Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   Dezembro chegou. Com ele, as mudanças na vida de todos ocorriam. Anahí e Poncho preparavam uma casa para morarem juntos com a filha, que agora era uma linda menina loirinha, com seus um ano e quatro meses, contente enquanto corria pela casa. Chris estava ansioso com seu último ano de Legião chegando, ele sabia que em suas próximas férias, estaria livre para voltar e cumprir sua promessa: casar-se com Maite. A morena aguardava ansiosamente a volta de seu namorado. Ucker estava um pouco pra baixo, já tinha completado vinte e cinco anos a dois meses e naquele dia sete de dezembro, ele pensou que se estivesse namorando com Dulce, estariam completando dois anos juntos. Ele também pensou se ela tinha lembrado também. Ela tinha. Mas assim que pensou, Fernando estava ao seu lado, beijando seu lábios e lhe fazendo sorrir. Exatamente, Dul e Fernando estavam namorando desde o dia em que deram aquele primeiro beijo e o médico apoiava a ruiva em tudo, tornando-se um namorado perfeito. Ela gostava dele, de verdade, seu sentimento por Fernando era forte e diferente do que havia sentido por Ucker. Com o soldado, havia sido arrebatador e mágico, mas com o médico, tudo tinha sido calmo e crescido lentamente a cada momento. Por isso, talvez, ela confiasse mais em seu novo amor. O que não podia afirmar, claro, era que amava Fernando. Seria hipócrita demais, porque sabia que tudo em si, todo pedaço de Dulce pertencia a Ucker, tudo nela era dele e seria pra sempre, como haviam prometido.

   Ucker estava deitado em sua cama, o sono e uma sensação estranha lhe dominava estranhamente, e ele estava pressentindo algo ruim prestes a acontecer. Percebeu o olhar de Chris quando ele perguntou por Dul, como se o amigo estivesse escondendo alguma coisa dele. E Ucker tinha certeza que ele estava. Mas não tentou descobrir, porque sabia que não tinha mais esse direito. Ucker bufou e apertou o travesseiro embaixo de si. Não estava se controlando, precisava fazer isso, precisava ouvir a voz de Dulce, nem que fosse por meros segundos, rapidamente. Só precisava ouví-la dizer seu nome, um sussurro de amor e saudade. Impulsivamente, ele pegou o celular e discou os números de Dul e depois de três toques, ela antendeu com uma voz delicada.

- Alô?

   Ucker não respondeu.

- Ucker?

   Bastava isso, agora era só desligar. Mas não dava.

- Oi, Dul.

- Ai, meu Deus. – Ela sussurrou. – Eu nem acredito que estou escutando a sua voz.

- Eu também não acredito que estou conversando com você. Dul, eu tô morrendo de saudades. – Ucker admitiu, suspirando.

- Não faz assim. – Ela fechou os olhos, seu coração estava falhando.

- É a verdade. – Lágrimas brotaram no rosto do soldado.

- Como você está? – Sussurrou Dulce, secando o canto do olho.

- Vou levando. E você? Parece feliz.

- É. – Disse ela.

- Olha, antes que você pense que eu sou maluco ou algo assim, eu só queria...sei lá, eu só queria que você soubesse que... – Ele calou-se e ela esperou pacientemente. – Eu não sei o que eu quero direito, sinceramente. Eu só queria ouvir a sua voz e saber que você está bem e está feliz.

- Sim, a vida está se ajeitando, com calma. – Disse Dul, mas havia uma pontada de tristeza em sua fala que Ucker reconheceu.

- E qual é o problema nisso tudo?

- O problema de tudo, é que eu ainda amo você. – Ela respirou bem fundo. – E não tenho previsão para o fim desse amor.

   Ele abaixou os olhos.

- Eu te escolho, Ucker. Eu te escolho, sim. Eu sempre te escolhi. – Ela secou uma lágrima. – Mesmo você não estando dentre as alternativas, eu escolho você.

- Mas eu não sou a melhor opção.

- Por que você me liga? – Dul alterou um pouco a voz. – Pra ficar me torturando? Me lembrando a cada instante que eu não tenho mais você? Que eu fui a maior idiota de ter perdido o melhor homem do mundo? Eu sei de tudo isso, não preciso de uma ligação pra me recordar. – Ela caiu no choro, a voz embargada.

- Não é isso. Eu que sou um fraco. Aliás, eu tenho um ponto fraco. – Murmurou Ucker. – Meu ponto fraco tem nome, endereço e um sorriso lindo.

   Ela fungou o nariz e sorriu de leve.

- Eu preciso te contar uma coisa. Você disse pra mim seguir em frente e ser feliz, não é?

- É o que eu mais quero.

- Então, eu tô tentando. – Dul apertou os lábios. – Apesar de achar que o segundo melhor é só o que eu vou ter agora.

- Sobre o que está falando? – Automaticamente, Ucker lembrou-se da voz masculina no telefone aquele dia.

- Eu escontrei alguém, Ucker.

   O coração de Ucker realmente parou. Todo o ar faltou em seus pulmões, em sua corrente sanguínea e ele paralisou. Não acreditava no que estava ouvindo, só podia ser um pesadelo horrível que o faria acordar suando e chorando. Tudo bem, ele queria que ela fosse feliz, mas não era maduro o suficiente pra aceitar a ideia de Dulce caminhar de mãos dadas com outro homem. Ucker sentia uma dor aguda em seu peito se espalhando só de pensar por um segundo em Dul sendo de outro homem, deitada na cama com outro homem que não fosse ele.

- Como é que é?

- É isso mesmo, Ucker. – Disse ela, corajosa. – Eu precisava te contar isso, eu estou em um relacionamento.

   O soldado arfou e ela percebeu, então começou a chamá-lo pelo nome, mas ele estava procurando um pouco de ar.

- Ucker, para com isso. Ainda não lhe contei tudo.

- Tem mais? – Ele ergueu as sobrancelhas.

- Eu vou me casar, Ucker. – Dul soltou como uma bomba. – Amanhã. No dia em que faço vinte anos.

   Ucker sentiu o chão sumir embaixo de seus pés, então fechou os olhos e tentou lembrar pra si mesmo de como se respirava. Depois de alguns segundos em total transe, ele piscou os olhos e desligou o celular, deixando Dul falando sozinha. Ele em seguida arrancou a bateria do celular para não ser mais incomodado. Aquele momento era só dele, momento de refletir, de tomar decisões, de saber o que fazer. Era também um momento pra se amargurar e sofrer. E foi assim que ele fez. Ucker enfiou a cabeça no travesseiro e deixou que as lágrimas molhassem a fronha e o seus gritos/urros fossem abafados.

   Seu mundo tinha desmoronado como um castelo de areia numa ventania.

 Segue abaixo vídeo inspirador para esses capítulos, a tradução parece muito as falas da Dul. Não deixem de assistir, beijos e comentem...

http://www.youtube.com/watch?v=7mYmdyrJ-84