Fanfics Brasil - Chapter Eight - Passado Never Again

Fanfic: Never Again | Tema: TVD, Casi Ángeles, RBD, PLL


Capítulo: Chapter Eight - Passado

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- Eu estava atordoado naquele dia, você deve se lembrar do meu acidente no jogo de lacrosse no ano anterior ao nosso casamento. Eu fui jogado para o banco reserva e tão logo não pude voltar aos campos como eu desejava. Eu acabei com minha carreira. -eu não entendia porquê ele ressuscitou algo tão antigo para explicar algo tão simples.


 


(Flashback)


 


Eu ainda me lembro do acidente a que ele se referiu. Ele era capitão do time de lacrosse de nosso colégio e tinha um futuro promissor na carreira, naquele dia ele havia me dito que tinha conseguido um contrato com o melhor time nacional e que assim que nos casássemos, iríamos nos mudar para Philadelphia, onde estava sede do time Philadelphia Wings. A partida noturna em questão, foi complicada, o time de Tyler estava em vantagem sobre o time do colégio estadual de Buffalo, NY, mas o time adversário jogava pesado e a todo momento Tyler ia ao chão. Muitos dos adversários foram expulsos e suspensos, mas parecia que quanto menos deles corriam dentro de campo, maior era sua agressividade. Eu lembro de ficar muito aflita por Tyler o jogo todo, meu coração suavizava um pouco quando via que ele se levantava. 


 


Entretanto, no final da partida que decidiria o campeão interestadual de lacrosse, o capitão do time adversário, Roger McGuire, deu uma entrada rasgante em Tyler, o impedindo de lançar a última bola. Meu coração parou naquele instante e vi que Tyler tinha uma lesão horrível no ombro esquerdo. Eu torci o rosto para sua clavícula exposta e senti o sangue do meu corpo se esvair ao ouvir seu urro de dor. Nada em minha vida fora tão desesperador. Enquanto os médios chegavam apressados para socorrê-lo eu descia desesperada a arquibancada, na esperança de chegar a tempo de consolá-lo e tentar amenizar sua dor, mas eu não fui rápida o suficiente. Ao tempo que cheguei no campo, a multidão envolta dele, passou por mim, me empurrando para todos os lados e evitando qualquer acercamento. Meu desespero se traduziu em lágrimas, que não paravam de descer pelo meu rosto. Logo Nina, Candice e Lali estavam atrás de mim e me abraçaram. Rochi havia ido tentar alguma informação com o pessoal técnico do time e demorou para voltar. 


Eu fiquei no campo por um longo tempo. Quando dei por mim, o campo estava vazio e só estávamos minhas amigas e eu. Ninguém disse nada, apenas ficamos ouvindo os sons do meu pranto e soluços. Eu levantei os olhos, determinada a buscar mais informações sobre Tyler e encontrei uma peça jogada no meio do campo, no lugar onde ele havia caído. Os gritos dele ecoaram outra vez na minha mente e eu fechei bem os olhos, tentando espantar a cena da minha cabeça. Rochi havia chegado a pouco tempo, mas não havia trazido nenhuma notícia com ela. Eu levantei, trêmula, e caminhei até o pedaço rasgado da camiseta de Tyler, que havia sido dispensado assim que os médicos chegaram para socorrê-lo. Eu agarrei aquele pedaço de pano, sujo de sangue e apertei contra meus dedos como se eu precisasse sentí-lo para me dar forças. Eu já estava mais calma e decidi ir atrás dele. Nina se ofereceu para me levar até o hospital central e assim fomos. Meu celular não parava de tocar, mas eu não tinha condições de atender ninguém enquanto não soubesse nada de Tyler. 


 


 


Assim que chegamos à sala de espera da emergência do hospital, encontrei com os pais dele, e me permiti desabar outra vez ao encontrar o olhar compreensivo e amoroso de Ellen ao meu encontro. Ainda não sei determinar quanto tempo ficamos sem ter notícias dele, apenas me dei conta que o dia estava amanhecendo e eu ainda estava com os olhos em placa, quase perfurando a porta por onde a mãe de Tyler disseram que o haviam levado. Quando o médico atravessou as portas cinzas meu coraçao quase atravessou minha pele. Eu levantei apressada, assim como todos ali presentes


 


 


 


- O estado de Tyler ainda é muito delicado, sra Uckermann. Ele sofreu deslocamento do ombro, acompanhado de fratura exposta da clavícula e distensão dos músculos da região. Isso também afetou suas articulações. -eu tentava ao máximo acompanhar o que o senhor de cabelos loiros falava, mas aquilo não parecia ter nexo para mim- Já tomamos todas as providências quanto à fratura, o deslocamento e a distensão, contudo, é possível que suas articulações fiquem comprometidas. Estamos fazendo todo o possível para recuperar a massa perdida, mas temos que aguardar algum tempo até que a região traumatizada esteja mínimamente cicatrizada. 


 


- Ele vai poder voltar a jogar, doutor? -o tom apreensivo na pergunta direta de Victor, pai de Tyler fez o médico se silenciar por alguns instantes. 


 


- Tudo dependerá de como ele se sairá dessa recuperação. É certo que ele necessitará de tratamentos e alguns ajustes cirúrgicos, mas teremos que esperar até que esse trauma se estabilize. 


 


- E-ele pode receber visitas? -perguntei em um fio de voz. 


 


- Ainda não, ele está terminando de ser tratado na Unidade de Terapia Intensiva, mas dentro de algumas horas poderá ser transferido para o quarto. -eu assenti fracamente e afundei os olhos no chão, sentindo um alívio passar por todo meu corpo ao saber que ele estava bem. 


 


 


 


O tempo parecia não passar e eu estava fisicamente exausta, meu corpo já não respondia aos meus comandos de se manter alerta e acordado, tudo parecia difícil demais a se fazer, o simples ato de piscar, era um trabalho árduo. Meus pais apareceram com a missão de me levar para casa e descansar, mas me recusei veementemente e eles são tiveram outra opção a não ser ficar comigo por mais algum tempo. Nina havia levado as meninas para suas respectivas casas e, como já havia se passado um dia inteiro, elas retornaram no final da tarde, com algumas guloseimas e frapuccino para me alegrar. A noite caiu e com ela, toda minha energia. Eu só notei que havia caído em sono profundo, quando acordei sobressaltada, ao sentir alguém me balançar. 


 


 


 


- O quê? Aconteceu algo com Ty? -eu perguntei sentindo meu coração bombear mais sangue do que o normal. 


 


- Não, querida -Ellen respondeu em seu tom suave, como sempre- Eu queria lhe avisar que Tyler já foi transferido para o quarto, mas infelizmente o horário de visitas já passou. - meus lábios tremiam e meus olhos estavam arregalados de desespero.


 


- Mas então? Eu perdi a chance de vê-lo?


 


- Não, ele acabou de chegar no quarto e já está dormindo. O horário retornará a abrir amanhã pela manhã. Sugiro que você vá para casa agora e descanse, volte amanhã quando estiver descansada e aposto que se sentirá melhor.  -eu não poderia argumentar com Ellen, era era boa demais para mim- Victor e eu passaremos a noite, mas amanhã cedo iremos para casa descansar e você o terá sozinho para si. O que acha? - um lampejo de alegria me inundou e abri os lábios em um sorriso, imaginando como seria quando o visse. Eu concordei com a proposta de Ellen e me levantei, mas ao fazê-lo, cambaleei de fraqueza. Ellen me amparou e não demorou para meu pai me segurar também. 


 


- Calma aí, cupcake -meu pai disse- Não queremos dois no hospital, não é? -eu sorri fracamente e apoiei meu rosto em seu peito- Vamos, me deixe cuidar de você. 


 


♣♣♣♣


 


 


- Me disseram algo louco sobre você, mas eu não quis acreditar - Tyler disse assim que pus os pés no quarto onde ele estava. 


 


 


 


Ele estava praticamente todo enfaixado do tronco para cima e haviam roxos gigantes em seu braço direito, assim como em seu pescoço. Parecia ter sido atropelado por um caminhão. Ao ouvir sua risada fraca, seguida de uma careta, eu despertei do transe e andei a passos largos até ele, preocupada. 


 


 


 


- Tyer, está bem, meu amor? Está sentido dor em algum lugar? -ele me olhou com um sorriso divertido que eu conhecia tão bem. 


 


- É melhor perguntar onde eu não sinto dor, baby. - Eu soltei um gemido sofrido e apertei os lábios. Ele levantou a cabeça e me roubou um selinho- Ei, não fique assim. Ter você aqui do meu lado me faz ficar melhor, eu só preciso de um sorriso seu, por favor. 


 


- Você quase morreu naquele campo -ele revirou os olhos divertido, ignorando meu drama- Eu quase morri naquele campo. -ele parou de sorrir e me olhou sério. 


 


- Não diga algo assim, baby, sabe que não gosto. -foi a minha vez de revirar os olhos- Eu não sei o que faria sem você. -eu passei os dedos por seu cabelo revolto pelo sono e suspirei. 


 


- Eu também não, meu amor. Por isso digo que quase morri também. Você não tem ideia do quanto eu sofri quando te vi jogado naquele campo, gritando de dor -ele fez uma careta e girou a cabeça. 


 


- Eu sei, eu também fiquei assustado comigo mesmo. A dor era forte demais. Desculpa ter feito isso com você -ele levantou o braço direito, não enfaixado e passou os dedos no contorno do meu rosto. Eu fechei os olhos para sentir o carinho e sorri ao reconhecer seu toque- Me disseram que você passou todo o tempo aqui no hospital e quase desmaiou de fome, é verdade? -ele perguntou tranquilo, sem acusações em seu tom. 


 


- Eu precisava saber que estaria bem. -abri os olhos e encontrei o seu olhar de avelã sobre o meu- Não me olhe assim, amor. Eu não dormiria bem se soubesse que você estaria aqui, agonizando de dor.


 


- Eu não estou te julgando, Mai. Só estou um pouco surpreso e um pouco bravo por você não ter se alimentado. Eu não suportaria te ver internada por minha causa. -eu puxei meus lábios em um sorriso e depositei um beijo leve em seus lábios ressecados- Só, não... ugh, só não faça mais isso, certo? -eu balancei a cabeça levemente e sorri outra vez- Isso, baby, sorria para mim. É tudo o que eu preciso. - e então sorrindo, fiquei com ele durante todo o horário permitido. Ele resmungou quando recusei descer para comer e protestamos juntos quando deu o horário de ir embora. 


 


 


 


A recuperação de Tyler foi lenta e complicada. Seus nervos demoraram a encontrar o jeito certo de reagir aos comandos, resultando no retardo de suas funções. Isso deixava Tyler louco e desmotivado. O final do ano chegou e já haviam passado dois meses desde seu acidente, Tyler havia processado McGuire pelo ataque na partida e a sentença estava para sair. Ele estava cada vez mais frustrado com o resultado lento de sua fisioterapia. O contrato com Philadelphia Wings ainda estava de pé, mas o sonho de pisar em um campo de lacrosse estava cada vez mais distante. Distante também era a palavra para descrever como Tyler ficava de mim nos meses seguintes. Ele havia me pedido em casamento um pouco antes do jogo que antecedeu sua lesão, mas parecia que ele não estava tão certo de sua proposta. Eu tremia só de pensar desse sonho não se concretizar, mas ele sempre dizia que nosso relacionamento não dependia de contrato algum e que nosso casamento iria acontecer. 


 


 


 


Mais alguns meses de passaram e logo o final do ano chegou, noticiando que dentro de apenas dois meses, estaríamos casados. Tyler estava animado, mas havia horas em que ele se abstraia da realidade. Nas últimas semanas antecedentes ao nosso casamento, ele já havia perdido duas provas de roupa. Ao mesmo período, uma decisão importante sairia para quebrá-lo ainda mais. Philadelphia Wings tinha rescindido o contrato. A notícia arrasadora o deixou abalado e confuso por muitos dias. Por mais que eu tentasse animá-lo, nada mais parecia certo a se dizer perto dele. Ele se sentia um fracassado e isso me matava. Eu queria tirá-lo dessa miséria, deixar ele sentir todo o meu amor, mas eu não conseguia passar pela barreira que ele tinha construído. 


 


Então, se passou mais uma semana, faltava uma mais para o casamento e notei uma súbita em seu comportamento. Ele tinha deixado de se lamentar pelo contrato e pela carreira que jamais teria. Como as fisioterapias não avançavam do modo que ele queria, ele deixou de frequentá-las. O último exame completo revelou que ele estava inapto para qualquer atividade física que explorasse seu ombro esquerdo, deixando claro que não haveria chances dele voltar a ser o rei que um dia foi nos campos da lacrosse. Ele, contrariando minhas expectativas, se envolveu mais nos assuntos do casamento e foi em busca de uma faculdade que ele pudesse seguir carreira. Não íamos mais nos mudar para Philadelphia, então decidimos ficar por Bluebell mesmo, eu tinha passado em uma faculdade de moda na Universidade da Pennsylvania, a UPenn, e era lá que Tyler também estava aguardando a resposta de sua admissão atrasada. Ele estava mudado, mais amoroso e não havia sombra daquele fantasma que ele foi nas últimas semanas. Quando ele disse não na frente da igreja toda, eu fiquei sem chão, sem entender porquê ele tinha feito aquilo comigo, sendo que ele não dava mais sinais de que estava em dúvida sobre nosso comprometimento. 


 


 


 


(Fim do Flashback)


 


 


 


- Onde quer chegar, ao relembrar toda essa história, Tyler? Quer dizer que não se casou comigo por que não conseguiu manter seu contrato? É isso? -perguntei um pouco impaciente. 


 


- Não, Maite. Philadelphia Wings nunca foi o motivo de eu ter feito aquilo com você, eu nunca preferiria uma carreira à você. 


 


- E então? - apoiei o queixo em minhas mãos, que estavam apoiados pelos cotovelos na mesa. Eu já não aguentava mais a ansiedade. 


 


- Você tem que entender que eu nunca faria algo para te machucar. Nunca foi minha intenção te ferir de forma alguma. -eu revirei os olhos. 


 


- Vimos bem como você se saiu nesse aspecto -ele engoliu seco e deu um leve suspiro. Fiquei alarmada quando ele estendeu suas mãos e tocou as minhas. O choque que passou entre nossos corpos me fez quase soltar um gemido. 


 


- Maite, o que eu fiz foi para te proteger. -eu franzi o cenho, confusa. Para me proteger?


 


- Proteger de quê Tyler? 


 


- Você sabe que sua vida sempre foi a coisa mais importante da minha vida. Eu não poderia deixar nada acontecer a você. -eu pisquei algumas vezes, para ver se entendia alguma coisa, mas nada acontecia. 


 


- Explique-se Tyler -exigi, lançando-lhe um olhar duro.


 


- Eu não poderia lidar com o fato de te deixar, mas eu também não poderia me casar contigo. Te deixar foi a coisa mais difícil que fiz em minha vida. -vi seus olhos grudados nos meus e senti um arrepio involuntário- Eu tive pena de te deixar, mas eu não tinha o que fazer - meu olhar endureceu e eu tirei minhas mãos que continuavam juntas às dele. Pena?


 


- Pena? -repeti, para ver se eu havia ouvido bem. Meu rosto queimou de raiva e ele me olhou confuso- Eu não preciso da sua pena, Hoechlin. -continuei, usando meu tom frio- Se foi por pena que esteve comigo, fique sabendo que eu não preciso de sua pena, nem nunca precisei. -disse entre dentes, já irritada. Ele tentou pegar minha mão, mas eu me afastei ainda mais- Eu preciso ir -me levantei, mas antes de sair porta a fora, me virei para ele- Não volte a me procurar, Tyler, ou então vou deixar Josh lidar com a raiva acumulada que tem de você. -ele ainda estava atônito, confuso- 


 


- Maite, não quis dizer isso, eu ainda...


 


- Não se atreva a continuar a falar comigo. Vá viver sua vida, me deixe viver a minha. Adeus, Hoechlin.


Momentos depois, eu estava marchando furiosamente para fora do estabelecimento e senti malditas lagrimas de dor escorrendo pelo meu rosto e parecia que quanto mais eu as limpava, mais saiam no lugar delas. Notei também que Tyler me seguia. Mas não parei para que ele me alcançasse. Eu só queria esquecer da existência dele. Eu cheguei em casa primeiro que ele. Minhas pernas doíam por correr tão rápido e sem um ritmo certo, subi os últimos lances da escada e me joguei em cima da cama. Em prantos as palavras dele ecoavam na minha cabeça. 

Pena...

Maldito dia em que eu o conheci, Maldito o momento em que o amei. Não quero mais vê-lo. Nunca Mais. 
Quando eu abri os olhos novamente, me encontrei em uma situação precária, meus olhos estavam ardendo e estavam inchados. Meu travesseiro estava ligeiramente úmido e corri os olhos pelo quarto e vi várias coisas jogadas no chão. Eu sentei com dificuldade na cama, pois minhas pernas estavam dormentes e as articulações doíam um pouco. Eu dei uma fungada e arrumei meu cabelo. Jurei nunca mais chorar por ele e cá estava eu, chorando outra vez.


♣♣♣♣


Poncho me ligou pela tarde e eu recusei a chamada. Não tinha cabeça para mais nada naquela tarde. Fechei minha janela da sacada e cobri com as cortinas. A janela dele ficava de frente com a minha. Já estava escurecendo, quando decidi não ficar mais mal por algo que havia passado . Eu já não me abalaria com ele. Agora ele veria a mudança em mim. Tive alguns pesadelos naquela noite, alguns dele com Tyler, mas depois relaxei e pude dormir de verdadeEu acordei disposta para uma mudança, eu queria renovar meu guarda-roupa e também meu rosto, meu cabelo, e tudo mais. Eu levantei pela manhã, tomei meu café-da-manhã sozinha. Joshua apareceu do meu lado, me assustando.



- Ai pirralho! Quer me matar, faz logo! -eu gritei para ele- 
- Relaxa Mai, vim em paz -ele se sentou ao meu lado e ficou me olhando- Er .. eu a mamãe ouvimos seu choro ontem a noite. Não
queríamos incomodar. Eu sabia que não devia ter deixado aquele desgraçado ter nem cruzado a porta. -ele disse com uma certa raiva- 
- Não se preocupe Josh, o que tinha que ser dito já foi dito. Agora é seguir em frente.
- Ele disse coisas horríveis pra você?
- Não, não diria que foram horríveis, só foi a verdade, e às vezes a verdade machuca. 
- Sabia -ele bateu na mesa, balançando o suco do copo- Eu vou MATAR aquele infeliz – ele levantou com uma expressão séria no rosto 


- Não! Não Josh, você não vai fazer nada ok? Este é um problema meu e dele. Josh desviou o olhar para a janela e ficou em silencio por alguns instantes.

 


Depois do café, liguei para Lali para marcarmos de nos encontrar na loja de música de Rochi e Candice no dia seguinte. Fui para a garagem, pois precisava deixar umas caixas com coisas minhas no porão e separar algumas para doação. Estava de costas quando senti uma respiração ofegante logo atrás de mim. Era Tyler. Me virei e nossos olhares se encontraram. 


- Quer ajuda?
-ele se ofereceu vendo minha dificuldade com o portão emperrado- 
- Pensei ter deixado claro que eu não queria
mais falar com você ou então me aproximar.


- Maite, não
seja tão rancorosa. –ele se aproximou e eu recuei, institivamente. Ele levantou
uma sobrancelha e continuou- Sobre o outro dia, pena não era a palavra para
descrever o que eu sentia


- Mas foi a que você usou  –repliquei o interrompendo, já nervosa pela sua presença- Afinal, o que faz aqui? Não tinha que estar trabalhando ou alguma coisa assim?


- Ser dono de uma empresa têm lá suas vantagens. – ele parou no caminho e se virou para me olhar-  Não que eu deva satisfações a você, mas às terças, os administradores têm folga. Então, estou fazendo “alguma coisa assim” – ele me imitou, dando um sorriso sarcástico, eu dei um sorriso claramente forçado e revirei os olhos de tédio- Aposto que você precisa de ajuda com o portão. Vai me deixar ajudar ou não? – ele foi em direção ao portão, ficando de costas para mim. Eu olhei séria para ele-


- O que pretende, Tyler?
- Abrir o portão para você oras -ele respondeu em um tom obvio- 
- Não se faça de sonso, pois sei que não é. O que pretende realmente se aproximando de mim? -ele se virou para mim e me olhou nos olhos, senti uma arrepio na espinha. Seus olhos me sondavam- 
- Apenas que voltemos a nos falar, não precisamos virar inimigos. Já fomos melhores amigos, acho que isso não se perdeu. –ele disse como se não importasse com o que havia acontecido há sete anos atrás- Acho que a gente não precisa se prender tanto ao passado. Além disso, já se passou tanto tempo, não podemos ficar sem se falar por toda uma vida. – cínico- Sem traumas, não é? -ele arqueou a sobrancelha, eu franzi o cenho-
- Claro -minha face suavizou, fingindo despreocupação- Sem traumas -o imitando, agora sorrindo- Então, pode abrir a droga do portão? -fiz um aceno com a cabeça apontando o portão fechado do porão- 
- Sempre tão simpática. –eu dei um sorriso forçado. Ele deu um empurrão para frente e para trás e o portão se abriu- Prontinho 
- Muito obrigada -eu sorri educada- Agora me dê licença -eu passei na sua frente com a primeira caixa e joguei meu cabelos para trás, formando um coque básico- Essas coisas estavam me deixando louca! Ainda bem que ainda tem espaço aqui. 
- Talvez eu possa ajudar -ele sugeriu em um tom casual- Há varias coisas velhas aí, pode haver insetos, sei lá, alguns bichos -eu arregalei os olhos, apavorada com a possibilidade- Achei que eu poderia te ajudar se alguma coisa dessas acontecer -ele sorriu por fim- Posso?


 Fiquei alguns segundos em silencio, formulando a possibilidade. Claro que se aparecesse algum bicho seria péssimo por que eu iria gritar, iria assustar minha mãe lá em cima e quase 97 % do meu corpo iria ficar tremendo por cerca de 20 minutos. Tyler sabe o pavor que eu tenho de insetos e afins. Mas eu certamente também ficaria meio abalada por ele estar tão próximo de mim. 

- Ok então, pode ficar -fingi indiferença-  Mas não
pense que isso faz tudo se acertar entre nós. Estou lhe dando uma chance de ser,
no mínimo, um bom vizinho –ele assentiu e avançou para dentro do cubículo- 
Olha, tem umas caixas ali no fundo super pesadas. Eu preciso que você as tire de lá e ponha ali no outro canto, assim eu posso trazer as 3 caixas que montei lá em cima -eu entrei na pequena salinha de  2x3 m² acendi o pequeno abajur que ficava no alto das tralhas - Estão logo ali -ele foi até o local e tirou a caixa, a pôs ao meu lado e começou a revirar as coisas de dentro- 
- Olha só Mai, tem coisas suas aqui -ele disse tirando uma fantasia minha de abelha rainha- Lembra daquela festa a fantasia, na casa da minha prima Cassidy, em que você foi de abelhinha ? -ele riu-
- Lembro. Também lembro que você brigou com a sua mãe porque queria ir de Adão –sorri da lembrança.
- Eu queria que você fosse a minha Eva 

            Ele sorriu encantador, lançando seu olhar sedutor, eu desviei o olhar e comecei a mexer do outro lado, de costas para ele. A presença dele me incomodava, mas não poderia demonstrar. Ele me chamou a atenção mais uma vez.


 

 



- Olha Mai, olha o que eu encontrei! -ele disse com entusiasmo na voz, eu me virei e vi o porta-retrato em suas mãos- Lembra? A foto que a gente tirou naquele parque de diversões, nas férias de primavera. Foi bem no momento em que eu te abracei e falei sobre como eu gostaria de te ter ali mesmo, no meio de todo mundo. Você vazia jogo duro comigo -ele riu fraco. 
- E eu quase te joguei naquele rio artificial! –eu ri, me lembrando- Você estava impossível naquele dia. E eu fazia jogo duro porque sabia da sua fama de pegador.


- Você sabe que eu não era quem diziam que era. E tudo mudou quando de te conheci. Eu fazia o meu dia quando te fazia rir, ou simplesmente sorrir. Era o auge do meu dia. –eu sorri- Como agora.


- Era o que mais você fazia, me fazia rir -eu olhei a foto empoeirada- Olha o sorriso da Nina olhando a bunda do Charles! -eu ri, tentando desviar o curso da conversa- Ela nunca escondeu sua paixãozinha platônica!
- Eu também nunca escondi minha paixão por você -ele me olhou nos olhos, só então percebi o quanto nós estávamos próximos-


 Eu olhava para aqueles olhos escuros e fui me perdendo neles. Ele foi se aproximando da minha boca e senti seu hálito fresco passando para mim. Ele passou suas mãos suas mãos nas minhas costas, me trazendo para mais perto dele. Ainda hipnotizada por seu olhar, não conseguia ao menos me mexer, não conseguia mover um músculo sequer. Ele roçou seus lábios quentes nos meus e senti novamente a maciez de seus lábios perfeitamente desenhados. Por apenas um milésimo de segundo eu esqueci tudo o que ele havia feito a mim, sua traição, sua fuga, tudo. Meu coração batia tão rápido que eu me perguntei se Tyler podia ouví-lo. Sentir aqueles lábios que eu costumava conhecer tão bem me trouxe lembranças que estavam guardadas profundamente dentro do meu coração e sentir seu corpo tão perto do meu depois de tanto tempo me fez tremer um pouco. Naquele momento só existia nós dois. Enquanto ele circundava seu dedão pela minha cintura, pressionando levemente, senti ele abrir seus lábios lentamente e não demorou muito até sentir sua lingua pedindo passagem contra meus lábios cerrados. Eu poderia ceder ali mesmo, eu poderia perdoa-lo e tudo estaria bem outra vez. 


Mas não era bem assim que as coisas funcionavam.  De repente tudo voltou como uma chicotada em minha mente. Minha mente começou a trabalhar rapidamente, trazendo lembranças dolorosas e me fazendo entender que a vida não era tão simples e minhas feridas não se curariam com um simples beijo. Eu adoraria que fosse tão simples assim, mas não era. Abri bem meus olhos quase cerrados de desejo e me afastei bruscamente. Acabei por derrubar algumas coisas enquanto me afastava. Minha respiração estava entrecortada e ele me olhava confuso.

- Maite, você sentiu isso? É inevitável nossa química, você me quer, eu te quero. A gente pode dar um jeito de fazer funcionar! Senti tanto a sua falta nesses anos todos...
- Funcionar? Faça-me o favor, Tyler! Você é muito cara de pau mesmo! -eu praticamente gritei, arfando- 
- Maite, me ouve ...
- Não ouvir droga nenhuma, você nunca para Tyler! Nunca para com esses joguinhos idiotas de conquista. 
- Ok, agora você está sendo ridícula! -ele revirou os olhos- 
- Quem está sendo ridículo aqui é você! Você acha que depois de tudo o que fez ainda vou cair nos seus braços e acreditar em qualquer idiotice que me disser?-eu ri sombriamente- Não Tyler! Aquela menina sonsa que você conheceu ficou lá no altar da igreja, aquela a quem você deu as costas. A que está aqui é outra. E essa daqui quer que você volte pro inferno com essa sua tentativa inútil de tentar me seduzir - eu me aproximei dele e fiquei bem junto aos seus lábios novamente- Quem sabe numa próxima encarnação onde você não seja tão burro? -eu sorri e o empurrei contra as caixas encostadas na parede, mas ele não se mexeu muito- 
- Você está assim porque está mexida! -eu virei de costas para ele e respondi alto- 
- É, mexido está o meu estomago. Está querendo vomitar em cima de você! Você é me dá náuseas. Até o nunca Hoechlin -eu sai sem olhar para trás-



 



 


 


 



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Autor(a): thatapermann

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