Fanfic: Meu chefe é... Arrrrgh!!! Vondy | Tema: Quatro mãos

 SHAKIRA - GYPSY

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"EM HOMENAGEM A WEB VONDY QUE NÓS LEMOS..."

POV`s Christopher:

Na tarde seguinte, enquanto cruzávamos a avenida South Michigan, eu encarava a janela, imaginando se meu dia poderia piorar. Eu odeio ficar parado no trânsito. O escritório ficava apenas dois quarteirões e eu estava seriamente considerando sair do carro e andar a pé.

Já passava das quatro da tarde e tínhamos percorrido apenas três quarteirões nos últimos vinte minutos.

Perfeito!

Fechei os olhos, encostei a cabeça no banco e relembrei a reunião que acabara de ter.

Nada em particular deu errado, muito pelo contrário. Os clientes ficaram entusiasmados com nossa proposta e tudo ocorreu sem maiores complicações. Mas acontece que eu não conseguia escapar do meu mau humor.

Christian ficou me lembrando a cada quinze minutos que eu estava me comportando como um adolescente temperamental e, quando chegou o momento de assinar os contratos, eu queria dar uma surra nele. A toda hora ele ficava me perguntando qual era o meu problema e, francamente, não posso culpá-lo. Até mesmo eu tinha de admitir que vinha sendo um cretino nos últimos dois dias.

E, vindo de mim, admitir isso é uma grande coisa. E, claro, Christian tinha de dizer, no final da reunião, que meu problema era falta de sexo.

Se ele soubesse...

Fazia apenas um dia. Apenas  um dia desde o "incidente" no elevador que me deixara duro como pedra e com um desejo de tocar cada centímetro da pele dela. Se alguém visse o jeito como eu estava agindo, realmente iria pensar que fazia meses que eu não transava. Mas não, um dia sem tocá-la já era o suficiente para me transformar em um lunático.

O carro parou novamente e eu pensei que iria gritar. O motorista baixou o vidro que separava a cabine e o banco de trás e sorriu pedindo desculpas:

-Desculpe, Sr. Uckermann. Sei que o senhor deve estar indo à loucura aí atrás. Faltam apenas quatro quarteirões, será que não prefere ir andando? - (eu olhei pela janela escurecida, e notei que paramos bem em frente a uma loja da La Perla) - Posso estacionar bem ali...

Eu saí do carro antes que o motorista pudesse terminar de falar.

De pé na calçada esperando atravessar a rua, percebi de repente que não fazia ideia de por que eu entraria naquela loja. O que pensava que iria fazer??? Iria comprar alguma coisa ou estava apenas me torturando???

"La Perla"

Eu entrei na loja. O assoalho era feito de madeira cor de mel, o teto estava preenchido por luminárias agrupadas ao longo do grande saguão. A iluminação fraca banhava todo o interior com um brilho suave, iluminando as mesas e prateleiras cheias de lingeries caras. Algo naquelas delicadas rendas e sedas despertavam um desejo familiar em mim.

Passando os dedos por uma mesa que ficava perto da porta, percebi que já tinha chamado a atenção da equipe de vendas. Uma loira alta se aproximou.

-Bem vindo à La Perla - (a loira falou, olhando-me nos olhos de cima a baixo como uma leoa admirando um filé suculento. Lembrei que uma mulher nesse ramo saberia quanto meu terno custara e saberia que minhas abotoaduras eram feitas de ouro puro. Seus olhos praticamente se tranformavam em cifrões) - Posso ajudar a encontrar alguma coisa? Talvez um presente para a esposa? ou namorada? - (a loira acrescentou, deixando escapar um flerte insinuado na voz)

-Não obrigado - (eu respondi, de repente me sentindo ridículo por estar ali) - Estou apenas olhando

-Bom, se mudar de ideia é só me chamar, meu nome é Susan - (a loira disse, piscando o olho antes de virar e voltar para trás do balcão)

Observei enquanto a loira se afastava e me arrependi imediatamente por não ter nem tentado conseguir seu telefone. Merda! Uma linda mulher numa loja de lingerie tinha cabado de flertar comigo e nem me ocorreu flertar de volta. Deus! O que está havendo de errado comigo???

Eu estava indo embora quando algo chamou minha atenção. Passei os dedos por uma cinta-liga de renda preta pendurada numa prateleira. Nunca tinha percebido que as mulheres realmente usam essas coisas, até começar a trabalhar com ELA.

Lembrei de uma reunião em nosso primeiro mês juntos. ELA cruzou as pernas debaixo da mesa e sua saia levantou um pouco, revelando a delicada alça que prendia a meia.

Foi a primeira vez que percebi seu gosto por lingerie, mas não foi a primeira vez que precisei passar o almoço trancado na minha sala, batendo uma e pensado NELA. Respirei fundo com a lembrança.

-Encontrou algo que gostou?

Eu me virei com um sobressalto por ouvir uma voz atrás de mim.

Merda!!!