Fanfic: Extraña sencacíon - Portiñon | Tema: Portiñón

- Dulce -

Nossas afirmativas foram tão mentirosas que nem mesmo nós acreditamos, as duas abaixaram a cabeça e outro chope foi servido pra nós, bebemos tão rápido e num silencio toa grande, que parecia o clima ter acabado pra qualquer coisa, ate que chega um cara com uma maquina fotográfica que tirava fotos instantâneas…

Fotografo – Posso tirar uma foto do casal mais bonito do bar?

Nos entre olhamos na mesma hora, ela sorriu e passou o braço por  cima do meu ombro, nos aproximamos e ele tirou duas fotos, eu tinha pego uma garrafa da mesa vazia ao lado, me senti aquelas alcoólatras de bar de esquina, ela pagou pelas fotos e cada uma de nós ficou com uma copia, ela olhou pra foto e sorriu, colocou dentro da bolsa, eu fiz o mesmo mas sem olhar muito pra foto, aquilo não tinha muito sentido, voltamos a beber, o que estávamos fazendo melhor.

Eu e ela bebendo juntas, rindo, depois de seis meses sem mal nos falar, estávamos ali como se fossemos ‘amigas’, era estranho demais, não falamos mais de nossas respectivas namoradas, só falávamos de coisas banais, nossos olhares se cruzavam, nossas mãos se tocavam as vezes em meio alguma conversa ou alguma musica legal, comentávamos sobre as pessoas do lugar, sobre a cantora e as musicas que ela tocava, acho que era a noite mais agradável que tinha em meses, ela demonstrava estar muito feliz também….

- Anahí -

Eu já tinha bebido o suficiente, tinha que parar pois ainda tinha que dirigir, estar ali com ela era perfeito, a melhor noite em 6 meses sem mal falar com ela, ela perfeita como sempre, linda, seu sorriso cativante, sua risada apaixonante, o movimento da sua boca, era demais pra mim, eu parecia estar a um ponto de roubar um beijo seu, mas voltar ao passado seria voltar a sentir dor, ela não parecia tão feliz quanto eu achava que estava e eu definitivamente não era feliz como eu pensava estar sendo, como sentia falta de sua presença, do seu cheiro, da sua risada inconseqüente, dos seus atos atrapalhados, como eu sentia falta dessa mulher….

- Dulce -

Ela me olhava, perdia o seu olhar no meu, não imaginava o que podia estar pensando, mas eu só tinha um coisa em mente, ou ia embora agora ou a beijaria naquele instante, a musica romântica de fundo ajudava o clima a ficar mais tenso, ela quebrou o clima comentando algo da musica no meu ouvido, eu fiquei toda arrepiada de ouvir sua voz rouca perto de mim, ela sabia muito bem o que estava provocando, as duas estavam mexendo com fogo, precisava me controlar, eu agora sou uma mulher ‘casada’, não posso me deixar levar por atos impensados, inconseqüentes, eu mandei a mulher parar de trazer chope…

Dulce – acho melhor nós irmos, você tem que levar a gente com vida…

Any – ai Dulce , eu não estou tão bêbada assim…

Dulce – mais esta ficando…

Any – ok ok  vou pagar a conta então…

Dulce – vamos pagar, chega de ficar pagando as coisas pra mim e foda-se que você tenha o dinheiro, eu não quero que você fique pagando tudo sozinha…

Any – nem adianta insistir, pode espernear aqui dentro, eu vou pagar e o assunto morreu….

Ela levantou e foi pagar a conta, eu fiquei esperando ela voltar, ia insistir, mas do jeito que ela era, capaz de me bater ali dentro… ela voltou pra mesa, veio andando toda torta, pegamos nossas bolsas e saímos do bar, do lado de fora fazia frio, porque o lugar era dentro do mato, fomos pro carro correndo, entramos rindo da situação, estava tudo embaçado pela neblina, ela ligou o som…

Any – tem certeza que quer ir embora?

Dulce – acho melhor…

Any – achar melhor não significa que você queira ir…(ela estava sentada virada pra mim no banco do motorista, eu estava virada pra ela também)

Dulce – Any… só ate voltarmos são uns 40 minutos, você já bebeu demais e eu também, ta muito tarde, a gente trabalha amanha…

Any – hahaha eu sou a dona da empresa se eu não quiser ir eu não vou e voce também não…

Dulce – você acabou de me promover a chefe e eu já vou faltar ao trabalho? Hahaha não é uma boa idéia Any…

Any – hahaha é verdade… nós vamos, mas quando chegarmos perto de casa não significa que tenhamos que ir pra ela neh?

Dulce – o que você quer fazer quando chegar? (sorrindo)

Any – beber? Hahaha

Dulce – hahahahaha ai meu deus, pode ser Any, mas vamos sai daqui porque eu odeio estrada de noite….

Any – posso fumar um cigarro antes?

Dulce – podemos neh? Hahah

Cada uma acendeu um cigarro, abrimos as janelas, ela colocou um cd, colocou uma musica com um ritmo muito bonito, eu tragava o cigarro e a musica começou a me trazer uma tristeza absurda, uma vontade de chorar, de gritar com ela, de perguntar porque não demos certo, ela estava de olhos fechados, tragando seu cigarro, o vento batia no meu rosto dentro do carro, meus olhos já estavam cheios d’água, eu queria tanto poder tocá-la como minha mulher, não como mais uma na noite, não como uma qualquer, eu joguei o cigarro pela janela e virei pra ela, fiquei observando o movimento de suas mãos levando o cigarro ate a boca, soltando a fumaça, ate abrir os olhos e me olhar, jogou o cigarro pela janela e permaneceu me olhando, sua cabeça encostada virada pra mim e eu com meu corpo todo virado pra ela, o que nos separava era nosso orgulho, nosso medo, receio do que estaríamos perdendo se fizéssemos o que estava em nossos pensamentos, nossos porque era muito claro que ela queria o mesmo que eu…

‘E tudo o que eu falei dormindo

Eu sempre quis dizer de dia…’

a musica já dizia, a lembrança do que eu disse a ela quando pensava que ela dormia, ela não disse nenhuma palavra, foi em minha direção , passou sua mão na lateral do meu rosto, apoiei meu rosto em sua mão, ela veio em minha direção, encostou sua testa na minha, não tirávamos o olhos uma da outra, ela balançou a cabeça de forma negativa e me beijou, um beijo calmo, que inicialmente nem mesmo língua tinha, ela puxou meu rosto pra mais perto dela e com sua outra mão também o segurou, sua língua finalmente invadiu minha boca e eu pude sentir a sensação que não tinha há seis meses, meu corpo ficou leve, meu coração batia acelerado, minhas mãos se apoiaram em seus ombros, eu queria abraçá-la, mas a marcha e o freio de mão nos impedia, acho que a musica estava no modo de repetição porque podia ouvi-la de novo, voltei a si e vi o que estava fazendo, empurrei ela…

Dulce – não podemos…

Ela não disse nada, virou pro lado e colocou o cinto de segurança, mordia o próprio lábio em sinal de nervosismo, ligou o carro…

Any – é melhor a gente ir…

Dulce – também acho…

Ela saiu do estacionamento, tratou de mudar a musica, colocou numa radio, permaneci muda durante todo o trajeto, ela idem, ia numa velocidade media por causa da bebida, no trajeto milhares de bares vazios, motéis escondidos, casas pedidas, eu observava tudo, prendia minha atenção em qualquer coisa que não fosse ela ou a lembrança do nosso beijo, o seu cheiro e o seu gosto presos a mim, eu tentava pensa em qualquer coisa, lembrei de Claudia, me senti culpada, isso não devia ter acontecido…perdida nos meus pensamentos, ate que Any me tira deles…

Any – desculpa…

Dulce – ahn? (ela estava arrependida?)

Any – eu não devia ter feito isso…sou uma estúpida mesmo…

Eu nem mesmo consegui responder a ela, não acreditava que ela tinha se arrependido, uma tristeza tomou conta de mim, uma vontade de chorar, eu não podia falar nenhuma palavra, ate que ela fala de novo…

Any – desculpa nada também…. (ela parecia irritada agora) eu fiz o que tive vontade…se você não gostou…não posso fazer nada, só posso me sentir patética, porque beijei uma pessoa que não queria ser beijada e que esta me ignorando agora….caralho….

Ela dizia as coisas sem olhar pra mim, falava olhando pra frente, parecia bem enrolada nas suas palavras….

Dulce – para o carro….

Any – o que??? ( me olhou rapidamente)

Dulce – para o carro porra…