Fanfic: Meu chefe é... Arrrrgh!!! Vondy | Tema: Quatro mãos

Kelly Clarkson - Because of you

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"por sua causa"

"eu nunca ando muito longe da calçada"

"por causa de você"

"eu aprendi a jogar do lado seguro...assim eu não me machuco"

POV`s Christopher:

A Dulce não atendia o telefone de casa, nem respondia qualquer email meu. Ela não me ligou, não passou no escritório e nem me deu nenhuma indicação de que queria falar comigo.

Mas quando seu peito dói tanto que você nem consegue dormir, você acaba fazendo coisas como procurar o endereço da sua estagiária, dirigir até lá às  cinco da manhã de um sábado e esperar ela sair.

E quando ela não apareceu após quase um dia inteiro, eu conveci o porteiro do prédio dizendo que era seu primo e que estava preocupado com sua saúde. Ele me acompanhou até o apartamento e ficou atrás de mim enquanto eu batia na porta.

Meu coração estava quase saíndo pela boca. Ouvi alguém se mexendo lá dentro, se aproximando da porta. Eu podia praticamente sentir seu corpo a centímetros do meu, separados apenas pela madeira. Pude ver uma sombra se movendo através do olho mágico. E então, o silêncio.

-Dulce! - (eu bati na porta novamente e a chamei)

Ela não abriu a porta. Mas também não se afastou.

-Linda! Por favor, abra a porta. Preciso conversar com você - (eu implorei)

Após o que pareceu uma hora, ela disse:

-Não posso, Christopher... - (a voz dela parecia abafada)

Encostei minha testa na porta e pousei as duas mãos na madeira. Ter superpoderes seria útil ali. Mãos de fogo, sublimação, ou até mesmo a habilidade de encontrar a coisa certa para dizer. Mas agora, isso parecia impossível.

-Desculpe... - (eu disse do fundo da minha alma)

Silêncio.

-Linda... Deus, Dul. Eu já entendi, certo?! Me xingue, me bata, brigue comigo por ser um tipo novo de idiota. Diga para eu ir me fo/der. Faça isso do jeito que quiser... - (eu fechei meus olhos) - ... só não desapareça...

Silêncio. Ela ainda estava ali. Eu podia sentir.

-Sinto sua falta. Merda... (escorreu uma lágrima dos meus olhos, respirei fundo) - ... eu sinto muito a sua falta. Sinto demais, minha Linda...

-Christopher, só ... - (ela soluçou) - ... agora não, certo? Não posso fazer isso agora...

Ela estava chorando. Eu odiava saber disso. 

-Ei, amigo! - (o porteiro definitivamente soava como se aquele fosse o último lugar em que ele queria estar, e dava para perceber que estava irritado por eu ter mentido) - Não era por isso que você queria subir. Ela parece bem. Vamos embora

Eu encarei a porta de madeira mais uma vez. Como se pudesse a acariciar eu passei minhas mãos na porta pela última vez. Limpei minhas lágrimas do meu rosto que a muito tempo eu pensava não existir mais. Desde o colegial. E segui o porteiro sem rumo definido.

Como fui tolo em não perceber que eu amava aquela mulher o tempo todo. Que ela era o meu melhor desafio, era minha parceira de brigas, de trabalho, mas principalmente eu já a tinha escolhido para ser minha parceira, não só na cama, mas na vida. E, agora??? Pela primeira vez eu não sabia o que fazer.