentindo-se um pouco tonta e respirou fundo. Foi até a cozinha, estava morrendo de fome. Parecia que não comia nada a dez dias, então ela fez um sanduíche de queijo e presunto e sentou-se na mesa da cozinha. Ficou por alguns segundos contando os quadradinhos dos ajulezos na parede, distraída, e ouviu a campainha tocar. Ucker estava na porta, e ela atendeu sorrindo. Ele abriu o sorriso preferido dela, mas era o sorriso errado. Não chegava aos olhos dele.


- Vamos dar uma caminhada. – Sugeriu ele, numa voz sem emoção, pegando a mão de Dulce.


   Dul não respondeu. Não conseguia pensar numa forma de protestar, mas imediatamente sabia que queria fazer isso. Ela não estava gostando. “Isso é ruim, é muito ruim”, a voz na cabeça de Dul repetia sem parar.


   Mas Ucker não esperou por uma resposta. Puxou-a para o lado leste do jardim, onde a floresta o invadia. Dul o seguiu de má vontade, tentando pensar em meio ao pânico. Mas porque o pânico a sufocava?


   Eles deram somente alguns passos entre as árvores quando ele parou. Ainda podia ver a casa. “Uma caminhada”, pensou Dul, vendo Ucker se encostar numa árvore e a fitar, a expressão indecifrável.


- Tudo bem, vamos conversar. – Dul disse. Pareceu mais corajosa do que se sentia.


   Ucker respirou fundo.


- Dul, eu vou embora.


- Por que agora? As férias acabaram de começar...


- Você não entendeu. Eu estou indo embora. É só isso.


   A resposta dele a confundiu. Com uma onda de náusea, Dul percebeu que tinha entendido mal.


- Quando você diz que vai embora, está querendo dizer adeus. – Sussurrou ela.


- Sim. – Assumiu ele.


- Não foi uma pergunta.


   Ucker calou-se por alguns segundos, antes de dizer:


- Meu mundo não é pra você.


- Não seja ridículo, você não é um bandido. – Dul queria aparentar raiva, mas pareceu apenas que ela estava implorando. – Você é a melhor parte da minha vida.


- Não sou bom pra você, Dul.


- Você prometeu! Mais de uma vez, você fez uma promessa... Prometeu que ficaria...


- Desde que fosse o melhor pra você. – Ele a interrompeu para corrigí-la.


- Que droga, Ucker! Escute o que está dizendo! – Dul gritava, furiosa, as palavras saindo dela numa explosão. De algum modo, ainda parecia uma súplica. – Não seja aquele tipo de pessoa que busca, acha, e depois sai correndo com medo.


   Ele respirou fundo e por um longo momento encarou o chão, sem ver. Sua boca se retorceu um pouco. Quando ele enfim ele se voltou pra ela, seus olhos estavam diferentes, mais duros.


- Dul, eu sinto muito. Eu não posso mais ficar com você. Eu não quero. – Ele pronunciou as palavras de modo lento e preciso, os olhos frios no rosto de Dul, observando-a absorver o que ele realmente estava dizendo.


   Houve uma pausa enquanto ela repetia as palavras em sua cabeça algumas vezes, procurando seu verdadeiro significado.


- Você... não... me quer? – Dul experimentou dizer, confusa pelo modo como as palavras soavam, colocadas nessa ordem.


- Não.


   Dul olhou, sem compreender, nos olhos dele. Em nenhum lugar daquele castanho perfeito, ela conseguia ver uma contradição para o que ele acabara de dizer.


- Bom, isso muda tudo. – Ela ficou surpresa ao ver como sua voz parecia calma e razoável. Devia ser porque estava cem por cento entorpecida. Não conseguia entender o que ele lhe dizia. Ainda não fazia sentido algum.


   Ucker desviou os olhos para as árvores ao voltar a falar.


- Soldados não criam famílias. Soldados apenas lutam. E se vão. Está na minha hora de ir. – Ele voltou a olhar Dulce. – Permiti que isso durasse muito tempo, e lamento.


- Não lamente. – Agora a voz dela era só um sussurro; a consciência começava a lhe invadir, gotejando como ácido em suas veias. – Não faça isso.


   Ele simplesmente a olhou, e em seus olhos ela pode ver que suas palavras chegaram tarde demais. Ele já lamentava. Ucker se inclinou e tocou os lábios muito de leve na testa dela pelo mais breve dos instantes. Os olhos dela se fecharam.


- Se cuida. Não esquece o quanto eu te amo. – Sussurrou ele, frio contra a pele dela. – Sempre estarei pensando em você.


   Antes que ele saísse, Dul prendeu as mãos na camisa dela, segurando-o.


- Po/rra, fica comigo. – Pediu ela, num último suspiro, as lágrimas finalmente caíram.


- Essa luta não é sua, Dulce.


- Por favor.


- Como você deve olhar para a garota que ama, e dizer a si mesmo que é hora de seguir em frente? – Murmurou Ucker, secando as lágrimas dela.


   Ela abaixou a cabeça e soltou as mãos da camisa dele.


- Eu sempre vou te amar, soldado.


   Veio como uma brisa leve, nada natural. As folhas estremeceram quando Dul fechou os olhos e ela sabia que ele tinha ido.


   Ele se fora.


   Com as pernas trêmulas, ignorando o fato de que tudo naquele momento era inútil, Dul entrou pela floresta. Talvez encontrasse um bicho no caminho que lhe fizesse o favor de acabar com a sua vida. Seus passos eram automáticos, sem emoção, perplexos. Ela precisava continuar em movimento. Se parasse, estaria tudo acabado.


   O amor, a vida, o significado... acabados.


   Ela andou e andou. O tempo não fazia sentido enquanto ela avançava bem devagar pela floresta densa. Passavam-se horas, mas também segundos. Talvez ela tivesse a impressão de que o tempo congelara porque a floresta parecia a mesma, independentemente da distância que percorresse. Dul começou a se preocupar que estivesse andando em círculos, um pequeno círculo, mas continuou andando. Tropeçou várias vezes e, à medida que o dia escurecia, caiu muitas vezes também. Por fim, deu uma topada em alguma coisa e agora estava completamente escuro. Dul caiu e rolou de lado, para conseguir respirar e se enroscou nas samambaias úmidas.


   Ela fechou os olhos antes de ouvir alguém a chamando. Alguém gritava seu nome. Era abafado, amortecido pelas plantas úmidas que a cercavam, mas sem dúvida era seu nome. Dul não reconheceu a voz. Pensou em responder, mas estava confusa e precisou de um tempo pra chegar a conclusão que devia responder. Até lá, o chamado já tinha cessado.


   Algum tempo depois, a chuva a acordou. Dul realmente não tinha dormido; só estava perdida num estopor sem pensamentos, prendendo-se com todas as forças ao topor que a impedia de perceber a realidade. A chuva continuou e Dul podia sentir a água empoçando em seu peito. Estava reunindo forças para virar a cabeça, quando viu a luz. No início era só um brilho fraco refletido nos arbustos ao longe. E foi se tornando cada vez mais forte, iluminando um grande espaço. Dul viu alguém surgir em meio as árvores e se aproximar dela, com uma lanterna na mão.


- Dul. – Sussurrou a voz delicada.


   Quando a ruiva conseguiu olhar pra cima, viu que era Annie. A loira estava comovida quando viu sua amiga naquele estado, então gritou para outras luzes mais ao longe.


- Eu a encontrei!


   Annie ajudou Dulce a sentar-se, e ela sentiu o corpo molhado completamente fraco.


- Vai ficar tudo bem, amiga.


   Dul não acreditou nas palavras de Annie.


- Ele já se foi?


- Provavelmente. – Sussurrou Annie, arrumando o cabelo de Dul. – Como está se sentindo?


- Eu não sei se você já se sentiu assim. Querendo dormir por mil anos. Ou simplesmente não existir. Ou apenas não estar ciente de sua existência. Ou algo parecido. Eu acho que querer algo assim é muito mórbido, mas eu acabo tendo esse tipo de desejo quando estou mal. É por isso que estou tentando não pensar. Eu só quero que tudo pare de rodar.


   Depois disso, Dul fechou os olhos e caiu sobre a grama, encolhida. No mesmo instante, Poncho e outras pessoas que estavam procurando Dul chegaram e o moreno a pegou no colo, levando-a de volta.


- Ele foi embora. – Disse ela, os olhos focados em algum lugar distante.


   Poncho olhou pra Dulce e sentiu que a garota estava completamente acabada.


 


 


Meu Deus, que tristeza :((((((


Por que eu escrevo essas coisas? Que tristeza, gente!


Comentem ...



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Autor(a): princesinha

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   Não havia nada nem ninguém que pudesse consolar Dulce naquele momento. Todos que vinham ali conversar com ela, diziam palavras repetidas, tentando passar o mínimo de confiança e auto-estima para ela. Mas no fundo, Dul sabia que não adiantava de nada ouvir aquilo e as pessoas também deviam ter consciência disso. Ela ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 623



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  • rosasilva Postado em 08/01/2019 - 02:56:46

    Jesus chama o bombeiro ... Jesus me abana

  • thaymara Postado em 25/10/2016 - 21:04:18

    Eu escrevo fanfics, então sei como é satisfatório quando agradamos o leitor. Então sinta-se orgulhosa de si mesma, porque você fez um ótimo trabalho com essa fanfic. Acho até mesmo que você poderia publicá-la em um livro. Você teria já 200 fãs fieis, então invista! Você tem realmente um talento incrível. Parabéns! A história foi maravilhosa. Amei de verdade. Nota? 10.

  • thaymara Postado em 25/10/2016 - 21:01:55

    Primeiramente, meu amor você escreve maravilhosamente bem e olha, sinceramente, você tem um nível de criatividade absurdamente incrível. Você conseguiu criar N situações dentro de uma só história. Segundo que essa fanfic foi completamente emocionante. Tinha dias que eu dormia pensando nela e acordava pensando nela. Por conta da minha rotina, e por não estar lendo apenas essa fanfic, eu demorei um pouco para concluí-la, mas posso afirmar que se fosse nas minhas férias eu teria terminado em apenas 1 dia. Não sei se você vai chegar a ler o meu comentário, porque essa fanfic já tem um tempinho que você postou (ou um tempão), mas eu com certeza recomendarei e não desfavoritarei. Ficará guardada para as minhas listas de recomendações. Você é um arraso e já acho que deveria publicar um ou dez mil livros. Você tem talento e acho que deve investir. É um prazer quando lemos algo e não nos arrependemos no final e acredito que mais prazeroso ainda pra quem escreve ++

  • thaymara Postado em 22/10/2016 - 09:01:25

    Eu só espero que o Uckermann não morra nessa fanfic!

  • thaymara Postado em 19/10/2016 - 12:09:00

    Gente eu tô chocada!

  • thaymara Postado em 02/09/2016 - 03:10:31

    Só vou pedir uma coisinha!!! Não mata o Ucker nessa fanfic pelo amor de Deus. Sei que já está finalizada mas eu tenho medo do que possa vir pela frente.

  • thaymara Postado em 02/09/2016 - 01:59:04

    MENINAAAAAA QUE CAPITULO FOI ESSEEEEE?

  • thaymara Postado em 02/09/2016 - 01:32:03

    Dulce tbm faz um doce hein! Que eu não tenho paciência.

  • thaymara Postado em 31/08/2016 - 13:58:40

    Meninaaaaa eu to chocadaaaaa!!! NÃO ME ARRASA NÃO! Eu ia esperar pra comentar apenas no final da fanfic, até porque a mesma já está finalizada, mas Mulher eu tive que comentar esse capítulo "Existem vários tipos de mágica" MULHER, vc quer acabar com os meu sentimentos? Tua sorte é que a fic está finalizada se não eu não ia deixar vc dormir até postar o próximo capítulo kkkkkkkk, eu to adorando e estou só guardando cada comentário dentro de mim para fazer um mega textão no final da fanfic. Por favor!!!!!!! Não me decepcione! Eu to adorando essa fanfic.

  • Anaportillarbd Postado em 29/06/2015 - 17:34:25

    Aiaiaia que fic perfeita.Ri,chorei me emocionei!!nossa parabéns garota super amei mesmo fi tudo tão lindo!!Ai ai tata para vou chorar parabéns!!Naõ sei mais adoraria se no futuro achasse um livro da sua autoria e que tenha se torando uma grande escritora.porque vc merece!!PALMAS,PALMAS!!


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