Ela é o Cara - Capitulo 11

Lua Pov.

Eu já não aguento mais procurar trabalho, meus pés doem, minha cabeça dói, meu corpo inteiro dói.

- O senhor Simas lhe aguarda. - Aquela era a última entrevista do dia, era pra ser secretária desse tal Simas, a moça do rh me deu algumas instruções, nada que fosse me ajudar muito, do jeito que eu to cansada é capaz deu sentar na cadeira dele e esticar os pés na mesa, já to de saco cheio de ter que procurar trabalho todo dia.

- Lua Blanco? - Uou, alguém me diz quem é esse Deus e aonde está o velhote?

- Senhor Simas? - Minha cara deve ter se transformado em um ponto de interrogação já que ele apenas riu e me indicou o lugar para sentar.

- Surpresa? - Sorri ainda um pouco nervosa.

- É que eu imaginei alguém mais.. velho. - Ele riu.

- Desculpa acabar com a suas expectativas.

- Não, que isso. Assim é muito melhor, não tem problema. - Sua cara permaneceu risonha porém agora desconfiada. - Quer dizer, não que vá fazer alguma diferença, eu to aqui só pro trabalho..

- Calma menina. - Me cortou rindo. - Eu to brincando, relaxa.

- Ai, por favor, não me pede pra relaxar.  - Ele riu. - Se não é capaz deu deitar na sua mesa. - Suspirei mais aliviada sentando na cadeira a frente de sua mesa.

- Olha que não seria nada mal você toda estirada na minha mesa. - Acho que arregalei os olhos demais. - Brincadeira de novo.

- Ah, tenho que me acostumar com isso então. - Ele riu.

- Então você acha que eu vou mesmo te contratar? - Isso anta, fala demais.

- Sinceramente, do tanto que eu já andei hoje, se eu não conseguir essa vaga eu desisto, não sirvo pra nada mesmo. - Ele me olhava como se eu fosse algum tipo de bicho curioso.

- Me fala sobre você. - Respirei fundo.

- Eu não tenho muita experiência, assumo. Mas eu sempre ajudava meu pai quando ele precisava fazer qualquer tipo de contagem ou agendar alguma coisa, então eu já me acostumei em ser uma “secretária” - Fiz aspas com as mãos. - E eu também aprendo muito rápido, sou comunicativa. É pouco eu sei, mas eu posso melhorar e isso é uma promessa. - Olha só, quem diria, se algum dos meninos me visse falando desse jeito com certeza zombariam de mim.

- É basicamente isso que eu to procurando. - Seu tom de voz era sério mais não me intimidava. - Eu queria alguém com pouca experiência porque as meninas que vem aqui já estão monopolizadas pelo trabalho dos outros, eu gosto do meu jeito sabe?

- Entendo e fico feliz com isso. - Tentei ser simpática e acho que consegui.

- Bom, eu ainda tenho outras pessoas pra entrevistar então você pode deixar seu número de celular que eu te ligo pra informar ok? - Se levantou e eu repeti seu gesto. 

- Ah, eu deixei meu currículo com as meninas da recepção. - Eu já estava na porta e ele me alcançava com o celular na mão. 

- Eu disse que eu te ligo pra informar. - Enfatizou o eu. - Me passa seu número.