Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   Ucker ergueu Dul nos braços fortes e a levou até o sofá, deitando o corpo mole da namorada ali. Ela estava completamente insconciente, afundada naquele estranho acontecimento que deve ter confundido a cabeça de Dul de uma força quase maníaca.

- Ah, pour l`amour de Dieu, não vê que ela está fingindo? Isso é teatral, que menina dramática que você foi arrumar, mon amour. – Laura revirou os olhos, entrando na sala.

- Cala a boca, Laura! Aliás, porque você não vai embora? – Ucker gritou. – Não acha que já fez estrago demais por hoje?

- Não vai acariciar seu filho?

- Como você descobriu onde eu estava? – Perguntou ele, erguendo as sobrancelhas.

- Olha, um colega seu contou que você viria atrás da Dul e uma vez você me contou que ela morava na cidade natal do Christian. – Laura disse, como se fosse algo simples. – Eu sou filha do seu general, então ele mexeu nas fichas de vocês e viu onde o Chris tinha nascido. Quando cheguei aqui, deu uma de menina perdida e me falaram que havia um soldado chamado Christopher hospedado na casa de um tal de Alfonso. O povo daqui é muito simpático e prestativo, foi fácil te encontrar.

   Ucker arfou.

- Você parece uma psicótica falando, sabia?

- Já me disseram isso. – Ela colocou o dedo no queixo. – Acho que foi você.

- Vai embora, cacete! – Ucker sentiu-se nervoso, mais do que já estava.

- Não pense que vai fugir de sua responsabilidade como pai, tá bom?

- Eu não vou fugir, se eu for pro quinto dos infernos, você me encontra lá. Aliás, eu sou um homem de verdade, se eu fiz um filho eu vou assumir.

   Ela sorriu abertamente, satisfeita, e ouviu Dul se revirando no sofá, gemendo enquanto as sobrancelhas se uniam. Dulce estava prestes a acordar.

- Vou antes que a sua princesa acorde. Au revoir, papa.

   Laura saiu e no instante seguinte, Ucker sentou-se ao lado de Dul e a ruiva abriu os olhos, confusa. Ele começou a pensar no que faria, no que diria, mas só tinha certeza de uma coisa: não deixaria que Dulce terminasse com ele de novo, não ia perdê-la assim. Tava cansado de ter Dul e no outro momento, não ter mais. Era sempre assim, quando Ucker chegava a um ponto onde pensava que fosse ter paz, que finalmente poderia ser feliz ao lado dela, vinha alguma coisa, alguma pessoa, alguma intriga, vinha sempre alguma porcaria atrapalhar tudo.

- Tá tudo bem, meu amor?

- Eu tive um sonho muito estranho. – Dul comentou, coçando os olhos. – Estávamos na casa do Poncho e chegava uma mulher ruiva dizendo que era seu brinquedinho e que agora estava grávida de você.

   Ucker engoliu em seco e ficou em silêncio, olhando pra baixo. Dul tentou entender a reação dele e quando olhou em volta, percebendo a casa na qual acabara de despertar, num estalo em sua mente compreendeu tudo.

- Não foi um sonho. – Concluiu ela, na mais sábia das hipóteses. – Nem um pesadelo.

   O soldado assentiu, com medo da reação dela.

- Ucker, você vai ter um filho? Em um ano que ficamos separados, você já engravidou outra mulher? – Dulce acusou, perplexa. – Você não conseguiu segurar esse pa/u dentro da cueca?

- Dul, eu tava numa depressão horrível, me sentindo um lixo, saía por aí bebendo e conhecendo mulheres...

- Ótima maneira de curar um término de namoro, sair comendo a França toda. – Disse Dul, irônica, fazendo um gesto com as mãos.

- Eu não comi a França toda. – Rebateu Ucker.

- Claro que não, tem homem na França. Se a França fosse composta por mulheres, você teria conseguido esse feito.

- Dá pra parar de me julgar, Dul? Você ia se casar com outro homem.

- Porque eu fui a abandonada da história, eu tinha motivos de sobra pra sair por aí enchendo a cara e indo pra cama com qualquer um. – Dulce disse, olhando nos olhos dele. – Mas em nenhum momento eu fiz isso, nem sequer passou na minha cabeça. Porque eu me respeito, não ia sair por aí tentando superar a sua perda com qualquer pessoa.

   Ucker assentiu, concordando. Ele sabia que Dul estava certa no que estava dizendo, não podia ir contra os argumentos dela.

- Eu ainda nem sei se vou ser pai mesmo. – Ucker suspirou. – Talvez seja invenção dela, ou apenas me jogando contra você.

   Dul ficou quieta, olhando para o nada.

- Ela não conseguiu isso, conseguiu? – Perguntou ele, erguendo o queixo dela com o dedo indicador.

- Eu vou te apoiar em tudo, Ucker, mas não é fácil aceitar isso. – Ele percebeu que lágrimas se acumulavam nos olhos dela quando ela disse aquelas palavras. – Não é uma coisa simples, é muito complicado. Afinal, é um bebê, é o seu filho e isso vai aproximar vocês cada vez mais.

- Mas não existe a menor chance de...

- Eu sei, Ucker. – Ela o cortou. – Mas é uma criança que vai exigir tanto de você e eu vou me sentir tão deixada de lado, tão desencaixada.

   Dul fungou o nariz e as lágrimas caíram, incontroláveis.

- Não chora, amor. Por favor, não chora. – O soldado Uckermann secou as lágrimas de Dul.

- Sabe qual é a verdade, Ucker? Eu estou com inveja. Eu nunca tive inveja de nada nem de ninguém, mas ela roubou o meu sonho. – Mais lágrimas surgiram no rosto da ruiva. – Ela vai te dar o seu primeiro filho. Eu é quem deveria estar grávida, eu que deveria realizar o seu sonho e me tornar mamãe no mesmo dia que você se tornasse papai. Mas ela conseguiu o meu lugar, ela tomou essa posição na sua vida e por mais que eu tente, que eu faça qualquer outra coisa, isso eu nunca terei de volta.

   Ucker abraçou a namorada, fazendo cafuné no cabelo dela e deixou que ela caísse no choro, comovida pela situação. Ela soluçou, e tremeu, e molhou a camisa dele toda. Ela parou de chorar e voltou depois, mordeu o ombro dele, roeu as unhas. Fez de tudo pra pensar, refletir e saber o porque de estar tão triste. Mas Dul sabia: quando o choro do bebê soasse e invadisse a vida de Ucker, o choro dela não teria mais tanta importância assim.

Comentem, cada dia eu amo mais vocês...Beijos <333