Fanfic: Extraña sencacíon - Portiñon | Tema: Portiñón

- Anahí -

Ela não estava fazendo isso, só podia ser sonho, ou melhor, pesadelo, de joelhos aos meus pés, se fosse há uns meses atrás isso seria muito bonito, hoje eu acho patético, eu quis rir da situação e foi o que eu fiz, eu ri.

Any – nossa… você não era ridícula assim

Soltei suas mãos da minha e sai de perto dela.

Any – você acha o que? Vem aqui, entra na minha casa, se ajoelha, pede perdão e acha o que? Que agora a gente vai fazer um sexo, eu vou gozar loucamente e tudo vai ficar muito lindo? Você acha mesmo que eu sou idiota neh? Eu posso ter sido apaixonada, mas burra nunca fui.

Dulce – sido apaixonada? Por que você fala disso no passado?

Any – porque isso é passado? Você é surda? Eu não sou idiota Dulce, chega de teatro, levanta da porra desse chão e sai por onde você entrou, se você entrou por onde não pode ser vista, saia pelo mesmo lugar, não quero que te vejam aqui.

Dulce – quem era aquela mulher que estava aqui?

Any – caralho, você ta me zuando neh? Não ouviu nada que eu disse? Saia daqui agora!

Ela foi andando ate a porta, me olhou com os olhos cheios de lagrimas, cara porque ela foi tão estúpida de ter me traído? Eu queria correr ate ela e lhe dar um abraço dizendo que a tinha perdoado na hora que vi seus olhos de encontro ao meu, mas meu orgulho não deixaria jamais que fizesse isso. Eu agora tentava me segurar pra não cair em tentação, nossa como ela estava bonita, agora eu me sentia suja de ter tido uma rapidinha com a estagiaria da empresa, eu queria outro banho, eu queria sentir o toque…

Any – das suas mãos.

Eu disse isso alto, ela me olhou sem entender, eu começava a ficar fora de si.

Dulce – o que disse?

Any – nada, saia.

Dulce – rss… das minhas mãos? (um sorriso abafado) eu sinto falta da sua pele, do seu cheiro, do seu corpo, do seu sorriso, seu olhar, seus olhos brilhando quando me viam…

Any – brilho que você fez questão de apagar. Não complica as coisas Dulce, por favor saia da minha vida.

Dulce - ……… parabéns, quero que você seja muito feliz… você esta linda!

Ela disse aquilo e meu coração que eu achava que já estava partido em milhões de pedaços, se partiu um pouco mais, meus olhos se fecharam e eu queria abrir só quando tivesse certeza de que ela não estaria mais na minha frente. Ouvi a porta batendo e abri os olhos, não consegui mais pensar, meu corpo caiu na cama, eu não chorei, fiquei ali por cinco minutos e lembrei que tinha uma festa rolando na minha casa e que era meu aniversario, fui me olhar no espelho pra ver como estava meu estado, eu estava bem aparentemente, mas meu mundo tinha ruído neh? Voltei pro jardim com um sorriso no rosto, tentei esquecer o que tinha acontecido naquele quarto, isso incluía a loira também.

- Dulce -

Eu sentia um vazio tão grande, desci as escadas tão rápido que quase tropeço nas próprias pernas, eu me sentia fraca, não conseguia nem mesmo suporta o peso do meu corpo, já estava de saída, dei de cara com Christian no estacionamento, ele recebia uns amigos, ele me viu e seu rosto demonstrou toda a preocupação que ele sentia, ele veio em minha direção….

Chris – o que foi Dulce? O que faz aqui?

Dulce – (chorando) vim ter certeza de que Any me odeia…

Chris – ela não odeia você… (me abraçando) ela esta magoada…

Dulce – ela já me esqueceu, ela já se entregou a outra pessoa…

Chris – como você sabe?

Dulce – eu acabei de ver…tinha uma mulher no quarto com ela, elas transaram, aquela mulher beijou a minha Any…deus, que tormento.

Chris – (me soltando) você fez isso enquanto ainda estava com ela…

Dulce - … eu sei, mas eu não queria ver ela com outra, ela…é tão minha… sua pele é tão minha… seu cheiro…

Chris – Dulce… você veio aqui pra que? Hoje é aniversario dela, ela esta tentando ficar numa boa…

Dulce – eu sei, eu fiz errado…eu só faço burrada mesmo.

Chris – vai pra casa, a gente conversa depois.

Dulce – eu tenho que chamar um táxi…vim de carona…

Chris – vai lá…

Eu fui andando em direção ao portão, mas meu coração me dizia que eu não deveria sair daquela casa, voltei e fui andando ate a parte de trás da casa, escondida, casa grande o que não falta é jardim, eu fui andando o mais discreta possível, cheguei na parte de trás e vi que a casa estava lotada, avistei Any conversando animadamente com algumas pessoas, o ciúme tomou conta de mim, minha vontade era de mandar todo mundo embora desse lugar e ficar só com ela, mas do jeito que a situação esta, ela com certeza ia preferir ficar com qualquer pessoa dessa festa do que comigo. Me mantive distante, ela não podia me ver, algumas pessoas já me viam, mas a maioria não me conhecia e nem eu a elas, Ucker estava dançando na pista, bêbado e com ele estava a mulher que a pouco estava nos braços da minha mulher, fechei os olhos e contei até 10 pra não fazer nenhuma loucura.

- Anahí -

Eu fiquei falando com os convidados, forçando uma felicidade inexistente, um sorriso falso, uma alegria que não existia dentro de mim há muito tempo, como eu poderia perdoar uma pessoa que fez o que fez comigo? Eu tentava dizer pra mim mesmo que o perdão era uma coisa pra pessoas superiores, mas eu não sou superior, porque eu não consigo perdoar, eu não consigo parar de pensar nela nua com outra mulher ao seu lado, ainda por cima cheirando a álcool, venho inclusive a pensar que ela já devia ter me traído milhares de vezes, nossa, só de pensar me da asco, como ela pode mentir tão bem? Como pode ser tão falsa? Eu estava sentindo repulsa só de ver a imagem dela na minha cabeça. Antes fosse só na cabeça, perdida em meus pensamentos, meus olhos também se perderam naquela festa, alguém me dizia alguma coisa, mas eu não podia ouvir, eu estava vendo ela entre centenas de pessoas, encolhida num canto me observando, queria eu que fosse um pesadelo, voltei a realidade quando a estagiaria loira entrou na minha frente…

Estagiaria – o que houve lá em cima? Está tudo bem?

Any – que?

Estagiaria – quem era aquela mulher?

Any – que mulher? (meu olhar estava em Dulce)

Estagiaria – aquela que entrou no seu quarto, quem é?

Any – ninguém

Estagiaria – você deixa entrar qualquer pessoa no seu quarto?

Any – eu deixei você entrar não eh? (senhor, coitada da menina)

Estagiaria – o quee??? (incrédula)

Any – olha querida, eu tenho que resolver umas coisas…

Sai de perto daquela mulher que já me irritava e fui andando em direção a Dulce que quando viu que eu a observava também, tratou de sair do lugar que estava e ir em direção a parte da frente da casa. Eu corri e alcancei ela, segurei seu braço antes que ela pudesse fugir…

Any – você é louca? Surda? Não ouviu que não te quero mais nessa casa?

Dulce – eu já estava indo…

Any - …………

Dulce – se você me soltar eu posso ir embora….

Any - ………. (eu idiota não conseguia soltar o braço dela)

Dulce - ……. (ela sorria) com a boca você diz uma coisa, com os olhos você suplica pela presença… você não me engana Any, você não engana nem a si mesmo!

Soltei seu braço na mesma hora, petulante, ela me tirava do serio, acho que esse jeito dela era o que eu mais gostava, mas eu não podia gostar mais.

Any - … eu vou voltar pra festa…

Dulce -  volta… pra suas mentiras…. pro seu mundo de faz de conta… luta contra seu amor, você fala que eu sou infantil, mas você vive num mundinho tão hipócrita quando você diz ser o meu.

Eu ouvia aquilo de costas pra ela, agora ela resolveu mudar de tática, estava querendo me envolver em suas palavras…

- Dulce -

Ela não ia me perdoar mesmo, então eu resolvi chutar o balde, era tudo ou nada, falando umas verdades, talvez ela ficasse tocada e sei lá, esquecesse de tudo e voltasse pros meus braços, tática ridícula, mas valia tudo pra ter ela de volta, meu deus como eu queria agarra ela ali mesmo, será que ela ia me agredir seu eu fizesse isso?

Any – se já não bastasse suas traições, agora você quer me dar lição de moral?

Dulce – olha Any, aconteceu, eu não posso voltar no tempo, eu não posso….eu queria, mas não posso! O que ta feito ta feito. Eu gostaria muito que não tivesse acontecido, eu tive medo… medo do rumo que minha vida estava seguindo, acho que suas intenções eram muito diferentes da minha e eu errei em não ter te dito isso, eu errei inúmeras vezes, mas eu não posso voltar no tempo, eu estou aqui, já te perdi perdão, eu amo você… eu não posso fazer nada além disso, te amar, eu sei que é um amor cheio de defeitos, mas eu só tenho ele a oferecer… (ufa)

Any – aconteceu… é uma pena que tenha acontecido…

- Anahí -

Suas palavras não me abalaram, ate porque ela em si já me abalava, não eram suas palavras que mexiam comigo, era ela. Era essa merda que mexia comigo, eu só queria beijá-la e esquecer de tudo, mas virei as costas , depois dela ter dito tudo aquilo eu apenas me virei e fui caminhando ate o jardim da festa… ela veio atrás de mim e me segurou nos braços, eu nem tentei sair dos seus, ela me beijou com tanta violência, sua mão segurou meus cabelos com muita força, ela me beijava com tanta vontade, eu estava sem chão, sem ar, o coração parecia estar saindo pela boca, até que ela me solta…

Dulce – parabéns mais uma vez…

Ela sorriu e agora deu as costas pra mim, não pude esconder um sorriso, acabei de ganhar o melhor presente, voltei pra festa, alias eu nem estado nela direito tinha, voltei a dançar com uns amigos, a noite foi bem agradável, a loira obvio já devia me odiar essa hora, nem a vi mais, graças a deus. Ucker me divertiu, Poncho e Chris viraram casal chiclete, coisa chata, nem fiquei muito perto deles durante a festa. Maite também foi um amor comigo durante toda a noite, que no final foi muito boa, não pela festa, mas pelo beijo roubado, pelo menos foi ela que me agarrou, eu continuo firme e forme, sem perdão.

As pessoas beberam tanto na minha festa que no dia seguinte eu via alguma delas dormindo no quintal, eu quase não tinha bebido tanto como de costume, então com as pessoas que ficaram fizemos uma after party, geral na piscina, bebendo mais e mais, me soltei um pouco, bebi mais que na noite anterior, me diverti mais.

- Dulce -

Sai da festa feliz por ter conseguido o beijo, mas triste de saber que o perdão estava longe de ser conquistado, as lembranças da loira me atormentavam, não dormi direito, rolava de um lado pro outro, na manha seguinte eu estava cansada por não ter dormido. A tristeza tomava conta de mim na manha de domingo, nem sai pra caminhar, alias séculos que não fazia isso, não tinha mais vontade de nada, Claudia me ligou logo cedo pra saber como eu estava, péssima obviamente, como sempre, mas ela era um amor sempre, era o tipo de mulher que era difícil não se apaixonar, eu gostava de estar com ela, era uma pessoa tao agradável… mas não era Any.

Minha curiosidade em saber quem era a loira que tinha ido pra cama com Any era tanta que apelei, liguei pro Ucker, coitado estava com a ressaca do século, ele me contou que era estagiaria da empresa, meu mundo ruiu, que ódio de pensar que aquela vagabunda foi pra cama com minha mulher, desliguei o telefone revoltada da vida, sem pensar muito liguei pro telefone da casa de Any, o celular eu não sabia mais o numero, a empregada atendeu e eu resolvi fingir que era não eu, assim ela me atenderia, a empregada foi chamar ela e eu comecei a raciocinar sobre minha insanidade, o que eu ia falar com ela?

Any – alo?

Dulce - ……….

Any – quem tá falando?

Dulce - …..

Any – ah vai a merda…

Dulce – espera!

Any – quem é?

Dulce – sou eu…. (ela já reconhecia minha voz pela sua respiração eu percebi)

Any – o que você quer?

Dulce - ……….. você transou com ela na sua sala também? (meu deus que coisa mais idiota que eu falei)

Any – o que?

Dulce – é….

Any – Dulce, vai arrumar o que fazer e para de me perturbar!

Ela desligou na minha cara, obvio. Como eu sou idiota, quanto mais ela esculachava, mas eu tinha vontade de te-la nos meus braços. O dia passou lentamente como todos os outros desde que eu e ela nos separamos, a noite Chris me ligou chamando pra ir pra boate, eu estava sem animo algum pra isso, recusei o convite e resolvi me deitar cedo.