Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   As coisas passaram. Bom, não completamente. Quatro meses tinham passado, e agora Dulce tinha melhorado, dividia seu tempo entre o segundo ano de faculdade e trabalhos voluntários que ajudavam-na a aumentar sua auto-estima. Era abril e por mais que tenha sido difícil, ela sentia as coisas se ajeitando e agora respirava aliviada. Dul pensava nisso enquanto caminhava abraçada aos livros, os cabelos voando, um óculos escuros no rosto e um batom vermelho nos lábios. Tinha que fazer um trabalho na casa de Annie, enquanto elas tomavam conta de Anabella, que agora era um criança sorridente, com fios loiros e seus saudáveis oito meses. Era bom pra todo mundo ver Dulce diferente, amadurecida, bem mais bonita, feliz, otimista e até mesmo, arrumada. Agora ela passava maquiagem novamente e soltava os cabelos, trazendo novamente sua sensualidade e juventude à flor da pele. E estava muito feliz por isso.

   Quando saiu de sua rua, cruzando na esquina olhando para os pés, esbarrou em um homem alto, fazendo seus livros caírem no chão. Ela abaixou-se sem olhar pra cima, e ele abaixou-se com ela.

- Me desculpa! – Pediu uma voz grossa, e Dul olhou para ele.

- Tudo bem. – Respondeu automaticamente, mas seus olhos estavam focados em grandes olhos castanhos lhe encarando. O homem reuniu os livros novamente e levantou-se, estendendo a mão pra ela.

   Dul achou tão clichê aquele encontro, parecia cena de filmes românticos. Mas ela adorava filmes românticos.

- Eu machuquei você? – Perguntou ele, assim que ela ficou de pé. Dul achou o homem lindo, tinha os cabelos ondulados negros que envolviam um rosto com um tom dourado perfeito.

- Não, eu estou bem. – Dul sorriu e tirou o óculos.

- Eu sou o Fernando, acabei de me mudar. Estou fazendo residência no Hospital da cidade. – Ele apresentou-se, educadamente.

- Então deve conhecer meu pai, Juan. Ele é medico geral lá. – Ela comentou.

- Claro que conheço, ele é praticamente o meu mentor por lá. – Fernando riu. – Então você é a Dulce?

- Sim, eu mesma.

- Ele fala muito de você, sabia? Disse que você era a única família dele.

   Dul sorriu.

- Bom, então, seja bem-vindo! Você vai adorar isso aqui.

   Dul por um momento lembrou-se do dia em que conhecera Ucker e dissera algo assim pra ele.

- Tenho certeza. Até mais, Dul.

- Até. – Ela acenou com a mão enquanto se afastava.

   A ruiva continuou com um sorriso que a muito tempo não dava, sentindo-se bem. Estava superando os traumas de meses atrás, graças a Deus, sua vida voltava a ser o que deveria ser. Fernando observou a linda jovem ir embora, jogando os cachos ruivos nas costas enquanto caminhava e ele arfou, encantado com aquela maravilha que morava na cidade.

   Em Paris, já era início da madrugada de sexta para sábado. Ucker estava de folga naquele fim de semana e saiu com alguns amigos para beber. Chris estava no meio disso, mas ao contrário dos outros, não estava à caça de mulheres, era fiel a sua morena que lhe esperava voltar. Estavam mais da metade dos soldados do 2° Regimento Estrangeiro de Páraquedistas sentados numa mesa do bar, rindo e contando histórias, brindando a mais um dia de vida. Todos sabiam quem eram, porque eles carregavam no peito medalhas pratedas que cintilavam na luz fraca do ambiente.

- É claro que ela está olhando pra você. – Disse Johnny, olhando uma loira que estava sentada no balcão sozinha, olhando diretamente pra Ucker.

- Ela é uma delícia, cara. – Murmurou João, inclinando-se sobre a mesa.

- Sei não. – Ucker franziu o nariz. – Mas é bonita mesmo.

- Vai lá, fala com ela. – Incentivaram os soldados.

- Chris? – Perguntou Ucker, querendo a opinião do amigo.

- A vida é sua. – O loiro deu de ombros.

- Chris, por favor.

- Você quer viver a vida, cara. – Chris sorriu. – Aproveita.

   Ucker assentiu e levantou-se, indo caminhando até o balcão. A loira arfou assim que viu aquele homem alto e forte caminhando em direção a ela, lhe olhando sorridente. Ele estava com uma camisa preta que destacava sua pele, era lindo demais e assim que parou ao lado dela, a mulher sentiu o perfume que ele exalava.

- Eu posso me sentar ao seu lado? – Ele ergueu as sobrancelhas, sensual.

- Mas é claro. – Ela sorriu.

- Eu sou o Christopher. Pode me chamar de Ucker. – Ele se aproximou, dando dois beijos, um em cada lado do rosto dela.

- Eu sou a Carla. – Ela passou a língua nos lábios, o batom rosa forte contrastando com os dentes brancos e quadradinhos. – Eu estava te olhando a noite toda, pensei que nunca fosse perceber.

- Estava esperando o momento certo. – Ele se aproximou, colocando a mão na cintura dela. – Você é linda, sabia? – Ucker sussurrou no ouvido dela, sentindo o perfume doce da loira oferecida.

- Obrigada. Você é perfeito, é o homem mais gostoso desse bar. Acho que aqui na cidade toda.

- Você é daqui?

- Não, sou de Los Angeles. Estou à trabalho, sou fotógrafa. – Carla sorriu. – E você?

- Sou soldado da Legião Estrangeira. Moro na ilha de Calvi.

- Eu tenho uma fantasia enlouquecedora de despir um soldado, abrindo cada botão da farda... – Ela provocou e riu.

   Ucker riu amarelo, tendo lembranças voltadas em sua mente. A única mulher que já tinha tirado a farda de Ucker para transar com ele, se chamava Dulce.

- Vamos para outro lugar? – Sugeriu ele, a segurando pela mão.

   Ucker a pegou pela mão enquanto a loira assentia. Ele a levou para um motel próximo do bar, jogando Carla sobre a cama, despindo-a violentamente, arrancando o vestido da garota e beijando-a. Queria tanto que fosse Dul e imaginou ela no lugar da loira, aspirar o perfume de sua ruiva enquanto a beijava. Aquelas mulheres só serviam pra matar a vontade, mas o verdadeiro desejo era Dulce, sempre seria ela, durante sua vida toda ele sentiria aquilo, nunca estaria satisfeito. Ele transava com a mulher com vontade, com desejo, mas não era por ela. Aquela mulher, naquela cama, era só mais uma.

   Ucker fechou os olhos e só go/zou quando imaginou cabelos ruivos e sedosos jogados no travesseiro e Dulce sussurrando seu nome. Depois de se afastar da mulher e deitar de lado, ela o abraçou por trás, beijando seu ombro.

- Você é bem selvagem, hein. Que delícia, Ucker. – Sussurrou ela. – Mas quem é Dul?

- Dul? – Ele gelou.

- É, você me chamou de Dul. É sua esposa?

- Não.

- Namorada?

- Não. – Disse, apenas, encerrando o assunto.

   “É o amor da minha vida”, pensou ele.

Poxaaa, cadê meus comentários? :(((((