Fanfic: Tarde Demais | Tema: Laliter; Quase Anjos

Capitulo 36

Mariana: Ele terminou comigo, simplesmente assim.

Mariana se pôs a chorar, em frente de Euge e Rochi. Eram já nove e meia da noite, quando as duas chegaram na casa de Mariana, a pedido de uma ligação da morena. As três estavam no antigo quarto da mesma, enquanto ela, deitava na cama, chorava como um bebe. Ou melhor, chorava como nos velhos tempos, foi como Euge e Rochi pensaram, ao se olharem cúmplices com um olhar de lástima.

Euge: Mas como assim, Lali? - disse, fazendo uma caricia de conforto nos cabelos da morena- Ele não pode terminar com você, assim, do nada!
Rochi: Vocês mal acabaram de ficar juntos e já brigaram? -comentou, no outro lado da cama, perto da amiga- Porra, vocês não mudam, não?

Mariana virou o olhar para Rochi, e Euge arregalou os olhos da sinceridade da loira.

Euge: Rochi.. -repreendeu amiga, mostrando com o olhar Mariana-
Rochi: Desculpe La, mas é que..
Mariana: Tudo bem.. eu sei que é chato isso, eu também pensei que dessa vez não ia ter problemas! A gente estava quase morando juntos, e aconteceu isso -suspirou, 
fungando o choro-
Rochi: É que isso me revolta, sabe? -suspirou, tentando falar delicadamente- Vocês dois se amam, poxa, qual a dificuldade de ficarem juntos? -revirou os olhos- O Peter é um burro por terminar com você! Quando você morava na Espanha, ele ficava todo deprimido, e agora que você voltou, ele fica de palhaçada? -perguntou, negando com a cabeça- Não entendo isso, juro que não entendo.
Mariana: Concordo com você, Ro! Mas que eu posso fazer? -segurou o choro, suspirando- Ele quis terminar, e eu não ia ajoelhar nos pés dele para impedir.
Euge: Mas amiga.. não é possível que ele não deu nem uma explicação! Ele não pode ter falado “ Mariana acabou e pronto” .. isso é desumano!

Mariana: Ele disse que eu tinha pena dele, e que não queria me forçar a ficar com um tuberculoso -revirou os olhos, sentando na cama- Ele de manhã escutou eu falando com meu pai sobre nós dois, e eu disse que tinha pena dele, pela doença, sabe? Mas ele entendeu tudo errado.
Rochi: Hn, aí tudo já muda, né? -comentou mais uma vez, fazendo Euge e Mariana a olharem- Sério meninas, o Peter está passando por uma barra com isso da doença! E queria ou não, o psicológico também fica abalado, sabe? Qualquer coisa, é motivo já de uma reflexão, dele se inferiorizar! Você tem que ser paciente, ele escutando isso pode ter pensado que estava sendo um peso pra você.
Mariana: Eu ainda não tinha pensando assim.. -mordeu o lábio inferior, olhando para baixo

Euge: Rochi esta certa, Peter te ama, e está apenas com o psicológico todo confuso!
Mariana: Tudo bem, meninas, eu até concordo nisso.. -suspirou mais calma, botando a almofada entre suas pernas- Mas o que eu posso fazer em relação a isso? Nada, absolutamente nada!
Rochi: Isso é -concordou com a cabeça- .. Ui minha santa! Porque vocês são tão complicados? -negou com a cabeça, num tom divertido, que arrancou um sorriso fraco de Mariana-.. Aí amiga, se anima, vai?
Mariana: Não consigo.. -lamentou, dando um sorriso triste- .. Mas enfim, obrigada vocês duas, sim? -olhou para Euge e Rochi com carinho- .. Mal voltei e já estou tomando o tempo das duas com meu relacionamento complicado.
Rochi: Juro que até cheguei a me desacostumar -sorriu de leve, segurando na mão de Mariana- Mas também te juro que prometo me acostumar de novo, porque o que precisar, eu estou aqui e..
Euge: MENINAS! -alterou o tom de voz, interrompendo Rochi, fazendo Mariana e a loira olharem para ela assustada-
Rochi: Que foi, sua doida? -resmungou, olhando para Euge- Gritou porque?
Euge: Tive uma ideia, quer dizer, tive A ideia! -falou animada, sorrindo para 
Mariana-
Mariana: Como assim?
Euge: Nem tudo está perdido, morena! -piscou para ela, dando outro sorriso malicioso- Você ainda pode fazer o Peter desistir dessa ideia de louco.
Rochi: Ih, olha doida aí.
Euge: É sério, só me escutem! Nem tudo está perdido..

Mariana dirigia até a casa de Peter. Suas mãos suavam. Seu coração batia aceleradamente. Era loucura isso que estava fazendo, mas achou melhor aceitar fazer a ideia de Euge do que ficar em casa lamentando pelo término de seu namoro. Peter não podia continuar com essa ideia boba que ela tinha pena dele e muito menos que ele estava sendo um peso em sua vida. Por Deus, era difícil entender que ele era a vida dela? Revirou os olhos, irritada pela situação. Não ia deixar isso acontecer. Não ia deixar Peter fugir dela.

Notou que já estava em frente ao luxuoso prédio onde Peter morava. Inspirou fundo, buscando coragem, pois sabia que ia precisar. Contou até dez, fez o sinal da cruz e respirou fundo. Era a hora. Peter estava sentado no sofá, todo largado, enquanto 
assistia sem interesse uma luta de box na televisão. Em sua mão esquerda, tinha 
o controle da televisão e na direita, uma latinha pela metade de Coca-Cola. Isso 
porque, devido aos antibióticos, nem tomar sua cerveja gelada ele podia.

Não tinha mais disposição de se levantar, de falar com alguém, ou de fazer qualquer outra coisa. Estava péssimo. Não tinha mais saúde e agora nem Mariana ao seu lado tinha mais. Sem contar, que assim que Gimena a soubesse do termino do namoro, ia obrigá-lo a voltar morar com ela e com seu pai, como tinha feito a semanas atrás. E aí, ia entrar mais um argumento para sua lista. Estaria também sem sua cobertura. Suspirou cansado... nada podia ser pior.

Peter escutou batidas na porta, e franziu o cenho. Quem seria? Não esperava por ninguém, alias, não queria ver ninguém. Bufou irritado, ao constar que a pessoa além de inconveniente, estava apressada, devido aos tapas fortes e constantes que estava 
dando na madeira da porta. Ele levantou do sofá, revirando os olhos, e sem ao menos olhar no olho mágico, abriu a porta, irritado. Mas qualquer expressão que fosse que tinha em seu rosto, congelou, ao ver Mariana ali. Em sua frente. Com um sorriso intimador nos lábios e .. com quatro grande malas em sua volta.

Mariana: Eaí bonitão? Meu quarto já está pronto?

A morena perguntou, com um sorriso cínico e ao mesmo tempo malicioso em seus lábios.

Peter: Mariana, você está louca?

Perguntou, franzindo a testa, totalmente sem reação. O que Mariana queria agora? Já não tinha sido muito claro pela manhã? Mariana apenas soltou uma gargalhada da expressão de assustado do mesmo, e entrou pelo apartamento, mesmo sem convite.

Mariana: Estou vindo morar aqui, ou você não tinha me chamado? -perguntou, colocando a mão na cintura-
Peter: Sim, mas isso era antes -respondeu ainda com o cenho franzido, virando o corpo, para olhá-la-
Mariana: Antes, depois, isso não importa -respondeu, dando de ombros- Desculpa querido, mas o convite já foi feito e eu já aceitei! Então é um pouco tarde demais para voltar atrás.
Peter: Você não está falando sério, né? -perguntou, incrédulo-
Mariana: Claro que estou, por algum 
acaso eu estou rindo? - o olhou séria, mas ainda com o ar sarcástico- Além do 
mais, vai ser também bom para você.. Se Gimena souber que vai morar sozinho nesse apartamento, não vai querer e vai mandar você voltar para casa dela. E aí, o papo que você falou de querer ser o homem independente vai por água abaixo. -sorriu cínica, piscando para ele- Estou até sendo legal com você, meu amor.
Peter: Mariana, você bebeu? -ainda com o cenho franzido, totalmente sem reação-

Mariana: Não gosto de beber tendo que trabalhar no dia seguinte! -falou natural, andando pela casa- Mas enfim, estou muito cansada hoje! Meu dia foi longo, trabalho de manhã, depois terminei com meu namorado.. estou mortinha! -falou, como se Peter fosse um amigo, e ela estivesse desabafando- Tudo que eu preciso é de uma boa cama! -o olhou, que ainda continuava com os olhos arregalados encarando ela- Não vai me levar até meu quarto como um bom anfitrião? -perguntou, mas Peter não respondeu nada- Ok, eu sei o caminho! -deu de ombros, começando a caminhar até o corredor- Ah -virou de costas, olhando para Peter de novo- Leva as minhas malas, eu não aguento, é muito peso! -sorriu cínica e depois soprou um beijo- Obrigada, você é 
um ótimo colega de apartamento.

E sem dizer mais nada, Mariana entrou no corredor que dava ligação aos quartos e sumiu da vista de Peter. O moreno olhou para trás, vendo as quatro malas de Mariana no chão, depois voltou o olhar para o corredor. O que tinha dado em Mariana? Ela endoidou.. era a única explicação plausível que pareceu caber naquela situação.

Peter ficou alguns minutos estático no meio da sala, com as malas de Mariana a sua volta. Ainda estava em processo de entendimento. Não conseguia acreditar que Mariana tinha tomado tal atitude. Ousada. Isso não era comportamento típico dela. Esperava que ela ficasse em casa e deixasse ele em paz, como provavelmente, ela faria antes. Mas era aí que estava a diferença, Mariana não era mais a mesma. Seis anos tinham se passado, e mudanças eram as consequências.

Suspirou, passando a mão na cabeça. E de tudo, o que mais estava odiando, não era a presença da morena em sua casa e sim ele gostar disso. Por mais que dentro de si estava lutando para ir até o quarto e tirá-la de sua casa a força, outra parte de seu corpo – e digamos que uma parte que considerável – queria que ela ficasse... ali... com ele!

Desceu olhar para todas aquelas malas, e deu outro suspiro, balançando a cabeça. Tinha que cessar essa loucura. Não era certo. E decidido não cair em tentação, andou até o quarto de Mariana, para tirá-la de sua casa. Aquilo não era uma brincadeira...

Peter estava tão decidido em acabar com isso logo para não andar para trás, que até esqueceu de bater na porta antes de entrar. E foi aí que fraquejou. Foi exatamente naquele momento que seu corpo falou mais alto. Seu desejo pareceu o controlar. Seu coração bombeou em uma frequência acelerada. E ele sabia, que já tinha caído na mais doce tentação.

Mariana estava em sua frente, apenas com calcinha e sutiã, virada de costas para ele, mexendo em uma frasqueira que estava em cima da cama.

Peter engoliu seco, analisando toda parte das costas de Mariana. O corpo dela era modelado. As curvas eram marcadas. Não era visível nenhuma imperfeição, estrias, celulites... de longe, ele só conseguia enxergar aquela pele de pêssego, bronzeada. Aquela nádega não tão grande, porém numa medida que ele apreciava. Os cabelos estavam jogados para cima, no rosto, por ela estar numa posição inclinada. Sua 
respiração ficou pesada, e deve ter sido por isso, que Mariana virou-se, sentindo 
uma presença no quarto.

Mariana: Me espiando, Peter? - sorriu provocativa, sem nenhuma vergonha por estar na frente dele apenas de calcinha e sutiã- Isso não é um bom começo, hein..