Fanfic: Tarde Demais | Tema: Laliter; Quase Anjos

Capitulo 21

Uma semana tinha se passado e com ela grandes mudanças. Mariana como tinha dito, estava decidida e com tudo pronto para voltar para Buenos Aires. Pediu demissão a Franchesco, para se prevenir logo, marcou uma consulta médica, onde o diagnóstico disse que ela tinha um sistema imunológico forte e que se a tuberculose de Peter estivesse mesmo no início, não teria quase nenhuma chance de contaminação. Também recebeu uma festa de despedida organizada por Cande e seus amigos mais próximos, e até já tinha conseguido um emprego em Buenos Aires. O único que sabia de sua volta, era Nicolas... Queria fazer surpresa a Peter e para todos os outros. Emília, teve que aceitar a volta da filha e ir junto com ela. Mas no fundo, não considerava uma boa ideia, tinha medo que Mariana se contaminasse também, mesmo que a morena tivesse feito os exames e demonstrasse que a chance de contaminação era quase nula, Emília ainda sim sentia medo. Era sábado, as nove horas da manhã, e Mariana e Emília estavam no aeroporto internacional de Barcelona, esperando o voo de ambas serem chamados.

Emília: Filha -olhou para Mariana, segurando a mão da mesma- Você tem certeza do que está fazendo?

Atenção passageiros do voo 177 com destino a Buenos Aires ,embarque imediato no portão 6

Mariana: Absoluta! -respirou fundo e continuou- Agora vamos que é o nosso voo.

Mariana levantou da cadeira, pegando sua bolsa. Emília suspirou, e tirou o passaporte seu e deu sua filha da bolsa e as duas foram andando até a fila do embarque. Tanto mãe e quando filha estavam muito abaladas com tudo que estava acontecendo. Mariana olhou para trás e rapidamente um flash de todos os momentos que tinha vivido em Barcelona lhe passou a mente. Os amigos que tinha feito, o trabalho que tinha abandonado, enfim, todas as coisas que tinha conquistado ali estava deixando para trás. Mas já tinha passado por isso a seis anos e bem mais difícil que agora, então sabia que ia conseguir aguentar. Suspirou sentindo uma lagrima descer em seu rosto e logo a limpou por debaixo dos óculos escuro que usava. Viu a fila andando e começou a dar passos lentos. Depois de seis anos tinha chegado o momento de encarar todo seu passado e seu futuro.

No dia seguinte, Buenos Aires - Argentina

Mariana sentia o vento batendo em seu rosto através da janela do taxi, aberta. O cheiro, a cor, as pessoas, parecia que Buenos Aires não era como antes. O cheiro era diferente, era mais gostoso. As pessoas pareciam mais felizes e a cor mais bonita. Talvez fosse uma mera impressão e tudo estivesse da mesma forma como que a seis anos atrás, mas para ela estava novo, tudo mais vivo. Sorriu ao sentir um vento mais forte em seu rosto e sentiu em seu interior um onda de medo, angustia, nervosismo .. era um mesclo de sensações que Mariana nem sabia ao certo o que na verdade tinha dentro de si. E foi perdida nesses inúmeros sentimentos que lembranças invadiram sua mente involuntariamente ..

Rochi: Nunca esquece da gente, tá ?
Mariana: Seria impossível!
Euge: Eu te amo, morena -voltou abraçar forte Mariana- Manda notícias para nós duas , ta bom?
Mariana: Claro, digo mesmo para vocês

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Mariana: Eu te amo muito, nunca se esqueça disso, tá?
Peter: Só se você não esquecer que em Buenos Aires o o mesmo idiota de sempre continua te esperando lá .
Mariana: Prometo não esquecer! -sorriu , dando um selinho nele-
Peter: Então eu também prometo! - a abraçou mais forte- E vê se dessa vez responde meus e-mails.

Mariana sorriu, sentindo seus olhos ficarem embargados. Sentia borboletas voarem em seu estomago ao pensar que ia rever suas eternas amigas... estava com tanta saudade, tanta vontade de vê-las, abraçar - las, saber como anda a vida de cada uma, estava com tanta vontade delas. E além de reencontrar suas amigas, ia, por fim, ficar com Peter e nada mais ia conseguir separa-los, nem mesmo essa doença que ele tinha contraído. Ia lutar com ele, e juntos iam conseguir vencer a tuberculose e ter o futuro que mereciam .. Se amando em paz.

Sentiu o táxi estacionando e olhou para fora, e viu sua antiga casa em sua frente. A tintura ainda continuava branca, porém um pouco desbotada e o jardim ainda bem cuidado. Abriu um sorriso, virando o olhar para Emília, que olhava em direção a casa, com lagrimas nos olhos. Mariana beijou a testa da mãe e saiu do carro, e Emília logo fez o mesmo. O taxista ajudou a retirar as malas e Emília o pagou. Mariana correu até o interfone e não pode conter mais as lágrimas ao ver um senhor, de cabelos morenos, com alguns fios grisalhos, baixinho e com uma barriga de cerveja, saindo um um olhar emocionado até as duas. Assim que Nicolas abriu o portão, Mariana se jogou nos braços do pai, afogando-se em lágrimas nostálgicas e sentiu lagrimas reprimidas de Nicolas caindo também.

Nicolas: Meu amor -falou , se afastando de Mariana e lhe olhando o rosto- Quantas saudades eu senti.
Mariana: Eu também , papai! Muitas mesmo.

Mariana sorriu e deu mais um beijo em seu pai, dando passagem para Emília agora abraça-lo. Sorriu ao ver como os dois estavam reprimindo a vontade de se abraçarem e dizerem o quanto um sentiu saudade do outro. Negou a cabeça, e saiu dali, entrando dentro de casa.

Mariana: E o Peter, papai? Como ele está?

Mariana, Nicolas e Emília , se encontravam dentro da sala de estar da casa, que agora, por enquanto era novamente dos três. Alex, o caseiro já tinha posto as malas de Mariana no antigo quarto da morena e de Emília no quarto de hospedes. Agora os três conversavam sobre a vida de cada um, e ainda matavam a saudade de estarem juntos... coisa que o telefone não tinha conseguido substituir.

Nicolas: Ele está péssimo, filha! Agora está trabalhando em casa, através do computador e não quer falar com quase ninguém.
Mariana: Ele já sabe que voltei?
Nicolas: Ainda não, Mariana! Você pediu para não contar, não foi? -Mariana assentiu- Quando reencontra-lo, você vai notar! Está mais magro, pálido e um pouco seco com todos .. Para você ter ideia, o único amigo dele que sabe da doença é o Nico.
Mariana: Sério?
Nicolas: Pelo o que o Mariano me contou, ele tem medo de contagiar os outros.
Mariana: Isso não será problema comigo! -sorriu e depois perguntou- E ele já sabe quem será a nova arquiteta da empresa?
Nicolas: Ele só sabe que eu conseguir achar uma, mas não faz ideia que seja você.
Mariana: Hoje noite mesmo vou ir ve-lo, agora estou cansada, preciso dormir.
Nicolas: Vai lá, filha! Descanse bem.

Mariana sorriu e levantou do sofá, dando um beijo em Nicolas e outro em Emília, depois subindo até o quarto. Nicolas assim que Mariana saiu, olhou para Emília, que estava calada e séria, estranhou e perguntou.

Nicolas: O que houve, Emília? Está tão séria.
Emília: Nicolas, sinceramente, eu adoro o Peter, ele é um garoto que sempre tive um afeto muito grande e sempre torci muito por ele e por Mariana -suspirou e olhou para o ex marido- Mas agora? Ele está com uma doença contagiosa e não escondo que não me agrada em nada Mariana se relacionar com ele e não me entendo como você está apoiando isso, de coração.

Nicolas: Não acredito que você está falando isso! -arregalou os olhos, um pouco impressionado- Jura que está falando sério?
Emília: Estou sim, ou é algum problema sentir medo pela minha filha?
Nicolas: Nossa filha! - retrucou, revirando os olhos -Emília, Por deus! Você viu que a chance da Mariana contrair a doença é quase nula.
Emília: Mas não é impossível.
Nicolas: Mariana sabe dessa sua opinião?
Emília: Não, ainda não conversei com ela sobre isso.
Nicolas: Te aconselho a nem conversar, ela não vai gostar nada nada.
Emília: Ta bom Nicolas, o que eu vou falar com a minha filha depois eu decido!

Falou , em um tom seco e grosso, irritada. Não entendia como Nicolas podia conseguir não se preocupar com isso e ainda se achar no direito de aconselhar alguma coisa. Estava com tantas saudades dele, mas ele sempre conseguia estragar tudo.

Emília: Agora vou para meu quarto, quero descansar.
Nicolas: Faça o que quiser, quando o jantar for servido eu mando lhe acordarem.
Emília: Obrigada!

Sem falar mais nada, Emília levantou da poltrona e subiu as escadas a caminho do seu quarto. Nicolas apoiou a cabeça no encosto do sofá e revirou os olhos. Depois de seis anos, o primeiro reencontro já terminou com uma briga... Começamos bem, pensou para si 

Já era por volta das nove horas da noite. Todos já tinham jantado e agora Nicolas e Emília estavam sentados no sofá da sala enquanto esperavam Mariana acabar de se arrumar. Os três estavam de partida a casa dos Lanzani... por fim, Peter ia saber da volta definitiva da morena.

Nicolas: Como demora essa minha filha!

Falou, quebrando o silencio que estava entre ele e Emília. Aliás, não se falavam direito desde do desentendimento de horas atrás. Emília apenas concordou com a cabeça e Nicolas suspirou, revirando os olhos.

Nicolas: Você vai ficar assim mesmo?
Emília: Assim como? -fingiu-se de desentendida , olhando para TV-
Nicolas: Desculpe, mas eu não sou obrigado a ter uma opinião igual a sua, Emília.

Emília se calou e Nicolas percebeu que ela não iria responder, então continuou.

Nicolas: Não nos vemos a seis anos e agora que nos reencontramos, você quer ficar sem falar comigo ? C*r*mba Emília, quantos anos você tem? -suspirou, passando a mão nos cabelos- Estava tão feliz com a volta de vocês duas.

Emília pela primeira vez, desviou a atenção da televisão e o mirou. Nicolas percebeu o olhar dela de sem graça e ficou a olhando esperando uma resposta. Escutou um suspiro da mesma e quando ela ia responder, escutaram uma voz bem familiar suando na sala.

Mariana: Prontinho! -descendo as escadas- E ai ? Como estou?

Nicolas e Emília viraram o olhar para filha e sorriram com a bela aparência da jovem. Usava uma calça jeans clara com uma blusa branca de pano aberta e por debaixo um top vermelho. O cabelo estava liso natural, e agora mais curto. Mas Nicolas e Emília sabiam que ela não estava linda pela roupa, que de fato, era simples. O que fazia Mariana resplandecer beleza era o brilho de seu olhar misturado com o largo sorriso que tinha em seu rosto e eles sabiam que isso era devido o futuro reencontro com Peter.