Fanfic:  ♥ Segredos de minha vida em Hollywood ( AyA ) ♥ Terminada

Quando o sinal finalmente toca, vou até o Sr. Klein para

recuperar meu próprio autógrafo (que, graças a Deus, ele

devolve) e vou para o corredor a fim de procurar por Mai. Vejo

seu cabelo castanho brilhoso e me encaminho para a fileira

de armários onde ela está encostada. Só então percebo que

ela está falando com Poncho. Depois do que Beth e Allison

disseram no outro dia na hora do almoço, estou mais envergonhada

do que no nosso primeiro encontro. Talvez eu o tenha

interpretado mal.

— Oi, Mia — chama-me Mai. — Você está bem?

— Estou, sim.

Vejo Poncho com o canto dos olhos. Ele é uns trinta centímetros

mais alto do que eu e Mai.

— Sempre que vejo você, você está dando um espetáculo

— ri Poncho, exibindo seus dentes brancos. — Acho que você

gosta de ser o centro das atenções.

— Eu não gosto de ser o centro das atenções — respondo

ofendida.

Então eu estava certa. Ele é irritante. Mai levanta uma

sobrancelha e olha para mim, do mesmo modo que mamãe

faz quando está decepcionada com o meu comportamento.

— Eu estava fazendo um elogio — explica Poncho, na

defensiva devido ao meu tom. Ele apóia um braço bronzeado

no armário mais próximo. Sua camisa pólo abre para revelar

uma camiseta por baixo onde se lê “JUST DO IT”. — Aquele

lance do autógrafo foi engraçado — disse ele, enquanto acenava

para alguém que acabara de passar. — Você foi a salvação.

Eu ia acabar dormindo se o Sr. Klein continuasse a falar

sobre as utilidades que o couro de búfalo tinha para os povos

indígenas.

Mai ri.

— Boa sorte, Poncho! — grita alguém que passa.

O time de lacrosse da Clark Hall está em primeiro lugar e

hoje será o jogo com o maior rival, Santa Clara.

Ainda fico surpresa quando grupos de pessoas passam por

mim sem me dar a mínima. Ser Mia é como usar uma capa

de invisibilidade. Na minha vida normal, alguém certamente

viraria e olharia para mim, ou correria para pedir um autógrafo.

Por um lado, sinto-me aliviada e, por outro, amuada

por ser ignorada.

— Bem, essa não foi a minha intenção — digo ainda

azeda. Um minuto o cara me insulta e em outro quer me agradar.

Esse cara é demais, mesmo. — Alguns estão aqui para

aprender.

— E era por isso que você estava ocupada com outra coisa

em vez de assistir à aula? — provocou Poncho.

Fico furiosa demais para responder.

— Não fique zangada — ri Poncho percebendo minha

expressão. — Só estou brincando. Meu cérebro está em

curto, hoje. Fiquei acordado até tarde ontem com um dos

alunos que ajudo. Ele precisava de ajuda para o projeto de

ciências.

Olho de forma cética para ele. Será que ele realmente ajuda

essas crianças? Eu achava que apenas Sam fizesse esse tipo

de coisa.

— E depois tive de revisar meu trabalho sobre a guerra

civil. Fiz o meu sobre o efeito que a guerra teve sobre os índios

— acrescenta ele.

— Ah! Eu não pensei sob esse ângulo — diz Mai.

— É, na verdade, muitos lutaram para os dois lados e...

— Poncho pára quando percebe que estou olhando para ele

demonstrando curiosidade. Ele se inclina e sussurra no meu

ouvido: — Tudo bem, não diga a ninguém que sou um nerd.