Fanfic: Blood Sins | Tema: Vampiros, retro, underworld
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O vento gelado entrava pelo meu decote, que mostrava uma boa porção de meus seios fartos. Eu sentia os olhares neles e nas minhas pernas, que meu vestido, curto ao extremo, deixava uma boa parte à mostra. Eu sorria internamente com os olhares, que me excitavam cada vez mais e me fazia ter cada vez mais vontade de beber de seus frágeis e cheios corpos. O cheiro de sangue junto com esses olhares, dava-me ainda mais certeza de eu estar no topo da cadeia alimentar, de eles serem meus brinquedinhos, minha comida.
As ruas largas de Manhattan estavam cheias, como de costume. Centenas de pessoas correndo de um lado para o outro, gritando em seus celulares e se preocupando com problemas banais, como o trabalho que tinham que entregar amanhã, ou o término do namoro patético, com o sentimento vazio que chamam de amor. “Como se eles fossem capazes de sentir o verdadeiro amor em sua breve vida.” – Ri comigo mesma. Humanos são tão fúteis e facilmente comprados. Acredito que eu não era assim antes de ser transformada. Tudo bem que minha família sempre esbanjou dinheiro e fartura alimentar, mas eu nunca fiquei horas me embelezando na frente do espelho, esperando por suspiro de homens que só me usariam para satisfazerem seus apetites sexuais. Sem contar que nunca precisei ficar horas para ficar mais bonita. A beleza pulsava em minha pele, assim como o sangue pulsava em minhas veias. É uma irônico o fato de a beleza ser ainda maior e realçada quando seu coração para de bater.
Um movimento num beco próximo chamou a minha atenção. Eu sempre reconheceria aqueles passos leves e esguios, não importa o quão distraída eu estivesse.
– Joseph! Ora, ora. Mas que honra que te ver por aqui. O quê aconteceu para se demorar tanto para me encontrar? Achou mais alguma virgenzinha barata que não queria lhe dar o hímen e recusou te embebedar com sua vitalidade? – Falei com uma voz casual, deixando a sensualidade pipocar em cada palavra.
Ele saio das sombras e veio ao meu encontro. Seus braços logo me prenderam e seus dedos percorreram as costuras de meu vestido, que era extremamente justo. Eu via o sorriso luxurioso brilhando em seus lábios vermelhos e perfeitamente moldados. Seus olhos azuis me hipnotizavam, mesmo depois de dois séculos de convivência.
– Melanie, Melania. Não acha que deveria respeitar mais os atrasos de seu criador, sem ficar o perturbando com tanta petulância? – Ele falou, com um tom seco, mas deixando a brincadeira transparecer. Seus dedos subiram pelo canto do meu corpo, contornaram meus seios, fazendo movimentos circulares no lugar onde estava meu mamilo esquerdo, o que o fez se enrijecer e aparecer pelo vestido. Sua mão continuou subindo, até a ponta de seus dedos alcançarem meus lábios. – Hoje vai ser uma noite boa, para nós dois. Vamos poder tirar nossos atrasos de baladas, essa é a sua preferida, assim como a minha.
Deixei o sorriso moldar meus lábios e voltei a andar, fazendo Joseph me seguir, com seus passos quase impossíveis de se ouvir. Eu sempre sabia que uma noite com ele era uma noite dos céus. – O mais próximo que eu chegaria deles, depois de ter me transformado. – Suas mãos estavam encaixadas na minha cintura e seu quadril estava apoiado na minha bunda. Todos que nos vissem teriam a certeza de que éramos namorados. Talvez fosse isso que éramos, mas nada muito formal. Estávamos juntos para nos divertirmos. Apenas isso, nada mais. Após alguns minutos pude ver a placa gritante, escrita “Demoniac”
– E só para constar, não se diga meu criador, se não foi você realmente que me transformou. - Falo
Mostramos nossas identidades falsas e entramos. Olhei ao redor e milhares de pessoas dançando ao som da música eletrônica que tocava e animava as luzes às suas batidas. O som dos passos e de tecidos se roçando eram ouvidos pelas sua audição afinada. Não cheguei a ficar nem um minuto dentro da boate e um garçom já me entregara um copo cheio de absinto. Eu adorava como eles tinham um faro para criaturas sobrenaturais e já traziam nossas bebidas favoritas, dependendo de nossas espécies. Dei um gole na bebida e senti a deliciosa queimação descer pela minha garganta.
– Nada como um bom absinto para livrar um pouco a sede. – Falei em alto e bom som, para que todos a minha volta pudessem me ouvir.
O salão era um ambiente amplo e escuro, onde tinha corpos se remexendo com as batidas da música, em uma dança frenética e descontrolada. O cheiro de alcool inundava minhas narias, fazendo com que eu já me embebedasse apenas com o odor que exalava do sangue e do suor dos humanos ali presentes. As luzes era contínuas, piscavam também no ritmo do barulho, que as pessoas naquele recinto chamavam, erroneamente, de música. Meus nervos de vampira quase explodiram com tantos estímulos aos meus sentidos. Apesar de tudo isso, ainda gostava de me encontrar no meio de uma bagunça tão generalizada quanto essa. Era como se estivesse vivendo uma vida completamente diferente da que eu tivera quando ainda era humana. Meus 18 anos em vida foram completamente pacatos, em uma família extremamente rica e poderosa italiana, onde eu sempre tinha que me portar como uma perfeita dama, com meus vestidos de tafetá e sapatos de veludo. Meus espartilhos apertando suas costelas e a cada respiração tendo medo de a roupa se rasgar e mostrar minhas vergonhas. Naquela época meu cabelo estava sempre preso, em elegantes coques que as criadas de minha família faziam. As roupas de baixo me incomodavam e a poeira das ruas de terra batida sempre se impregnavam nas barras dos vestidos. O barulho do trotar dos cavalos e do rolar das rodas de madeira era irritante, mas ao mesmo tempo reconfortante. As árvores deixavam as ruas mais escuras durante a noite, mas eu nunca sentira medo ao voltar sozinha para casa durante as noites. Sempre haviam homens no caminho que me ajudavam e me protegiam. Não havia nada a temer... Pelo menos até a noite em que eu fora transformada.
– Joseph! Joseph, por favor. Venha cá. - Gritei através da música.
Joseph correu, prontamente, para o meu lado. Passou seu braço esquerdo em minha cintura e aproximou seu corpo esguio e musculoso do meu corpo magro de ínfimo comparado ao dele. Ambos se encaixavam perfeitamente e o toque de Joseph era reconfortante, quase tão reconfortante quanto o trotar dos cavalos.
– Sinto falta de meus pais, da minha casa, dos meus vestidos e das minhas criadas. Quero ir embora. Me leve daqui. - Exclamei com uma voz cansada e triste.
Esse era um assunto sempre abordado por mim, um assunto que Joseph sempre compreendia e tentava ajudar-me a superar. Rapidamente ele segurou-me pelas mãos e foi me guiando pelo público até um dos quartos escuros que a boate oferecia aos seus clientes. Era um quartinho bem escuro, com apenas um grande candelabro pendurado na parede ao lado da cama. A cama era uma grande cama de dossel, com cobertas de veludo que refletiam lucidamente à fraca luz das velas. A armação da cama era de metal fundido preto, todo trabalhado e formando desenhos redondos que davam a impressão de uma mistura de mar com um jardim de rosas. Ele fechou a porta de madeira maciça e se virou para mim que já estava sentada sobre a cama. Ela sabia que ele podia ouvir a respiração instintiva dela. Ouvia o farfalhar de seus suspiros, como se estivesse prestes a chorar e ele sabia que ela iria.
– Querida, não chore! Por favor, não derrame nenhuma lágrima. - Falou ele com uma voz dócil, no mesmo momento que foi se aproximando dela. - Está tudo bem. Se acalme querida. - Joseph se ajoelhou a minha frente e segurou minhas delicadas mãos.
O silêncio tomou conta do quarto e ambos sabiam que se mais uma palavra fosse dita, a dor do passado seria retomada. Então, assim, os dois ficaram por horas à fio.
Autor(a): jsgreenwood
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