Fanfic: A garota e o soldado (Vondy) | Tema: RBD Vondy

   Dul arregalou os olhos e levou as mãos até a boca, sentindo um aperto na garganta no mesmo instante. Como tinha engolido uma aliança e nem sentido aquela peça dourada descendo por sua traquéia? Estava com sedo, mas era impressionante o fato de nem ter sentindo, independente da ajuda do vinho.

- Ah meu Deus, você tá conseguindo respirar? – Ucker parecia desesperado. – Liga pro seu pai! Ele é médico, ele vai saber o que fazer.

- Calma, Ucker, não precisa ligar pra ele, é só... vomitar. – Ela fez uma cara estranha e levantou o dedo indicador, indo com ele até a boca.

- E você vai fazer isso aqui? – Ucker arregalou os olhos e segurou a mão dela.

- Acho melhor ir no banheiro.

- Não, acho melhor irmos pro hospital, Dul. Todo cuidado é pouco nesses casos. – Ele pegou o celular no bolso e ligou para Poncho.

- Manda o papo, carente. – Disse o moreno do outro lado da linha.

- Cara, vem aqui, a Dul precisa ir pro hospital agora.

- O que aconteceu com ela? – Perguntou Poncho, preocupado.

- Hum... – Ucker pensou. – Ela engoliu uma parada aqui.

- Engoliu o quê? – Ele questionou, atônito.

- Cara, vem logo, é urgente.

- Se você não me falar, sabe que eu vou pensar besteira, né? – O moreno riu e já se levantou, pegando a chave do carro.

- A aliança. Ela engoliu a aliança que dei pra ela.

   Demorou menos de cinco minutos para que ele estivesse em frente a casa deles, buzinando. Dul e Ucker saíram de mãos dadas e entraram no carro, enquanto a ruiva tentava manter a calma por ter uma peça de ouro dentro do seu corpo. Ela sentou-se atrás ao lado Chris e Ucker sentou-se no banco do carona. Quando eles entraram, Chris e Poncho começaram a gargalhar.

- Será que dá pra parar em achar graça nisso? A Dul tá passando mal.  – Ucker bufou.

- Desculpa baixinha, não é de você que estamos rindo. Bom, não tecnicamente. – Chris tentou segurar a risada. – Mas me diz, como você conseguiu isso? Era só dizer sim, não precisava engolir a alinça junto.

- Foi culpa minha, coloquei no vinho dela e ela nem sentiu. – Ucker falou, olhando para trás.

- Tudo bem, eu sei que a situação é delicada, mas mata minha curiosidade aqui. – Poncho olhou para o amigo. – Com que objetivo você fez isso? Será que não dava pra fazer do modo normal, como eu fiz com a Annie, apenas se ajoelhar com uma aliança na mão?

- Em que novela você viu isso, Ucker? – Chris riu.

- Gente, será que dá pra parar, tem uma aliança no meu estômago! – Dul aumentou a voz e eles pararam.

   Quando chegaram no hospital, levaram Dul até a bancada e pediram para serem atendidos pelo Dr. Juan. A enfermeira franziu a testa ao saber o motivo da emergência e chamou o pai da garota. Quando ele veio, com a maior cara de preocupação, pegou nas mãos de Dul e lhe perguntou o que tinha ocorrido.

- Uma aliaça de casamento? Você vai se casar? – Juan parecia estar brigando com ela agora.

- Err...sim. – Murmurou ela.

- Eu ia saber disso quando?

- Quando eu aceitasse. – Respondeu a filha.

- Você ainda não fez isso?

   Ucker olhou pra ela, esperando a resposta.

- Não. – Dul suspiorou.

- E pra impedir que ele insistisse, engoliu a aliança? – Sugeriu o médico.

- Não. – Ela se ofendeu. – Pai, será que da apenas pra tirar isso de dentro de mim?

- Tudo bem. – Juan a guiou até uma sala, mas no caminho Dul olhou pra trás e viu a cara de chateado que Ucker estava e depois voltou a olhar pra frente.

- Ela não aceitou? – Chris perguntou, sério.

- Não, ainda não. Quer dizer, ela disse sim, mas volta atrás sempre, parece que está insegura. – Ucker sentou na cadeira da recepção.

- Também né, cara, tenta entender o lado dela...

- Eu juro que entendo.

- Mas e aí, você quer se casar mesmo? – Chris perguntou.

- Quero, cara, muito. – Respondeu Ucker e suspirou.

- Meu Deus, eu pensei que não fosse viver pra ver isso. Cabo Christopher Uckermann casado! Uau. – O loiro riu.

   Eles esperaram por mais de dez minutos até ter notícias dela. Ela surgiu com uma cara pálida, tinha tomado um remédio emético para que pudesse expelir a aliança, e agora a mesma estava dentro de um pontinho transparente, mergulhada no alcóol. Ucker se aproximou dela, aliviado de estar tudo bem.

- Que bom que deu tudo certo. – Sussurrou ele. – Vamos, os caras tão esperando a gente lá fora.

- Tudo bem. Ucker, sobre aquilo que eu disse para o meu pai...

- Está tudo bem. – Ele a cortou.

- Tudo bem mesmo? Jura? – Ela sorriu então.

- Tudo bem. Você não quer, está insegura, tudo bem.

- Que bom que você me entendeu. – Dul parecia aliviada quando eles atravessaram a porta do hospital e sentiram o ar quente da rua.

- Entendi.

- Então, acabou esse assunto? Digo, por enquanto está encerrado?

- Sim. – Respondeu Ucker.

   Ela sorriu mais abertamente e segurou a mão dele apertado.

- Ah, só mais uma coisa. – Ucker disse, bem sério. – Já que não podemos nos casar, acho melhor não quebrarmos as regras, sabe?

- Como assim? – Perguntou Dulce.

- Sexo antes do casamento. Não é certo, quebra a moral e os bons costumes. – Ele parecia um velho falando.

- Ucker, pelo amor de Deus, isso é arcaico.

- Mas são regras da sociedade, não fui eu quem fiz. – Ele deu de ombros, descendo a escada na entrada.

- Sabe que isso não funciona mais hoje em dia. O que foi, é alguma forma de se vingar?

- Não. – Ucker disse. – Olha, só estou tentando te dizer que não vai mais ter sexo entre a gente, entendeu? Não enquanto eu não tiver uma garantia de que vamos ser marido e mulher um dia.

   E antes que ela pudesse rebater aquela ideia dele, aquela crueldade que seria ficar sem fazer amor com ele, Ucker caminhou até o carro e entrou no banco do carona, então o assunto morreu ali. Dul bufou e entrou no carro de cara feia.

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