Fanfic: Meu chefe é... Arrrrgh!!! Vondy | Tema: Quatro mãos

Simple Plan - Untitled

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"eu abro meus olhos, tento ver mais..."

"eu não consigo aguentar a dor"

"eu consigo fazê-la ir embora"

"não, eu não consigo aguentar a dor"

"como isto pode  acontecer comigo???"

POV`s Christopher:

Cheguei ao trabalho às seis horas, com intenção de entrar antes que ela chegasse. Peguei café para nós dois e atualizei o contrato para o Sullivan por fax, dizendo que a versão que ele viu em San Diego era a final, e que a Dulce tinha apresentado estava valendo. Dei a ele dois dias para retornar as assinaturas.

E, então, esperei.

Às oito horas, meu pai entrou no escritório, com Christian acompanhado-o logo atrás. Era comum ver meu pai de cara fechada, mas raramente por minha causa. E Christian nunca parecia irritado.

Mas desta vez os dois pareciam querer me matar.

-O que você fez? - (meu pai jogou uma folha de papel na minha mesa)

Meu sangue parecia ter se transformado em gelo.

-O que é isso? - (eu perguntei receoso)

-É a carta de demissão da Dulce. Ela entregou para a Anne hoje de manhã - (meu pai respondeu)

Passou-se um minuto inteiro antes que eu conseguisse falar. Nesse tempo, o único som veio do meu irmão, dizendo:

-Chris, cara. O que aconteceu? - (Christian perguntou)

-Eu estraguei tudo - (eu disse, pressionando meus olhos com as mãos)

O rosto do meu pai voltou ao normal e ele se sentou na mesma cadeira em que, nem um mês antes, a Dulce também sentara, abrindo as pernas e começara a se tocar, enquanto eu tentava manter a compostura ao telefone.

Deus como deixei a situação chegar a isso???

-Diga o que aconteceu - (a voz do meu pai se tornou muito baixa, uma calmaria antes da tempestade)

Afrouxei minha gravata, pois sentia que estava sufocando com o peso do meu próprio peito.

A Dulce me deixou.

-Estamos juntos. Ou estávamos - (eu consegui dizer, sem olhar para meu pai ou meu irmão)

Christian gritou "Eu sabia!" e meu pai gritou "Você o que?".

-Mas não antes de San Diego - (eu disse, tentando acalmá-los) - Antes de San Diego nós estávamos apenas... - (eu estava totalmente desconfortável)

-Transan/do? - (completou Christian, recebendo um olhar duro do meu pai)

-Sim. Estávamos apenas... - (eu não conseguia dizer, pois pra mim nunca foi só isso)

Uma pontada de dor parecia perfurar meu peito. Sua expressão quando eu me inclinava para beijá-la. A maneira como eu tomava seus lábios entre os dentes. Sua risada em minha boca.

-E, como vocês dois sabem, eu era um idiota. Mas ela retribuía na mesma moeda - (eu disse) - E, em San Diego, aquilo se transformou em algo mais. Merda!!! - (eu estiquei o braço para pegar a carta, mas desisti) - Ela pediu mesmo demissão?

Meu pai assentiu, com uma expressão totalmente enigmática no rosto. Esse era seu superpoder, quanto mais emocional estivesse, menos emoções ele mostrava.

-É por causa disso que temos uma política de fraternização, Chris - (meu pai disse, atenuando a voz ao pronunciar meu nome) - Achei que você era mais esperto do que isso

-Eu sei - (eu esfreguei as mãos em meu rosto, fiz um gesto para Christian se sentar)

Então contei todos os detalhes de quando tive aquela intoxicação alimentar, da reunião com o Sullivan e de como a Dulce cuidara muito bem de tudo. Deixei claro que tínhamos basicamente decidido ficar juntos, antes de eu encontrar o Sullivan na frente do hotel.

-Você é um filho da pu/ta tão estúpido - (disse meu irmão quando terminei de falar. Eu só pude concordar)

Após um duro sermão e a promessa de que discutiríamos novamente todas as maneiras como eu estragara tudo, meu pai voltou ao seu escritório, para pedir que ela trabalhasse com ele até o fim do estágio.

Se a Dulce decidisse continuar na empresa após o estágio, ela poderia facilmente se tornar um dos membros mais importantes de nossa equipe de markentig. Mas a preocupação do meu pai não era apenas com a Uckermann Group. Acontece que, se a Dulce fosse embora, ela teria menos de três meses para encontrar um novo estágio, aprender o trabalho e preparar um novo projeto para apresentar à banca examinadora.

Por causa da influência da banca na faculdade de administração, a avaliação da empresa seria determinante para Dulce se graduar com honras e receber uma carta e receber uma carta de recomendação do CEO* (Chief Executive officer) da JT Miller.

Isso poderia alavancar ou destruir o começo de sua carreira.

Christian e eu ficamos sentados em completo silêncio. Ele me encarava e eu olhava para a janela. Quase podia sentir o quanto ele queria dar um chute no meu traseiro. Meu pai voltou ao meu escritório, pegou a carta de demissão e a dobrou três vezes. Eu ainda não tinha sido capaz de ler.

Pelo envelope, dava para ver que era uma carta digitada e, pela primeira vez desde que conhecera Dulce, eu queria ver aquela caligrafia ridícula dela ao invés de uma folha impressa e impessoal com fonte Times New Roman.

-Eu disse que esta empresa a valoriza muito, que esta família a ama e que nós queremos que ela fique - (meu pai parou e seus olhos caíram sobre mim) - Ela disse que isso era mais uma razão para querer se tornar independente