Fanfic: Tarde Demais | Tema: Laliter; Quase Anjos

Capitulo 37

Mariana: Peter? -Mariana o chamou em um tom divertido- Terra chamando..

A morena caminhou até ele em um jeito sensual e bateu uma palma em frente ao rosto do mesmo para despertá-lo. Isso porque, Peter, estava quase a devorando com os olhos desde que tinha pisado dentro do quarto. Mariana podia sentir o desejo arder no olhar dele, e ela gostava disso. Era bom sentir isso.

Continuou com seu sorriso sedutor nos lábios, quando viu Peter dar um passo para trás, passando a mão pela nuca, nitidamente nervoso.

Mariana: Então, você quer falar comigo?
Peter: Não.. -falou ao olhar mais uma vez os seios dela coberto apenas com sutiã- .. 
Não, eu quero falar sim e..
Mariana: Quer ou não, Peter? -sorriu, dando um passo para frente- Se decide.
Peter: Podia se você não tivesse.. -parou de falar, desviando o olhar, sentindo uma gota de suor descer pela sua testa-.. Mariana, você pode se vestir? -voltou a olhá-la, engolindo seco-
Mariana: Ah Peter.. -deu de ombros, negando com a cabeça- Você já me viu de vários jeitos, não acredito que me ver de calcinha e de sutiã seja um problema.
Peter: Não é isso, mas é que..
Mariana: Ui, Peter, não to te entendendo -fingiu-se de cínica e voltou a olhá-lo com 
firmeza- Então, você entra aqui sem bater na porta, fica me olhando horas sem falar nada, e agora manda eu por uma roupa.. Afinal, que você veio fazer aqui mesmo, hein?

Peter: Eu.. vim.. Hn..

Tentou falar, mas foi impossível ao ver Mariana se virando de costas e caminhando até a cama de uma forma tanto um quanto sensual. Ela fazia isso para provocar, ainda mais, só pode.

Peter: .. Mariana quer parar com isso? -respirou fundo, passando a mão pela testa-
Mariana: Parar com o que? -sorriu ainda mais, olhando para ele, sentada na cama- Só fiquei cansada e quis sentar.. algum mal nisso?
Peter: Mariana.. você.. Argh!

Peter negou com a cabeça, e virou-se saindo do quarto o mais rápido possível, para não perder o controle. Não sabia até que ponto sua cabeça falaria mais alto, e ele ia 
conseguir resistir a todo charme de Mariana. Suspirou aliviado, assim que chegou em seu quarto, e se tacou na cama.

Ter Mariana em sua casa estragaria todos seus planos. Ia ser difícil deixá-la viver a vida dela sem ele, sem um doente, se Mariana permanecesse em sua casa. Estava fazendo de tudo para não ser egoísta, mas não sabia até que ponto ia aguentar.

A morena parecia decidida a fazê-lo desistir dessa ideia como ele nunca vira antes. Mas ele não ia se entregar fácil, ia tentar até o fim. Mariana tinha que ser livre, viver a vida dela, e não tendo que se prender a um doente como ele. Já fora muito egoísta na 
sua vida, principalmente com Mariana, mas desta vez, estava decidido, ele ia fazer 
diferente.

No dia seguinte, eram sete e meia da manhã quando Mariana já estava vestida e se encontrava na cozinha tomando seu café da manhã para ir no trabalho. Levantou da mesa, para pegar o saco de pão no armário e reparou o quanto vazio estava. Revirou os olhos, quando saísse do trabalho passaria num supermercado.

Pegou o pão e voltou até a mesa, onde já tinha manteiga e queijo. Preparou um sanduíche rápido e tomou seu suco de laranja. Depois de satisfeita, guardou as coisas e colocou o prato e o copo sujo em cima da pia.

Voltou até seu quarto, pegando sua pasta de trabalho com seus projetos e quando passou no corredor, parou no quarto de Peter. Tentou se segurar e não entrar. Mas fora impossível, seu coração sempre falava mais alto. Ainda mais quando pensou que ele não podia ter acordado para tomar o antibiótico dele, como sempre ele fazia e ela o lembrava.

Entrou no quarto de Peter e se guiou pela claridade que vinha da porta aberta. Andou até ele e procurou o comprimido como pode, e viu que estava na gaveta do criado mudo e provavelmente ele não tinha tomado. Revirou os olhos, e deixou um sorriso sair de seus lábios. Peter não mudava. Caminhou até o frigobar do quarto do moreno e tirou uma jarra d’água ali de dentro.

Andou em direção a Peter e sentou na beirada da cama. E foi quando seus olhos caíram em Peter. A claridade iluminava metade de seu rosto, e mesmo com isso, Mariana pode admirar cada detalhe daquela face que julgava ser perfeita. Traços de um bebe – um bebe malcriado e bobo, dizia de passagem – mas era o mais belo de todos. Ele era lindo, em cada perfeição e imperfeição. Até a pintinha que ele tinha no rosto que ela amava. Cada detalhe. Mariana soltou um suspiro... era muito amor para uma pessoa só. Negou com a cabeça, se fosse ficar o admirando ia perder a hora. Respirou fundo, e cutucou de leve o braço dele, para acordá-lo.

Mariana: Peter.. acorda..
Peter: Hãn? Mariana? -balbuciou, sonolento- Que aconteceu? -se sentou na cama, em um pulo, assustado-
Mariana: Calma, calma -sorriu do jeito dele, e Peter bocejou, ainda de olhos fechados- Te acordei para você tomar seu remédio.
Peter: Ih é -coçou os olhos, soltando outro bocejo- Esqueci de botar meu celular para despertar.

Mariana não disse nada, apenas pegou o comprimido do pote e colocou a água num copo e entregou para Peter.

Peter: Obrigado -disse por fim, acabando de tomar o ultimo gole d’agua e entregando o copo para Mariana-
Mariana: Talvez você precise de mim aqui!

Peter apenas sorriu e voltou a se deitar, puxando a coberta. Mariana ficou o observando por alguns segundos e o sorriso terno que ele tinha nos lábios. Talvez aquele sorriso fora um passo. E involuntariamente, ela sorriu também.

Negou a cabeça, e levantou da cama, um dia duro de trabalho a esperava.