Ela é o Cara - Capitulo 3

Lua Pov.

- Por mim tudo bem. - Micael falou dando de ombros, olhei esperançosa para os outros e Arthur também deu de ombros.

- Por mim tudo bem também, é bom que finalmente eu não vou mais precisar perder apostas. - Todos rimos e eu olhei para o Chay, piscando freneticamente meus olhos na inútil tentativa de parecer fofa.

- Só deixo se ela dormir no meu quarto, comigo na minha cama. - Todos gargalharam e eu revirei os olhos.

- Sério que só tem três quartos aqui? - Já ia ser difícil me controlar com todos esses hormônios na mesma casa que eu, imagina no mesmo quarto? Assim eu não aguento.

- Ele é um retardado. - Arthur falou com deboche. - A gente tem cinco quartos no andar de cima. - Apontou para as escadas. - Um de cada, um pra quando algum amigo nosso vem pra cá e um outro que a gente encheu de bagunça. - Ri aliviada, ao menos sozinha em um quarto eu poderia ficar.

- Ótimo então. - Falei sorridente e Micael pigarreou para chamar minha atenção.

- Bom, todos nós já nos apresentamos mas e a senhorita? ou senhorito? - Gargalhei seguida por todos os outros, até mesmo pelo Micael, que percebeu a merda que falou. - Digo, qual seu nome moça? 

- Lua. - Sorri. - Mas pode me chamar de Lu, ou do jeito que vocês quiserem, e outra, não precisam ficar desconfortáveis porque eu sou lésbica, relaxem. - Eu estou começando a ficar orgulhosa de mim por conseguir mentir tão naturalmente. Outch, isso soou tão falso.

- Meu único medo é que você toda gostosa desse jeito acabe pegando alguma mina minha. - Micael falou e eu gargalhei.

- Relaxem, mulher de amigo meu é homem. - Sabe aquelas pessoas que tem a risada mais engraçada que a própria piada? Eles são exemplos desse tipo!

- Mas, você não parece.. - Arthur apontou para a minha roupa - lésbica.

- Ah qual é, vocês acham que só porque eu sou lésbica tenho que me vestir igual homem? - Me olharam como se aquilo fosse óbvio e eu revirei os olhos. - Digamos que eu sou a parte feminina da relação. - Como explicar isso? - Eu prefiro ser a passiva da relação.. as vezes. - Os olhares que eles me mandaram foram totalmente opostos, Micael me olhou com confusão.. como se tivesse tentando decifrar o que eu disse. Chay olhava para a tela da televisão, provavelmente pensando se somente com a mente ele poderia ligá-la, lesando. Já Arthur me olhou de uma maneira que fez com que todos meus pelos se arrepiassem, seus olhos me transmitiam todos os pensamente pecaminosos que aquela mente perversa imaginou, ah como eu queria poder conhece-los… ah como eu queria testá-los.

- Eu prefiro te chamar de Bróda. - Chay falou desviando totalmente do assunto “lésbica” e eu ri do seu novo apelido.

- Ok. - Falei meio pausadamente ainda rindo. - E você Micael?

- Prefiro te chamar de Lu. - Assenti feliz por ele ter conseguindo arranjar algum apelido decente. - E você Arthur?

- Ah Mica, o modo como eu quero chamá-la não pode ser dito em tom alto. - Ai meu Deus, pra que falar dessa maneira? Pra que usar essa voz? - Tem que ser dito bem baixinho, se é que me entendem. 

- E qual seria? - Droga de curiosidade, droga de cara gostoso.

- Deixa quieto Lua, prefiro te chamar pelo nome mesmo. É menos sórdido. - Será que só eu to percebendo a putaria louca que esse cara tá falando? Pelo amor de Deus, porque os amigos dele estão agindo como se ele estivesse falando sobre algum doce? ou sei lá, nos contando como foi que escovou os dentes hoje! Que comparações ridículas, eu preciso de um banho.. frio

- E aonde fica meu quarto? - Perguntei olhando para todos esperançosa por alguma ajuda e antes que Micael pudesse se pronunciar Arthur o interrompeu.

- Eu te levo até lá. - Droga, droga, droga.