Fanfic: Tarde Demais | Tema: Laliter; Quase Anjos

Capitulo 28

Mariana não conseguiu terminar de falar, pois sentiu a boca de Peter tomar a sua, com rapidez e um desejo absurdo. O moreno parecia mesmo aguentar, parecia mesmo estar louco de prazer, querer mais e .. Mariana sentiu as mãos deles a empurrarem e ela não entendeu absolutamente nada. Quando o olhou, viu ele se sentando na cama, virado de costas a ela, e escutou o barulho de tosse e uma respiração pesada. Levantou-se depressa, sem se importar que estava completamente nua e se pôs na frente dele. Viu como ele ficava vermelho, tentando puxar o ar e parecia não conseguir.

Mariana: Peter, Peter - falou, nervosa, ao ver ele daquele jeito - você está bem?
Peter: R-res-pirar -tentou falar, enquanto abanava-se com as próprias mãos- N-não t-to cons-se-guin-do.

Mariana ficou ainda mais desesperada e se pôs a fazer o mesmo que ele, começou o abanar e soprar no rosto dele, querendo lhe passar mais ar. Com o tempo, Peter voltou a respirar tranquilamente e o sangue passou a circular em seu rosto, tirando o avermelhado. Mariana sentou-se ao lado dele, e disse passando a mão na perna do mesmo.

Mariana: Está melhor? Vou ligar para o médico. -falou, se levantando da cama-
Peter: Não! - a puxando de volta- Não precisa! O médico me disse que falta de ar é normal e que ainda sentirei muito isso.
Mariana: Tem certeza?
Peter: Tenho, Lali! -abriu um sorrisinho, a olhando- Não fique preocupada, foi nada demais.
Mariana: Vou tentar. -murmurou, sentindo os olhos embargarem-

Peter negou com a cabeça e sorriu ternamente para Mariana. Segurou na mão dela e a trouxe para si, aninhando a morena como bebe em seu colo.

Peter: Não quero ver você chorando -disse, em um tom sério, mas Mariana podia sentir a doçura por trás da voz - Nós sabemos a doença que eu tenho e posso ter uma crise mesmo a qualquer momento... você tem que estar preparada, pequena.
Mariana: Eu tenho medo que possa acontecer alguma coisa com você -sussurrou, segurando o choro-Me assusta a ideia de te perder.
Peter: Você nunca vai me perder, nunca mesmo. -Mariana abriu um sorriso tímido e Peter apertou o nariz dela- Eu posso até morrer, mas minha alma continuará contigo! Você vai ter que me aguenta eternamente.
Mariana: Morrer? Vira essa boca para lá -deu uma leve tapinha nos lábios dele- Mas a ideia de ter que te aguentar eternamente me encanta.
Peter: Que bom, porque esse é seu Carma! Me aturar para a vida toda.
Mariana: Eu vou adorar.

Mariana sorriu apaixonada, inclinando o corpo e subindo com rosto, para alcançar os lábios de Peter. Os dois trocaram um beijo carinhoso e, assim que terminaram, Mariana saiu do colo dele indo para o outro lado da cama.

Mariana: Vou colocar uma roupa.
Peter: Incomoda se eu dormir? -Bocejou, cansado-
Mariana: Não, de forma alguma, baby! Eu vou ligar para sua mãe avisando que vamos dormir aqui hoje, ta?
Peter: Vamos?
Mariana: Vamos! -sorriu amarelo- E também vou em casa pegar uma roupa, meu lep top para ajeitar umas coisas do trabalho e fazer umas comprinhas para o nosso jantar.
Peter: Que mulher eficiente, hein.
Mariana: Unrum, tenho que cuidar do nosso motelsinho particular.

Peter sorriu e puxou Mariana para perto dele, a deu um terno beijo nos lábios .

Peter: Eu já disse que te amo muito?
Mariana: Até agora não! -respondeu, dengosa-
Peter: Te amo! -deu um beijo no narizinho de Mariana- .. Muito.
Mariana: Também, my ursinho. -sorriu, feliz- Agora me solta que tenho que ir catar minhas roupas na sala.

Peter assentiu, os dois deram mais um selinho, e a morena levantou da cama enrolada pelos lençóis indo em direção até a cozinha.
Achou sua calça e sua bata branca jogada pelo chão da cozinha. Negou com a cabeça, sorrindo e vestiu seus trajes. Após estar vestida, voltou para o quarto e sorriu ao ver Peter dormindo com uma expressão calma e serena. Foi até sua bolsa e retirou de lá seu celular, em seguida voltou para sala, para não acordar o moreno e ligou para Gimena.

Gimena: Alo?
Mariana: Oi tia Gime, é a Mariana.
Gimena: Oi querida, tudo bem com você?
Mariana: Tudo sim tia, e com a senhora?
Gimena: Tudo na medida do possível! Estou preocupada apenas com meu filho, ele não estava com você?
Mariana: Ah, ele está aqui comigo sim, tia! Inclusive, foi para isso que liguei.. Avisar que eu e Peter vamos passar a noite aqui no apartamento dele.
Gimena: Ah vão? Mas esta tudo bem com ele? Como foi lá no medico?
Mariana: Ele recomendou dois antibióticos que o Peter terá que tomar, e que na verdade, ele pegou um tipo de tuberculose que é no sangue, um troço assim. Mas disse que o Peter está bem, e que se ele seguir com o tratamento tudo dará certo.
Gimena: Pelo menos isso! Assim fica mais aliviada.
Mariana: Pode deixar, tia! Eu vou tomar conta direitinho do seu bebe.
Gimena: Bebe mesmo! Vocês filhos são os eternos bebes de seus pais.
Mariana: Eu sei! Agora o Peter esta dormindo, vou passar em casa para pegar algumas coisas, depois vou no supermercado para comprar uma comida para o jantar, que aqui a dispensa esta vazia.
Gimena: Quase uma dona de casa! Mas se precisar de ajuda, me ligue querida.
Mariana: Ok tia, agora vou desligar, liguei mesmo para a senhora não ficar preocupada.
Gimena: E eu agradeço! Beijos Lali e mande um beijo para o Peter.
Mariana: Pode deixar.. tchau tia.

Mariana desligou o telefone e voltou para o quarto. Constou que Peter continuava dormindo e foi até o moreno, dando um beijo na testa dele. Escutou Peter resmungar algo incompreensível, e ela apenas sorriu. Virou-se de costas e saiu do quarto, logo saindo de casa também, indo até a sua para pegar suas coisas.

Mariana: Hey mami.

Mariana falou, quando abriu a porta de casa e viu Emília sentada no sofá, vendo um canal de fofocas na televisão. Emília olhou para a filha e sorriu, enquanto Mariana se aproximava dela e lhe dava um beijo na testa.

Emília: Oi filha! E aí? Como foi lá com Peter?
Mariana: Bom, o médico descobriu que ele está com um novo tipo de tuberculose -falou, se sentando ao lado da mãe- Eu não entendi direito, mas parece que ele está com tipo de tuberculose Miliar!
Emília: Nossa, nunca escutei falar! Mas é grave? Quer dizer, pior do que a outra?
Mariana: Tipo, o médico disse que a vantagem que ela não é contagiosa mas a desvantagem é que pode gerar uma leucemia.
Emília: Leucemia? -Arregalou os olhos, surpresa- Meu deus!
Mariana: Mas o médico falou que Peter está no início da doença, então ele consegue se recuperar fácil! Mas claro, se seguir corretamente o tratamento.
Emília: Que desgraça, não é? Mas pelo menos fico mais aliviado por não ser contagiosa a doença.
Mariana: Isso é, mas de qualquer modo tenho que cuidar dele direitinho! -sorriu forçada e levantou do sofá- Vou pegar uma roupa e meu lep top, hoje vou dormir com ele no apartamento dele.
Emília: E quem deixou?
Mariana: Não esqueça que sua filhinha aqui já tem 23 anos, sim?
Emília: Mas ainda é minha bebe.
Mariana: Ah não -revirou os olhos, sorrindo- Já escutei esse papinho da tia Gime falando do Peter, me poupe de escutar que filho são os eternos bebes dos pais.
Emília: Insensível.
Mariana: Sou nada -sorriu mais ainda, dando um beijo na testa da mãe- Vou lá no meu quarto pegar minhas coisas, espera aí.

Emília assentiu, sorrindo e viu Mariana subir as escadas, indo até seu quarto. Negou a cabeça, enquanto sentia cada vez seu coração apertar .. toda vez que se tocava que Mariana não era mais sua criança desprotegida, causava essa aflição, mas relaxou, sabia que logo ia passar.

Mariana pegou uma bolsa, e colocou dentro dela um vestido de lycra, seu pijama, suas roupas intimas, a roupa do trabalho que iria amanhã e por último uma escova de dente. Foi até sua escrivaninha onde deixava seu lep top, e o pegou colocando debaixo do braço. Ajeitou a bolsa em seu ombro e o lep top colocou entre seu braço. Desceu as escadas e foi até Emília, mais uma vez, para se despedir da mãe.

Mariana: Vou indo! Beijinhos.
Emília: Vai lá e juízo, dona Mariana.
Mariana: Não farei nada que a senhora ainda não tenha feito. -Sorriu maliciosa e seu sorriso tornou-se maior ao ver a cara de Emília-
Emília: Mariana Espósito -repreendeu a filha, segurando o sorriso-
Mariana: E vê se enquanto estou fora, a senhora aproveita e faz o que a gente está pensando com o papai! Coitado, de uma trégua para ele.
Emília: Mariana, vai embora, vai! Já está falando besteira demais.
Mariana: Vou mesmo! Mas te aconselho a não descartar minha ideia -piscou para Emília e sorriu ao ver a cara de emburrada da mãe- Te amo, criança.
Emília: Ah, eu sou a criança daqui?
Mariana: Parece uma adolescente! -sorriu, negando com a cabeça- Mas enfim, estou indo! Beijos e manda um para o papai também.
Emília: Beijos Mariana!

Mariana deu um beijo na testa da mãe e virou-se, saindo de casa. Emília negou a cabeça, deixando só agora escapar o sorriso repreendido. Até que não seria uma má ideia seguir o conselho de Mariana .. pensou ela para si. Mas logo negou com a cabeça, se fosse para acontecer algo Nicolas quem tinha que tomar a iniciativa, era orgulhosa demais para isso.

Agora só faltava o supermercado, pensou a morena enquanto dirigia em direção ao local. Demorou uns 10 minutos, até que estacionou seu carro e pegou um carrinho de compras. Entrou no grande salão e foi logo na parte de alimentos, queria acabar com isso, além de estar cansada, já estava com saudade de sentir os braços de Peter envolver seu corpo mais uma vez.
Foi logo em direção para o departamento de comidas fáceis, como biscoitos, miojo, .. e coisas do gênero, já que cozinhar não era para ela.
Estava andando, até que passou pela parte de doces, e sorriu moleca, entrando na fileira. Olhou a bala em sua volta e colocou algumas jujubas dentro do carrinho. Foi até o final da prateleira, quando viu um monte de uma bala caramelada que ela e Rochi amavam, e sempre quando iam assistir filme na casa da loira, compravam para comer. E mais uma vez, sentiu uma saudade súbita da loira, não via a hora de vê-la de novo. Até que avistou, mais a frente, uma cabeleira loira, colocar a mesma bala no carrinho que carregava. Mariana arregalou os olhos, sentindo seu coração bater em um ritmo acelerado .. Só podia ser Rochi, quer dizer, tinha que ser Rochi.
Foi andando até a amiga, esquecendo até o carrinho de compras para trás. Sem nenhum pudor, tocou no ombro da tal moça, e fez a mesma virar para traz. Mariana engoliu seco.. sabia que mesmo que passasse anos nunca confundiria sua melhor amiga, e sim, aquela era realmente Rochi.